A supremacia do telefone sobre o ser humano
Estava eu em um armarinho no Bom Retiro, do qual a confecção é cliente freqüente, trocando alguns produtos, escolhendo outros, enfim, sendo atendida pela vendedora, quando chegaram duas senhoras e interromperam o atendimento pedindo informações sobre alguns produtos da loja.
A vendedora disse que não poderia atendâ-la naquele momento, porque estava ocupada me atendendo, e pediu a ela que esperasse um pouco até que outro vendedor desocupasse e pudesse dar-lhe atenção.
Não deu nem cinco minutos e o telefone toca. Ela atende o ramal. Era um cliente com uma lista quilométrica de itens para pedir - email é uma coisa que não existe muito no meu ramo, sabe? Ao menos não com fornecedores. No máximo, um fax.
- ah, pode falar. 10 fios na cor tal, 20 linhas na cor tal, mais 10 na cor y, agulha cabo fino número tal... ponta de cerãmica?, tenho sim. Botões assim, zíper nos tamanhos a,b,c,d,x,y,z 10 de cada tamanho brancos, 5 de cada tamanho vermelho etc etc
Pelo menos uns 10 minutos eu fiquei ali de pé, esperando a fofa não apenas anotar o pedido inteiro que estava sendo feito pelo telefone, como conferir item por item pra ver se tava tudo certo e ainda ver no cadastro do cliente se ele podia pagar com boleto bancário ou não. Nem pensar em pedir para ligar depois, ou dizer que depois ligava de volta porque naquela hora estava atendendo outra pessoa.
Agora me diga: no que o cliente que interrompeu o meu atendimento pelo telefone é melhor do que aquele que interrompeu o meu atendimento pessoalmente? Acho até que, se fosse pra interromper, mais justo fazê-lo por alguém que se deu ao trabalho de ir até lá para isso.
Findo o papo, ela se volta para mim:
- ah, desculpa, viu?, mas aqui é um inferno! Toda hora eu tenho de parar para atender alguém pelo telefone.
- você não pode dizer que liga depois, ou pedir pra ele esperar até que você termine de atender?
- não dá né? Como é que eu vou deixar o cliente esperando no telefone?
Ah, entendi... deixar o cliente esperando de pé no balcão da loja pode, mas sentado confortavelmente no próprio escritório, não pode.
A vendedora disse que não poderia atendâ-la naquele momento, porque estava ocupada me atendendo, e pediu a ela que esperasse um pouco até que outro vendedor desocupasse e pudesse dar-lhe atenção.
Não deu nem cinco minutos e o telefone toca. Ela atende o ramal. Era um cliente com uma lista quilométrica de itens para pedir - email é uma coisa que não existe muito no meu ramo, sabe? Ao menos não com fornecedores. No máximo, um fax.
- ah, pode falar. 10 fios na cor tal, 20 linhas na cor tal, mais 10 na cor y, agulha cabo fino número tal... ponta de cerãmica?, tenho sim. Botões assim, zíper nos tamanhos a,b,c,d,x,y,z 10 de cada tamanho brancos, 5 de cada tamanho vermelho etc etc
Pelo menos uns 10 minutos eu fiquei ali de pé, esperando a fofa não apenas anotar o pedido inteiro que estava sendo feito pelo telefone, como conferir item por item pra ver se tava tudo certo e ainda ver no cadastro do cliente se ele podia pagar com boleto bancário ou não. Nem pensar em pedir para ligar depois, ou dizer que depois ligava de volta porque naquela hora estava atendendo outra pessoa.
Agora me diga: no que o cliente que interrompeu o meu atendimento pelo telefone é melhor do que aquele que interrompeu o meu atendimento pessoalmente? Acho até que, se fosse pra interromper, mais justo fazê-lo por alguém que se deu ao trabalho de ir até lá para isso.
Findo o papo, ela se volta para mim:
- ah, desculpa, viu?, mas aqui é um inferno! Toda hora eu tenho de parar para atender alguém pelo telefone.
- você não pode dizer que liga depois, ou pedir pra ele esperar até que você termine de atender?
- não dá né? Como é que eu vou deixar o cliente esperando no telefone?
Ah, entendi... deixar o cliente esperando de pé no balcão da loja pode, mas sentado confortavelmente no próprio escritório, não pode.
2 Comentários:
falta pura de treinamento!... e de educação e bom senso, claro...
Adoro as lógicas humanas.... bjs
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