Fases da vida
Ontem encerrei uma fase importante da minha vida: vendi meu apartamentinho de praia no Guarujá.
O apê foi comprado com um argumento infalível do meu ex-marido, na época ainda não ex: de que desceríamos juntos, eu, ele e Bela, ao menos uma vez por mês. Para relaxar, ficar junto, curtir nossa filha, ver filme no DVD, enfim, fazer nada juntos.
Apartamento comprado, reforma feita, decoração com motivos marinhos terminada. E eis que casamento afundando (tudo relacionado a mar, no final) fez com que o propósito da existência do Guarujá fosse outro.
Era para lá que eu ia com a Bela para tentar fazer com que ela não sentisse tanto a ausência do pai na nossa casa e nas nossas vidas. Era para lá que eu ia quando a solidão aqui em São Paulo se tornava tão insuportável que eu só queria fugir.
Então eu pegava o meu carro e descia a serra. Quase sempre ouvindo Elvis. E quando eu passava de Cubatão, no trecho da estrada em que a pista vai em direção à serra, à uma montanha que parece uma parede, e faz a curva para a direita, eu me sentia tão acolhida... Como se ali na praia, perto do mar, nada de mal pudesse me acontecer.
Era meu refúgio, meu santuário.
O tempo passou, Bela cresceu e resolveu que não gosta mais de praia. Eu fui me recuperando do baque. Passei a ir cada vez menos, mas ainda assim, por mais que racionalmente eu soubesse que não havia mais porquê mantê-lo, eu não conseguia me desfazer dele.
O tempo continuou passando. E o meu refúgio voltou a ser o que ele era antes: um apartamento de praia lindinho, agradável, gostoso de usar. Tirei o peso dos meus ombros e dos dele também!
Apesar de saber que sentirei falta de saber que ele existe e está ali para mim, não foi doloroso vendê-lo. Ao contrário, como quem comprou foi o pai da minha amiga, foi como se eu tivesse entregado para alguém que vai cuidar como eu cuidava. Gostar como eu gostava.
Ali vivi dias alegres, em companhia da Isabela na praia, vendo TV à noite, indo ao cinema juntas. Ali vivi dias muito tristes em que achei que nunca acabariam.
Ontem me despedi dele. Não com tristeza, só com saudades, mas sabendo que o papel dele na minha vida já passou.
O apê foi comprado com um argumento infalível do meu ex-marido, na época ainda não ex: de que desceríamos juntos, eu, ele e Bela, ao menos uma vez por mês. Para relaxar, ficar junto, curtir nossa filha, ver filme no DVD, enfim, fazer nada juntos.
Apartamento comprado, reforma feita, decoração com motivos marinhos terminada. E eis que casamento afundando (tudo relacionado a mar, no final) fez com que o propósito da existência do Guarujá fosse outro.
Era para lá que eu ia com a Bela para tentar fazer com que ela não sentisse tanto a ausência do pai na nossa casa e nas nossas vidas. Era para lá que eu ia quando a solidão aqui em São Paulo se tornava tão insuportável que eu só queria fugir.
Então eu pegava o meu carro e descia a serra. Quase sempre ouvindo Elvis. E quando eu passava de Cubatão, no trecho da estrada em que a pista vai em direção à serra, à uma montanha que parece uma parede, e faz a curva para a direita, eu me sentia tão acolhida... Como se ali na praia, perto do mar, nada de mal pudesse me acontecer.
Era meu refúgio, meu santuário.
O tempo passou, Bela cresceu e resolveu que não gosta mais de praia. Eu fui me recuperando do baque. Passei a ir cada vez menos, mas ainda assim, por mais que racionalmente eu soubesse que não havia mais porquê mantê-lo, eu não conseguia me desfazer dele.
O tempo continuou passando. E o meu refúgio voltou a ser o que ele era antes: um apartamento de praia lindinho, agradável, gostoso de usar. Tirei o peso dos meus ombros e dos dele também!
Apesar de saber que sentirei falta de saber que ele existe e está ali para mim, não foi doloroso vendê-lo. Ao contrário, como quem comprou foi o pai da minha amiga, foi como se eu tivesse entregado para alguém que vai cuidar como eu cuidava. Gostar como eu gostava.
Ali vivi dias alegres, em companhia da Isabela na praia, vendo TV à noite, indo ao cinema juntas. Ali vivi dias muito tristes em que achei que nunca acabariam.
Ontem me despedi dele. Não com tristeza, só com saudades, mas sabendo que o papel dele na minha vida já passou.
4 Comentários:
Que triste!
Paulo, já foi bem triste, agora não é mais não.
Clau,
Leve, amiga. A gente tem que caminhar por essa vida, leve, sem excesso de bagagem.
Beijão, querida. Queria estar lá com você amanhã.
JU...
Essa é a melhor descoberta. De que tudo na nossa vida é transitório!
Beijo amiga, e obrigada pelos momentos super legais que passei lá no Guarujento com você!
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