Ucrâââniaaa!!!! Ucrâââniaaa!!!!
Torci hoje mais pela Ucrânia do que ontem pelo Portugal do Felipão. E olha que eu acho o Felipão o máximo, então isso quer dizer muita coisa.
Foi o jogo da paixão pela Pátria capaz de resistir aos nazistas por meio do futebol contra os insossos suíços que se venderam na Segunda Guerra, recebendo favores, enriquecendo ilicitamente, alegando neutralidade.
Torci pela Ucrânia porque 7 dos seus jogadores titulares vêm do Dínamo de Kiev, time de futebol tradicional da cidade ucraniana de Kiev.
Na Segunda Guerra Mundial, numa Kiev dizimada pelos nazistas, o Dínamo de Kiev sobreviveu jogando futebol. Era o momento de paz no meio de tanta atrocidade; de razão no meio de tanta irracionalidade; de beleza no meio de tanta devastação; de união no meio do salve-se quem puder que uma guerra é capaz de produzir.
Desafiado pelos alemães a uma partida de futebol, lá foram os jogadores do Dínamo: empobrecidos pela fome e pelo frio, de uniformes remendados e improvisados, treinando sem chuteiras para economizá-las para as partidas, escondidos sob o manto protetor do dono de uma padaria, que os contratou como funcionários.
Contra os bem-nutridos, bem-vestidos e opressores alemães.
O Dínamo de Kiev venceu o jogo, não me lembro por que placar. E depois dessa partida, o ânimo da cidade mudou: de apáticos invadidos, a heróicos resistentes. Foi por meio do futebol do Dínamo, da garra, da vontade de vencer, que os habitantes de Kiev se reconheceram como cidadãos e organizaram uma resistência contra os alemães.
O resultado final? Todos os jogadores do Dínamo que ousaram ganhar dos alemães foram enviados para campos de concentração. Quase nenhum sobreviveu.
Uma história apaixonante, e quando eu soube que a seleção da Ucrânia era composta quase toda por jogadores do Dínamo de Kiev, não deu pra não torcer. Porque futebol é paixão, é garra, é vontade, e em tempos de Copa do Mundo, amor ao seu país.
quer saber da história toda? Leia Futebol e Guerra, editado por Jorge Zahar.
9 Comentários:
Passei o final de semana fora e acabei de chegar em Toronto. Nossa área aqui
é dominada por Ucranianos (tem o Ukrainian Community Center, restaurante, igreja, lujinha...); a avenida mais importante do bairro foi fechada, só ouço as buzinas e gritos de comemoração, bares lotados... Felicidade total dos vizinhos, parabéns pra eles!
Torcedor é igual em todo lugar do mundo, muda só a língua!
ADOREI a história!!! A propósito da ação da neutra Suíça na 2ª Guerra, foi lançado um livro chamado "A Suíça lava mais branco", sobre dinheiro judeu depositado lá e que nunca foi devolvido aos descendentes.
Bjs. Rosana.
Rosana, quando for a Brasília vou levar o livro pra você ler, é demais!
Essa história me despertou a curiosidade... Fui conferir em http://canais.ondarpc.com.br/deprimeira/conteudo.phtml?id=490913 e encontrei o seguinte texto:
"Todos sabem os efeitos devastadores provocados pela Segunda Guerra Mundial. O confronto militar deixou muitas cicatrizes pelos quatro cantos do planeta – algumas não curadas até hoje. Com o passar do tempo, terminada a guerra, surgiram aqui e acolá histórias de heroínas e heróis que, ao seu modo, amenizaram o sofrimento dos seus iguais ou deram grandes demonstrações de coragem.
Um destes exemplos, pouco conhecido no Brasil, relaciona a Segunda Guerra Mundial ao futebol. Durante a ocupação nazista a parte da União Soviética, os jogadores do Dínamo de Kiev (Ucrânia) foram presos e obrigados a trabalhar forçosamente em uma fábrica de pão. Entre as árduas jornadas as quais eram submetidos, sempre achavam tempo para bater uma bolinha.
Impressionados com a habilidade dos soviéticos, porém acima de tudo cegos pelo sentimento de superioridade da raça alemã apregoado por Hitler, os integrantes do exército nazista resolveram desafiar os atletas do Dínamo, achando que ganhariam com facilidade. Que nada, levaram foi uma sonora goleada.
Uma revanche foi marcada. Outra lavada a favor dos soviéticos. E assim foi por mais três vezes, sempre com os soldados alemães sendo humilhados dentro de campo. Infelizmente não ia ficar assim.
Na sexta partida, os nazistas montaram uma seleção das forças armadas, reforçada com jogadores-militares do Flakelk, um dos melhores times da época. Seria a última chance de demonstrar aos atletas do Dínamo a superioridade alemã.
Começa a partida. Talvez um pouco assustados com a magnitude do evento, os soviéticos saem perdendo. Logo depois, entretanto, viram o placar para 2x1 com naturalidade. E assim termina o primeiro tempo. No intervalo, um soldado alemão, que não participava do jogo, chega aos jogadores do Dínamo com um surpreendente ultimato: “Ou vocês perdem ou vocês morrem”.
Os soviéticos partem quietos para o segundo tempo. E sem titubear por um instante sequer, continuam o baile fazendo mais dois gols. Placar final: 4x1. Os atletas não comemoram – sabiam que aquela seria a última partida de futebol das suas vidas. Saem de campo abraçados, com a consciência tranqüila e de cabeça erguida. Tinham feito o seu melhor.
Dias depois, os nazistas cumprem a bárbara promessa e fuzilam, um a um, os jogadores do Dínamo.
A Segunda Guerra Mundial terminou com mais de 50 milhões de mortos. Destes, aproximadamente 20 milhões eram soviéticos. A grande maioria caiu no anonimato e hoje faz parte apenas de uma triste estatística que revela aos seres humanos a sua pior face – um misto de arrogância, rancor e ganância desmedidas. Mas este pequeno pelotão de craques do futebol, que teve sua liberdade e sua vida confiscadas por uma guerra estúpida, entrou para a história como um exemplo de coragem e dignidade."
Eu adorei saber dessa história Clau. Que inspiração!
Adauto, leia o livro então, que é muito bom!
Genteeee, que coisa surpreendente. Fiquei boquiaberta aqui. Rola um empréstimo do livrinho, Clau?
Beijos,
JU...
Ju, claro que sim! Vc vai gostar muito, mesmo quem não curte futebol, é uma história empolgante.
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