Pequena reflexão amarga
Hoje é feriado, e pra quem sonhava neste instante estar estatelada em cima da canga, na areia de uma praia qualquer, besuntada de óleo Cenoura e Bronze (que por se só já dá uma tingida na pele), estar sentada em frente ao computador, na minha mesa de trabalho, é uma diferença e tanto.
Pra ser sincera, nem tô reclamando. Não que eu tenha virado uma viciada em trabalho, acho que isso nunca vai acontecer comigo. Adoro vir trabalhar, mas sinto uma falta danada das coisas da minha casa, cuidar pessoalmente das plantas (elas agradecem penhoradas pela minha falta de tempo para isso, porque sou péssima neste quesito), bater um bolo, ficar perto da Bela nem que seja só escutando o batuque do teclado dela conversando com os amigos pelo msn, arrumar os armários, tudo com calma, e portanto jamais o trabalho irá ocupar o primeiro lugar na minha vida.
Digo que não tô reclamando por dois motivos: o primeiro é que tá um dia medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter, a menos que se esteja sob o edredon com alguém, vendo filme e cochilando grudadinho, o que não é definitivamente o meu caso, a menos que eu possa contar a Cindy Quebra-Barraco como alguém. O segundo é que esta é uma época do ano muito intensa no meu ramo de atividade e os prestadores de serviço que costumam me ajudar durante o ano, quando tenho sobrecarga, também estão sobrecarregados, o que me deixa mais enrolada ainda. Por um acaso do destino, dois deles abriram brechas para mim até o sábado, de maneira que tudo tinha de ficar pronto para ser enviado para eles entre hoje e amanhã. Juntou com o fato de dois funcionários terem pedido pra vir pra cá hoje para adiantar seus próprios afazeres e cá estou eu.
Como é feriado nacional, o telefone não toca, ninguém manda email, nem tem o restante do pessoal para me solicitar quase o tempo todo, sobra tempo para responder emails de amigos e escrever textos compridos no blog, enquanto aguardo que tudo fique pronto para finalmente despachar para os respectivos destinos.
Sobra tempo também para pensar na vida, claro. E como o dia está medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter, os pensamentos seguem a mesma linha.
Fico pensando se o que estava reservado para mim, em termos de história de amor, já passou. Se por acaso eu já vivi tudo o que deveria ter vivido ao longo de uma vida inteira de maneira precoce - casei cedo, fui mãe cedo, me divorciei cedo - e esgotei as possibilidades. Ao mesmo tempo, penso que não é possível que Deus tenha me reservado destino tão mau assim tão jovem. Dramático, eu sei, mas drama é mesmo minha especialidade.
Aí, sinto que um novo alguém está em algum lugar para mim, mas ando tão desanimada e tão cansada de tentar que, se depender do meu ânimo, não nos encontraremos, a menos que ele me caia no colo ou vice-versa.
Só me resta torcer para que ele não esteja na mesma vibe que eu, que esteja animado e disposto à minha procura, para que nossos caminhos se encontrem um dia, nesta cidade imensa, mesmo que este dia seja medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter.
Pra ser sincera, nem tô reclamando. Não que eu tenha virado uma viciada em trabalho, acho que isso nunca vai acontecer comigo. Adoro vir trabalhar, mas sinto uma falta danada das coisas da minha casa, cuidar pessoalmente das plantas (elas agradecem penhoradas pela minha falta de tempo para isso, porque sou péssima neste quesito), bater um bolo, ficar perto da Bela nem que seja só escutando o batuque do teclado dela conversando com os amigos pelo msn, arrumar os armários, tudo com calma, e portanto jamais o trabalho irá ocupar o primeiro lugar na minha vida.
Digo que não tô reclamando por dois motivos: o primeiro é que tá um dia medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter, a menos que se esteja sob o edredon com alguém, vendo filme e cochilando grudadinho, o que não é definitivamente o meu caso, a menos que eu possa contar a Cindy Quebra-Barraco como alguém. O segundo é que esta é uma época do ano muito intensa no meu ramo de atividade e os prestadores de serviço que costumam me ajudar durante o ano, quando tenho sobrecarga, também estão sobrecarregados, o que me deixa mais enrolada ainda. Por um acaso do destino, dois deles abriram brechas para mim até o sábado, de maneira que tudo tinha de ficar pronto para ser enviado para eles entre hoje e amanhã. Juntou com o fato de dois funcionários terem pedido pra vir pra cá hoje para adiantar seus próprios afazeres e cá estou eu.
Como é feriado nacional, o telefone não toca, ninguém manda email, nem tem o restante do pessoal para me solicitar quase o tempo todo, sobra tempo para responder emails de amigos e escrever textos compridos no blog, enquanto aguardo que tudo fique pronto para finalmente despachar para os respectivos destinos.
Sobra tempo também para pensar na vida, claro. E como o dia está medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter, os pensamentos seguem a mesma linha.
Fico pensando se o que estava reservado para mim, em termos de história de amor, já passou. Se por acaso eu já vivi tudo o que deveria ter vivido ao longo de uma vida inteira de maneira precoce - casei cedo, fui mãe cedo, me divorciei cedo - e esgotei as possibilidades. Ao mesmo tempo, penso que não é possível que Deus tenha me reservado destino tão mau assim tão jovem. Dramático, eu sei, mas drama é mesmo minha especialidade.
Aí, sinto que um novo alguém está em algum lugar para mim, mas ando tão desanimada e tão cansada de tentar que, se depender do meu ânimo, não nos encontraremos, a menos que ele me caia no colo ou vice-versa.
Só me resta torcer para que ele não esteja na mesma vibe que eu, que esteja animado e disposto à minha procura, para que nossos caminhos se encontrem um dia, nesta cidade imensa, mesmo que este dia seja medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter.
9 Comentários:
Entendo o dia chuvoso (tb o vivencio!), entendo o texto e tal. Mas o destino cruel... não! Trabalhe, faça suas roupas e à noite... saia pra relaxar! Como vc mesma disse, já sabe bem q não cai no colo e tb deve saber q procurar mto não funciona. Apenas saia! Com um bela roupa, pq disso vc entende, né? Sua confecção faz q tipo de roupas?
Bjs, bom trabalho!
Estava aqui em meu escritório de advocacia pensando EXATAMENTE O QUE LI EM SEU TEXTO. Fiquei até arrepiada quando a tela apareceu do nada no meio de uma busca no google. Bom saber que não estou só nos meus pensamentos desanimadores em meio de um feriado chuvoso, cinzento e triste.Bjos
Então, Gatta, eu faço isso sim, não deixo de sair pra me divertir, mas olha que ultimamente tem dado um desânimo... mesmo assim obrigada pelo conselho animado!
Faço principalmente uniformes de colégios e empresas e para eventos.
Erika, mas não é que a vida é feita de coincidências?
bjs
Então. Apesar do dia medonho de cinzento, chuvoso, frio e com aquela aura triste que só os dias medonhos de cinzento, chuvosos e frios conseguem ter (o que, diga-se de passagem, continua do mesmo jeito aqui no interior), tenha CERTEZA ABSOLUTA de uma coisa: "o que é justo chega na hora certa; nem mais cedo, nem mais tarde".
Sempre acreditei piamente nessas palavras e jamais me arrependi. Também aprontei muito, casei cedo, separei cedo e - vejam só! - casei novamente e tenho três estrelas maravilhosas por quem viver e me dedicar.
Enfim, sê paciente.
Mas não deixe de correr atrás das oportunidades!
E, nessa sexta, emenda de feriado no RESTO DO MUNDO, eu aqui, trabalhando...
Adauto, acho que o desânimo é passageiro, normalmente sou otimista, como já pôde observar pelos outros textos do blog.
Já sobre hoje, merecidamente estou embaixo do cobertor, depois da labuta de ontem.
bj
Clau
penso isso direto! Penso: bom, conheci o homem da minha vida, vivi sete maravilhosos anos com ele, será que já tive minha chance? Conheci o amor, o que muita gente passa a vida procurando...será que então tive minha cota?
Sinceramente, espero que não. Pq acho a coisa mais triste do mundo viver sozinha...
Beijos
Não é mesmo, Ana? Na maior parte do tempo eu tenho a firme convicção de que não é nada disso, mas tem horas que bate um certo desânimo.
Não me vejo sozinha pra sempre, não mesmo. E você também não.
beijo
É confortante ler que há pessoas na mesma, cláu. na mesma, mas diferentes.
Ao contrário de vc, não me casei cedo e, segredinho: nunca tive um namoro que tivesse durado mais que 5 meses...e hj já tenho 31.
E peço que ELE não esteja tb na mesma vibe que eu...caso contrário, ficará mais difícil...
E qto advogado aqui, gente! beijão, clau
Que passou o quê!! Não acredito nisso não, e se fosse vc não perdia mto tempo pensando. Sei que é dificil e que dias assim contribuem para a melancolia, mas não deixa esse sentimento durar muito tempo, não. ficar um pouco down às vezes é completamente natural (e necessário, pq ninguem e feliz o tempo inteiro), mas é só não deixar isso contagiar sua energia!
Outra coisa, que tal pensar que são "novos alguens"?? amplia esse leque de possibilidades, quem disse que a gente só tem uma tampa??
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