Em Vitória

Hoje é o casamento da minha prima Denia Rubia, e por conta disso a família toda está em polvorosa. Nós, que moramos fora do Espírito Santo - meus pais, irmã e sobrinhos em Brasília, eu e Bela em São Paulo - viemos todos para cá para o grande evento.

É que além da Denia ser a filha do tio mais popular, aquele que é o preferido de todos, é o primeiro casamento da fase adulta da primaiada - meu primo Pablyto também se casou, há uns dois anos, mas como a ferveção maior acaba sendo na família da noiva, o impacto foi menor.

Vou explicar: minha irmã é a neta mais velha, seguida de mim e da minha prima Lyris. Depois disso, vem o resto da renca, em intervalos maiores ou menores. Minha tia Mada, por exemplo, casou-se quando eu tinha 12 anos, porque ela é onze anos mais nova que a minha mãe. Essas coisas de família grande. De maneira que eu tenho primos com a idade da Isabela quase.

Então, sendo este o casamento onde todos já se entendem por gente, a agitação está a toda.

Aí, você faz a mala pra vir para o Espírito Santo em setembro e coloca o que lá dentro? Biquinis, cangas, shorts, camisetinhas, chinelinhos, vestidos de alça, porque, afinal de contas, se em julho a temperatura mínima é de 20 e poucos graus, em setembro a coisa já tá nos 30 facinho.

Chegamos ontem, debaixo de chuva - isso não é novidade, porque aqui chove feito gente grande - e com a temperatura nos 17/18 graus.

Pra quem mora em São Paulo, 17/18 graus é a temperatura predominante em boa parte do ano. Pra quem mora no Espírito Santo, isso é quase como nevar. As casas não são preparadas para isso: os pisos geralmente são frios, para amenizar o calor, as casas são muito abertas, com várias janelas, portas, e muita coisa é ao ar livre. Os cobertores são quase inexistentes, e não muito grossos.

E é engraçado, porque o fato de se esperar que esteja calor faz com que o frio seja muito mais frio, muito mais sentido aqui do que em São Paulo.

Hoje, no casamento, quero ver como vai ser: todo mundo de vestido decotado, costas nuas, esperando o calor capixaba que resolveu tirar umas férias e só volta na semana que vem.