Meninas superpoderosas
Outro dia eu estava conversando com uma amiga querida sobre vida sentimental. Homens, claro, porque vai e volta e nós, mulheres, sempre acabamos falando de vocês, homens.
O mais curioso de se observar uma conversa de duas ou mais mulheres sobre o assunto é que cada uma tem uma forma de proceder, uma aspiração, um jeito de ser, além da própria bagagem pessoal. Isso faz com que o papo seja rico, diverso, surpreendente, e por que não? uma viagem só em determinados momentos.
O assunto era pagar a conta, não pagar a conta, poder pagar a conta, não poder pagar a conta. Polêmico né? Acho que os homens nunca vão dimensionar o real significado da conta de um jantar, que passa muito, muito longe da questão financeira.
Essa minha amiga, bem-nascida, bem-criada, desde sempre dona do seu nariz, contava que um dia saiu com um certo mocinho, que a levou a um restaurante caro. Bem caro, chique, bonito, francês, daqueles mal-iluminados pra gente não ver quão pouca comida vem no prato. Que uma mesa fica longe da outra, que as taças de vinho são aquelas enormes e bojudas. Que as cadeiras não fazem barulho quando deslocadas, e que quando você vai ao banheiro já tem um garçom atrás de ti para puxar a cadeira antes mesmo de você pensar em levantar.
Enfim, aquele mimo todo.
Aí, jantar agradável, papo bom, tudo legal e eis que chega a hora da conta. Que o rapaz, diga-se de passagem, nem cogitou em dividir, cumprindo seu papel de gentil cavalheiro que convidou uma mocinha para jantar.
Já minha amiga não se conteve e mesmo com seu cabelinho liso e loiro e sua franjinha caindo charmosamente sobre a testa, meio jogada de lado, ofereceu-se para tanto. Diante da negativa do moço, insistiu. Persistiu. Faltou só rolar no chão com ele na disputa pela cadernetinha preta.
Segundo ela, para que ele soubesse que ela podia sim se levar para jantar num restaurante chique, que ela podia sim pagar a própria conta. Que ele não achasse que a tinha impressionado com o lugar, o restaurante, o jantar.
Perguntei porque simplesmente ela não podia deixar que ele achasse que a tinha impressionado, ainda que ela fosse acostumada a comer ali toda sexta. Qual era o problema dele se sentir impressionando-a? E que se ele fosse um cara inteligente, saberia que ela não é uma morta de fome, e que pode se dar ao luxo de sair para onde quiser sem depender dele, mas que tinha ficado encantada com a gentileza, a deferência e a atenção.
Seria a mesma coisa que ela tivesse ido ao salão fazer as unhas, arrumado o cabelo, escolhido um vestido bonito, um sapato chique, feito uma maquiagem arrasadora, usado um perfume especial para jantar com ele e ele olhasse pra ela e deixasse bem claro que toda mulher se arruma pra sair com ele, que ele não precisa necessariamente sair com ela, que toda aquela produção não o tinha abalado nem um minutinho. Não seria uma frustração?
O fato é que nós, mulheres, somos sempre tão cobradas por tudo, estamos sempre cobrando a nós mesmas por tudo, temos sempre tanto medo de tudo, que a tentativa de mostrar força acaba revelando ainda mais as nossas próprias fraquezas.
O mais curioso de se observar uma conversa de duas ou mais mulheres sobre o assunto é que cada uma tem uma forma de proceder, uma aspiração, um jeito de ser, além da própria bagagem pessoal. Isso faz com que o papo seja rico, diverso, surpreendente, e por que não? uma viagem só em determinados momentos.
O assunto era pagar a conta, não pagar a conta, poder pagar a conta, não poder pagar a conta. Polêmico né? Acho que os homens nunca vão dimensionar o real significado da conta de um jantar, que passa muito, muito longe da questão financeira.
Essa minha amiga, bem-nascida, bem-criada, desde sempre dona do seu nariz, contava que um dia saiu com um certo mocinho, que a levou a um restaurante caro. Bem caro, chique, bonito, francês, daqueles mal-iluminados pra gente não ver quão pouca comida vem no prato. Que uma mesa fica longe da outra, que as taças de vinho são aquelas enormes e bojudas. Que as cadeiras não fazem barulho quando deslocadas, e que quando você vai ao banheiro já tem um garçom atrás de ti para puxar a cadeira antes mesmo de você pensar em levantar.
Enfim, aquele mimo todo.
Aí, jantar agradável, papo bom, tudo legal e eis que chega a hora da conta. Que o rapaz, diga-se de passagem, nem cogitou em dividir, cumprindo seu papel de gentil cavalheiro que convidou uma mocinha para jantar.
Já minha amiga não se conteve e mesmo com seu cabelinho liso e loiro e sua franjinha caindo charmosamente sobre a testa, meio jogada de lado, ofereceu-se para tanto. Diante da negativa do moço, insistiu. Persistiu. Faltou só rolar no chão com ele na disputa pela cadernetinha preta.
Segundo ela, para que ele soubesse que ela podia sim se levar para jantar num restaurante chique, que ela podia sim pagar a própria conta. Que ele não achasse que a tinha impressionado com o lugar, o restaurante, o jantar.
Perguntei porque simplesmente ela não podia deixar que ele achasse que a tinha impressionado, ainda que ela fosse acostumada a comer ali toda sexta. Qual era o problema dele se sentir impressionando-a? E que se ele fosse um cara inteligente, saberia que ela não é uma morta de fome, e que pode se dar ao luxo de sair para onde quiser sem depender dele, mas que tinha ficado encantada com a gentileza, a deferência e a atenção.
Seria a mesma coisa que ela tivesse ido ao salão fazer as unhas, arrumado o cabelo, escolhido um vestido bonito, um sapato chique, feito uma maquiagem arrasadora, usado um perfume especial para jantar com ele e ele olhasse pra ela e deixasse bem claro que toda mulher se arruma pra sair com ele, que ele não precisa necessariamente sair com ela, que toda aquela produção não o tinha abalado nem um minutinho. Não seria uma frustração?
O fato é que nós, mulheres, somos sempre tão cobradas por tudo, estamos sempre cobrando a nós mesmas por tudo, temos sempre tanto medo de tudo, que a tentativa de mostrar força acaba revelando ainda mais as nossas próprias fraquezas.
15 Comentários:
Adorei a comparação. E afinal, sua amiga não recusaria um presente, certo?
BJ
Menina, sabe que eu nunca pensei sobre isso neste ponto de vista? Ok, que eu não insisto tanto se o cara se oferecer pra pagar. Quando alguém me leva pra jantar, eu puxo a bolsinha, mas diante da negativa, eu ainda faço 1 docinho, mas não insisto mto, não. E agora com este ponto de vista seu, que nunca mais me sentirei culpada mesmo. Bjos!
Faz tempo que não passo por isso.... rs Mas acho que não custa nada deixar pagar e em outra ocasião pode convidar o moço e retribuir, né? Assim a peteca (não a minha ptk, a outra) fica no ar para dar continuidade na conquista... rs
beijos
Re
È por essas e outras que os homens não sabem mais qual o seu papel... as mulheres querem tanto a igualdade, que essas pequenas coisas da conquista acabam se perdendo.. uma pena.
Meninas, equilibrio, como sempre, é tudo: uma hora ele nos agrada, outra hora é nossa vez.
O que não dá é pra ficar sempre com o pé atrás e sempre com o escudo a postos, como se o lado de lá fosse o inimigo, tanto homens quanto mulheres.
beijo
Eu estou tendo que aprender a aceitar agrados, ajuda e cuidado sem medo de parecer dependente, incapaz ou qualquer outra coisa.
Depois de mais quase 3 semanas separada do marido, entendi que o problema era que eu sempre quis dar conta de tudo e provar para ele que era capaz sozinha. Com isso eu me sobrecarregava e me estressava... Depois de enxergar isso, estou tentando mudar.
Cairia bem um reedição do curso intensivo "Como ser Penélope em 7 rápidas lições"...
Beijo
E parabéns pelo nosso dia!
Ana, concordo, e depois a gente mesmo reclama.
Ah, Anna, a gente nunca sabe ao certo o que deu errado, o que podia ter sido diferente, o que isso ou o que aquilo.
Mas aceitar ajuda, mimos e gentilezas é uma arte que cada vez mais estamos desaprendendo, o que é uma pena.
beijo
Oi, Cláudia.
Eu, praticamente, só levei uma mulher para jantar fora e muitas vezes. E eu sempre paguei. Depois, casei-me com ela e, logicamanete, não precisei levar outras. Mas, os tempos eram outros. Ninguém imaginava a mulher pagando a conta (ou meia conta). Hoje, pelo que sei, as coisas andam diferentes e as mulheres (algumas) até se julgam no dever de pagar. Acho, entretanto, que o importante é convidar e levar para jantar. E fazer a mulher sentir-se lembrada, homenageada, independentemente de quem vai pagar a conta. É por isso que, casado há tantos anos, até hoje convido minha mulher para sair e jantar fora (não todas as noites, claro!). Romantismo é coisa que não pode morrer.
Abração.
JF
estás convidado a dar um workshop sobre o assunto.
Eu acho que é uma questão de cavalheirismo. Leva pra comer um cachorro-quente, mas seja gentil. Até porque, quando a gente está mesmo interessada, até água mineral sem gelo toma-se, feliz da vida.
Você está certíssimo, romantismo não pode morrer e isso nada tem a ver com a conta do restaurante.
bj
Me conquistou no primeiro post que li, já estou te adicionando e voltarei mais vezes.
Puxa, Luciana, obrigada! Venha sempre e comente sempre. bj
Clau
Sabe que esse post me fez pensar? Em quantas vezes eu mesma quase rolei no chão na disputa pela conta - você se lembra? Foi ANTES do Curso de Penny. Acho que a questão aqui, como você muito bem colocou, não é a conta em si, mas a refração desssa sua amiga querida em ser impressionável. Do jeito que a coisa anda, é pra impressionar sim um moço que escolhe um bom restaurante, oferece um bom papo e ainda paga a conta. Assim como é pra impressionar o dinheirão que a mulherada gasta pra se arrumar e sair com um moço pra jantar. Vamos fazer uma campanha IMPRESSIONISTA: as pessoas serão mais felizes se elas se esforçarem para e se deixarem impressionar. Beijos beijos querida.
Mas não é isso uma das coisas que movem o mundo, o desejo de impressionar alguém? Nossos pais, nossos filhos, nossos amigos, nossos parceiros e até gente de que não gostamos.
É tão bom ver que alguém quer nos impressionar pelo bom sentido! Significa que valemos o esforço.
beijo
Acho que o mundo está extremamente prático e imediatista...
e perde-se o romantismo muito rápido...
CASPITA!
ai, Vivi, também acho... e pior é que nós mesmas estamos deixando que se perca em vez de nos esforçarmos para que ele se reaviva.
beijo
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial