Deus desiste
Na semana passada a Re veio de Porto de Galinhas pra São Paulo, passar uns dias por aqui, e como sempre rolou o After Dark. Foi no bar do Tuga Mais Lindo do Pedaço, doravante conhecido neste texto como TMLdP, e apesar da gente não ter nenhuma intenção de encontrar o TMLdP e nem o chef do boteco, um alemão que me faria lavar 200 pratos só pra ficar grudada nele na cozinha, marcamos ali somente pela boa comida, boa localização, bom serviço e não pelo bom viaual, achamos por bem registrar nossa reclamação quanto à ausência do proprietário do estabelecimento e seu chef, porque, afinal de contas, e se tivéssemos algum problema com a comida? Alguma dúvida cruel do tipo: como é o misto quente? Sentimo-nos maltratadas na nossa condição enquanto frequentadoras, a nível de consumidoras.
Claro que este não é o assunto principal do post e sim o fato de que num dado momento, passada a primeira garrafa de vinho, já estávamos as 4 - eu, Re, Kelli e Ana, ou melhor, as 5, porque a Liz foi na barriga da Kelli - quase caindo da cadeira com as histórias que fomos desenterrando do fundo do baú, e que mostravam o quanto a gente pode ser tonta/doida/idiota/criativa/adolescente simplesmente.
A Re contou a ótima história da paixão dela pelo Rico e a panela que ela manteve com a água fervendo, só esperando pelo coelho, por oito anos, aqui, não deixe de ler, pois isso fará por ti mais do que anos de terapia poderão fazer, pois ao final você achará que qualquer doideira que algum dia inventou de fazer é fichinha perto de revirar o lixo do seu amado e colar os achados na sua agenda.
Claro que me lembrei da minha adolescência e do quanto eu era avoada nas questões sentimentais. Cega de amor platônico por ELE - leia aqui o Memória Afetiva para entender o que se passava - eu nem notava outros ao meu redor.
Todo domingo à tarde, depois do clube, do almoço, do banho e antes dos Trapalhões, havia o sensacional jogo de vôlei da quadra. Era uma quadrinha de cimento no meio da quadra - quadra, para quem não conhece Brasilia, seria uma espécie de quarteirão, porém com apenas uma entrada e saída para os carros - com uns morrinhos de grama ao redor, onde a plateia, predominantemente feminina, claro, pois aquele jogo era praticamente o jogo da Base Aérea de Top Gun (como assim você nunca viu este filme e em particular esta cena? Já pro You Tube!) e um dos programas mais bombados da 103 Norte. E olha que naquela quadra tinha era homem bonito, viu?
Porém eu, nos meus 14 românticos anos, acreditando no príncipe encantado com toda a força do meu ser, nem notava isso, porque afinal de contas eu só tinha olhos para ELE. E assim, eu achava que o Rafael, que jogava polo e chegava do clube com aquela calça de montaria clara, suja do treino, camisa polo e botas de montaria, pele morena do sol contrastando com os cabelos loiros cacheados, e que vinha falar comigo perto demais vestido daquele jeito era tão legal... E o Murilo, que era atleta de salto com vara, apenas o irmão mais velho do meu amigo, mesmo com ele dizendo que eu era tão bonita. tão simpática, tão isso e tão aquilo.
Pior mesmo foi com o Luiz Felipe, que além de lindo, cheiroso, atlético, charmoso toda vida, vivia me convidando para assistir filme na Aliança Francesa - porque o pai tinha sido adido militar na França e ele falava francês fluentemente - e eu nunca podia ir, porque ele tinha uns 19 anos, carro próprio, imagina se meu pai ia deixar, tendo eu 14?
Aí um belo dia, Copa do Mundo, o Brasil ganha um jogo e todo mundo ia comemorar na rua do Beirute, que até hoje existe na cidade, e que na época tinha fama de ser bar de maconheiro. E eu ali, de pé encostada na gradinha do meu prédio, vendo todo mundo saindo da quadra em turmas, nos carros, para ir ao Beirute, com aquele olhinho comprido de quem quer pertencer sabe? Passa Luiz Felipe, para o carro e pergunta:
- Claudinha, você não quer ir? Vem comigo, eu te levo.
- Não posso, meu pai não deixa...
- Ah, que pena.
Ele entra no carro e sai quadra afora. Dois minutos depois eu vejo o carro dele voltando, estacionando na frente do bloco ao lado, e aquele monumento caminhando na minha direção, de jeans e camiseta do Brasil.
- Você tava tão triste de não pder ir que resolvi voltar e ficar te fazendo companhia.
Sentou do meu lado e começou a conversar para me animar.
Como se não bastasse, depois disso ele foi na minha MISSA de 15 anos. Numa segunda-feira, sete da noite, sozinho.
Acreditam que este bravo moço batalhador não ganhou nunca um único beijinho meu que não fossem aqueles que você dá quando encontra um amigo?
Por isso eu digo: chega uma hora que Deus desiste.
os nomes foram trocados, vai que um deles lê esse troço e me processa pelo mico?
Claro que este não é o assunto principal do post e sim o fato de que num dado momento, passada a primeira garrafa de vinho, já estávamos as 4 - eu, Re, Kelli e Ana, ou melhor, as 5, porque a Liz foi na barriga da Kelli - quase caindo da cadeira com as histórias que fomos desenterrando do fundo do baú, e que mostravam o quanto a gente pode ser tonta/doida/idiota/criativa/adolescente simplesmente.
A Re contou a ótima história da paixão dela pelo Rico e a panela que ela manteve com a água fervendo, só esperando pelo coelho, por oito anos, aqui, não deixe de ler, pois isso fará por ti mais do que anos de terapia poderão fazer, pois ao final você achará que qualquer doideira que algum dia inventou de fazer é fichinha perto de revirar o lixo do seu amado e colar os achados na sua agenda.
Claro que me lembrei da minha adolescência e do quanto eu era avoada nas questões sentimentais. Cega de amor platônico por ELE - leia aqui o Memória Afetiva para entender o que se passava - eu nem notava outros ao meu redor.
Todo domingo à tarde, depois do clube, do almoço, do banho e antes dos Trapalhões, havia o sensacional jogo de vôlei da quadra. Era uma quadrinha de cimento no meio da quadra - quadra, para quem não conhece Brasilia, seria uma espécie de quarteirão, porém com apenas uma entrada e saída para os carros - com uns morrinhos de grama ao redor, onde a plateia, predominantemente feminina, claro, pois aquele jogo era praticamente o jogo da Base Aérea de Top Gun (como assim você nunca viu este filme e em particular esta cena? Já pro You Tube!) e um dos programas mais bombados da 103 Norte. E olha que naquela quadra tinha era homem bonito, viu?
Porém eu, nos meus 14 românticos anos, acreditando no príncipe encantado com toda a força do meu ser, nem notava isso, porque afinal de contas eu só tinha olhos para ELE. E assim, eu achava que o Rafael, que jogava polo e chegava do clube com aquela calça de montaria clara, suja do treino, camisa polo e botas de montaria, pele morena do sol contrastando com os cabelos loiros cacheados, e que vinha falar comigo perto demais vestido daquele jeito era tão legal... E o Murilo, que era atleta de salto com vara, apenas o irmão mais velho do meu amigo, mesmo com ele dizendo que eu era tão bonita. tão simpática, tão isso e tão aquilo.
Pior mesmo foi com o Luiz Felipe, que além de lindo, cheiroso, atlético, charmoso toda vida, vivia me convidando para assistir filme na Aliança Francesa - porque o pai tinha sido adido militar na França e ele falava francês fluentemente - e eu nunca podia ir, porque ele tinha uns 19 anos, carro próprio, imagina se meu pai ia deixar, tendo eu 14?
Aí um belo dia, Copa do Mundo, o Brasil ganha um jogo e todo mundo ia comemorar na rua do Beirute, que até hoje existe na cidade, e que na época tinha fama de ser bar de maconheiro. E eu ali, de pé encostada na gradinha do meu prédio, vendo todo mundo saindo da quadra em turmas, nos carros, para ir ao Beirute, com aquele olhinho comprido de quem quer pertencer sabe? Passa Luiz Felipe, para o carro e pergunta:
- Claudinha, você não quer ir? Vem comigo, eu te levo.
- Não posso, meu pai não deixa...
- Ah, que pena.
Ele entra no carro e sai quadra afora. Dois minutos depois eu vejo o carro dele voltando, estacionando na frente do bloco ao lado, e aquele monumento caminhando na minha direção, de jeans e camiseta do Brasil.
- Você tava tão triste de não pder ir que resolvi voltar e ficar te fazendo companhia.
Sentou do meu lado e começou a conversar para me animar.
Como se não bastasse, depois disso ele foi na minha MISSA de 15 anos. Numa segunda-feira, sete da noite, sozinho.
Acreditam que este bravo moço batalhador não ganhou nunca um único beijinho meu que não fossem aqueles que você dá quando encontra um amigo?
Por isso eu digo: chega uma hora que Deus desiste.
os nomes foram trocados, vai que um deles lê esse troço e me processa pelo mico?
13 Comentários:
Adorei as histórias e o Luiz Felipe!
beijosss
tetela
Clau!!!
Voce não existe!
Coitado do moço!
Beijocas!
hahahahah
Ai Clau.... adoro saber que na doideira e na amizade tenho vc.... rs
E viva a nossa sanidade mental intacta pelas risadas que conseguimos dar das nossas vidas...
beijos
Re
Tetela e Cintia, eu adoraria saber por onde ele anda agora.
Re, não tem história melhor que a sua com o Rico, ganha de longe. Mas olha, se a gente não rir vai fazer o que? Se matar?
beijo
ahahahahhaah Gente, que bom ler vc e a Rê. Eu me sinto 1 pouco mais normal! hahahaahh
Vou contar uma rapidinh aqui: Uma vez, me apaixonei por 1 cara que morava longe. A gente se conheceu pelo 145, lembra? Um chat por telefone. Trocamos fotos e, um dia, resolvi que ia vê-lo, já que ele não vinha nunca. Aí, sem grana, resolvi fazer uma rifa! ahahha Claro que não disse pra que, né? Quando já tinha dinheiro o suficiente, eu fiquei com medo, CLARO! Magina? Aí, fui para o shopping e gastei tudo em roupa! hahaha
The End!
hahahha adorei a confissão da Dedinhos... Anna é das nossas Clau....
beijos
Re
Anna, escreve no blog, com detalhes!
Re, ainda não descobriram nossa inteligencia e nossa criatividade, vamos dominar o mundo!
beijo
Menina... tenho um pouco de vergonha desta história ahahhah
Mas depois do Rico e dos últimos detalhes... sou café com leite! hahaah
Bjos nas duas!
E façam o favor de aparecerem por láááá
Eu confesso...
Sou viciada nos seus textos...
= D
Lorelai, obrigada, venha sempre!
Isso aqui tá abandonado...
pronto, post novo!
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