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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

É carnaval, é folia, nesse dia ninguém chora

Hoje é o primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo. Em tempos idos, minha fantasia já estaria pronta, os estandartes e costeiros guardados no quartinho da garagem. Um esquentinha na minha casa, eu e meus amigos que iam desfilar, e mais alguns agregados.

Veste a fantasia. Faz a maquiagem bem brilhante, cheia de glitter, que vai levar pelo menos uns 3 dias saindo na fronha do seu travesseiro. Coloca todos os costeiros e estandartes no porta-malas do carro onde couber todos e vai para o ponto de encontro.

Sim, porque Baronesa Arruinada que se preza tem ala cheia de mordomia, com direito a local para deixar o carro e ônibus com ar condicionado para ir para a concentração.

Na concentração, espera pelo desfile batendo papo, observando as fantasias alheias, os tipos esquisitos e engraçados, tirando fotos. Quase arrependida de ter entrado naquela roubada, com sono, aquele costeiro pesado nos ombros.

Chega o momento do desfile, aquela animação, aquele frio na barriga, que delícia entrar na avenida com toda aquela torcida na arquibancada!!

Bate o cansaço, porque nem de longe tô acostumada a pular daquele jeito, mas quando passo na frente da bateria... bem, o cansaço vai embora e fica somente a vontade de matar aquela Rainha da Bateria, desgraçada, cachorra, sem-vergonha, salafrária, pilantra, com aquelas coxas tão ou mais grossas que as minhas, que não tremem nem um milímetro, onde não se vê nem sinal da mais leve celulite, que desconhece completamente o significado da expressão gordura localizada. É... carnaval não é só alegria, tem também seus dissabores...

Esta foi minha rotina durante 3 anos seguidos. Criada em Niterói, da minha casa dava pra ouvir os ensaios de uma escola de samba, lá longe. Cresci querendo ser porta-bandeira pra usar aquele vestidões, numa época em que o Rio de Janeiro nem tinha sambódromo.

Animada pela Lala, saí pela primeira vez na Vai-Vai, vestida de cavalo branco. No ano seguinte, o coordenador da nossa ala na Vai-Vai se transferiu para a Unidos de Vila Maria, e como as duas escolas desfilavam em dias diferentes, lá fomos nós: uma na sexta, outra no sábado. Na Vai-Vai, com uma fantasia que homenageava o teatro (a mais bonita de todas que usei), com um costeiro imenso que, quando batia o vento, parecia que eu ia voar. Na Vila Maria, com uma fantasia representando o Estado do Mato Grosso.

No terceiro ano, fantasia de alquimista na Vai-Vai e agora já não me lembro qual foi a fantasia da Vila Maria.

Hoje, tudo isso parece uma realidade muito distante. Recomendo a todo mundo que gosta de carnaval que desfile ao menos uma vez: é uma outra perspectiva, uma forma de ver o carnaval diferente das demais. É sentir o coração batendo no ritmo do samba-enredo, entrar na alma daqueles que passam o ano todo vivendo em função disso, esperando por aqueles breves minutos em que a sua escola vai atravessar a passarela do samba.

Para mim, é lembrança de uma outra fase da minha vida. Uma fase diferente. Não sei se agüentaria tudo novamente, porque é uma maratona de muitas horas. Perdi a vontade.

Acho que tô ficando velha.

Bom carnaval para todos!

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Pois é Cláudia, pena que eu não tenho mais BLOG para descrever a emoção que tive nesse último final de semana, qdo desfilei pela PRIMEIRA vez numa escola de samba.
Eu nunca havia pulado carnaval.Na verdade, não gosto do carnaval de trio elétrico, musica baiana e essas coisas. Mal participava (participo) do carnaval de BICANGA atrás do "jegue elétrico".
Pois bem...O carnaval de Vitória sempre acontece uma semana antes do carnaval "oficial" e eu com minhas dúvidas e pre-conceito, nunca nem tinha ligado a TV para assistir...Pra mim, carnaval com carros alegóricos, rainhas e coisa tal era só no RIO e mais nada. Até via pela TV os desfiles do RIO, mas não entendia muita coisa, sabe?
Aqui, todos gostam de samba, carnaval. Eu gosto, frequento, mas nem de longe sei (ou pelo menos não sabia)nome dos instrumentos. Wander, nosso primo, só não é filho de ALCIONE com Neguinho da Beija-Flor pq Tia Wilma e seu Abel chegaram primeiro...mas eu ainda tenho minhas dúvidas...rs.
Então...todos os shows de pagode, samba e escolas de samba ele q me levava...ele e a namorada sempre sairam nas escolas de Vitória. Inclusive os pais da namorada dele foram 30 anos mestre-sala e porta-bandeira de um escola aqui.
Pois bem...esse ano resolvi participar...me convidaram e eu fui. A preparação começou UM mês antes...fui em todos os ensaios de diversas escolas...e até peguei amor por uma (não a que eu desfilei), mas qdo vc ver todas na avenida, ver todo aquele trabalho lindo sendo aplaudido de pé, toda a bateria sicronizada, todas as rainhas com o corpo que vc descreveu muito bem...não tem como torcer só pra UMA...e mais, todo aquele pre-conceito cai por terra. Um coisa de louco!!!
Em menos de um mês aprendi tudo de samba...aprendi nomes técnicos, aprendi como desenvolve a escola, nome de instumentos...aprendi quase tudo!!!rs.E hoje, não me vejo longe do carnaval, pelo menos o de Vitória...já estamos nos programando para o ano que vem.
É mesmo uma delicia...
Até ouvir pelo rádio a apuração dos votos, eu ouvir, crê???

beijnhos e Bom carnaval!!!

Nana

9:38 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Correção...rs
*Preconceito*
*Sincronizada*

bj

Nana

9:45 AM  
Blogger Lala disse...

Eu tenho saudade. Muita. Foram DEZ carnavais.
Quem sabe ano que vem???

Beijos sambísticos

8:28 PM  

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