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quarta-feira, novembro 21, 2007

Calendário


20 de agosto.


Este foi o dia em que aquele que viria a ser meu marido me pediu em namoro. Eu com 15, ele com 18, voltando da festinha de 15 anos (é, quando você faz 15 anos, todas as suas amigas fazem também, então é o ano de mais intensa vida social de toda a sua vida) de uma amiga.

Até então, já tínhamos nos conhecido no aniversário dele, depois nos encontramos numa baladinha, depois nos vimos na minha festa de 15 anos. Tudo isso sem rolar um único beijinho, o qual, aliás, só rolou depois que eu aceitei o pedido. Tempos ingênuos e românticos aqueles...


Não gente, eu não nasci em 1930, como pode parecer.


O que quero dizer com isso é que eu e ele sabíamos exatamente em que dia tínhamos começado a namorar. Qual era a nossa data, mais importante até do que o aniversário de casamento, tão marcante para os dois que continuou sendo celebrada de alguma maneira, por meio de jantares, ou flores, ou email, ou telefonema, mesmo nos anos que se sucederam à separação.


Hoje fica mais difícil ter toda essa precisão. O desenrolar é outro, nem melhor nem pior, quero deixar bem claro. As pessoas se conhecem, começam a sair juntas, hesitam em qualificar o outro como namorado. Uma amiga minha quase me batia quando eu chamava de seu namorado o moço com quem ela vinha saindo há, sei lá, uns bons dois meses. Três meses beijando na boca de dia e não era namorado?


Com isso, a definição da nossa data acaba sendo um processo com uma certa dose de subjetividade, e implica um consenso entre as partes. Alguns casais consideram como sendo o dia do primeiro beijo, outros consideram como o dia em que dormiram juntos a primeira vez, outros o dia em que apareceram como um casal diante dos amigos. Tem quem radicalize e marque a data como sendo o dia em que uma das partes deu à outra uma cópia da chave de casa, pra molhar as plantas durante a ausência.


Aí eu penso como deve ser a definição, porque num caso assim, dificilmente ambas as partes têm em mente como sendo aquele o mesmo dia. O gap entre o dia que um acha que é em relação ao dia que o outro marcou no coração pode chegar a um mês ou até mais. O que dá margem a muitas pulgas atrás da orelha: se ele não se considerava meu namorado, isso quer dizer que saía com outras nesse período, além de mim? Se ela não se considerava minha namorada, então aquele amigo tão próximo que tá sempre na casa dela podia ser um amigo com direitos?


- 15 de setembro, eu me lembro bem, nós fomos jantar juntos, você tinha me mandado flores logo pela manhã...

- não não, nós começamos a namorar mesmo foi só em 10 de outubro, quando fomos na festa do Marcão e blá blá blá.


ou


- não, não foi quando a gente passou a noite juntos depois do aniversário da minha prima, foi só umas 3 semanas depois, quando você veio aqui em casa pra pizzada de fim de ano com meus amigos e minha família, lembra?


Pronto, tá feita a caca. Se um é mais romântico que o outro, ou se um se apaixonou mais rápido que o outro, ou se um é mais ciumento que o outro, esse descompasso pode causar imensos problemas.


Eu sou das antigas. Do tempo em que se pedia em namoro, marcava-se em que dia foi e comemorava-se de forma especial. Para mim, namorado é namorado e amigo é amigo. Amigo com direitos é uma coisa que não existe no meu universo. Essa coisa dúbia, esse terreno arenoso, definitivamente não é pra mim.




6 Comentários:

Blogger UrbAnna disse...

Eu e meu marido consideramos que o dia em que nos conhecemos e "ficamos" juntos pela primeira vez é o dia do início do namoro.
Mesmo que ele tenha feito o pedido oficial umas 2 ou 3 semanas depois, nem lembro ao certo.
Mas é complicado mesmo...

8:23 AM  
Blogger mc disse...

Tive essa conversa outro dia, para definir a data. E concordamos que nada melhor que o dia que nos conhecemos, pq desde então foi um grude só. ele nunca me pediu em namoro (será que gringo faz isso??), a gente simplesmente migrou de uma fase pra outra sem a conversa... e em pouco tempo ele já me chamava de girlfriend...

10:56 AM  
Blogger Ana disse...

Minha data com o Cezar era 23 de março, o dia em que saimos com intenções além de amigos (pq nos conheciamos há 3 anos) e nos beijamos pela primeira vez. O dia em que, segundo ele, sua perna estava tremendo de nervoso, e eu mandei o mundo à merda e nos beijamos.
Daria a minha vida para voltar a esse dia...
:(

11:21 AM  
Blogger Ana disse...

esqueci: o ano foi 1998.
Engraçado, ficamos 7 anos juntos e ele nunca me pediu em namoro...era uma das nossas brincadeiras...
Saudade da pôrra viu!!!!!!!

11:23 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Putz!!Sério mesmo???
Não sei o que sentir qdo li...rs.
Vergonha??? Tranquilidade???
Tudo bem que os tempos são diferentes...
Hum...
Prima, data eu sou´péssima MESMOOOO!!!Se eu não anotar tudo, tipo dia´rio, eu nao consigo lembrar de nadaa...
Nao lembro o dia do meu primeiro beijo (lembro da situação)...Logico que as datas mais "importantes" sim...até pq , como falei, está anotado...rs
Lembro que qdo namorava, qdo fazia 2 meses, 3 meses, 4 meses...e essas coisas, quem lembrava sempre era o "benedito"..rs
Acho bonito, sabe? Mas...rs

beijinhos

1:11 PM  
Blogger Lala disse...

É uma caca mesmo, Cacá! :-) (desculpe, não resisti). Mas infelizmente, é assim que as coisas têm sido pra grande maioria de nós. O mundo está completamente fóbico, todo mundo com um medo atroz de se entregar... e então acontecem pérolas como dessa sua amiga aí que quase te bateu porque vc chamou de namorado o namorado dela! (gente doida... hehehe)
Então, comemoramos a data em que nos vimos pela primeira vez. Essa é absoluta, ninguém questiona. Até porque todas as outras acabaram sendo relativizadas pelo tempo!

Beijo querida! Adorei o post!

9:23 AM  

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