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quarta-feira, setembro 02, 2009

021

Polticos têm sempre ideias brilhantes para resolver os problemas do país.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro resolveu tomar medidas drásticas para combater o tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro.

E proibiu os bailes-funk, pronto. Resolvido o problema. Proibindo os bailes, acabam-se o tráfico de drogas, o de armas, a intimidação dos moradores, a cooptação de crianças cada vez menores para servir ao tráfico, os tribunais liderados pelo chefe do morro e outras mazelas que fazem a vida dos moradores das favelas cada dia um pouco pior.

Claro que a ausência do Estado nos morros, a frouxidão da Justiça e a corrupção policial não têm absolutamente coisa alguma a ver com isso. A culpa é do pancadão.

Ninguém contesta o fato de que nos bailes-funk, em especial os promovidos lá no meião das favelas (morro de vontade de ir num desses!) rola muita droga e que as letras dos proibidões falam de armamento, de matar policiais, exaltam o Comando Vermelho e outros assuntos relativos ao tráfico de drogas. Mas elas apenas retratam a realidade dos morros. O trafico, os fuzis e tudo mais que se canta nos proibidões, tudo isso é anterior à explosão do funk no Rio de Janeiro, onde estima-se haver pelo menos 200 bailes por mês e que esses bailes atrairiam quase 2 milhões de pessoas, no total.

Aliás, alguém me responda: quem é que vai fiscalizar se lá no coração da favela tá rolando um bailão? A mesma polícia que deveria coibir a venda de drogas e armas? Ou pretendem chaamar o Capitão Nascimento, que até já se aposentou?

Se o Estado fizer a sua parte e ocupar o lugar que não deveria ter ficado vago para ser preenchido por traficantes que agem como donos dos morros, o que efetivamente são uma vez que decidem quem morre e quem vive e são os ídolos da garotada, não haveria tráfico, nem AK-47, nem Comando Vermelho para se fazer música sobre, seja ela funk, rock, samba, forró ou bolero.

A única vantagem dessa proibição - que não vingou, aliás - era que sumiria parte dos atentados ao bom gosto que andam por aí, como a Gaiola das Popozudas, Mulher Melão, Jaca, Moranguinho e todo setor feminino hortifruti.

021 (funk fuckers)
Rio, cidade-desespero, a vida é boa, mas só vive quem não tem medo,
Olho aberto, malandragem não tem dó
Rio de Janeiro, cidade hardcore,
Arrastão na praia não tem problema algum,
Chacina de menores, é aqui, 021;
Polícia, cocaína, Comando Vermelho,
Sarajevo é brincadeira, aqui é o Rio de Janeiro...

Rio de Janeiro, compra um saco e cheira agora.

Rio de Janeiro, compra um saco e cheira agora,
Pra se virar tem que aprender na rua
O que não se aprende nas escolas
SEGURANCA é subjetiva,
Melhor é ficar com um olho no padre e outro na missa...
Situações acontecem sob um calor inominável,
Beleza convive lado-a-lado com um dia-a-dia miserável,
Mas mesmo assim, amo esta terra,
não a troco por lugar algum,
já disse: este é meu lar, aqui, 021

Não pode te prejudicar,
muito menos te matar,
Estão negando informações
Pra depois você pagar
The Funk Fuckers
Sempre achou e vai achar,
Faça o que você quiser,
Sem se influenciar,
Não deixa a polícia pegar,
Cê não pode vacilar,
Tem que ter queimado tudo
Antes dos homi chega,
Eu sou B. Black e vou falar:
Legalize já!
Porque uma erva natural
Não pode te prejudicar!
Planet Hemp, Funk Fuckers, Black Alien, O Rappa,
Isto é nossa família tentando legalizar,
Não faço apologia,
Nem quero catequizar,
Cada um tem que saber da decisão que vai tomar...

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Adorei "não tem dó" rimando com "rardicó" (hardcore).
No mais, concordo com tudo, aliás é uma tendência, culpar a azeitona pela indigestão da feijoada. Agora aqui as lanchonetes tem que ter álcool em gel pros clientes, pra prevenir a gripe nova...mas no postinho de saúde falta médico, remédio...
Bjs Rosana.

11:56 AM  
Blogger Renatinha disse...

Como carioca, é com grande tristeza que digo: O Rio, não tem mais como controlar o trafego de drogas, não tem como controlar a violência, não tem mais como voltar a ser a cidade maravilhosa que conheci. Medidas tinham que ser tomadas, nos anos 70, 80, agora, na boa, eu não acredito, óbvio que acabar com o baile funk não daria em nada, o culpado de tudo não é o funk, mas para tudo existe um culpado para pagar o pato...
beijos
Re

12:27 PM  

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