O sapato
Eu tinha um sapato da Jackie Usava que eu adorava. Além de lindo, elegante e combinar com tudo, era super confortável. Bico quadrado, saltos altos, porém um pouco grossos, era perfeito para sair para dançar, para trabalhar, para ir à feira, para fazer aula de body combat, enfim, pra tudo!
Nem preciso dizer que o sapato se acabou, claro, de tanto que usei. Desde então, empenho-me em encontrar um que cumpra o mesmo papel.
Cada vez que entro em uma sapataria, procuro por algo assim. Igual ao que eu tinha. De preferência, até de verniz, tal e qual aquele era.
Vejo vários: um não me agrada o bico, outro não me agrada a grossura ou finura do salto, outro não me agrada o tamanho do salto em si. Nenhum deles me agrada porque nenhum deles é o sapato anterior. E na busca pelo substituto clone do meu sapato, acabo desprezando todos os demais, que não têm nem mesmo chance de parar no meu pé para eu ver o que eu acho.
Esse tipo de substituição nunca dá certo. Nem com sapatos, nem com amores. Tentar reproduzir o que se tinha com alguém é meio caminho para o fracasso. Na busca pelas características que pertencem apenas ao dono delas, desprezam-se outras que poderiam agradar imensamente, mas que nem sequer têm a oportunidade de se manifestar.
Fica-se sem o sapato, pois aquele não existe mais.
Fica-se sem o amor, porque é impossível reproduzir um relacionamento em outro.
E fica-se sem saber também se, ainda que fosse possível, o sapato me agradaria tanto quanto me agradou anos atrás.
Nem preciso dizer que o sapato se acabou, claro, de tanto que usei. Desde então, empenho-me em encontrar um que cumpra o mesmo papel.
Cada vez que entro em uma sapataria, procuro por algo assim. Igual ao que eu tinha. De preferência, até de verniz, tal e qual aquele era.
Vejo vários: um não me agrada o bico, outro não me agrada a grossura ou finura do salto, outro não me agrada o tamanho do salto em si. Nenhum deles me agrada porque nenhum deles é o sapato anterior. E na busca pelo substituto clone do meu sapato, acabo desprezando todos os demais, que não têm nem mesmo chance de parar no meu pé para eu ver o que eu acho.
Esse tipo de substituição nunca dá certo. Nem com sapatos, nem com amores. Tentar reproduzir o que se tinha com alguém é meio caminho para o fracasso. Na busca pelas características que pertencem apenas ao dono delas, desprezam-se outras que poderiam agradar imensamente, mas que nem sequer têm a oportunidade de se manifestar.
Fica-se sem o sapato, pois aquele não existe mais.
Fica-se sem o amor, porque é impossível reproduzir um relacionamento em outro.
E fica-se sem saber também se, ainda que fosse possível, o sapato me agradaria tanto quanto me agradou anos atrás.
5 Comentários:
Sobre sapatos, vou dizer só uma coisa: tenho um mocassim bege, bico quadrado, salto quadrado, alto, que deve ser irmão do seu. Apegada que sou, não joguei o meu fora. Que me vê com ele deve pensar "puxa, coitadinha da Ju..., tá maus mesmo". Já até comprei outros para substituir (mais de um), mas não é a mesma coisa.
Já sobre amores, vou fazer uso da Quinta Emenda e me abster de comentar, tá?
JU...
Todo mundo tem uma sapato dos sonhos... adorei a comparação com amor!
Minha sugestão é que você procure um sapato completamente diferente daquele. Experimente, vista, dê uns passos com ele e veja como seu pé se espalha ou não!
Ainda bem que tem quem segure sua bolsa e guarde lugar na fila enquanto você procura "o" sapato.
Beijos. Rosana.
É dificil achar um amor no mesmo número, no mesmo modelo...mas se fossem todos iguais, que graça teria?
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial