Last night a DJ saved my life... or Looking for the perfect beat
Volta e meia eu tenho esses surtos e desando a falar de música eletrônica. Não que eu seja uma expert, é apenas por gosto mesmo. Como já disse uma vez, a linguagem das pistas é uma linguagem universal.
É que hoje de manhã eu tava ouvindo um programa que eu adoro ouvir, no rádio, o Energia na Véia, só de flashbacks. O programa é bem legal, se você conseguir aturar o locutor que fala feito uma matraca e se acha o mais engraçado, o mais de tiradas boas, o mais cool e o mais articulado. Bem, vamos combinar aqui que todos os locutores acham isso de si mesmos, mas é que alguns disfarçam bem.
Voltando ao programa, já observei que, quando o DJ convidado é um cara na faixa dos 40, o set dele é bem melhor. Explico: todos os dias vai um DJ convidado ao programa, tocar uma seqüência de 3 ou 4 músicas escolhidas por ele. Acontece que, quando o cara é novinho, tem uns 20 anos (gente, eu já cheguei na idade de achar que 20 anos é novinho, prepara a forca pra eu me pendurar tão logo termine este post!), ele toca músicas dos anos 80 e 90, mas nem todas foram grandes sucessos de pista.
Já quando o cara é velhaco, ele sabe exatamente o que incendiava as pistas há 15 ou 20 anos, porque era ele quem estava na cabine do DJ na ocasião. E o set é de colocar o volume do rádio no máximo e cantar alto dentro do carro, dançando de preferência.n Coisa mais brega, diria a Isabela.
Acabo me lembrando dos meus velhos tempos de namorada de DJ. Numa época em que não havia internet, TV a cabo, MTV, e conseguir uma Billboard - a bíblia da música, que ranqueava as músicas mais tocadas nos EUA e na Inglaterra - era tão difícil como tirar um visto americano hoje (tudo isso rolou pouco depois do advento da energia elétrica, da água encanada e do fogão a gás), saber o que estava tocando por aí era uma aventura. Quando se sabia que o DJ de uma determinada casa noturna tinha viajado para o Rio de Janeiro (porque lá existiam as lojas de discos de vinil importados, um must), ou para os Estados Unidos, olha só!, fatalmente meu namorado me arrastava até lá para ver o que o cara estava tocando, o que tinha de novidade, e ficávamos lá, analisando o impacto da música no povo na pista.
Por isso que eu digo sempre: dou o maior valor a um bom DJ. Dois DJs diferentes, com os mesmos discos em mãos, são capazes de acabar com uma noite ou fazê-la ser animada até o amanhecer. Se a festa acabou cedo e não foi falta de bebida ou o síndico reclamando do barulho, pode contar que foi a inabilidade do DJ que tocou as pessoas de lá.
Não é só uma questão de colocar o disco pra tocar. De fazer uma seqüência de músicas rápidas para dançar. É muito mais que isso: é uma questão de feeling - por mais batida que esta expressão possa estar, não consigo pensar em outra para descrever. É deixar a música penetrar no seu espírito. É se envolver com as batidas, com as nuances dos compassos, com a vibração que vem da pista.
Feel the beat, feel the beat in me.
Eu me lembro das minhas aulas de DJ, quando meu namorado - que depois virou noivo, depois marido, depois ex-marido e paramos por aí - colocava os fones no meu ouvido e tentava me ensinar a mixar. Sinta a música. Preste atenção no compasso, veja a diferença entre as batidas. Deixe o tum tum tum entrar no seu coração e só então mixe uma música na outra. No momento perfeito, na batida ideal.
Looking for the perfect beat.
Assim eu fazia. E parecia que um tropel de cavalos desgovernados tomava conta do ambiente, tamanha a falta de coordenação entre tudo isso. Coitado, ele desistiu de me transformar numa versão feminina do Tiesto depois de muito tentar, brigar, explicar. Meu negócio era só dançar.
É por tudo isso que dou o maior valor a um bom DJ (apesar de ter verdadeira ojeriza ao gueto) e acho mesmo que é merecido o fato de alguns deles serem recebidos como ídolos da música. São como intérpretes das batidas que parecem sempre tão iguais. Nas mãos deles, elas deixam de ser iguais, continuam parecidas, mas formam uma curva ascendente.
Você planeja sair da pista. Aí entra a outra música e você pensa: só mais esta e eu vou embora. Depois mais outra e mais umazinha. Uma força maior te faz ficar lá, dançando, quando nem seus pés agüentam mais.
Os problemas, as chateações, o cansaço, tudo fica pra depois. Depois que você chega em casa exausta, louca por um banho, por um comprimido de Dorflex e sua cama macia. Somente no dia seguinte eles tomam forma novamente.
Last night a DJ saved my life from a broken heart.
É que hoje de manhã eu tava ouvindo um programa que eu adoro ouvir, no rádio, o Energia na Véia, só de flashbacks. O programa é bem legal, se você conseguir aturar o locutor que fala feito uma matraca e se acha o mais engraçado, o mais de tiradas boas, o mais cool e o mais articulado. Bem, vamos combinar aqui que todos os locutores acham isso de si mesmos, mas é que alguns disfarçam bem.
Voltando ao programa, já observei que, quando o DJ convidado é um cara na faixa dos 40, o set dele é bem melhor. Explico: todos os dias vai um DJ convidado ao programa, tocar uma seqüência de 3 ou 4 músicas escolhidas por ele. Acontece que, quando o cara é novinho, tem uns 20 anos (gente, eu já cheguei na idade de achar que 20 anos é novinho, prepara a forca pra eu me pendurar tão logo termine este post!), ele toca músicas dos anos 80 e 90, mas nem todas foram grandes sucessos de pista.
Já quando o cara é velhaco, ele sabe exatamente o que incendiava as pistas há 15 ou 20 anos, porque era ele quem estava na cabine do DJ na ocasião. E o set é de colocar o volume do rádio no máximo e cantar alto dentro do carro, dançando de preferência.n Coisa mais brega, diria a Isabela.
Acabo me lembrando dos meus velhos tempos de namorada de DJ. Numa época em que não havia internet, TV a cabo, MTV, e conseguir uma Billboard - a bíblia da música, que ranqueava as músicas mais tocadas nos EUA e na Inglaterra - era tão difícil como tirar um visto americano hoje (tudo isso rolou pouco depois do advento da energia elétrica, da água encanada e do fogão a gás), saber o que estava tocando por aí era uma aventura. Quando se sabia que o DJ de uma determinada casa noturna tinha viajado para o Rio de Janeiro (porque lá existiam as lojas de discos de vinil importados, um must), ou para os Estados Unidos, olha só!, fatalmente meu namorado me arrastava até lá para ver o que o cara estava tocando, o que tinha de novidade, e ficávamos lá, analisando o impacto da música no povo na pista.
Por isso que eu digo sempre: dou o maior valor a um bom DJ. Dois DJs diferentes, com os mesmos discos em mãos, são capazes de acabar com uma noite ou fazê-la ser animada até o amanhecer. Se a festa acabou cedo e não foi falta de bebida ou o síndico reclamando do barulho, pode contar que foi a inabilidade do DJ que tocou as pessoas de lá.
Não é só uma questão de colocar o disco pra tocar. De fazer uma seqüência de músicas rápidas para dançar. É muito mais que isso: é uma questão de feeling - por mais batida que esta expressão possa estar, não consigo pensar em outra para descrever. É deixar a música penetrar no seu espírito. É se envolver com as batidas, com as nuances dos compassos, com a vibração que vem da pista.
Feel the beat, feel the beat in me.
Eu me lembro das minhas aulas de DJ, quando meu namorado - que depois virou noivo, depois marido, depois ex-marido e paramos por aí - colocava os fones no meu ouvido e tentava me ensinar a mixar. Sinta a música. Preste atenção no compasso, veja a diferença entre as batidas. Deixe o tum tum tum entrar no seu coração e só então mixe uma música na outra. No momento perfeito, na batida ideal.
Looking for the perfect beat.
Assim eu fazia. E parecia que um tropel de cavalos desgovernados tomava conta do ambiente, tamanha a falta de coordenação entre tudo isso. Coitado, ele desistiu de me transformar numa versão feminina do Tiesto depois de muito tentar, brigar, explicar. Meu negócio era só dançar.
É por tudo isso que dou o maior valor a um bom DJ (apesar de ter verdadeira ojeriza ao gueto) e acho mesmo que é merecido o fato de alguns deles serem recebidos como ídolos da música. São como intérpretes das batidas que parecem sempre tão iguais. Nas mãos deles, elas deixam de ser iguais, continuam parecidas, mas formam uma curva ascendente.
Você planeja sair da pista. Aí entra a outra música e você pensa: só mais esta e eu vou embora. Depois mais outra e mais umazinha. Uma força maior te faz ficar lá, dançando, quando nem seus pés agüentam mais.
Os problemas, as chateações, o cansaço, tudo fica pra depois. Depois que você chega em casa exausta, louca por um banho, por um comprimido de Dorflex e sua cama macia. Somente no dia seguinte eles tomam forma novamente.
Last night a DJ saved my life from a broken heart.
7 Comentários:
"Hei, DJ, just play the song, keep me dancing...all night long". Ou coisa que o valha.
XX, Rosana.
Hei, mr dj, let the music playing all night long!!!
Primeiro: A forca está preparada.... 20 anos... bebê...
Segundo: A frase perfeita pra noite perfetia: "Só mais essa e vou embora!"
Terceiro: Ainda com relação à forca, acho que estou mesmo velha, pois essa technera de hoje não mais me faz pensar a famosa e boa frase acima...Tem o efeito contrário...
Beijo
Então, Tati, divido a minha com vc, quer?
Sobre a technera, tem mta musica chata mesmo, algumas insuportáveis. Mas também tem muita coisa boa. Como sempre foi, aliás. E é por isso que eu acho que o dj faz toda a diferença numa hora dessas.
beijos
Adorei!! Me identifico super com o sentimento, nada como um bom DJ.
To precisando de uma noite dessas...
mc
me2. Muito...
beijo
Sou do Rock.
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