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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Volta às aulas

Ah!, o doce mundo da volta às aulas! Estudantes ansiosos, classes novas, quem caiu com quem, onde é a sala nova, fomos pro segundo andar do colégio (onde ficam os mais velhos) ou não...

E, sob minha perspectiva, é tempo dos plantões de venda dos uniformes.

Forneço direto para os alunos em dois colégios, cujos padrões de mensalidade se equiparam. O perfil dos pais, porém, é outro: quem escolhe um dos colégios em questão são pais que não buscam status, o colégio é antigo e tradicional mas não é de grife. A preocupação é com o ensino e ponto. A direção do colégio adota o mesmo procedimento: desde que os alunos estejam uniformizados detnro do padrão e não haja reclamações de pais, está tudo bem pra ela, o colégio não pretende interferir porque é colégio e não fabricante de uniformes.

Essa postura se reflete na hora de comprar os uniformes, normalmente em cima da hora das aulas começarem (neste ponto, todos são iguais), naquela correria: são pais mais descolados, mais pacientes, menos chatos com detalhes imperceptíveis que não farão diferença no uso do uniforme.

Já no outro colégio, a postura é outra. As queixas são referentes a coisas mínimas, como uma letrinha do silk que ficou um pouco tremida (sendo que há uma pilha de 30 camisetas, logo que diferença faz, pegue outra e pronto!). Se a mãe (infelizmente tenho de dar a mão à palmatória e confessar que 99,99% dos criadores de caso são mães de alunos e não pais) quer comprar cinco camisetas e por acaso naquele momento só tem quatro e as demais vão chegar dali a 2 ou 3 dias, é capaz de ir até a direção reclamar que NÃO TEM UNIFORME DISPONÍVEL NO PLANTÃO. Isso porque a gente anota o nome do aluno, manda entregar na classe e a pessoa só paga depois.

Não isento a minha confecção de falhas, elas ocorrem a todo o tempo e por isso do dia 20 de janeiro até o dia 20 de fevereiro, pelo menos, minha função primordial fica sendo apagar incêndios e contornar imprevistos. Tento antecipá-los ao máximo, mas sempre acontecem.

Já tentamos organizar melhor o negócio, permitindo aos pais encomendar o uniforme com antecedência, pra deixarmos separado, damos vantagens de pagamento aos que fizerem isso, mandamos o formulário impresso e o deixamos disponível na internet... menos de 1% de resposta, em todos os colégios onde já tentamos o sistema. Só funciona se for um tom meio de ameaça, do tipo: ó, se não fizer isso seu filho fica sem uniforme. Fora da realidade da relação fornecedor/consumidor, não?

Fora as famílias com os filhos fora do padrão. Nós fazemos os uniformes dessas crianças, quando solicitado, não cobramos diferente por isso, apesar de tumultuar a produção. Difícil mesmo é fazer com que a mãe entenda que não dá pra fazer do dia pra noite. Que demora um pouco mais. Pô, se você já sabe que seu pimpolho é fora do padrão e que o uniforme dele tem de ser encomendado, por que deixa pra ir na véspera do começo das aulas, às três da tarde? Vai antes de ir pra praia. Volta da praia cinco dias antes.

E as que querem que façamos a bainha da calça (fazemos e não cobramos por isso) sem cortar. Quase sempre dá. Mas além de sem cortar um pedaço, sem marcar com a costura e sem que, quando descer a bainha pq a criança cresceu, não haja uma marca de arrastado no chão na barra, nem a marca da dobra do tecido, ainda não é possível fazer.

Em alguns casos, nem de explicar.

6 Comentários:

Blogger MH disse...

é uma loucura...
lembro que eu adorava uniforme novo. No meu caso era só camiseta, teve uma época que tinha de várias cores, ou branca com o logo em várias cores, eu amava!!
Minha mãe era das tranquilas, e por sorte nem dava pra inventar muito.
Daqui a pouco acaba a correria, força :)

6:00 PM  
Blogger Cláudia disse...

Dito assim parece terrível, mh, mas é contornável.
No fundo eu acho até engraçado na maior parte das vezes, e uso a minha paciência imensa para convencer os insensatos.
Toda criança adora uniforme novo, eu vejo pelas carinhas quando elas vão junto comprar, parece até que tão escolhendo presente de natal.
Depois, já adolescentes, ficam o tempo todo com aquela cara de quem acabou de vomitar tudo o que comeu.

6:17 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Lembra do lindo uniforme do mercês com saia dez centímetros acima do joelho? As mães compravam mesmo (quando não faziam em casa) e a gente que se virasse pra enrolar o cós depois. E a blusinha de tergal quentinha, quentinha, própria pro clima de Niterói? A rapaziada hoje em dia é feliz e não sabe (pelo menos nesse quesito).
Bjs. Rosana.

10:26 PM  
Blogger Cláudia disse...

Siiimmmm, lembro, Rosana, e com o brochinho do colégio na lapela.
Saia de tergal COM PREGAS, pra engordar uns 4 quilos as elefantosinhas como eu.

9:40 AM  
Blogger Ana Téjo disse...

Clau,
Uniforme hoje é uma coisa muito séria. A blusa tem que ser justa e curta na medida, a calça tem que ter cintura baixa na medida, a boca tem que ser larga na medida e a barra tem que arrastar no chão na medida. E se não arrastar, ai do fornecedor sem noção!
No meu tempo, uniforme era agasalho Adidas, camiseta da escola e um abraço pro gaiteiro.
Agora, Deus sabe o que faz. Se fosse eu no seu lugar, amiga, o negócio já teria falido. Porque o que eu ia dar de sopapo nessas adolescentes que fazem cara de nojo pra tudo...
Beijos,
JU...

10:31 AM  
Blogger Cláudia disse...

Ju, quando tudo mais falha, existe uma resposta definitiva para tudo (e até mesmo verdadeira): eu sigo a determinação do colégio e só posso mudar com autorização por escrito.
Funciona em 100% dos casos, pq a fofa não quer nada além de perturbar as idéias.

4:40 PM  

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