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segunda-feira, junho 12, 2006

Copa do Mundo - França, 1998

Fomos eu e meu então marido assistir aos últimos jogos do Brasil na copa do mundo de 98, na França. Pegamos a partir do jogo de Nantes, as quartas-de-final, e a torcida era grande para que o Brasil ganhasse, não somente pela vitória em si, mas pra gente poder curtir mais tempo aquela viagem tão legal, ver mais jogos, torcer por mais tempo.

Ficamos em um hotel lotado de brasileiros, todos levados pela mesma agência. O grupo era grande, mas não era excursão, e cada um fazia o que queria. Ou o que era possível fazer, pois em uma Paris lotada pela Copa, visitar os museus, por exemplo, era tarefa impossível. Viajar daqui prali então, nem pensar, não havia vaga em trens, aviões, e nem carro pra alugar.

O que eu quero contar desse episódio todo, porém, é que a predominância em grupos assim é masculina. Havia poucas mulheres, como eu, que o marido tinha se aventurado a levar. Mulher sozinha, por iniciativa própria, ou com uma amiga, nenhuma que eu me lembre. Eu, como bem sabem, gosto de futebol e tava achando tudo aquilo o máximo do máximo. Mas dava pra contar nos dedos quantas mulheres havia quando embarcávamos nos trens para viajar para Nantes e Marselha para ver os jogos.

Aí a coisa se tornava engraçada: ver que aqueles homens, todos já passados dos 40 (quem era mais novo é porque o pai bancou a viagem e levou junto), juntos se comportavam como se tivessem 18 anos. Uma arruaça, um tal de contar piadas sem graça e os outros morrerem de rir, cerveja pra lá é pra cá, brincadeiras que nem meu sobrinho de nove anos faz mais. Pareciam uns meninos. Bobos.

Com os dias passando, e a lavanderia do hotel como point da galera - porque fez um frio inesperado naquele ano em Paris e ninguém estava preparado para tal. Era um tal de lavar roupa... - fui fazendo amizade com um e com outro. Um era dentista, outro era advogado, outro engenheiro, outro neurocirurgião. Eu ficava imaginando o neurocirurgião, por exemplo, todo compenetrado no meio de uma cirurgia cerebral, e o via ali, de short e chinelos, se comportando como um moleque prestes a aprontar alguma.

Eu olhava para o engenheiro e o imaginava pai de dois ou três, levando-os pra escola de manhã, indo compenetrado para o trabalho, fazendo batucada nos encostos das cadeiras dos demais no trem Paris-Marselha, para não deixá-los dormir.

Pensava no que diria a mulher do dentista se o visse encher a boca de cerveja e depois ficar soltando entre os dentes na nuca dos outros companheiros de viagem, quando esses estavam distraídos.

Era uma das coisas mais divertidas da viagem, observar esses meninos grandes soltos pela França, fazendo todas as porcarias que desejavam, sem mulher do lado pra recriminar, nem olhar feio quando eles resolviam fazer campeonato de arroto no vagão restaurante. Ou de pum mais sonoro, também tinha essa modalidade esportiva.

E uma das coisas mais ruins foi ver esses meninos grandes chorando feito bebês, ligando para suas esposas no Brasil, depois do 3 x 0 que tomamos na final. Querendo voltar pra casa, pedindo colo.

Quase tão ruim quanto passar 4 dias perambulando por Paris, louca de vontade de voltar pra casa, não agüentando mais ouvir tanto "trois zerrô" por onde quer que eu fosse, com a cara manchada da tinta amarela com a qual pintei o rosto pro jogo final.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Cláu,
Meninnaa! Quer dizer que vc passou aquele perrengue no Stade de France? Lá em Saint-Denis?!
??????
Queria tanto ter estado lá; mas naquela época, não era possível financeiramente. Acabei indo anos depois...e ainda ouvi aquele 'trois-zerrô' que encheu a sua cabeça!
beijos

11:43 AM  
Blogger Cláudia disse...

Eu tava, vou scanear a foto pra colocar aqui no blog: cara toda pintada, bandeira do Brasil como saia, torcedora total!

12:17 PM  
Blogger Lala disse...

Não faz mal Clau... a santaiada de plantão tardou mas não falhou. Quantos gols a França já fez em copa depois do troizerrô? Ops, Nenhum??? Sorry. Je sint tre muit.

2:44 PM  

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