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segunda-feira, abril 17, 2006

Transplantando memórias

Em algumas fases da vida eu sou mais impressionável que em outras. Impressionável em todos os sentidos: com gente, com fatos, com músicas, com textos. Atualmente são os programas de TV.

Neste quesito - impressionar o telespectador - não existe nenhum canal melhor do que o Discovery. Mesmo que o assunto não seja exatamente do meu interesse, minha atenção acaba presa pelo inusitado ou pelas belas imagens.

Noite passada fiquei assistindo a um programa intitulado Transplantando Memórias. O assunto era pacientes transplantados que adotaram comportamentos, sentimentos ou tinham alguma ligação com o doador do órgão que haviam recebido, sem nem mesmo saber quem era o doador, o que ele fazia, como se deu sua morte etc.

Dois casos em especial me chamaram mais atenção, ambos foram transplantes de coração ou de coração e pulmões, agora não me lembro bem:

O primeiro foi de uma mulher que, pós-transplante, já recuperada, passou a ter uma visão recorrente: a de duas mulheres, uma mais jovem e outra mais velha, ambas dentro de um carro, a mais velha dirigindo, em uma estrada. Ela não sabia precisar se era sonho ou se via isso quando estava acordada, mas era algo nítido que ela descreveu dessa forma. Descobriu depois que recebera os órgãos de uma menina que tinha morrido em um acidente de carro, com a mãe, que estava dirigindo e sobrevivera.

O segundo me deixou ainda mais passada. Uma mulher na casa dos 35, dois dias depois do transplante, passou a te vontade de comer salgadinhos e chocolates MM, coisa que ela nunca tinha querido antes.

Passado algum tempo, ela achou por bem praticar esportes já que agora tinha coração novo e queria cuidar dele. Escolheu um tipo de arte marcial.

Além disso, ela tinha duas sensações estranhas: uma que ela descreve como se de repente ela parasse de pensar, como se tivesse levado um tiro na cabeça; a outra era como uma visão, na qual aparecia sempre uma moça de traços latinos, cabelos pintados de louro, vestindo uma blusa listrada. Não conseguia precisar se eram sonhos ou se as visões ocorriam quando ela estava desperta.

Tudo aquilo foi deixando-a intrigada, até que ela resolveu, passados dois anos do transplante, saber quem foi o doador e procurar pela família dele.

O doador tinha sido um rapaz de 19/20 anos, que se suicidara com um tiro na cabeça. Praticante de artes marciais, que adorava salgadinhos e chocolate MM. Ele se matara na frente da namorada: uma moça de traços latinos, cabelos pintados de louro, que vestia uma blusa listrada na ocasião. Ela chegou a fundar uma associação para ajudar transplantados que se sentem da mesma maneira e não sabem o motivo.

Um cirurgião especializado em transplantes de coração e pulmão contou, no mesmo programa, que vários pacientes relataram coisas parecidas, em maior ou menor escala, com mais ou menos detalhes, e que a partir daí ele passou a acreditar que as células têm memória e que poderiam sim, continuar se comportando da forma como se comportaram por anos, no corpo onde viviam antes.

E que apesar dele não ter nenhum embasamento científico que comprovasse essa teoria particular, ele levava consigo, para a sala de cirurgia, uma terapeuta especializada em bioenergética, para ajudar nesse processo de transferência de energia do doador para o receptor, por meio do órgão doado.

Tudo isso me deixou tão impressionada com os mistérios que nossa mente e nosso corpo são capazes de guardar, que não consegui dormir, pensando no assunto até de madrugada.

9 Comentários:

Blogger Lala disse...

O pessoal lá da biossíntese diz sempre que o corpo tem memória antes mesmo do cérebro ter. Nossa memória celular é, de todas, a mais antiga....

Beijo querida. Obrigada pelo post.

7:26 PM  
Blogger Cláudia disse...

Vc teria adorado o programa, Lala. Eu fiquei arrependida de ter ficado tentando dormir e perdido parte dele.

11:05 PM  
Blogger Luciana disse...

ótimo post, clau!

Pano pra manga, não lalilda?
Haja pizza ....

bjs
;c)

9:11 AM  
Blogger Ana Téjo disse...

Eu sou aquela prática, pragmática e objetiva, lembra? Aquela, que não acredita em horóscopo, em tarô, em Feng Shui e em cromaterapia. Mas acreditei na sua história. E fiquei arrepiada aqui. Ui!
Beijos,
JU...

10:49 AM  
Blogger Cláudia disse...

Lu, o assunto ajuda, mas obrigada!

Ju, eu tb não sou das mais crédulas, mas achei a teoria muito coerente.

12:46 PM  
Blogger MH disse...

Nossa, eu ia adorar esse programa. Não acredito em muita coisa, mas também não duvido, e sou muito curiosa. E sempre imaginei que alguma memória nosso corpo tem, sim...
beijo

5:00 PM  
Blogger Lala disse...

Opa Clau! Muita gente nova comentando aqui no blog!
Quem é essa Claudia que diz que "não é das mais crédulas"? Leitora nova, presumo!

:o)

7:12 PM  
Blogger Zagaia disse...

Nossa!! Eu não sabia disso!! Ceiça, estou chocado pela cultura embutida e pelo quão interessante é o assunto! Adorei o post e com certeza tb não teria conseguido dormir!! O que será que quem herdar meus órgãos vai herdar de mim? Credo! Bjo

9:08 PM  
Blogger Cláudia disse...

Lala
eu não acredito em um monte de coisas: horóscopo, mapa astral, feng shui, cartomante e se duvidar até homeopatia!


mh
ia mesmo. De tirar a respiração.

Xu
espero que herde seu charme e sua simpatia, além do seu talento!

10:10 AM  

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