No tempo que eu era um anjinho...
Eu, com 6 anos, na Primeira Comunhão.
Depois conto porque eu tava de chapéu anos 70 megafashion, e não de véu.
(Pronto, agora vou contar!)
Niterói-RJ, década de 70. Eu estudava numa escolinha na esquina da minha casa, O Instituto Santa Cecília. Da janela do quarto da minha mãe, dava pra ver a gente no pátio da frente do colégio, hasteando a bandeira. No recreio, inclusive, minha mãe escutava a sirene que marcava o fim do recreio e ficava da janela de casa me mandando entrar pra sala senão eu ia me atrasar. Aquela privacidade escolar.
A escola não era de freiras, mas a dona dela era uma solteirona carola de tudo. Chamava-se d. Acira e era o terror do colégio porque tinha mania de dar chiliques pra cima dos alunos, rasgar cadernos com lições garranchadas, distribuir uns berros e uns tapas aqui e ali. Ah!, a didática dos anos 70, quem sobreviveu a ela sobrevive a qualquer chefe mala em qualquer corporação!
E é claro que ela a-do-ra-va a minha irmã e a presenteava com mil coisinhas com imagens de santos, livros com histórias de santos etc. Pra mim ela deu um livro com a história de Santa Bernadete, que eu tinha como um tesouro, apesar de hoje entender que ela me deu foi pra não ficar chato, porque fã mesmo ela era da Rosana. Enfim, como eu disse, a gente sobrevivia bem...
Com tudo isso a d. Acira vivia louquinha pra minha irmã fazer a Primeira Comunhão e como minha mãe também é religiosa, juntou a fome com a vontade de comer. E por que então não aproveitar e já não colocar a Claudinha também nas aulas de catecismo?? Assim as duas fazem juntas e pronto!
Lá fui eu fazer aulas de catecismo pra fazer a Primeira Comunhão. A minha oração preferida era, claro, Salve Rainha. E no Creio em Deus Padre, quando chegava naquela parte "desceu à mansão dos mortos, ressuscitou no terceiro dia" eu já imaginava uma mansão enorme, lúgubre, sem móveis, cheia de cadáveres morando lá, todos acinzentados. Isso com 5/6 anos, não tô dizendo que a gente SOBREVIVIA aos professores nos anos 70?
Por conta da Primeira Comunhão eu não pude participar do teatrinho de fim de ano, peça escrita por mim, mas isso já é outra história, para outro post.
Continuando: minha mãe sempre foi muito participativa no colégio e todo mundo a conhecia. Logo que começamos a estudar lá no Instituto Santa Cecília, o uniforme era: saia jardineira verde, meia branca até o joelho, sapato Vulcabrás preto sem cadarço (o máximo da feminilidade) e blusa de tergal branco com BOLINHAS VERDES. Isso mesmo, bolinhas verdes.
Minha mãe convenceu a diretora a mudar a blusa para um tom assim meio palha. Não que tenha ficado lindo, mas muito melhor do que ir pra escola parecendo uma joaninha em processo de fotossíntese.
Foi assim que acabei usando um chapéu anos 70 megafashion, e não um véu, como era costume na Primeira Comunhão. Como chamaram minha mãe pra ajudar a criar o vestido das meninas, ela sugeriu o uso de chapéu e não de véu, pra não ficar escorregando e caindo no meio da igreja, e teríamos cabeças cobertas da mesma forma.
Pra completar o vestido era de fustão branco com passamanaria, e fita de gorgurão vermelha. Tão na moda que no ano seguinte fui dama de honra do casamento do meu tio com ele, acrescido de um estiloso babado na barra pra disfarçar os centímetros que tinha crescido!!
6 Comentários:
Uma graça! Agora conta, conta, conta!!!
mh
já contei!
Nana, até que, que acho a Bela a cara do pai dela, achei parecida com ela!
Adorei, genial a sua mãe! Filhas fashion anos 70 mesmo na escola da carola (nem era pra rimar...)
Menina,
Que coisa mudééérrrna. Até parece uma miniatura de Brigitte Bardott.
Em tempo, o uniforme da minha primeira escola - o Patinho Feio (alguém merece?) - era uma saia de pregas marrom e uma blusa listrada de amarelo e branco. Coroando o horror, um chapéuzinho amarelo. Uó! ficávamos todos verdadeiros "patinhos feios". Vou procurar fotos.
Beijos,
JU...
Ju, quando eu digo que somos todas sobreviventes do sistema educacional dos anos 70, acham que é exagero.
Miniatura de Brigitte Bardot é porque vc é amiga né? Quem me dera...
O uniforme do Mercês era uma fofura também, com saias com uma prega macho e comprimento 10 cm acima do joelho. Tergal vinho, com blusa de tergal branco, meias vinho e sapato boneca preto. Mocoronga era elogio, ainda mais num colégio em que tinha 30 meninas pra dois meninos em cada sala....Pena que não há registros.
Rosana.
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