Vaidosa sim, e daí?
Uma amiga minha recebeu uma acusação hoje pela manhã: a de que ela era vaidosa. Isso foi dito pelo telefone, aos berros, por uma cunhada que queria ofendê-la.
Para ela, não foi uma ofensa, foi um elogio. Porque ela é vaidosa assumida mesmo. Assim como eu.
Ficamos debatendo o assunto e concluímos que a maior parte das pessoas acha que ser vaidosa é um pecado, um defeito, uma coisa horrível e excludente de qualquer coisa boa que você possa ser. Se você é vaidosa, não é boa profissional; se você é vaidosa, não é inteligente; se você é vaidosa, não é boa mãe ou boa amiga; se você é vaidosa, é antipática.
Se você é vaidosa, você é fútil.
Eu mesma já perdi a conta das vezes em que alguém, depois de conviver comigo algum tempo, virou pra mim e disse: nossa, eu não imagina que você fosse tão inteligente/competente/legal. Indagada do motivo de tamanha surpresa, a resposta invariavelmente é: ah, porque você está sempre de salto alto, vestido, perfume, maquiagem, arrumada.
Antes eu meio que me ofendia, mas agora já não me ofendo mais e tomo como elogio. Significa que sou competente para fazer TUDO ISSO ao mesmo tempo. Praticamente uma exceção da natureza aos olhos de quem não liga para batons, cremes e afins.
Eu me pergunto se este mesmo alguém que pensa assim, ao ver um homem com um terno bem cortado, sapatos engraxados, cabelos aparados, unhas cortadas e limpas, acha que este homem é um fútil. Provavelmente não, ao contrário, ele deve passar uma imagem de credibilidade e de seriedade, de poder, de quem sabe o que faz.
Quando vejo uma mulher bem posicionada em seu campo de trabalho de cabelo desgrenhado e sem nem sombra de batom, penso que ela só reforça um estereótipo contra nós, as vaidosas de carteirinha.
O que, no fundo, também é um baita preconceito. Afinal, se eu tenho o direito de sair de casa de vestidinho, batom e salto alto e não querer ser julgada por isso, ela também tem o direito de ter dois dedos de raiz branca nos cabelos e sair de casa de camisetão e sapato de sola de borracha sem que lhe torçam o nariz.
10 Comentários:
Tem que se cuidar mesmo, amiga! Sempre.
Beijos,
JU...
É...são os estereótipos...
Mas vc tá certa.
beijocas.
vivi
É preconceito puro!! Na verdade acho que cada um devia poder fazer o que quiser, mas o que o povo mais gosta de fazer é criticar os outros. Comentam qdo vc não se cuida e reclamam qdo vc se cuida demais.
Ser julgada é sempre irritante. Estar bem arrumada não significa que você só pense na aparência (só quer dizer que pensa nisso TAMBÉM!), e estar ocasionalmente mal-arrumada pode só querer dizer que vc teve um dia ruim, está doente, deprimida, ou com uma mega preguiça. E, de novo, vive la differance!
Ok... vamos olhar por outra perspectiva. A de que os seres humaninhos olham os outros através de estereótipos familiares. Assim, uma mulher vaidosa cabe no escaninho das mulheres egocentradas, que cagam pro mundo e vivem num mundinho de batom e perfume. Isso é inerente à raça. Não olhamos o outro como um indivíduo, mas como um elemento de um grupo que julgamos conhecer. Uma merda, concordo.
E quer saber? Sou fã das desgranhentas. As tais que usam sapato de borracha e camisão, e estão defecando em caminhada para o que os outros pensam....
Lala, dependendo do ambiente, a desgrenhada de sapato de sola de borracha está no contexto e corajosa mesmo é ir de vestidinho e batom.
Sendo delegada de polícia por exemplo.
Mas é isso mesmo que vc disse, olhamos o outro a partir de informações anteriores e não como indivíduos.
Tipo ir de Tailleur creme num show do Suicidal Tendencies....
Eu voto no meio termo, pode ser?
E viva o meio, EEEEEEEEEEEEEEEE
:c)
Ih... será que a dona desse blog se perdeu entre um tailluerzinho Chanel e uma bolsinha Prada e não vai mais dar o ar da graça?
Beijos!
Afffee!! Preguiça desses julgamentos alheios! E esse papo de chegar depois e dizer ue não esperava é coisa de quem já deve ter metido a boca tb... eu não tenho saco pra isso!!
Bjo nega!
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