Para sempre mas não muito
Não sei se já contei aqui que acordo cedo. Bem cedo. Muito cedo. Precisamente às 5h15da manhã, com segunda chamada às 5h30. Saio de casa umas 6h10, para levar Bela na faculdade no trajeto Morumbi-Vila Mariana-Morumbi, a tempo de chegar de volta às7h pra andar no Parque Burle Marx.
Não fiquem admirando tanta força de vontade que a coisa não é bem assim. É a mais pura necessidade de continuar cabendo dentro das minhas calças, de continuar podendo frequentar minha loja favorita e do meu IMC continuar no nível do sobrepeso e não cruzar a fronteira para a obesidade mórbida. E também de continuar cabendo na poltrona do avião sem que o passageiro do lado pense: PQP, vou ter que viajar do lado daquela baleia!
Tem dias que enrolo mais pra me vestir, e tem dias que levo 15 minutos entre a cama e estar pronta pra sair - até porque o fato de ir andar no parque já elimina o item maquiagem e vamos combinar que vestir uma calça, um top e uma camiseta é algo que não leva tanto tempo assim.
Hoje foi um desses dias em que fiquei pronta vapt vupt, e liguei a tv pra esperar
Bela terminar de se arrumar. Estava passando um documentário muito interessante sobre uma australiana que tinha ido passar férias em Bali e lá tinha sido presa por tráfico de drogas, com 4 kg de maconha dentro da bolsa de carregar a prancha de bodyboard.
Ela estava em uma prisão indonésia, já há seis meses, aguardando ser julgada. O documentário abordava não somente o drama dela, da ameaça de ser condenada à morte, e da tentativa de provar sua inocência. O pano de fundo era o tráfico interno de drogas dentro da Austrália, principalmente em vôos de conexões, nos quais o passageiro muda de avião, a bagagem idem, mas ele não pega a bagagem.
A suspeita da defesa é que no vôo entre Queensland e Brisbane, que era a escala que ela fizera antes de pegar o avião para Bali, o pacote de maconha fora colocado dentro da bolsa da prancha de Shapelle por engano. Ao chegar ao seu destino, o pacote não estava na bolsa correta para ser resgatado por quem quer que fosse, e acabou indo para a Indonésia, onde, ao chegar, cães farejadores detectaram a droga e Shapelle, dona da bagagem, foi presa.
O que me chamou a atenção porém foi que, durante o pronunciamento do promotor no julgamento, ele sugere a pena que ela deve cumprir:
Prisão perpétua, menos os seis meses que ela já tinha ficado presa aguardando o julgamento.
Como é que alguém pode ser sentenciado à prisão perpétua menos seis meses? Como é que alguém vai adivinhar que faltam somente seis meses pra pessoa morrer para ser libertada, uma ver que já passou seis meses presa? E o nome não é prisão perpétua? Pra sempre? Life in prision? Então, qual é a coerência dela ser libertada seis meses antes, se isso fosse possível de prever, se ela tem de ficar na cadeia pelo resto da vida?
Tremenda firula jurídica, na minha opinião. Não vi o documentário até o fim, porque deu a hora de sair e ainda faltava uma meia hora pra terminar, mas parece que ela foi condenada a 20 anos de prisão.
Menos seis meses.
Não fiquem admirando tanta força de vontade que a coisa não é bem assim. É a mais pura necessidade de continuar cabendo dentro das minhas calças, de continuar podendo frequentar minha loja favorita e do meu IMC continuar no nível do sobrepeso e não cruzar a fronteira para a obesidade mórbida. E também de continuar cabendo na poltrona do avião sem que o passageiro do lado pense: PQP, vou ter que viajar do lado daquela baleia!
Tem dias que enrolo mais pra me vestir, e tem dias que levo 15 minutos entre a cama e estar pronta pra sair - até porque o fato de ir andar no parque já elimina o item maquiagem e vamos combinar que vestir uma calça, um top e uma camiseta é algo que não leva tanto tempo assim.
Hoje foi um desses dias em que fiquei pronta vapt vupt, e liguei a tv pra esperar
Bela terminar de se arrumar. Estava passando um documentário muito interessante sobre uma australiana que tinha ido passar férias em Bali e lá tinha sido presa por tráfico de drogas, com 4 kg de maconha dentro da bolsa de carregar a prancha de bodyboard.
Ela estava em uma prisão indonésia, já há seis meses, aguardando ser julgada. O documentário abordava não somente o drama dela, da ameaça de ser condenada à morte, e da tentativa de provar sua inocência. O pano de fundo era o tráfico interno de drogas dentro da Austrália, principalmente em vôos de conexões, nos quais o passageiro muda de avião, a bagagem idem, mas ele não pega a bagagem.
A suspeita da defesa é que no vôo entre Queensland e Brisbane, que era a escala que ela fizera antes de pegar o avião para Bali, o pacote de maconha fora colocado dentro da bolsa da prancha de Shapelle por engano. Ao chegar ao seu destino, o pacote não estava na bolsa correta para ser resgatado por quem quer que fosse, e acabou indo para a Indonésia, onde, ao chegar, cães farejadores detectaram a droga e Shapelle, dona da bagagem, foi presa.
O que me chamou a atenção porém foi que, durante o pronunciamento do promotor no julgamento, ele sugere a pena que ela deve cumprir:
Prisão perpétua, menos os seis meses que ela já tinha ficado presa aguardando o julgamento.
Como é que alguém pode ser sentenciado à prisão perpétua menos seis meses? Como é que alguém vai adivinhar que faltam somente seis meses pra pessoa morrer para ser libertada, uma ver que já passou seis meses presa? E o nome não é prisão perpétua? Pra sempre? Life in prision? Então, qual é a coerência dela ser libertada seis meses antes, se isso fosse possível de prever, se ela tem de ficar na cadeia pelo resto da vida?
Tremenda firula jurídica, na minha opinião. Não vi o documentário até o fim, porque deu a hora de sair e ainda faltava uma meia hora pra terminar, mas parece que ela foi condenada a 20 anos de prisão.
Menos seis meses.
6 Comentários:
Ah tá, entendi...
O resto da vida menos seis meses...
É por isso que eu detesto a área "jurídica"!
Beijo
urbAnna
O negócio é empacotar a mala com aqueles plásticos filme que vendem no aeroporto... acho que o maluco vai ter preguiça de desempacotar tudo pra mocozar a droga :O) Porque quem despacha mala trancada corre o risco de recebê-la destruída: se a polícia desconfiar de algo, eles arrombam a mala. eu despacho todas as minhas só com a trava. Sou um prato cheio pros traficantes, hohoho.
Se eu for presa, por favor vcs levam chocolatinho pra mim na cadeia? :O)
O negócio é empacotar a mala com aqueles plásticos filme que vendem no aeroporto... acho que o maluco vai ter preguiça de desempacotar tudo pra mocozar a droga :O) Porque quem despacha mala trancada corre o risco de recebê-la destruída: se a polícia desconfiar de algo, eles arrombam a mala. eu despacho todas as minhas só com a trava. Sou um prato cheio pros traficantes, hohoho.
Se eu for presa, por favor vcs levam chocolatinho pra mim na cadeia? :O)
ops, comentei 2 X... desculpe!
Tadinha...primeiro por causa da prisão, e depois por causa do nome...Shapelle, ninguém merece!!!
Bjs Rosana.
Já pensou na possibilidade de ir dormir de top e calça? Aí é só pular pra dentro do tenis.
Bjs Rosana.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial