Tão burrinha...
Vivemos num mundo masculino, é uma constatação. E de homens que se acham muito mais inteligentes e capazes do que qualquer ser que pinte as unhas e use rímel e batom. Aliás, já cheguei à conclusão que muitos homens acham que o esforço de fazer uma escova nos cabelos e andar de salto alto é tamanho que nós mulheres não temos mais capacidade de fazer outra coisa na vida.
Especialmente pensar.
Hoje eu tive de bater boca com dois representantes do sexo masculino, ambos criadores de programas de computador específicos para a minha empresa.
Fornecedor 1 - para calcular o preço dos produtos
- oi, tudo bem?
- tudo...
- então, estou com um problema no cálculo automático da mão-de-obra. Está dando distorção (pela terceira vez, talvez)de uma numeração para outra no mesmo produto. Acontece x, y, z.
- olha, veja bem, Cláudia. Este é um programa padrão, e o cálculo da mão-de-obra é vinculado ao preço do tecido: quanto mais caro, mais cara a mão-de-obra.
- não necessariamente. Há produtos que consomem mão-de-obra absurda cujo custo de tecido é irrisório.
- olha, veja bem, é como fabricar biscoito: tem o biscoito de morango, o de chocolate... cada um com um custo e a mão-de-obra também é proporcional.
- biscoito tem tamanho 2, 4, 6, 8 etc? Não. Então, pra biscoito, o programa não vai distorcer.
- olha, veja bem, é como o leite condensado e o creme de leite etc e tal (mesma resposta, também não tem leite condensado tam 2, 4, 6, 8...).
- não, já tentei, e não dá certo, uma coisa tem de ser desvinculada da outra.
- então me passa uma relação dos produtos que vc quer calcular para eu fazer uma média a ser aplicada automaticamente na fórmula, Cláudia - já impaciente o moço.
- não dá. São vários produtos, o tempo todo. Não posso toda vez ficar te fazendo uma relação do que é, do que vai na roupa, dos tamanhos, não tenho tempo pra isso.
E a distorção de um tamanho pro outro vai continuar.
- mas se diminuir a porcentagem de acordo com o mercado...
- a distorção continua, porque é do programa que você criou e mesmo que a margem de lucro seja de 1%, vai continuar distorcendo, em números relativos.
- entao é melhor você calcular no geral, depois dividir pelo número de peças, dar uma puxadinha daqui e dali pra ajustar, ver o que vc acha que vai ficar adequado, tirar daqui, botar ali...
Gente, eu tô sendo chata demais de achar que se fosse pra eu dar uma puxadinha aqui outra ali, uma ajeitada acolá e um gato do lado de cá, eu não precisava de um programa de computador específico???
Fornecedor 2 - para controlar estoque
(depois de horas de debate com minha sócia, eis que o mocinho 2 vem falar comigo no telefone)
- Leonardo, eu não quero saber quem comprou o quê no colégio, eu quero somente a quantidade global.
- Cláudia, você precisa é de um treinamento pra aprender a usar o programa. Na verdade, você é que tá fazendo tudo errado. Funciona assim, assim, assado, você faz isso, isso aquilo, e blá blá blá blá...
5 minutos ininterruptos o moço falando, e nem ajudava o fato dele ter sotaque de gaúcho. Histérico, não parava nem pra respirar. Muito menos pra me deixar explicar qual era a minha dificuldade e o que não era adequado no programa.
- entendeu, Cláudia?
- entendi, claro. Podemos agora voltar ao ponto inicial, ou seja eu não quero saber quem comprou o quê no colégio, eu quero somente a quantidade global.
- ahhh... tá....
Homens!
Especialmente pensar.
Hoje eu tive de bater boca com dois representantes do sexo masculino, ambos criadores de programas de computador específicos para a minha empresa.
Fornecedor 1 - para calcular o preço dos produtos
- oi, tudo bem?
- tudo...
- então, estou com um problema no cálculo automático da mão-de-obra. Está dando distorção (pela terceira vez, talvez)de uma numeração para outra no mesmo produto. Acontece x, y, z.
- olha, veja bem, Cláudia. Este é um programa padrão, e o cálculo da mão-de-obra é vinculado ao preço do tecido: quanto mais caro, mais cara a mão-de-obra.
- não necessariamente. Há produtos que consomem mão-de-obra absurda cujo custo de tecido é irrisório.
- olha, veja bem, é como fabricar biscoito: tem o biscoito de morango, o de chocolate... cada um com um custo e a mão-de-obra também é proporcional.
- biscoito tem tamanho 2, 4, 6, 8 etc? Não. Então, pra biscoito, o programa não vai distorcer.
- olha, veja bem, é como o leite condensado e o creme de leite etc e tal (mesma resposta, também não tem leite condensado tam 2, 4, 6, 8...).
- não, já tentei, e não dá certo, uma coisa tem de ser desvinculada da outra.
- então me passa uma relação dos produtos que vc quer calcular para eu fazer uma média a ser aplicada automaticamente na fórmula, Cláudia - já impaciente o moço.
- não dá. São vários produtos, o tempo todo. Não posso toda vez ficar te fazendo uma relação do que é, do que vai na roupa, dos tamanhos, não tenho tempo pra isso.
E a distorção de um tamanho pro outro vai continuar.
- mas se diminuir a porcentagem de acordo com o mercado...
- a distorção continua, porque é do programa que você criou e mesmo que a margem de lucro seja de 1%, vai continuar distorcendo, em números relativos.
- entao é melhor você calcular no geral, depois dividir pelo número de peças, dar uma puxadinha daqui e dali pra ajustar, ver o que vc acha que vai ficar adequado, tirar daqui, botar ali...
Gente, eu tô sendo chata demais de achar que se fosse pra eu dar uma puxadinha aqui outra ali, uma ajeitada acolá e um gato do lado de cá, eu não precisava de um programa de computador específico???
Fornecedor 2 - para controlar estoque
(depois de horas de debate com minha sócia, eis que o mocinho 2 vem falar comigo no telefone)
- Leonardo, eu não quero saber quem comprou o quê no colégio, eu quero somente a quantidade global.
- Cláudia, você precisa é de um treinamento pra aprender a usar o programa. Na verdade, você é que tá fazendo tudo errado. Funciona assim, assim, assado, você faz isso, isso aquilo, e blá blá blá blá...
5 minutos ininterruptos o moço falando, e nem ajudava o fato dele ter sotaque de gaúcho. Histérico, não parava nem pra respirar. Muito menos pra me deixar explicar qual era a minha dificuldade e o que não era adequado no programa.
- entendeu, Cláudia?
- entendi, claro. Podemos agora voltar ao ponto inicial, ou seja eu não quero saber quem comprou o quê no colégio, eu quero somente a quantidade global.
- ahhh... tá....
Homens!
6 Comentários:
Sutilezas, darling, eles não notam as árvores, só a floresta.
Bjs. Rosana.
odeio ser tratada como idiota, principalmente quando eu sei exatamente o que estou falando... aaaaaargh!
"perdoe-lhes, eles não sabem o que fazem".... quase sempre...
Odeio isso. Dá vontade de morrer!
"Homens" é uma merda mesmo... são TODOS assim!
Linha
Cláudia, tudo "ainda" é uma questão de ponto de vista, a fora da simulação não está errada, pois todo produto quer queira ou não, deve carregar o custo que lhe é devido. Neste caso, (voltando a fazer a comparação daqueles produtos citados) o que pode variar (e deve) é a margem de lucro aplicada x preço condizente do mercado. Quando o produto carrega maior volume de custos + a margem de lucro aplicada, resulta em preço incondizente ao mercado, deve-se diminuir a margem de lucro, infelizmente, para se aproximar ao preço final do mercado.
Enfim, o que nós fizemos (no final das contas) foi diluir o custo da mão-de-obra na "linha" dos produtos encomendada (o que tb. não está errada, faltando apenas mecanizar/automatizar o processo/simulador). Se assim, o considerar como viável, farei uma reforma no simulador.
Abraço.
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