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sexta-feira, outubro 26, 2007

Lenda urbana

Hoje em dia os boatos e as lendas urbanas se espalham com incrível facilidade. Ou mesmo coisas que não são boatos nem fofocas, como o filme Tropa de Elite, que se alastrou internet afora em questão de poucos dias.

Basta criar um email convincente, espalhar para os amigos que irão espalhar para os outros amigos e pronto!, está feito o rastro de pólvora! Disseminar uma história por aí atualmente não é tarefa das mais difíceis. Se o email cair nas mãos do meu pai, então, pode contar com a eficiência do maior spammer de todos os tempos!

Acontece que nada disso existia nos anos 70/80. Nem email, nem msn, nem orkut. Ou melhor, nós até tínhamos um precursor do orkut, que eram aqueles cadernos que circulavam pela sala de aula com as perguntas, lembra? Na primeira página vinha uma lista de perguntas numeradas e cada pessoa respondia em uma página inteira só pra si, colocando apenas a numeração e as respostas na frente. A diversão era ficar lendo o que o outro escrevia. É ou não é o avô do orkut?

Bem, como eu ia dizendo, até telefone nessa época era difícil, porque celular não tinha, telefone em casa era um só e nem tinha esse monte de extensões que temos hoje, porque era uma fortuna cada extensão que se tinha em casa. O telefone ficava na sala, ou numa mesinha especial pra telefones, que consistia em mesa acoplada com uma espécie de poltroninha, com assento de palhinha ou de veludo, formando uma única peça. O grito da moda em matéria de decoração - sim, dava vontde de sair gritando ao ver aquilo, tamanho o mau gosto.

Tô dispersando né? Mas tudo isso é pra dizer que, nessa época em que as comunicações eram precárias, surgiu a maior lenda urbana de todos os tempos:

A LOIRA DO BANHEIRO!!!

A Loira do Banheiro (a partir de agora denominada LB) era uma mulher morta, loira e cadavérica, com dois algodõezinhos no nariz. Sim, afinal de contas, ela era um cadáver ambulante, então tinha de ter os algodões no nariz. Eu sempre achei que ela habitava apenas os banheiros femininos dos colégios (a LB era onipresente, aparecia em tudo quanto era escola, do Oiapoque ao Chuí), mas depois descobri que ela também dava as caras nos masculinos.

Por conta da existência indubitável da LB, menina alguma tinha coragem de ir sozinha ao banheiro. Aliás, para matar uma coleguinha de pavor, bastava largar ela sozinha no banheiro, ou ameaçar fazê-lo quando ela estava bem ali no meio dos trabalhos. Batia o desespero na pobre e era capaz dela sair correndo dali sem limpar o bumbum. Um amigo meu tem uma teoria de que vem daí o fato das mulheres sempre irem juntas ao banheiro e nunca sozinhas, do trauma da LB adquirido na infância.

A LB é uma verdade universal. Em toda parte do país ela é conhecida. Nem Xuxa , tão loira quanto, faz mais sucesso, em termos de loirice, do que a LB, e olha que ela nem canta Ilariê, ou melhor, ela nem fala, porque é uma morta, entende? Simplesmente todo mundo sempre soube que no banheiro do seu colégio tinha uma loira morta ambulante. Pessoas de diferentes lugares do país, de diferentes gerações, conhecem a loira. Outro dia uma amiga contou que os filhos pequenos dela chegaram em casa contando sobre a LB no banheiro do colégio deles. A LB não perdoa.

Mas o que fazia uma loira defunta dentro dos banheiros escolares? Como ela foi parar ali? Como ela morreu? Algumas vertentes acreditam ser ela uma aluna que matava aulas e se escondia no banheiro, até que um dia escorregou, caiu, bateu a cabeça no vaso sanitário e morreu. Daí vem o fato de usar algodões no nariz, para conter a hemorragia interna (a imaginação tem bases científicas). Outros dizem que ela era uma professora que se apaixonou por um aluno, o marido descobriu e a matou no banheiro a facadas. Mais convincente esta, por dois motivos: primeiro porque todo mundo sabe que a loira do banheiro é uma mulher e não uma menina; segundo porque uma morte trágica é motivo mais que plausível para ter sede de vingança e se dispor a passar a eternidade assombrando banheiros.

Recentemente descobri que a LB era ecológica, e só aparecia quando se dava descarga três vezes. Provavelmente para punir o esbanjador.
E pensar que eu passei tanto medo e nem sabia que ela só aparecia se a gente chamasse por meio da descarga, ou de um chutão no vaso sanitário. Pôxa, por que ninguém me contou isso antes????

6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tô até emocionada...
Obrigada pela homenagem.
Bjs. Rosana.

6:22 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Que divertido! Adorei a historia da LB, mas confesso que nunca tinha ouvido falar.. rsrsrs

Bjs,
Carol
Ah! Caso tenha interesse, de uma olhada no que vc pode fazer com as suas fotos, criar e-convites, etc.. por preços ssuuuuper baratinhos! Descobri esse site: www.dataespecial.com.br (nao e virus!!)

8:33 PM  
Blogger Cláudia disse...

Rosana, você merece!

Carol, como assim? Você nao teve infância! Depois a pessoa sai metralhando o povo numa lanchonete e ninguém sabe o motivo!

beijo

10:33 PM  
Anonymous Anônimo disse...

kkkkkkkk
Putz, eu a conhecia como Mulher de Algodão...Não me lembro se ela era loira...até mesmo qdo vi a merda do Filme O Chamado lembrei dela. A lenda q eu conheci era essa da descarga...e ela sempre aparecia "levitando" (claro) e com um vestido branco , parecendo uma camisola..
Não é a toa q ate hj não dou descarga qdo vou ao banheiro na (hj faculdade)...rs. Na verdade, vou muito pouco ao banheiro fora de casa...pouquissimo!

rs
beijos
Nana

1:57 PM  
Anonymous Anônimo disse...

É Dinda...
esqueceram de te contar que a Loira do Banheiro só era famosa como Loira do Banheiro, aqui em São Paulo ou lá em Brasília. Porque lá em Vix e estados vizinhos (Minas, Rio e Bahia), a mulher terror dos banheiros era a Mulher de algodão!!!
são tantas as histórias!!!
beijos

3:45 PM  
Blogger Cláudia disse...

Nana e Tetela, o nome varia, mas é a mesmíssima personagem!
No rio era Loira do Banheiro também, pelo menos em Niterói.
beijos

6:38 PM  

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