Santa Clara
Quando eu era adolescente, na casa da minha futura sogra, em Brasilia, tinha piscina. A casa e a piscina ainda existem, eu que deixei de ser adolescente e ela que deixou de ser sogra. Enfim, mas o assunto não é esse.
Todo fim de semana era de lei eu e a minha então cunhada ficar torrando no sol. Sem contar os primos e os amigos e amigas que iam pra lá. Uma delícia!, tinha até uma quadrinha de vôlei improvisada no gramado, lá no fundo do terreno - ou melhor, na frente, porque as casas em Brasília têm o fundo virado pra rua e a frente virada para o terreno, que quase sempre é bem grande. Quadrinha esta que cedeu espaço para a casinha de bonecas (construída pelo meu pai) e o balanço da Isabela, que depois passaram a ser da Manuela, depois do Guilherme, agora do Ricardo, em breve da Maria Fernanda...
Quero dizer, delícia para nós, porque imagino o quanto devia ser cansativo para os meus sogros ter a casa cheia o fim de semana inteirinho.
Vocês podem imaginar então o quanto era importante, fundamental e imprescindível que fizesse um dia bonito e ensolarado. Toda noite de sexta checávamos o céu: se estivesse estrelado - porque o céu em Brasília é lotado de estrelas em noites sem nuvens - o sol ia brilhar no dia seguinte. Se não víssemos as estrelas, providências urgentes tinham de ser tomadas.
A mais importante delas era jogar um sabonete no telhado, para Santa Clara clarear. Olha que minha sogra até comprava uns sabonetes Gessy ou Palmolive justamente para este fim. Mas quando a ocasião exigia - uma festa no sábado à noite, por exemplo - apelávamos para os sabonetes bons, que era pra Santa ver que nossa necessidade era muita, que estávamos jogando no telhado um sabonete de categoria. Muitos anos depois, quando minha sogra resolveu trocar o telhado, o encarregado da obra foi perguntar pra ela o porquê de tanto sabonete seco espalhado lá em cima.
Aí, recentemente, alguém me disse que não era sabonete que tinha de ser jogado, mas sim ovo, por causa da clara, porque a Santa era Santa Clara. Bem mais coerente do que um sabonete, concordo, mas muito mais desprovido de glamour. Penso que a Santa preferia mil vezes nossos sabonetes a um ovo que logo ia apodrecer e feder lá em cima, porque não é que a coisa funcionava e o sol brilhava quase sempre? Nada a ver com o fato de Brasília ser muito seco a maior parte do ano, lógico.
Lembrei disso tudo porque daqui a dois dias vai ser a festinha de fim de ano aqui da confecção e os funcionários decidiram fazer um almoço aqui mesmo, para que as crianças pudessem vir. Ao todo umas dez crianças, com idades variando entre 2 e 11 anos. A idéia é que eles possam usar o espaço externo da garagem para brincar, mas se o tempo continuar como hoje, terão de ficar todos aqui dentro.
Não quero nem imaginar o tumulto. Por via das dúvidas, amanhã compro um sabonete pra jogar no telhado.
Da Natura, que é pra Santa ver que nossa necessidade desta vez também é muita.
Todo fim de semana era de lei eu e a minha então cunhada ficar torrando no sol. Sem contar os primos e os amigos e amigas que iam pra lá. Uma delícia!, tinha até uma quadrinha de vôlei improvisada no gramado, lá no fundo do terreno - ou melhor, na frente, porque as casas em Brasília têm o fundo virado pra rua e a frente virada para o terreno, que quase sempre é bem grande. Quadrinha esta que cedeu espaço para a casinha de bonecas (construída pelo meu pai) e o balanço da Isabela, que depois passaram a ser da Manuela, depois do Guilherme, agora do Ricardo, em breve da Maria Fernanda...
Quero dizer, delícia para nós, porque imagino o quanto devia ser cansativo para os meus sogros ter a casa cheia o fim de semana inteirinho.
Vocês podem imaginar então o quanto era importante, fundamental e imprescindível que fizesse um dia bonito e ensolarado. Toda noite de sexta checávamos o céu: se estivesse estrelado - porque o céu em Brasília é lotado de estrelas em noites sem nuvens - o sol ia brilhar no dia seguinte. Se não víssemos as estrelas, providências urgentes tinham de ser tomadas.
A mais importante delas era jogar um sabonete no telhado, para Santa Clara clarear. Olha que minha sogra até comprava uns sabonetes Gessy ou Palmolive justamente para este fim. Mas quando a ocasião exigia - uma festa no sábado à noite, por exemplo - apelávamos para os sabonetes bons, que era pra Santa ver que nossa necessidade era muita, que estávamos jogando no telhado um sabonete de categoria. Muitos anos depois, quando minha sogra resolveu trocar o telhado, o encarregado da obra foi perguntar pra ela o porquê de tanto sabonete seco espalhado lá em cima.
Aí, recentemente, alguém me disse que não era sabonete que tinha de ser jogado, mas sim ovo, por causa da clara, porque a Santa era Santa Clara. Bem mais coerente do que um sabonete, concordo, mas muito mais desprovido de glamour. Penso que a Santa preferia mil vezes nossos sabonetes a um ovo que logo ia apodrecer e feder lá em cima, porque não é que a coisa funcionava e o sol brilhava quase sempre? Nada a ver com o fato de Brasília ser muito seco a maior parte do ano, lógico.
Lembrei disso tudo porque daqui a dois dias vai ser a festinha de fim de ano aqui da confecção e os funcionários decidiram fazer um almoço aqui mesmo, para que as crianças pudessem vir. Ao todo umas dez crianças, com idades variando entre 2 e 11 anos. A idéia é que eles possam usar o espaço externo da garagem para brincar, mas se o tempo continuar como hoje, terão de ficar todos aqui dentro.
Não quero nem imaginar o tumulto. Por via das dúvidas, amanhã compro um sabonete pra jogar no telhado.
Da Natura, que é pra Santa ver que nossa necessidade desta vez também é muita.
9 Comentários:
essa do sabonete é nova pra mim! eu tenho uma outra tática, mas que não posso revelar... me ensinaram na Bahia, terra que sabe fazer essas coisas como nenhuma outra!
Vou torcer pra São Pedro derramar tudo que tem que ser derramado até amanhã, no máximo!
ah muito obrigada, mc!
devo torcer pra ele mandar floquinhos de neve pra você no ano novo?
beijo
mil vezes o sabonete, que em eventuais dias de chuva, ainda ajudam a lavar as janelas e paredes da casa, rsrsrs
boa sorte, pelo menos o climatempo garante sol a partir de amanhã...
O inigualável direito civil pátrio reza que uma vez sogra/sogro, vc pode repudiar o cônjuge três vezes com o Alcorão na mão e tudo, mas os citados serão para sempre sogros e sogras, ou seja, parentes de PRIMEIRO GRAU, que nem seu pai e sua mãe. Para sempre. Amém.
Bjs. Rosana.
PS: e o ovo na estaca dos tempos de João Neiva, vc não lembrou? Por via das dúvidas, taca o ovo também.
O tempo aqui também está uma caca.
Realmento quem postou acima tem razão. Existe ex-conjuge, mas ex-sogra e ex-sogro, não! E isso não é uma piada de mal-gosto. Uma vez sogra(o), sempre sogrea(o).
Quanto aos sabonetes e ovos. Na minha terra (Guaratinguetá), não se joga sabonetes no telhado, nem ovos. Os ovos são colocados inteiros, para fora de casa, na janela, para Santa Clara.
;)
Joga o sabonete, bota o ovo, fa tudo o que tem direito.
Mas pelo sim, pelo não, vai treinando o repertório: Corre Cotia, Passa Anel, 123 plim...
Beijo, boa sorte!
ahahahah,
a mâe de uma das crianças pode jogar no telhado do prédio dela???
Se for sabonete liquido, garantia de pele macia, conta mais pontos junto a santa?
ahahahaa
ahahahah
bjus
(e lá vamos nóoosss!)
;c)
Verdade, o ovo na estaca!
Já tinha ouvido falar que não existe ex-sogra e ex-sogro. Se casar mais de uma vez, vai acumulando né?
Gente, pensamento positivo aí, porque aluguei um pula pula e se chover não sei onde vou colocar o troço.
beijos
Clau
joga o sabonete, o ovo e a sogra, por via das dúvidas.
;)
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