Sobre Eluana
Não vou entrar aqui no mérito da questão, se é certo ou errado, justo ou injusto, cristão ou não.
Só expresso minha solidariedade ao pai da Eluana. É inimaginável, ao menos para mim, o tormento de um pai em ter a filha em estado vegetativo há 17 anos. Vê-la definhar dia a dia, os músculos se atrofiarem, a pele enrugar e esmaecer, saber que ela não o escuta, não o vê, não o reconhece.
Que jamais irá ouvir sua voz novamente, que jamais receberá dela um sorriso, ou mesmo um choro. Que não terá netos, que não a verá se formar na faculdade e construir uma carreira profissional. Que não a conduzirá ao altar, que não pode conversar com ela sobre seus projetos.
Tudo isso ao mesmo tempo em que sabe que ela não morreu propriamente dito. Que está ali, fisicamente ao alcance da sua mão, e ao mesmo tempo tão longe e inacessível.
Também não tenho como dimensionar a espécie de cansaço e a sensação de derrota de um pai que pede à Justiça o direito de sua filha morrer. Que pede apenas que seja dado um basta a um sofrimento sem fim e sem retorno. Que se vê desprovido de toda a esperança e de toda a fé de que um dia sua filha vai voltar das profundezas onde se encontra. Que já esgotou todas as promessas possíveis que poderia ter feito a Deus e todos os santos para ter sua menina de volta. Que já não possui mais ses: se ela acordar de repente, se ela sentir dor, se ela estiver melhorando, se ela...
Seria essa situação pior que a morte? Não sei. Seria preferível ter a filha morta a este estado? Não sei. O que eu decidiria? Não sei. Não sei se teria coragem de deixar minha filha ir, e não sei se não me agarraria à imensa saudade que sentiria dela e desejaria estar com ela, do jeito que fosse.
Ou se a amaria o suficiente para não ser tão egoísta e deixá-la ficar em paz.
A Giuseppe Englaro, junto meu coração de mãe, e desejo que Deus o ilumine e o proteja, e o ajude a superar a dor da separação, da perda, do abandono, da culpa, e encontre a paz que certamente lhe falta há 17 anos.
Só expresso minha solidariedade ao pai da Eluana. É inimaginável, ao menos para mim, o tormento de um pai em ter a filha em estado vegetativo há 17 anos. Vê-la definhar dia a dia, os músculos se atrofiarem, a pele enrugar e esmaecer, saber que ela não o escuta, não o vê, não o reconhece.
Que jamais irá ouvir sua voz novamente, que jamais receberá dela um sorriso, ou mesmo um choro. Que não terá netos, que não a verá se formar na faculdade e construir uma carreira profissional. Que não a conduzirá ao altar, que não pode conversar com ela sobre seus projetos.
Tudo isso ao mesmo tempo em que sabe que ela não morreu propriamente dito. Que está ali, fisicamente ao alcance da sua mão, e ao mesmo tempo tão longe e inacessível.
Também não tenho como dimensionar a espécie de cansaço e a sensação de derrota de um pai que pede à Justiça o direito de sua filha morrer. Que pede apenas que seja dado um basta a um sofrimento sem fim e sem retorno. Que se vê desprovido de toda a esperança e de toda a fé de que um dia sua filha vai voltar das profundezas onde se encontra. Que já esgotou todas as promessas possíveis que poderia ter feito a Deus e todos os santos para ter sua menina de volta. Que já não possui mais ses: se ela acordar de repente, se ela sentir dor, se ela estiver melhorando, se ela...
Seria essa situação pior que a morte? Não sei. Seria preferível ter a filha morta a este estado? Não sei. O que eu decidiria? Não sei. Não sei se teria coragem de deixar minha filha ir, e não sei se não me agarraria à imensa saudade que sentiria dela e desejaria estar com ela, do jeito que fosse.
Ou se a amaria o suficiente para não ser tão egoísta e deixá-la ficar em paz.
A Giuseppe Englaro, junto meu coração de mãe, e desejo que Deus o ilumine e o proteja, e o ajude a superar a dor da separação, da perda, do abandono, da culpa, e encontre a paz que certamente lhe falta há 17 anos.
6 Comentários:
FDP E DEMAGOGO ESSE BERLUSCONI! Deveria ir para fogueira por se meter numa questão tão triste como essa com o único intiuito de aparecer! Agora vai fazer uma lei, porque já disseram que o decreto é inconstitucional. Inacretidtável! Eu não gosto desse tipo de argumento: mas queria que fosse a filha dele para ela sentir na pele o que é sofrimento! E tenho dito! Bj
Virginia, é uma questão dificílima de opinar, porque não vão apenas desligar aparelhos que a mantêm respirando, vão tirar a sonda que a alimenta. Em teoria, vão matá-la de fome e isso é o que está dividindo a opinião pública.
Quem sou eu pra julgar um pai que toma uma decisão dessas? Eu só sinto por ele profunda tristeza e solidariedade, porque o sofrimento pelo qual ele e a família passam há 17 anos é muito cruel.
beijo
Nossa, nem consigo imaginar uma situação dessas... é dilacerante!
Até porque, mh, deixa de ser uma questão meramente privada e pessoal para tornar-se um debate público, com gente contra e a favor, o que só piora e potencializa tudo.
beijo
Matar de fome, mas ela nem sente... Eu concordo com o pai
Nossa... eu imagino que triste e dolorido um pai ter que tomar essa atitude. Mas acho que a maior prova de amor foi essa que ele deu. E Deus que os abençoe msmo.
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