Periscopiando

Ando obcecada por pescoços ultimamente. Não apenas o meu. Outro dia saiu numa revista feminina uma matéria com o título: Cuide do seu pescoço ou ele um dia se voltará contra você.

É verdade. Fui assistir ao filme Sem reservas, com a Catherine Zeta-Jones. Vamos combinar que aquela mulher é linda, e eu só conseguia reparar no seu pescoço, mais envelhecido que o rosto.

Mas não é por isso que ando focada em pescoços. Já tem um certo tempo que isso vem me chamando atenção e concentrando meus esforços de beleza. Eu sou bem vaidosa, e também bem preguiçosa, mas de uns tempos pra cá não pulo um único banho sem massagear o pescoço com creme. Antes eu dava uma passadinha, agora eu capricho mais que no próprio rosto.

Adoro, por exemplo, tomar banho imediatamente antes de dormir, sair do chuveiro pelando, me secar e TCHOFT! me enfiar embaixo de uma pilha de cobertores/edredons em seguida, dispensando o ritual dos cremes: um pro rosto, um pro corpo, outro pros pés.

Uma delícia! Acontece que não dá mais pra fazer isso sem passar um creminho no pescoço, senão não consigo relaxar, fico achando que ele está ficando enrugado, igual à madrasta da Branca de Neve quando vira a bruxa da maçã.

Olha, eu nem faço o estilo pescoçuda, aquelas mulheres de pescoço longilíneo, com porte chique de girafa, que colocam uma correntinha e ficam um show. Meu pescoço é pescoço de gorduchinha, manja? Com aquele queixinho duplo pra ajudar.

Será que é TOC, como diz o Gastón?

Será que vou ficar velhinha, com o rosto estilo maracujá de gaveta e pescoço liso e sedoso como um pêssego, fazendo um contraste às avessas, já que o mais comum é o rosto lisérrimo e o pescoço cheio de pele pendurada?

Ou será que daqui a pouco essa frescura toda passa e eu volto a me lembrar do meu pescoço só quando tiver torcicolo?