Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP

terça-feira, janeiro 19, 2010

Caridade começa em casa

A embaixada do Haiti em Brasília informou que, desde o terremoto que atingiu o país no dia 12, já recebeu mais de 300 pedidos de brasileiros interessados em adotar crianças haitianas... (globo.com)

Longe de mim ser insensível e cínica, mas tem tanta criança órfã no Brasil precisando de uma família que a adote!... Entendo que um fato como este cause comoção e mobilização e é ótimo que seja assim, que as pessoas reajam com o melhor de si, mas fica parecendo aquele pessoal que viaja de férias para o Quênia para fazer trabalho voluntário e é incapaz de passar um sábado no orfanato do próprio bairro lendo pras crianças, ou num asilo cuidando de velhinhos.

7 Comentários:

Blogger Ana disse...

Eu discordo. Penso que existem sim milhares de criancas no brasil aguardando adocao, mas a situacao no haiti 'e de emergencia. Igual a gente criticar as pessoas que querem fazer doacoes, dizendo " po pq nao doam para uma instituicao no brasil?". Repito 'e uma situacao de emergencia, o pais foi devastado, imagine qtas criancas ficaram orfas do dia pra noite? Acho que seja no brasil, no haiti ou no quenia o importante 'e fazer alguma coisa.

11:38 PM  
Blogger Cláudia disse...

Também acho importante, Ana, só acho que adoção não pode ser algo motivado por uma comoção porque a comoção passa e a adoção dura para o resto da vida. Em algumas localidades e para algumas crianças brasileiras a situação também é de total emergência - tão trágico como ficar órfão do dia para a noite é você ser tirado dos seus pais por maus tratos ou abuso, é você passar anos em um abrigo sem que ninguém da sua família vá te visitar.

Você tem razão quanto à importancia de se fazer alguma coisa, seja onde for e como for, concordo totalmente, mas questiono sempre porque é mais facil lidar com a miséria distante do que com a que está ao nosso lado?

12:13 AM  
Blogger Renatinha disse...

Sabe Clau, eu entendo....
Imagina só, aqui, as crianças estão bem ou mal em abrigos, orfanatos, e lá? Elas nem tem família, nem tem mais condições de orfanatos e abrigos para elas crescerem....
Eu entendo e concordo com vc tb... mas me deu muita dó imaginar como estas crianças vão viver...
beijos
Re

11:48 AM  
Blogger Cláudia disse...

Re, o que aconteceu no Haiti foge a qualquer coisa que possamos imaginar. Mas aqui também, ainda que numa proporçao infinitamente menor. Um bairro da zona leste ficou quase dez dias um metro e meio de água até a prefeitura fazer alguma coisa. Uma criança morreu de leptospirose, as pessoas perderam tudo e terão de sair de lá. Fora Angra dos Reis no reveillon... muita tristeza, de toda forma.
beijos

10:40 PM  
Anonymous Marcia disse...

Este é um assunto bastante sensível. Na minha opinião, tragédia ou não, adoção jamais deve ser caridade. E cada família que pretende adotar precisa (ou deveria) passar por intensas investigações do serviço social de seu país para assegurar o bem-estar da criança no futuro, processo que pode levar dois anos ou mais. A realidade triste e crua é que muitos pedófilos se aproveitam de tragédias como essas para adotar e abusar de crianças (como aconteceu na época do tsunami). Por isso acho correto que instituições como Save The Children, Unicef, Oxfam, etc protejam e dêem o auxílio que as crianças precisam em momentos de tragédia, sem necessariamente disponibilizá-las para adoção de imediato. Adoção é algo bastante sério e nem sempre é algo que termina bem (todo mundo só comenta ou ouve falar das adoções que deram certo, jamais as que deram errado - e existem muitos casos). Jamais deve ser algo impulsivo. A família receptora precisa ser avaliada pelo serviço social e a criança adotada precisa estar preparada emocionalmente para enfrentar mais uma mudança traumática na vida dela. Sem essas duas condições, permitir a adoção seria uma irresponsabilidade, em qualquer país e em qualquer situação.

8:27 AM  
Blogger MH disse...

Eu entendo o caráter emergencial do haiti, e respeito. Mas como agora só se fala nisso, em ajudar, mandar doações, até adotar, estou aqui pensando nas vítimas das nossas enchentes, deslizamentos e alagamentos desse começo de ano. Sem comparar a proporção das tragédias, é justo o pessoal que está aqui ao lado, sem casa, sem comida e sem roupa, ficar esquecido porque aconteceu uma tragédia maior? A unha encravada dói mais no meu pé do que no seu? Enfim, que bom que tanta getne quer ajudar o Haiti. Mas não vamos esquecer dos nossos vizinhos...

11:42 AM  
Blogger Cláudia disse...

Meninas, o espírito da coisa é exatamente este: não deixar de ajudar, mas a miséria está aqui, na nossa porta mesmo. Será que sua faxineira não perdeu a geladeira na enchente e você nem sabe, por exemplo?
Marcinha, você disse exatamente o que eu penso, e de uma forma muito melhor, obrigada.
beijos

3:05 PM  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial