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segunda-feira, junho 23, 2008

Ode à solteirice



Hoje recebi de um amigo, solteiro, por email, um texto do psiquiatra Flávio Gikovate cujo título é Não precisa casar. Sozinho é melhor - O psiquiatra decreta a morte do amor romântico e diz que a vida de solteiro é um caminho viável para a felicidade.

Como recebi o mesmo texto de uma outra amiga minha, também solteira, bem no dia dos namorados, fiquei pensando se tinham me mandado a título de consolo. Confesso que da primeira vez eu não li tudo, mas desta vez, dada a recorrência do assunto, resolvi ler. Com olhos de Penélope, lógico.

O autor começa dizendo que apenas 5% das pessoas casadas são felizes, e toma como base os casos que ele atende nos consultórios e o círculo de amizades dele. Quanto ao círculo de amizades, não questiono, mas alguém pode me dizer se conhece algum casal feliz que vá ao consultório de um psiquiatra pra dizer: doutor, viemos aqui porque nosso casamento é tão feliz que achamos que há alguma coisa errada com ele? Então, a amostragem dele no consultório é de 100% de casais com problemas de relacionamento.

Ele afirma que Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. O que significa que tanto viver junto quanto viver sozinho tem suas vantagens e desvantagens, como tudo na vida aliás. Que a solteirice não é a melhor situação do mundo, apenas uma opção de vida. E que solteiros sozinhos têm suas angústias e vazios da mesma forma que os casados, só que ninguém acha que é caso deles se divorciarem de si mesmos por isso.

Continua citando que a maior parte dos casamentos é composta do binômio egoísta + generoso, em que o segundo tem sempre baixa auto-estima, abre mão da sua individualidade e se dedica a servir o outro. Como a amostragem dele, conforme citado acima, é de casais que procuram seu consultório de psiquiatria, é normal que, para ele, a maior parte dos casamentos seja composto por um binômio neurótico.

Em dado momento, ele afirma que o amor romântico está fadado ao desaparecimento e cita como exemplo como vivem as viúvas, todas elas felizes da vida. Gente, como assim??? O fato de fazer da sua vida o melhor possível dentro das circunstâncias - no caso a perda do seu marido - não pode ser sinônimo de felicidade em detrimento da felicidade dentro de um relacionamento a dois. Pergunte para a maioria se elas pudessem optar, se preferiam ser viúvas.

Eu não condeno quem decidiu viver sozinho. Cada um tem um desejo, um objetivo, uma forma de ver a vida, que pode ser com alguém ao seu lado ou não. O que condeno é a polaridade, a bandeira levantada. Penso que, em um mundo de pares, não deve ser fácil a decisão de viver sozinho, não se casar, não ter filhos. A sociedade cobra que as pessoas tenham alguém. Então, acho admirável quem consegue ir de encontro a essa pressão e opta por viver de outra maneira, sem precisar convencer as pessoas em volta.

De minha parte, adoro um grude. Adoro ter alguém. Adoro o pé enroscado na hora de dormir, dividir o banheiro, puxar o cobertor, reclamar do volume da tv, voltar pra casa e saber que vou encontrar com ele, ou que ele logo chegará. Fazer compras no supermercado com coisinhas que ele gosta, que nós gostamos juntos, ver filme, escrever bilhetinho. Ficar brava e fazer as pazes. Tomar café da manhã juntos no fim de semana, fazer planos de reformar a casa, querer o banheiro branco e ele querer verde, trocar de carro, esquecer os óculos escuros no carro dele. Usar a meia dele para dormir porque o pé dele é maior e fica mais folgadinha. Ter de parar de ler antes de acabar o capítulo porque ele reclamou que a luz tá atrapalhando. Decidir que nome vai dar aos filhos, em que escola vão estudar e se vão aprender francês ou alemão.

A doce rotina da vida a dois... Agora dá licença que eu tenho de voltar a bordar os monogramas do meu enxoval.

10 Comentários:

Blogger Ana disse...

Eu tenho minha opinião: essas pessoas que se dizem solteiras por opção, suuuuper bem resolvidas, sao todas umas mentirosas! Ou entao nunca viveram um amor de verdade.
E qto a essa de que viuvas são felizes, so se for a mãe dele!!!!

10:30 PM  
Blogger Lala disse...

Clau
Também recebi essa merda de texto por email, e tenho a dizer o seguinte:
1 - acho muitíssimo pouco provável que ele seja, de fato, do Gikovate. Quem, Gikovate, aquele que dedicou boa parte das suas publicações a ajudar as pessoas a estarem em relaçoes mais completas, mais saudáveis e mais felizes? Acho que creditar esse texto ao Gikovate é o mesmo que creditar aquelas baboseiras cheias de erro de português ao Veríssimo.
2 - Eu não entendo gente solteira - e solteira que está buscando um par, não solteiros convictos - que fica fazendo ode à solteirice. Se sua vida de solteiro/a é tão feliz, porque caralhos você quer tanto encontrar alguém na sua vida?

Tô com você. Quero mais é ser feliz em dupla. Talvez não seja sempre possível, talvez não seja possível nunca. Mas daí a meter minha cabeça num buraco de avestruz e ficar alardeando que bom mesmo é ser solteira, vai uma grande, enorme e dissimulada diferença!

Beijo!

10:11 AM  
Blogger mc disse...

Nada a ver esse cara... é muito radicalismo pro meu gosto.

10:35 AM  
Blogger MH disse...

Adoro viver no plural. Tenho amigas que pegam no meu pé porque eu agora só falo "a gente". Mas tem coisa melhor?

Até acredito que algumas pessoas prefiram viver sós e gostem disso. Mas mesmo elas sempre encontram um enrosco, não? Ainda que passageiro, ainda que em casas separadas, não conheço ninguém que declare que é 100% feliz sozinho e quer continuar assim pra sempre!

11:16 AM  
Blogger Renatinha disse...

Sabe Clau,
Eu gosto de TUDO isso, o carinho, a amizade, compartilhar, ter alguém para brigar e para amar.
Acho que esta é a nossa eterna busca. Encontrar alguém para velhinhos rirmos da vida e aumentar a TV pois a surdez está chegando.
Mas vivo a solteirice bem. Apesar de ser casada e morar longe do meu marido nos últimos 3 anos, aprendi que dividir é difícil, mas vale a pena.
Concordo com a Ana, que quem diz que é sozinho e feliz, nunca teve um grande amor!
Borda o meu enxoval também?
VIVA O AMOR!
beijos
Re

12:21 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Essa história de ser feliz sozinho é igual a de gorda feliz com o próprio corpo:Lenda.

7:34 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Anônimo acima está pisando em campo minado. Queira reler o post para se situar.
Bjs. Rosana

9:49 PM  
Blogger Cláudia disse...

Meninas, como eu disse no post, cada um com sua opção,o que não dá é tentar distorcer a realidade pra tentar convencer os outros.

mh, eu também adoro tudo na primeira pessoa do plural e acho que não tem coisa melhor, mocinha casadoira.

Rosana, o anônimo acima ainda não sabe que falar a palavra GORDA neste blog é praticamente assinar uma sentença de morte ah ah ah ah

Mas anônimo, não suma por causa disso, vai se acostumando com a gente, que no fundo nós somos legais.

beijo

beijo

11:02 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Gente, é do Gikovate mesmo, entrevista da VEJA. Perde 5 pontos, volta três casas.
Bjs. Rosana.

8:24 PM  
Blogger MH disse...

aaaaaaaaaaaaargh

veja de quando que eu não li um absurdo desses???

credo. Ele já foi muito melhor. Lembro de gostar dele na adolescência, lendo a coluna na Claudia de mamã...

5:59 PM  

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