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Local: São Paulo, SP

domingo, dezembro 18, 2005

Referências

Ontem eu fui ao shopping Iguatemi. Logo cedinho pra não pegar tumulto, e deu certo, porque não peguei mesmo. Estacionamento vazio, corredores tranqüilos, lojas sem aglomerações e vendedores ainda descansados.

Logo que cheguei a São Paulo, recém-casada aos 20 anos de idade, e sem conhecer ninguém, nem a cidade, marido trabalhando o dia todo e faculdade que só poderia ser transferida dali a seis meses. Ou seja, eu não via ninguém o dia inteiro.

Solução: trabalhar. Local escolhido: shopping Iguatemi. Por ser o melhor e o mais caro? Nada, eu não tinha noção disso, e achei até ele bem caidinho quando entrei. Mas tinha ponto de ônibus na porta e era o único ônibus que eu sabia tomar que passava na minha rua. Esses foram os critérios de escolha do shopping.

Trabalhei lá por quase dois anos e há algumas particularidades de se trabalhar em um shopping: algumas pessoas o freqüentam todos os dias, nem que seja só pra dar uma voltinha. É o parquinho de algumas crianças que moram por perto, em prédios antigos, de apartamentos enormes e luxuosos mas sem área de lazer no térreo. No caso específico do Iguatemi, ele já era intimidador naquela ocasião, mesmo sem Tiffany's, Armani, Zegna e Louis Vuitton. Era comum ver pessoas entrarem (a lojinha onde eu trabalhava, de roupas infantis, ficava bem de frente pra rampa de acesso de quem vinha da Faria Lima) a pé quase pedindo desculpas por invadir um espaço que não consideravam delas.

Fiz amizade com vendedoras de várias lojas e trocávamos dicas: "os biquinis vão entrar em liquidação amanhã, mas os mais legais acabam logo" dizia a vendedora da Blue Man; "as pólos entram em promoção amanhã, mas as cores legais a dona da loja não deixa mostrar" segredava a da Bruno Minelli; "as calças jeans vão ter 50% de desconto amanhã" contava a mocinha da Phillipe Martin. Então, íamos no final do dia anterior, separávamos o que queríamos, elas muquifavam no estoque, e no dia seguinte cedo a gente ia lá e comprava o que tinha separado, antes que as peças sumissem. Por essas e outras razões era que eu, mesmo sendo pobre pobre pobre de marré deci (pq não sei escrever em francês), só tinha roupas de marcas bombadas na ocasião.

Hoje dificilmente vou ao Iguatemi, porque o trânsito não ajuda. Como os shoppings são mutantes, quando vou, fico meio perdida sem saber que lojas estão onde e se a loja que eu tinha em mente ainda existe.

Mas alguns velhos pilares do shopping continuam onde estão e me ajudam a não me perder: o Café Brasão; a Ofner; a Drogaria Iguatemi; a sapataria Noa Noa; a loja de roupas masculinas Paul & Shark; a Birello; o Almanara; as Lojas Americanas; a Petulan; a Mercearia.

Partes pequenas do meu passado que foram meus guias ontem, no presente. Como tantas outras coisas na minha vida que desempenham este papel.

2 Comentários:

Blogger Ana Téjo disse...

Clau,
Pois eu moooorrro de preguiça de ir ao Iguatemi. Pra começar, o estacionamento custa uma fortuna. Eu moro perto, podia até ir a pé, mas é sempre tããão cheio de gente metida, que me dá nervoso...
JU...

5:51 PM  
Blogger Cláudia disse...

Então, Ju, mas eu nunca achei isso, passei a achar de tanto dizerem.
Até porque tô tão preocupada com o povo metido de lá... nossa!...

10:35 PM  

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