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segunda-feira, outubro 29, 2007

Sapatos

Domingo à tarde, na Shoestock.

Quem é mulher, gosta de sapato (praticamente um pleonasmo) e mora em São Paulo, sabe bem do que estou falando e já desenhou o cenário na cabeça para continuar a ler este post. Para quem não é daqui, um breve resumo do que significa a frase de abertura.

A Shoestock é uma loja de calçados e bolsas, famosérrima por ter produtos antenadíssimos e com ótimos preços. O sistema é self-service: você vai até a seção do número do seu pé, escolhe o que quer, prova ali mesmo, e vai pagar. Tudo muito simples e prático, ainda mais para pessoas como eu, que detestam ficar pedindo o sapato para o vendedor, que nunca tem o que você quer, mas traz uns 5 ou 6 pares completamente diferentes na esperança de que você leve algum. Eu adoro o fato de poder ficar ali olhando os sapatos o tempo que eu quiser, pegar, olhar, virar de cabeça pra baixo, ver se o preço é compatível, colocar no pé e tentar olhar no espelho.

Sim, tentar olhar, porque a loja vive permanentemente entupida de gente, gente esta composta de 95% de mulheres enlouquecidas pelos calçados e bolsas. Uma vez, uma mulher ia levando a minha bota - usada - para pagar. Fui atrás dela calçando apenas as meias. Ela se desculpou e disse que tinha achado tão bonita e nem reparou que não era nova.

Enfim, a Shoestock é o Mundo Maravilhoso e Caótico da dupla Sapato e Bolsa.

Tem gente que odeia e não vai. Minha mãe ama os sapatos e as bolsas de lá toda vez que levo de presente, mas uma vez eu a levei lá na intenção de que ela escolhesse um presente de aniversário e a nega quase surtou naquela confusão. Ela não conseguia focar no que desejava. Imagine uma pobre libriana no meio de 200 opções de modelos de sapatos? Não rolou. Fomos embora, depois eu voltei lá sozinha e comprei pra ela uma sandália linda linda, que ela amou mas que jamais teria condições de escolher ali no meião.

O que me deixa inconformada é o povo sem noção. Do tipo que leva o filho adolescente junto. Me digam pra que levar um moleque de 17 anos do tamanho dum poste prum lugar desses? Só pro menino ficar parado, com cara de saco cheio, bem no meio do corredor lotado, atrapalhando o fluxo. Ontem tinha uma mulher escolhendo sapatos e de pé, do lado dela, o marido com o filho de uns dois anos no colo. Na boa, se ela estivesse sozinha com a criança, você pode até ficar com pena dela não ter com quem deixar. Mas que justificativa há para você levar uma criança pequena e um marido entediado para comprar sapatos contigo num mafuá que só quem tem alma feminina e bem disposta é capaz de enfrentar? Pô, manda os dois pra brincar no parque do Ibirapuera, que fica bem pertinho, e depois liga na hora de buscar.

Mas o melhor mesmo foi a cena de ontem à tarde, quando fui comprar um presente para uma amiga da minha mãe que mora em Brasília e ama a Shoestock (e de quebra comprei uma sandalinha pra mim, pra aproveitar a viagem). Uma mulher com sapatos nas mãos, uns dois pares em cada. O marido do lado, pedindo a Deus pro mundo se acabar em televisão e futebol. aliás, acredito até que o motivo da discussão pode ter sido este, porque eram quase cinco da tarde e ele devia estar doido pra ir pra casa ver o jogo.

No meio da loja, ela pára e começa:

- Você não presta atenção às minhas coisas! Você nunca acha que eu sou importante! Tudo é sempre pra você! Você nunca quer me acompanhar nos lugares! Você acha que eu sou um nada! Toda vez que eu venho aqui você fica querendo ir embora!

Na boa, vamos à análise dos fatos: ela tinha pelo menos 4 pares de sapatos nas mãos, o que significa que ficou um tempo olhando, escolhendo, provando e decidindo até resolver levar tudo aquilo. Se já sabe que o marido fica querendo ir embora, pra que leva junto? Vai sozinha, chama uma amiga, pede pra ele levar, ver o primeiro tempo do jogo em algum barzinho por perto, e depois buscar.
E melhor: discutir a relação em plena tarde de domingo numa Shoestock explodindo de gente? É por essas e outras que a classe tem fama de louca.

10 Comentários:

Blogger Luciana disse...

AHAHAHAAH
AHAHAHAHH
AHAHAHAHAH
AHAHHAHAHAAH
AHHAHAHAHAHAHA,
GENTE, segunda boa é assim, com post da Clau,inspiradíssssima.
Gostei dos personagens: menino poste e aquela que nos dá fama de louca...
ahahahah
ahahahah
ahahahah
show, clau!
;c)

2:11 PM  
Blogger Renatinha disse...

Loucura total, jamais meu marido iria lá, iria, ficaria na porta e de 30 em 30 minutos entraria e falaria algo para me apressar... tadinho.... este mundo de Shoestock só as mulheres entendem.... só as mulheres mesmo.... bjs Re

5:33 PM  
Blogger Cláudia disse...

Não, não dá, é demais pro cromossomo Y, ele não suporta.

beijo

6:42 PM  
Blogger Lala disse...

Eu detesto a Shoestock, com muita força. Você tem sempre a sensação de que estão fazendo o ENORME favor de escanear a droga do preço, que nem é tão baixo assim e socar tudo numa sacola de plástico. Depois, tem a sensação de que estão fazendo a GRANDE gentileza de cobrar a mercadoria,e por isso você tem que mostrar até a cor da calcinha pra pagar.
Acho aquilo um horror.
Agora, se eu, que sou mulher, acho um horror, imagina o pobre do marido, que é homem.
FILHAAAA! Nego entrou na Shoestock em pleno domingo. Se ele estivesse cagando pra você, tinha te enfiado num taxi, negona!

7:29 PM  
Anonymous Anônimo disse...

hahahaha... A gente por pouco não se encontrou! É que eu não consegui convencer nehuma amiga p/ ir comigo e sozinha, deu 1 preguiiiiiiiiiiiiiiiça...
Mas tem que ser MTOOOO mulherzinha p/ encarar essa loja!
E me diz 1 coisa... tem bastante sapato bacana?? rs

10:48 PM  
Blogger Cláudia disse...

Lala, pois é, quase dei um "pedala" na nêga.

Aninha, adooooro ir lá e posso contar nos dedos de uma única mão as vezes em que fui lá e saí sem nenhuma sacolinha (a sandalinha que comprei é salto de corda, com verniz e lantejoula pretos). Mas concordo, tem de ser bem mulherzinha.

beijo

11:58 PM  
Blogger MH disse...

Nossa, jamais me passaria pela cabeça levar o namorado na shoestock. Aliás, em sapataria nenhuma, que ninguém merece. Nem ele nem eu.
Só frequento a Shoestock durante a semana, em horários bizarros, pra evitar o auge da lotação. Aliás, só não fui pra lá com a Aninha esses dias porque o trabalho não permitiria, mas quem sabe na semana que vem...

6:16 PM  
Blogger Dri disse...

Posso dar uma dica? Posso dar uma dica?
O melhor dia para ir à Shoestock é quarta-feira, dia da feira na rua. Não há vivalma lá dentro, creia Clau!

2:57 AM  
Blogger Cláudia disse...

mh, é que durante a semana fica mais difícil pra eu ir lá, é tumultuado para mim, infelizmente.

Dri, sei tudo dessa feira maldita, eu fazia runner bem ali e queria morrer quando esquecia que era dia de feira!

beijo

12:45 AM  
Blogger mc disse...

Só frequento esse paraíso durante a semana. Final de semana e época de feriado (dia das mães e natal) eu fico BEM LONGE!

10:53 AM  

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