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terça-feira, agosto 21, 2007

Ah! as novelas...

Olha eu aqui de novo falando das novelas. Mal é claro, senão não teria a menor graça. Não pensem que eu não gosto de novelas, muito pelo contrário, acho novela uma coisa muito legal, não é à toa que assisto, mesmo sem a devida continuidade. São sempre cheia de incongruências, mas se não fossem, que graça teria? Mundo real a gente já tem no Jornal Nacional.

Hoje o assunto é a novela das sete, Sete Pecados. Ótima, por sinal, escrita pelo Walcyr Carrasco, um autor que eu adoro. Tudo bem que tá lá o Eric Marmo, que depois de tantos anos ainda não aprendeu a representar, e pior, não tá sabendo envelhecer também. Tá, vai lá, tem a Gabriela Duarte no papel de chata e o Marcelo Novaes no papel de garotão - ele já fez 50? E a Cláudia Raia fazendo papel de Cláudia Raia. Em compensação tem tantos outros artistas bons, que acabam anulando os canastras de sempre.

Alguns personagens são muito bem caracterizados. A Clarice bonitinha meio cafona de Giovanna Antonelli tem tudo a ver com uma mulher do subúrbio que faz doces pra fora, casada com um motorista de táxi. Que vem a ser o Gianechini, e eu nunca vi um motorista de táxi com essa estampa toda, mas como eu já disse, é novela. A Elvira, da Nivea Stelman, também é bem convincente, vendedora de cosméticos que vive com maquiagem carregada e sonha em se casar.

Gracinha mesmo é o casal Romeu e Juju, vividos por Ari Fontoura e Nicete Bruno. Ele, milionário solitário, resolve contratar detetive para localizar seu grande amor da juventude, a mocinha que ele nunca esqueceu. A detetive a encontra: viúva, morando com o filho e netos em Ermelino Matarazzo.

Cansado das pessoas se aproximarem dele por causa do dinheiro que tem, Romeu resolve procurar Juju disfarçado de pobre. Para isso, pede emprestada, aluga, sei lá, a casa do seu jardineiro, que promete guardar segredo. E assim ele se aproxima de Juju e começam um romance que deveria ter acontecido anos e anos atrás.

Acontece que o filho malvado da Juju não quer a mãe envolvida com um pobretão - e tome Édipo!!! - e, fracassadas as tentativas de afastar os dois pombinhos arrulhantes da terceira idade, decide internar a mãe em uma casa de repouso e lá mantê-la, dopada. Romeu descobre, resgata Juju com a ajuda da detetive e do jardineiro amigo, e a leva para um caríssimo hospital para que seja desintoxicada. E é aí que Juju fica sabendo que ele é podre de rico.

E dá um pé na bunda do pobre não tão pobre, na verdade milionário, Romeu, indignada por ele ter mentido.

Gente, na boa, onde mais isso poderia acontecer a não ser numa novela? A nêga ficou indignada como se ele tivesse dito que na verdade era o Chico Picadinho. Puta da vida porque a correntinha que ele tinha dado pra ela era de ouro e não de bijou. Oh, Deus! Quando todos os problemas poderiam ser resolvidos, afinal de contas o interesseiro do filho não ia mais criar caso ao saber que Romeu é rico, eis que Juju dá um piti e deixa Romeu a ver navios, desiludida com a possibilidade de nunca mais na vida ter de esfregar um banheiro ou passar uma pilha de roupa.

Novela, gente, novela. Felizmente são assim, cheias de assuntos para muitos posts!

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