Sejamos coerentes

Eu nunca fui uma pessoa reaça. Meu ex-marido, aliás, dizia sempre que eu era muito PUC. Acho que cada um faz da vida pessoal o que quer e bem entende, desde que seja coerente e não prejudique ninguém. Já falei aqui que acho que jogador de futebol cujo passe foi comprado por milhões e que ganha por mês salario na casa dos três dígitos não tem o direito de jogar pelada no domingo, no churrasco na casa do cunhado, porque uma topada pode custar pelo menos um jogo parado e olha o prejuízo! Assim como locutor de rádio não deveria se esgoelar no estádio de futebol, nem top model se encher de chocolate e ficar com a pele péssima.

Ou professora de jardim da infancia subir num palco e ficar dançando uma música cujo título é Toda Enfiada, com o cantor levantando a sua saia e, melhor ainda, puxando sua calcinha pra cima pra ela ficar toda enfiada no fiofó.

Isso numa casa noturna lotada, com dezenas de pessoas filmando com o celular.

Aí o colégio demite a fofa e ela se sente injustiçada. Na boa, já tá tão dificil mostrar pruma filha que o legal é estudar e ser alguém, diante da mídia que só mostra mocinhas se projetando porque mostrou a calcinha no evento tal, ou porque saiu nua na capa da revista, ou porque ops! deixou cair sem querer o ombro da blusa e apareceu o peito... ter uma professora da filha dançando Toda Enfiada no you tube realmente não é o sonho de consumo de uma mãe de aluno.

Não contente, o que a dançarina de ocasião faz? Aparece num programa de apelo popular - Geraldo Brasil, no qual o apresentador berra todo tempo, aliás apresentador da Record que berra é pleonasmo - para dizer o quanto se sente injustiçada, o quanto se sente envergonhada, que nem consegue mais voltar a morar na rua dela, que a escola a demitiu e ela sente tanta falta dos seus aluninhos...

Enquanto o programa mostra incansavelmente as imagens da entrevistada dançando conforme mencionei.

Assim, quem ainda não tinha visto, teve a oportunidade de ver.

E quem sabe assim ela não descola um ensaio sensual na Sexy e uma ponta num filme da Brasileirinhas?

Packing

Comecei a fazer minha mala para a viagem de férias na praia uma semana antes. Assim, eu poderia pensar bem no que levaria, tirar os superfluos e tentar fazer uma bagagem que desse pra levar na mão.

Impossível, claro, uma vez que a quantidade de shampoo, condicionador, creme para hidratar os cabelos, reparador de pontas, creme para pentear, creme para proteger os cabelos do sol, chapinha, além da necessaire básica de escova de dentes, fio dental, desodorante, hidratante para o rosto, hidratante para o corpo, hidratante para os pés, dois ou três perfuminhos, lixa de unha, pinça, sabonete e outras coisinhas pesa mais que os dois ou três biquinis, a canga, o chinelo e os shorts e vestidinhos que você vai levar.

Aí, ao longo da semana, fui revendo a mala, tirando algumas coisas, trocando outras. Eu odeio levar roupas demais e não usá-las, quase sempre volto com duas ou três peças limpas e o resto tudo para lavar. Somente na véspera a mala definitiva fica pronta. Toda vez que tenho de fazer mala em cima da hora, fica uma porcaria.

Já uma amiga minha faz a mala nos acréscimos do segundo tempo. E para não sair colocando tudo o que tem dentro do armário dentro da mala, ela faz uma lista do que vai levar e então pega tudo, põe em cima da cama e depois guarda na mala. E conta que o namorado dela faz uma mala caprichadissima, passa todas as camisas antes de dobrar e guardar, e o faz com tamanha maestria que quando chega ao destino as peças parecem ter vindo da lavanderia.

Quando eu e meu ex-marido viajávamos, dividíamos a tarefa: eu sempre fazia as malas de ida e ele fazia as da volta. As da ida, feitas por mim, eram com as roupas todas arrumadinhas, dobradinhas com cuidado, dependendo do que levasse até colocava papel de seda entre as dobras das camisas para não amarfanhar. As da volta eram feitas por ele, que conseguia encaixar absolutamente toda a sorte de coisas que comprávamos ao longo dos dias: calçava com as roupas, embolava uma meia aqui, uma camisetinha ali, enfiava aquela bermuda naquele cantinho vago acolá e voilà! não precisava nem sentar em cima da mala para fechar. Um verdadeiro milagre da logisitica! A única desvantagem era que não dava pra separar roupa suja de roupa limpa e quando chegavamos, ia tudo direto pra máquina de lavar.

No fim, não importa como a mala é feita. Importa que o destino seja o sonhado, a companhia seja boa, os passeios sejam bacanas, o clima ajude fazendo o calor ou o frio desejados e que a gente se divirta demais!

Nuvem de gafanhoto

Na França há um castelo com um jardim em miniatura, cópia fiel de um outro, maior. Diz a história que um rei deu de presente à sua amante um belíssimo jardim. A esposa, consumida de ciúmes, resolveu se vingar e fazer um jardim igualzinho ao da bisca.
Como ela não tinha tanta grana quanto o marido, fez uma miniatura do jardim original.

Agora me diga: seu marido faz um jardim fenomenal, bem ali na sua fuça, para a amante. E você gasta seu dinheiro para fazer uma cópia pioradinha dele? Pequeno, sem suntuosidade?

Não teria sido uma vingança muito melhor e mais efetiva usar o dinheiro para comprar uma nuvem de gafanhotos e soltar no jardim da outra? Não deixar uma única folhinha inteira? Tacar fogo talvez...

Na melhor linha nuvem de gafanhoto, li numa revista portuguesa a historia de um milionário português que, no inicio do século passado, em Lisboa, foi vítima de uma conspiração cujos personagens eram sua esposa, seu sócio e um médico inescrupuloso que, por uma grana preta, o diagnosticou como louco perigoso que teria de ficar isolado, com camisa de força permanente.

O cara ficou meses preso dentro de um quartinho escuro, dormindo no chão, recebendo comida em uma lata, dopado a maior parte do tempo e amarrado em uma camisa de força. Depois, o trio conspirador conseguiu interná-lo em um hospital. O que acabou sendo seu grande erro, porque uma vez lá dentro, um outro médico se interessou pela história bizarra que ele tinha pra contar e acabou atestando que ele gozava de plena saúde mental.

O milionário ficou tão agradecido que doou uma baba pro hospital, para que fosse construída uma ala psiquiátrica decente, com a única condição que, na entrada do pavilhão ficasse uma placa enorme contando o que acontecera com ele.

Ah! O motivo pelo qual a conspiração aconteceu? Bem, o médico foi pela quantidade de dinheiro oferecida; o sócio porque há tempos já queria lhe passar a perna. Mas a grande mentora de tudo foi a esposa.

Tudo porque o fofo do marido resolvera passar quatro anos - atenção, quatro anos - viajando pela Europa. Disse para a mulher que iria sozinho e durante a viagem mandava melosos cartões onde assinava do seu António. Só que ela descobriu que o período sabatico do marido estava sendo desfrutado na companhia da amante.

Pensando bem, uns meses dentro de um hospício até que foi uma vingancinha bem amena...

Já venho!

Pessoal
desculpe não responder aos comentários (Adauto, tentei comentar no seu e não deu), mas é que estou em Maragogi e, além de só ter dois computadores bem no meião do lobby do hotel, e com uma conexão tão arrastada quanto o sotaque local, tenho sido obrigada a passar o dia todo na praia, sob o sol, e tomando decisões importantíssimas, como que caipirinha tomar, se de uva ou de abacaxi, e esvaindo minhas forças em cansativos banhos de mar, de maneira que lá pelo dia 20, de volta a SP, eu terei forças para postar alguma coisa, uma vez que terei deixado essa rotina desgastante de passar protetor solar/passar neutrox no cabelo/tomar sol/mergulhar/comer camarão frito e outras coisas extenuantes que você se vê obrigado a fazer num resort a beira-mar.

O supérfluo que me faz falta demais!

Segundo pesquisa agora não me lembro de quem, um terço dos habitantes da União Europeia nunca acessou a internet. E 40% da população não tem acesso à rede em casa.

Os motivos são variados, entre eles o alto custo do equipamento e o alto custo do acesso. Quase 40% dos entrevistados, porém, responderam que não têm acesso à internet em casa por um motivo muito banal:

PORQUE NAO PRECISAM.

Se pensar bem, uma pessoa que fique online no trabalho o dia todo dificilmente precisa se conectar em casa. Não que eu ache desnecessário, ao contrário, eu sou uma viciada, tanto que são nove da noite e eu tô aqui pendurada escrevendo no blog.

Mas precisar eu realmente não preciso. E já reparei que, quando tenho problemas de conexão e fico sem internet, acabo fazendo um monte de coisas para as quais nunca tenho tempo, como arrumar minha papelada, meu armário, ler tranquilamente, e até bater um bolo.

Eu admiro muito o estilo de viver dos europeus e sempre disse que sou mais europeia do que americana - acho que o dia de trabalho tem de ter hora pra acabar e a vida tem de ser mais leve e menos corrida e estressante - mas penso que, em relação à ter acesso à rede em casa, mesmo achando que precisar não precisa, viver sem é algo para o qual não estou preparada!

O dia D

Segunda, dia 17, voltam tardiamente as aulas, suspensas por conta da gripe suína.

Não sou sanitarista, nem especialista no assunto,mas acho que o clima de alarmismo foi maior que a epidemia.

Uma das minhas costureiras, gravida, tirou ferias em julho, e deu o azar de ficar gripada.

Foi ao pronto-socorro e internaram a pobre por oito dias. Isolada. Imagine a que quantidade de doenças ela ficou exposta nesses oito dias de internação. Voltou pra casa e os filhos mais velhos, de 8 e 6 anos, comemoraram: EBA!! A MAMAE NAO MORREU!!!

A outra costureira tem uma filha de 3 anos e meio, que fica na creche da prefeitura. Com a creche fechada para evitar aglomeração e contágio entre as crianças, a filhinha dela fica na casa de uma vizinha, junto com mais 6 ou 8 catarrentinhos da vizinhança. Para evitar aglomeração e contágio sabe?

Defendo a prevenção e que a população seja informada de tudo o que acontece, mas no caso das escolas públicas o que o governo fez foi se isentar. Lavou as mãos - não é essa a recomendação, lavar as mãos, desde Pilatos? - e transferiu o problema pra população, no melhor estilo te vira nêgo. Azar o seu se você tem de trabalhar e não pode pagar uma babá privativa, amontoa os filhos na casa de uma cuidadeira, mas aqui na minha escola pública, sustentada com o dinheiro dos seus impostos, não!

Por que não se encarregou de monitorar as crianças nas escolas, enviando médicos e enfermeiros para checar as condições de saúde dos alunos? Orientar os professores para não aceitar crianças gripadas, e redobrar os cuidados de higiene nas escolas.

Já nas particulares, a motivação para seguir a recomendação do governo foi principalmente o fato de que os alunos viajam nas férias para a Argentina, Chile e Estados Unidos, principalmente, e que essas duas semanas serviriam para que a doença se manifestasse em quem tivesse de se manifestar. A gripe já deixou de se restringir aos oriundos de locais de risco, o virus já está disseminado na população, e nem importa mais se a gripe é suína ou não, já estão medicando todo mundo como se fosse. Mas entendo a postura, até porque, em teoria - e somente em teoria - quem coloca os filhos em escola particular teria mais condições de arrumar uma solução para esses dias extras em casa.

Não vou mencionar o fato de que as crianças vão para o shopping e que a rede cinemark teve aumento de 30% no faturamento, porque cada um sabe de si. Eu, de minha parte, estou recomendando Isabela a não ir a baladas fechadas e lotadas de gente.

Enfim, como disse no começo do texto, dia 17 as aulas voltam e todo mundo menciona o dia 17 de agosto como sendo o dia em que a vida volta ao normal, como se todos fôssemos alforriados nesta data e pudéssemos voltar a ir ao shopping, pegar elevador e beijar na boca.

Perguntinha: alguém se lembrou de avisar ao virus que dia 17 é o deadline dele?

Invocando Lupicínio

Há pessoas com nervos de aço, sem sangue nas veias...

Tema musical de Isabela tirando o carro da concessionária hoje, e eu no banco do carona.
Tudo o que tenho a dizer se resume a uma só palavra:

SOBREVIVI!!!!

Remédio genérico para gripe suína

4 aninhos!

Parabéns, Cindy, pelo seu presumível aniversário de 4 aninhos - porque dia certo de aniversário de gatinha largada numa caixa na porta do veterinário a gente não sabe né?

Que você continue brincalhona, bagunceira, mucho traquinas (como diz a Socorro), amorosa, carente e fofa como sempre foi desde que veio morar com a gente e tumultuar nossas vidas.

Feliz aniversário, gatinha!

Adorei!

Este aí de cima é meu presente de aniversário antecipado.

Meus pais e minha irmã se juntaram e me deram. Nao é o máximo? Estava louca por uma há tempos, mas é o tipo da coisa supérflua superútil que a gente dificilmente vai comprar, porque tem sempre alguma coisa mais necessária para passar na frente.

Agora, tenho de me encarregar de enchê-la, para depois vir a melhor parte, que é esvaziá-la nas festinhas que volta e meia rolam aqui em casa.

Obrigada, Familia!

Filhote

O carro que ela ganhou de pai chega no fim de semana que vem, a carteira de motorista chega até quarta-feira. Só não sei ainda quando chega meu estoque de tinta para cobrir os cabelos brancos de preocupação.