Os do meião
Quando se fala em sala de aula, fala-se sempre da turma do fundão ou dos que sentam no gargarejo. Entre essas duas tribos estudantis, porém, há uma outra, a maior de todas numa classe de 40 alunos, da qual ninguém fala: a turma do meio.
É um grupo indefinido sob o ponto de vista comportamental, e provavelmente o grupo mais legal da sala, apesar da popularidade despertada pela turma do fundão, aparentemente mais descolada. O grupo de meio se relaciona com as duas pontas: convive com os traços certinhos dos que sentam de cara pro professor e filtra as palhaçadas da turma do fundão, ficando só com as boas. São solidários com os dois lados e têm amigos das duas facções.
No meio da sala é que tudo acontece. Normalmente esquecidos pelos professores, que ou estão respondendo às perguntas intermináveis dos alunos da frente ou estão atentos à bagunça do fundão, os alunos que sentam no meio não sofrem a pressão da observação intensa e acabam levando a aula ao seu ritmo. Se está desinteressante, podem fazer outra coisa que ninguém nota, protegidos que estão pelo anonimato. Se está interessante, podem se colocar mais como se fossem da turma da frente e prestar atenção sem que ninguém ache que mudaram de atitude.
Os alunos do grupo do meio são diferentes porque não precisam se encaixar em nenhum rótulo predeterminado de "quem zoa" e "quem estuda". É comum que no grupo do meio sentem-se alunos criativos, inteligentes, comunicativos. Diferente da turma do fundão e da turma do gargarejo, a turma do meio não é homogênea, tem de tudo. Há quem prefira ser do meio perto da janela; outros preferem ser do meião mesmo; e há os que preferem a parede do lado de lá. Deve ter algum traço de personalidade que defina essa preferência.
Eu fui aluna da turma do meio, encostada na janela. Até poderia encarar bem o lado de lá, encostado na parede, mas nas vezes em que cheguei atrasada na sala de aula (raras, porque eu costumava chegar no colégio quando ainda estavam lavando o chão da sala) e tive de sentar no meio do meio, me senti desconfortável e esquisita. Desprotegida no meio de tanta gente.
Até hoje é assim. Quando vou a um restaurante, quero sentar numa mesa de canto, ou próxima a uma parede ou a uma janela. Detesto sentar naquelas mesas do meio, com gente em volta por todos os lados. Adoro gente, mas acho que preciso do meu cantinho, da minha janela pra poder olhar pra fora quando quero me desligar, de um espaço só meu, da parede que me acolhe.
Esquisito talvez. Mas como eu disse, na turma do meio tem de tudo um pouco.
É um grupo indefinido sob o ponto de vista comportamental, e provavelmente o grupo mais legal da sala, apesar da popularidade despertada pela turma do fundão, aparentemente mais descolada. O grupo de meio se relaciona com as duas pontas: convive com os traços certinhos dos que sentam de cara pro professor e filtra as palhaçadas da turma do fundão, ficando só com as boas. São solidários com os dois lados e têm amigos das duas facções.
No meio da sala é que tudo acontece. Normalmente esquecidos pelos professores, que ou estão respondendo às perguntas intermináveis dos alunos da frente ou estão atentos à bagunça do fundão, os alunos que sentam no meio não sofrem a pressão da observação intensa e acabam levando a aula ao seu ritmo. Se está desinteressante, podem fazer outra coisa que ninguém nota, protegidos que estão pelo anonimato. Se está interessante, podem se colocar mais como se fossem da turma da frente e prestar atenção sem que ninguém ache que mudaram de atitude.
Os alunos do grupo do meio são diferentes porque não precisam se encaixar em nenhum rótulo predeterminado de "quem zoa" e "quem estuda". É comum que no grupo do meio sentem-se alunos criativos, inteligentes, comunicativos. Diferente da turma do fundão e da turma do gargarejo, a turma do meio não é homogênea, tem de tudo. Há quem prefira ser do meio perto da janela; outros preferem ser do meião mesmo; e há os que preferem a parede do lado de lá. Deve ter algum traço de personalidade que defina essa preferência.
Eu fui aluna da turma do meio, encostada na janela. Até poderia encarar bem o lado de lá, encostado na parede, mas nas vezes em que cheguei atrasada na sala de aula (raras, porque eu costumava chegar no colégio quando ainda estavam lavando o chão da sala) e tive de sentar no meio do meio, me senti desconfortável e esquisita. Desprotegida no meio de tanta gente.
Até hoje é assim. Quando vou a um restaurante, quero sentar numa mesa de canto, ou próxima a uma parede ou a uma janela. Detesto sentar naquelas mesas do meio, com gente em volta por todos os lados. Adoro gente, mas acho que preciso do meu cantinho, da minha janela pra poder olhar pra fora quando quero me desligar, de um espaço só meu, da parede que me acolhe.
Esquisito talvez. Mas como eu disse, na turma do meio tem de tudo um pouco.
5 Comentários:
Meio, normalmente turma da parede de lá. Com algumas fases mais pro fundo ou mais pra frente, mas sempre meião...
beijo
Eu era do fundão! Sempre fui e achoq ue sempre serei o resto da vida... Mas é legal lembrar que eu tinha amigos no meião...
Incrível... é só chegar ano de eleições e esses blogs ficam cheios de discursos políticos disfarçados. "Meião, centro esquerda, mais pra parede"...
Pensa que a gente não nota, é?
Beijos,
JU...
oi! gostei muito do blog.
POde ser mesmo que há um quê psicológico nestas posições.
mas eu era da turma do meio/janela no colégio; na faculdade, na turma do meio/parede...de qualquer forma, sempre protegida e me comunicando com todos da sala...de alguma forma.
Adorei!!!
Bjs.
vivi
mh
uma vez meião, sempre meião!
Ju
não é pq o José Serra veio fazer discurso aqui na porta da IC que eu vou virar uma marqueteira política né?
Se bem que pela grana que eles pagam, a gente podia fazer um pool.
Xu, tu era do fundão? Meu mundo caiu...
Vivi, obrigada pelo elogio. Acho que vc matou a charada do meião: protegidos e se comunicando com todo mundo!
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