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domingo, junho 02, 2013

Qualquer coisa que você precisar, tô aqui. Aqui onde?

Quantas vezes você teve um problema, qualquer que seja ele, e escutou uma enxurrada de "qualquer coisa que precisar, tô aqui" ou "se precisar de alguma coisa me chama" ou a variação que eu acho um show de antipatia "qualquer coisa me liga, me fala, me manda um sinal de fumaça..."

A intenção é sempre boa, mas na maior parte das vezes não passa de intenção, muitas vezes longínqua, tão longínqua que você pode estar morrendo que nem cogitará pedir ajuda a essas pessoas. Simplesmente porque disponibilidade não pode ser abstrata. Tem de ser concreta, real, traduzida em atos.

Sua amiga mora sozinha e adoeceu. Não passa pela sua cabeça que ela não tem ninguém para preparar uma comidinha para ela, ou mesmo levar pronta, já que ela não tem coragem nem mesmo de pegar o telefone e pedir? Vá até a casa dela e faça isso. Ajude-a a comer, verifique se ela está bem. Sua outra amiga está se achando a maior baranga do universo seja lá porque motivo, talvez só de ouvir a sua voz ou de saber que você está do outro lado da linha escutando ela falar hoooorassss de como ela está se sentindo a faça menos triste. Seu amigo perde alguém querido da família, pegue o carro e vá ao velório ou ao sepultamento - não preciso mencionar que a frase "detesto velório/enterro/hospital" é uma das mais imbecis do mundo, né? Me diga alguém que goste. Que acorde no sábado de manhã e pense: oba, hoje tenho um enterro que vai ser o máximo! Nem vou discorrer sobre o famoso "não tenho estrutura para..." porque isso é o suprassumo do egoísmo.

Me fala se precisar de alguma coisa, desde que não seja bem na hora da minha manicure, ou que eu não tenha de me esforçar para fazê-lo, que eu não precise perder a novela, nem carregar peso. Muito menos guardar um segredo cabeludo. Quantas vezes nós não fizemos precisamente isso?

Geralmente nossos amigos não esperam que resolvamos o problema, eles não estão depositando isso em nossas costas. Mas faz uma diferença danada saber que alguém se importa o suficiente para dedicar um tantinho do seu tempo, escasso como o de todo mundo atualmente, para te confortar ou te ajudar ou ao menos te escutar reclamar e chorar sem ficar fazendo avaliações complexas ou apontando do dedo "faça isso ou faça aquilo". Ou mesmo arregaçar as mangas e te ajudar fisicamente. Seu amigo mora sozinho, não tem família perto, é hospitalizado, que tal se oferecer para ir até a casa dele colocar comida pro gato, ou cuidar do seu cachorro enquanto ele se recupera? Dá trabalho, claro, você vai ter de sair da sua casa e ir até a casa dele para fazer isso, no trânsito belezinha de São Paulo então, é uma maravilha, mas seu amigo não vale o esforço? E se fosse com você?

É tão bom saber que temos amigos que se dispõem a nos aturar na alegria e na chatice, que a retribuição a esse amor deve ser sempre passá-lo pra frente.

4 Comentários:

Anonymous Rosana disse...

Também acho o fim falar que não vai porque detesta hospital, etc., só acha bom o oba-oba de festa? E tem tanta coisa mais que a gente pode fazer, se oferecer pra buscar os catarrentos na escolinha, passar no mercado, acompanhar na consulta...

5:06 PM  
Anonymous vivi disse...

Lindo!

11:32 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Oh...já me vi nos dois lados!
E como é verdade, ne?

Nana2

9:40 AM  
Blogger Cláudia disse...

Sim, a gente faz isso e nem percebe, Nana... bjs

5:21 PM  

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