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domingo, maio 03, 2009

SOS Amizade!



Tudo começou há poucos dias, e a coisa foi tormando forma por meio de emails, um achando o outro, outro achando mais alguns, e mais aquele que ainda mantinha contato com aquele outro... e por fim, aconteceu!!!

La Salle, turma 1983, convocação geral: sábado, dia 02 de maio, no Bier Fass do Pontão, às 20h.

Dez de nós atenderam à convocação improvisada, dez com vontade enorme de reencontrar os amigos do passado. Duas com vontade de ir, mas presentes em coração: a Heloiza, que mora em Salvador e não poderia ir; a Neca (Carmen), que até mora em Brasília, mas estava indo ver as filhas que moram em Floripa.

Para os que não conhecem Brasília, o Pontão é uma região à beira do Lago Paranoá, ao lado da Ponte Costa e Silva (que já foi chamada de Ponte Nova, e agora virou Segunda Ponte, uma vez que a Nova é a belíssima Ponte JK), na qual há vários restaurantes e barzinhos. Uma delícia, com locais mais agitados ou mais tranquilos, um lugar superagradável de se ficar, tanto de dia, quando pode-se observar o sol batendo no Lago, as pessoas praticando esportes aquáticos, quanto à noite, com o luar refletindo nas águas do lago e o céu estrelado do cerrado ajudando a compor o cenário especial.


As primeiras a chegar foram Lina - que eu e ela já tínhamos nos encontrado na sexta, porque esperar até sábado era demais para nós! - e Andreia, sobrinha do nosso professor de Física mais querido, e, unanimidade entre todos, um dos melhores professores que tivemos (e unanimidade entre as meninas, o mais bonito e charmoso disparado).

Depois chegaram o Mauro, que causava comoção com suas belas pernas, em especial quando voltava de short da aula de Educação Física; o Gustavo - Gugu - simplesmente um dos caras mais inteligentes que já conheci na vida; a Ana Lúcia, que era do nosso grupinho da parede da janela; a Patrícia; o Pinta (a mãe batizou de Carlos Eduardo).

E aí começaram as lembranças, do que cada um fazia, e como cada um era, Andreia tinha levado a relíquia do álbum de formatura e lá estavam as mensagens, os amigos, os professores, as fotos antigas e meio apagadas do nosso colégio. Como bem observou a Lina, até a recuperação era legal!

Lembramos da régua da Lina, onde ela anotava pacientemente a cola para a prova e que rodava a sala inteira. Do namoro da Ana com o Gustavo e os 30cm de altura que os separavam, do Mauro com a Lina que começou num show do Gilberto Gil, de matar aula para ir na sensacional inauguração do shopping novo - sim, porque até então Brasília só tinha um shopping que prestava -, de ir ao cinema no drive-in, que até hoje existe, porém não mais com um alto-falante imenso dentro do carro, agora a gente sintoniza o som do filme no rádio do carro, olha que muderno!

Da festa que fizemos para arrecadar dinheiro para a produção do álbum de formatura, na boate Sheherazade (Sherehazade? Shererazade? deixa pra lá!), bombadíssima!, organizada pelo meu então namorado, dali a pouco noivo, marido alguns anos depois e atual ex, com gente que não cabia lá dentro. Das matinês na Sunshine e na L'Escalier.

De tudo de bom que acontecia num tempo em que não tínhamos contas para pagar, numa cidade na qual violência urbana era algo tão fictício quanto a loira do banheiro,
em que estudar para nós era sinônimo de diversão.

Todo mundo lembrou dos SOS que eu escrevia, a cada fato novo que acontecia na classe: SOS Banquinho - a Ana dá cola a quem a grana descola, com o intuito de comprar um banquinho para facilitar o namoro dela com o Gustavo; o SOS ITA/AMEM, uma integração entre os alunos do Institudo de Tecnologia da Aeronáutica e as alunas pertencentes à Associação das Mulheres Encalhadas MESMO. E mais uma montanha deles, todo o tempo, que rodava a classe inteira - sinceramente, eu não sei como dava tempo de anotar o que os professores escreviam no quadro negro.

Mas o mais lembrado, o mais célebre de todos e que mais repercutiu, foi o SOS Alfafa!

O SOS Alfafa nasceu do gesto estúpido do grosso do professor de Hematologia. A turma toda fazendo a prova, e, ao fim do tempo, ele manda todo mundo parar de escrever naquele momento que ele ia recolher as folhas. Acontece que ele falou isso olhando pro quadro, pra baixo, pra cima, pra PQP, não me lembro, e na nossa sala havia uma menina surda, que obviamente continuou fazendo a prova como se nada tivesse sido dito. Então, num gesto supremo de didática avançada, esta besta quadrada arranca a prova das mãos da garota e dá-lhe um esbregue, sem se lembrar, ou levar em consideração, que a menina não escutara o que ele dissera. Mas era capaz de ler os lábios do professor dando-lhe uma injusta e fenomenal bronca.

Não deu 15 minutos para o SOS Alfafa, destinado a arrecadar fundos para comprarmos alfafa para o nosso amado mestre, uma vez que alguém capaz de um gesto tão imbecil só podia ser um jumento, e ainda por cima, faminto, dada a raivosidade com que se dirigira à nossa colega, corresse toda a classe. E na aula seguinte deste professor, a Maria Manuela, que foi eleita a menina mais bonita de todo o terceiro ano - além de legal, simpática, inteligente e, felizmente para ela, nossa amiga querida e parte da turminha da parede da janela, senão a gente a teria jogado lá do segundo andar, no intervalo - levou montes de alfafa e distribuiu para todos, e ficamos na aula dele, agitando as alfafas como se fossem leques, no nosso protesto silencioso contra a arbitrariedade cometida.

Pensam que eu me lembrava disso? Nem de longe. Mas bastou um falar no assunto e as lembranças vieram de uma vez, até alguns trechos dos SOS eu me lembrava com nitidez. Eu já era blogueira e nem sabia disso.

Enfim, foram horas e horas de conversas, não somente de lembranças, mas das nossas vidas atuais - saímos de lá às 3 e meia da manhã, quando o lugar fechou. E a promessa de que a melhor turma de terceiro ano de todos os tempos do La Salle de Brasília, a que obteve aprovação recorde no vestibular da UnB, a que tinha os alunos mais agitados, porém os mais inteligentes de todos os terceiros anos, vai se encontrar mais e mais vezes, e que vamos conseguir reunir cada vez mais gente, e continuar nossa amizade de onde não deveria nunca ter parado.

Veja as fotos aqui!


Na foto que ilustra este post, nossa amiga Maria do Carmo, ou só Maria, como a chamávamos: inteligente, linda, simpática, doce, querida, que infelizmente morreu há muitos anos, vítima de uma queda de cavalo, e que vai ser sempre nossa ausência mais sentida em todos os reencontros que certamente faremos a partir de agora. Querida Maria, este post é pra você!

7 Comentários:

Blogger MH disse...

que delícia de revival!!
É muito divertido viajar ao passado...

10:30 AM  
Blogger Luciana disse...

Que delícia de post, Clau! Parabéns pelo evento mais delicioso do ano! Que vocês possam se encontrar muitas e muitas vezes!

Da sua amiga cheia de orgulho,
Lu,

3:30 PM  
Blogger Cláudia disse...

mh e Lu, foi muito, muito mais bacana do que eu conseguiria colocar em palavras num post!
beijos e obrigada

5:28 PM  
Blogger Unknown disse...

Talvez a melhor coisa da vida seja ter amigos de anos, daqueles sem interesses, apenas querendo a sua companhia. Saudades ds excurssões de ônibus da escola! Bj

6:10 PM  
Blogger Cláudia disse...

Virginia, nenhuma viagem que a gente faça na vida, por mais glamourosa e bacana que seja, tem a mesma vibração do que ir daqui até ali numa excursão de colégio, né?

8:13 PM  
Anonymous Neca disse...

Claudia, que bom o post sobre os velhos tempos.OPs!!Nem tão velhos assim. Lendo o que vc escreve parece que estamos num bate papo gostoso com pessoas de bem com a vida. Adoreiê!!!Aproveitei e bisbilhotei todo o blog. BJim

12:18 AM  
Blogger Cláudia disse...

Neca, venha sempre, e quando eu for a Brasilia de novo, eu te ligo e vamos nos ver, já que dessa vez não deu.
beijo

8:51 AM  

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