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domingo, dezembro 18, 2005

Rabanadas

Eu adoro panetone!

Infelizmente eles vêm acompanhados de vários quilos a mais e de gorduras que se acumulam nas coxas. Cada mordida é uma celulite a mais que nasce, cada fatia se presonaliza em um pneuzinho na cintura.

Ah, mas como é bom! Uma das coisas comestíveis mais gostosas do Natal...

Só perdem, e feio, para as rabanadas da vó Galdina. Mas acho que eles nem se importam, porque elas são mesmo de arrasar!

Todos os anos, a vó Galdina faz as rabanadas no Natal da casa da minha sogra, que começa com a encomenda do tal pão de rabanada na padaria. Que cabia a mim ir buscar e cortar em fatias grossas.

Por conta desta extenuante tarefa, e porque ela sempre puxou declaradamente a brasa pra minha sardinha mesmo (ninguém entendia o motivo, afinal, eu era a namorada, depois noiva, depois mulher e agora ex do neto predileto, e ela sempre foi uma mulher possessiva, fato é que desde o dia em que ela me conheceu, me adotou como neta), eu podia comer rabanadas in advanced, sem prejudicar minha cota posterior.

Se eu não estivesse rodeando o fogão na hora da fritura das mesmas, ela dava um jeito de me chamar pra fazer alguma coisa por perto na hora em que as rabanadas iam ficando prontas. "Não quer provar uma, Claudinha, para ver se eu ainda sei fazer rabanadas?" "Tá bem, tá bem, vó, mas uma só não vai ser possível, porque vai que a senhora dá sorte e logo aquela está boa... tem de ser mais de uma!".

Quando, por algum motivo, eu estava na rua neste momento, ela separava um pratinho de sobremesa com umas 3 ou quatro para mim. Minto, ela separava dois pratinhos: um para o meu sogro, seu filho único; outro para mim. Muita deferência, não?

Eu nunca vou saber se as rabanadas da vó Galdina são assim tão boas porque são mesmo ou se por conta do carinho e da dedicação que sempre vieram embutidas nelas. Ou porque elas eram representação de um momento tão feliz, quanto reunir a família no Natal.

Hoje eu não passo mais o Natal com ela, infelizmente. Já há alguns anos, aliás, desde que me separei. E hoje ela está muito velhinha e não faz mais rabanadas. Como sei que não faz mais? Porque mesmo depois da minha separação do neto dela, quando ela sabia que eu estava em Brasília no Natal, ela ligava pra casa da minha mãe pra saber se eu ia até a minha sogra vê-la.

E quando eu chegava lá, ela ia até a cozinha e tirava sabe Deus de onde um pratinho com rabanadas.

"Essas eu guardei pra você, Claudinha".

2 Comentários:

Blogger Ana Téjo disse...

Clau,
Eu não faço rabanadas (tenho medo das calorias). Mas tudo o que eu faço, prometo que guardo um tequinho procê, tá?
JU...

5:53 PM  
Blogger Cláudia disse...

eu não comi nada pecaminoso na casa da Ju...

10:34 PM  

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