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domingo, setembro 15, 2013

A minha tia Mada


Todo mundo tem alguém na família de quem gosta mais, com quem tem mais afinidade, que é o preferido do coração.

Que me perdoem todos os meus demais tios, a quem eu adoro tanto, mas desde que me entendo por gente que eu tenho paixão pela minha tia Madalena.

Irmã mais nova da minha mãe, a quinta de uma ninhada de seis, ela sempre foi a alegria e o bom humor em pessoa, sempre uma piadinha engatilhada, sempre uma observação espirituosa, sempre uma gaiatice para um e para outro. Uma disposição sem fim. É domingo, está chovendo, aquele tempinho nojento de ficar jogada no sofá e ela resolve que "vai fazer umas empadinhas" pra gente. Ou um bolinho de limão pra comer com café.

A casa dela é um movimento sem fim, porque todo mundo da família dá uma passadinha lá, os vizinhos aparecem, os amigos dos filhos. Só não digo que o portão fica sempre aberto porque a criminalidade não deixa, porque não fosse a bandidagem, ele certamente nunca seria fechado. Ficaria sempre aberto, como aberto está sempre o seu coração.

Nem mesmo a perda trágica do marido, com 30 e poucos anos, ficando viúva com 3 filhos bem pequenos para criar foi capaz de transformá-la em uma pessoa triste, amarga, solitária, mal-humorada. Catou a bolsa e foi à luta e não me lembro dela derramando fel. Aliás, eu digo sempre que se havia alguém habilitado em nossa família para passar pelo que ela passou e não se deixar contaminar pela tristeza e pelo desespero, esse alguém é ela.

Ela sempre me diz que me levava na praia para andar na areia e fazer curvinha no pé. Não me lembro disso, pois era bem pequena, mas eu me lembro de como a via linda e moderna em sua calça jeans verde-musgo que eu achava TU-DO, da felicidade de ir com ela até o trabalho nas férias e ela me apresentar pra todo mundo como "minha sobrinha, a Cacá, minha pretinha" - depois, ela passou a ter sua própria pretinha, né Tetela, mas durante um tempão, era eu.

Eu era tão louca por ela que quando ela contou que estava grávida da minha prima, eu pedi pra ser a madrinha do bebê. Coitada, passou a ser minha comadre compulsoriamente, nem teve coragem de negar.

De verdade? Não conheço uma única pessoa que não goste dela. A casa dela é um lugar que emana boas energias, um lugar onde todo mundo se sente à vontade, pronto para acolher qualquer um. Se hoje eu ligar pra ela e disser que estou indo passar um fim de semana lá com duas amigas que ela nunca viu na vida, ela nos receberá como se as minhas amigas fossem conhecidas de anos!!!

Para ela não tem tempo ruim. Mesmo quando os tempos se mostram terrivelmente ruins de verdade, ela ilumina os dias e as vidas de todos que a cercam. Não tem como ficar emburrado, de mau-humor, ou sentir solidão perto da minha tia Mada.

E é por isso que hoje estou escrevendo este post, para dizer a ela o quanto a admiro, o quanto a amo, e o quanto me lembro da sua força, do seu bom-humor e da sua fibra quando as coisas não vão tão bem. Que o mundo seria infinitamente melhor com mais gente como ela circulando por aí.


post inspirado no blog da Re, o Passei dos Trinta, no qual ela fala do bom-humor da mãe dela. Re, se juntar sua mãe e minha tia, ninguém mais chora na vida!


6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Cacá,emocionante!!!Chorei lendo pra ela...

Orgulhoooo de ser filha dessa guerreira vitoriosa.

Minha mãe é meu porto seguro, minha inspiração...

Obrigada pelo Post.

bjus...

amanha ela vm aqui comentar e contar varias outras historinhas. rsrs...ela quer fazer um BLOG pra ela!!!!

Nana2

9:49 PM  
Blogger Cláudia disse...

Se guenta guenta, Madalena vai ter um blog!!! Oremos.
bjs

10:12 PM  
Anonymous Ys disse...

Faço das suas as minhas palavras!!!Tenho um pouco das suas caracteristicas, em principal, a de não perder uma piada!!rsrsr...Amei cada palavra!!

4:52 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Cláudia, querida sobrinha e comadre sei que você me ama, mas sou isso tudo aí que você falou mesmo? Saber que sou abençoada isso eu não tenho dúvida, pois superei muitos obstáculos e atribuo tudo isso ao nosso Grande Deus.Sou tudo isso também porque tenho uma família maravilhosa e acima de tudo abençoada que me apoiou e me apoia em tudo. Uma delas é você que mencionando o sucesso da minha amada primogênita, sua afilhada Tetela já é o suficiente para se ter uma ideia do quanto me ajudou, e, se for colocar aqui as demais ajudas, tanto suas quanto do restante da família, ficaria uma noite inteira escrevendo. Cacá, a minha primeira viagem para Brasília, depois de casada, foi em Dezembro de 1980, com a vovó Marica e de ônibus, quando chegamos lá as pernas estavam muito inchadas. No dia seguinte quando saíamos para passear e usei uma sandália muito alta, daí entramos no elevador do prédio onde vocês moravam e eu percebi que meus pés não acomodavam bem e comentei: Ainda estou com os pés inchados da viagem que nem entram no calçado.Você perguntou: Tia, você não está grávida?E eu respondi que estava com a menstruação atrasada uns 12 dias, mas quando retornasse para casa, se ainda estivesse em atraso, faria o teste. E você logo pediu para ser a madrinha, quando eu confirmei você ficou tão feliz que não se continha. Você era uma menina(Não vou revelar sua idade) fica tranquila. Nem sabíamos se poderia assumir como madrinha, mas seu Djalma logo tratou de saber(como sempre ele providencia tudo) e aí ganhei uma maravilha de comadre e compadre que não poderia deixar de ser o meu querido cunhado Djalma.
Cacá, talvez as dificuldades, as tristezas, as horas difíceis que a gente enfrenta é justamente para sabermos o quanto somos fortes e o quão grande é o nosso Pai Eterno.Agradeço todos os dias esse dom de ser alegre, tranquila para encarar os problemas, pois eles surgem mesmo sendo indesejados. Poucas são as pessoas que nos cercam que reconhecem o bem que fazemos, só mesmo aquelas que nos amam verdadeiramente. Obrigada querida por essa doce declaração. Saiba que eu também te amo. Me lembro perfeitamente da calça verde que você gostava, eu também gostava tanto dela que não deu para guardar para você quando crescesse.Os passeios na areia da praia para fazer curvinhas nos pés, você não deve lembrar, era muito bebê, pedia colo a todo instante. "TEMPO BOM, NÃO VOLTA MAIS, SAUDADE!" Tô parando, não consigo mais escrever, é muita emoção. Beijos Beijos! Te amo minha primeira pretinha.

9:08 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Tia Madá comentou acima. Bjos

9:12 PM  
Anonymous Anônimo disse...

aaahhhh tiaaaaa.... <3 <3

1:59 PM  

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