É o seguinte... tá bem?

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sábado, setembro 24, 2011

Telemarketing

Eu acredito piamente que algumas pessoas acordam pela manhã e pensam: quem eu vou infernizar hoje? A partir daí, resolvem pegar no pé da empregada que está limpando os azulejos da cozinha da direita pra esquerda e não da esquerda pra direita, sem nem mesmo levar em conta que empregada que limpa azulejo da cozinha a gente tem de contratar uma banda pra tocar pra ela quando ela chega. Ou vai na escola dos filhos reclamar da cor da caneta com que a professora corrigiu o dever de casa. Ou vai na feira e fica apertando todos os tomates da banca e reclamando que estão ruins e caros.

Ou pegam pra Cristo o fornecedor de uniformes da escola dos filhos.

Não preciso dizer que é sempre mulher né? Porque homem quando não tem o que fazer e tá entediado, liga a TV e assiste todos os jogos de futebol das 8h da manhã às 11h da noite tomando cerveja e xingando o juiz, o bandeirinha e o cara que perdeu o gol.

Para essas situações, criei um serviço de telemarketing perfeito que funcionaria assim:

- você liga para o Disk Hoje Eu Acordei Daquele Jeito (expressão perfeita, cunhada pela minha amiga Carol) e cai no menu principal: tecle 1 se seu marido foi dormir no sofá da sala esta noite; 2 se a faxineria não apareceu e há uma pilha de roupas pra passar; 3 se engordou de ontem pra hoje. 4 se for para infernizar sem nenhuma razão específica.
- imaginemos que você teclou 2, aí cai em outra gravação: tecle 1 se na pilha de roupas há mais de 3 camisas sociais; 2, se ao tirar a roupa do varal teve preguiça e em vez de dobra-la, enfiou embolada de qualquer jeito no cesto; 3 se tem filhos com menos de 12 anos que estudam em uma escola alternativa com horta comunitária e campo de areia.
- na hipótese de você ter teclado 1, mais opções se apresentam em seu caminho: tecle 1 se seu marido só usa camisas sociais 100% algodão; 2, se ele é cafona e usa linho; 3, se tem dois empregos e costuma trocar de camisa entre um e outro.
- teclou 2? Aguarde um instante, você será atendido por um de nossos atendentes. Sua posição na lista de espera é a de número (aí entra aquela voz gravada que compõem os números, fora de ritmo) setenta e sete. A musiquinha da espera é um funk chato, repetitivo: eu vou, eu vou, eu vou no piscinão, ver as gatas de biquini e dançando pancadão chá chá chá cháchá. 10 minutos depois a gravação informa que sua posição é a de número setenta e seis. E o funk lá: eu vou, eu vou, eu vou no piscinão, ver as gatas de biquini e dançando pancadão chá chá chá cháchá. Mais uns 8 minutos e sua posição é a de número setenta e cinco. ...biquini e dançando pancadão chá chá chá cháchá. Setenta e quatro eu vou eu vou, setenta e três gatas de biquini, setenta e dois eu vou no piscinão, quarenta e nove... e de repente tu tu tu tu, a ligação cai.

Com isso, aquela criatura que ia perturbar a sua vida já perdeu 2h do dia pendurada no telefone aguardando a vez. E vai ficar tão indignada com o fato da ligação ter caído depois disso, que vai ligar para uma amiga tão chata qanto e contar a história em detalhes, reduzindo drasticamente as chances dela perturbar outrem.

Já estou prevendo quantos investidores irão disputar a tapa a chance de financiar o meu projeto.

sexta-feira, setembro 02, 2011

O Cravo, a Rosa, e uma história de amor sob nova ótica

O cravo brigou com a rosa
debaixo de uma sacada
o cravo saiu ferido
e a rosa despetalada
o cravo ficou doente
a rosa foi visitar
o cravo teve um desmaio
e a rosa pôs-se a chorar.
Após a briga sob a sacada o Cravo, ferido, foi levado para o hospital. Depois de atendido, com a notícia de que a Rosa tinha sido por ele despetalada, foi enquadrado na lei Maria da Penha e levado para o xilindró.
Na cadeia, o Cravo, acostumado que era à vida mansa sob a sacada, adoeceu. A Rosa, legítima representante da classe feminina apaixonada, que sempre acha que pode dar um jeito no cara mesmo que ele a deixe despetalada, foi fazer-lhe uma visita íntima.
Durante a visita, o Cravo teve um faniquito e desmaiou, deixando a Rosa chorando, desolada, ao descobrir que o grande amor da sua vida era, na verdade, florzinha.