Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP

sexta-feira, novembro 18, 2005

PUTZ PUTZ PUTZ PUTZ

Há tempos a humanidade procura uma linguagem que seja universal, que seja entendida por todos os povos, que faça sentido da mesma forma para uns e outros.

A internet acabou consolidando naturalmente o inglês como a língua mundial (vamos nos reportar apenas à parte ocidental do mundo).

E na música, a linguagem mundial é a da música eletrônica.

Eventos ligados à música eletrônica acontecem o ano inteiro, em variadas partes do mundo, levando os aficionados a se deslocar para participar deles.

É tudo igual. Não tem letra. São repetitivas. As letras, quando existem, são pobres. Os críticos da música eletrônica se valem basicamente desses argumentos para desprezá-la.

Não, a música eletrônica não é igual sempre. Drum'n'bass não é nem um pouco parecido com psycho, atraem inclusive públicos totalmente diferentes: os homens gostam mais de drum'n'bass, as mulheres adoram psycho - basicamente. Até mesmo o grau de agressividade de uma pista pode ser controlado por meio do estilo a ser tocado.

Sim, quase sempre não tem letra, ou as letras são bobinhas e pobres. Porque o forte da música eletrônica não é a letra, mas sim a batida. O ritmo. A vibração. Suas várias vertentes são imperceptíveis aos ouvidos menos iniciados, mas com caractéristicas muito próprias para aqueles que gostam de música eletrônica, que conseguem identificar um estilo, um produtor, um dj, onde os demais só escutam a batida de fundo. O tão criticado PUTZ PUTZ. A alma da música eletrônica.

Sim, é repetitiva, porque se propõe a ser hipnótica. Quanto mais repetitiva, melhor. O transe na pista faz parte da música eletrônica, a batida que se repete milhares de vezes por minuto, compassando com o coração. Que vai crescendo, crescendo, em direção ao clímax, quando a batida vira, para continuar igual.

É preciso ter em mente a que se propõe a música eletrônica. É injusto julgá-la pela letra, da mesma forma que seria injusto criticar o Chico Buarque porque a música dele não lota a pista. São estilos muito diferentes e não excludentes. Gostar de um não significa não gostar do outro. Aliás, normalmente os amantes da música eletrônica são ecléticos e gostam de uma gama variada de estilos musicais, que vão do samba ao rock. Diferente dos roqueiros, por exemplo, que desprezam todos os demais que não sejam o rock.

Da mesma forma que os demais estilos, a música eletrônica também tem seus ídolos. DJs que têm cachês na casa dos 5 dígitos. Em dólares, bem entendido. Que são capazes de mobilizar pessoas do mundo inteiro para suas apresentações. Que vendem milhares de Cds a cada lançamento.

É curioso observar o comportamento da pista em uma festa de música eletrônica onde há DJs se apresentando. Se antes eles ficavam confinados a cabines minúsculas, escondidos num canto da pista, hoje eles são atração. Não raro, o lugar deles é em um palco, à vista da galera.

Se antes as pessoas dançavam em grupinhos voltados para dentro, hoje elas o fazem de frente para o DJ, exatamente como acontece em um show. Ele é o artista, ele é o dono da festa, ele é o comandante do espetáculo.

Porque a música eletrônica não pode sobreviver sem as viradas, sem o feeling do DJ para saber exatamente qual set tocar. Para sentir qual a vibração da pista e não deixá-la morrer. Para levar os freqüentadores ao transe necessário para ter fôlego pra dançar 5 ou 6 horas seguidas sem desanimar, sem doer o pé.

Ele é majestade de um reino espalhado por todo o mundo. E nós, amantes da música eletrônica, seus súditos fiéis. E animados!

3 Comentários:

Blogger mc disse...

Noooooooooossa que texto liiiindo!!! Poético, eu diria!

Eu sou uma súdita fiel. Eu me desloquei até a Argentina para ver alguns dos meus DJs preferidos.

Comprei um Paul van Dyke duplo só pra me fazer lembrar do show... AMEI!

12:46 PM  
Blogger Ana Téjo disse...

Ih... acho que eu vou tomar um negócio ali pra entrar nessa vibe.
JU...

3:44 PM  
Blogger Cláudia disse...

Não é mesmo assim, mc? Eu amo, desde que ainda se chamava "dance".
Perdi o Paul Van Dyk aqui em SP, com convite na mão, por ter machucado o pé na academia.
Idade avançada, antes o pé não doía nem machucava nunca!

11:29 PM  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial