É o seguinte... tá bem?

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quarta-feira, maio 27, 2009

Lógica canina

Uma prestadora de serviços tem uma cocker spaniel de 5 anos cor de mel chamada... Mel.

Mel adora bala, bombom e principalmente sorvete. Se alguém chega lá e larga a bolsa em cima do sofá ou no chão, ela vai lá, na maior sem cerimônia, fuçar dentro da bolsa pra ver se acha uma balinha.

Como toda mulher, viciada em açúcar e carboidratos.

Quando eu chego lá, Mel late loucamente, lá de dentro, claro, que a coragem não é assim tanta pra ir até o portão. Entro e ela fica me olhando toda desconfiada, sentindo o cheiro da Cindy, não chega muito perto.

Apesar de ser contra a dieta da Mel, uma vez que meu cachorrinho teve catarata e ficou cego porque comia doces, hoje não resisti e comprei o carinho da Mel com 1/3 de bombom Ferrero Rochet.

Comprei numas, porque ela pegou aquilo da minha mão desconfiadíssima e só comeu depois de colocar no chão e olhar para a dona, como se perguntasse: essa moça é confiável? Posso comer esse chocolate que ela me deu?

Bem, comeu. Aí, resolvi o que tinha de resolver, que era rápido e fui na direção da porta:
- tchau, Mel!

Mel então começou a latir e rosnar, muito brava, e por pouco não avançou em cima de mim, só não o fez porque a dona a segurou pela coleira.

Segundo ela, Mel não gosta quando as pessoas que ela gosta vão embora (ponto pra mim, o que um chocolatinho não faz por uma mulher não?), e por isso fica brava, late, rosna e até avança, revoltada. O que, obviamente, tem o efeito contrário do desejado e faz a gente sair correndo, em vez de ficar.

Um amigo meu costuma dizer que nós, mulheres, somos todas meio malucas. Se ele visse o comportamento da Mel, ia completar: de todas as raças, gêneros e espécies!!!!

terça-feira, maio 26, 2009

Esercizio di ignoranza

E aí você frequenta um curso de italiano duas vezes na semana e já fica siaxandu a mais poliglota, a mais romana, cheia dos c'é l'ho e dos ci sono só porque nas aulas faz os exercícios direitinho e consegue entender parte da letra de um Jovanotti ou de um Eros Ramazzotti.

Uma bela noite, vem o professor aplicar um teste - eufemisticamente chamado de esercizio di controllo - e aí você volta rapidinho para o lugar que deve chamar de seu: o da ignorância quase total sobre o domínio da língua.

Como diria a filósofa Rita Pavone, non è facile...

sábado, maio 23, 2009

A única parte boa...

...quando o pessoal daqui de casa viaja...

... é a hora de arrumar a mala!

quinta-feira, maio 21, 2009

Porque sou empresária

É curiosa a ideia que as pessoas assalariadas têm daquelas que são donas de uma empresa, ou são autônomas, enfim, que não precisam bater o ponto. Falando especificamente do meu caso, as pessoas acham que o fato de eu não ter um chefe no meu cangote controlando o horário que entro e o horário que saio faz com que eu possa fazer tudo o que quero, da forma que quero, e somente se eu quero.

Começa que não tenho mesmo um chefe. Tenho inúmeros, cada um com suas exigências, manias, expectativas e necessidades. Meus chefes são meus clientes, é para eles que eu trabalho, eles que pagam as contas da empresa. É o que eu digo sempre para os funcionários: não sou eu quem pago os salários, mas sim o dono dessa calça que está sendo montada, ou dessa leva de pólos ou desses casacos que estão atrasados. E engulo tantos sapos quanto uma pessoa assalariada engole, variando em tamanho, peso e espessura de acordo com o projeto que resolve engripar mais ou menos. Além do mais, quem tem um único chefe já conhece seu modo de agir, ao contrário de mim, que nunca sei o que esperar do lado de lá, excetuando, claro, os clientes frequentes, que felizmente são vários.

Também respondo a fornecedores, da mesma forma que os cobro desgastante e incessantemente para satisfazer aos meus chefes e cumprir o que esperam de mim. Há uma ideia errada de que os fornecedores estão loucos para vender e por isso os trâmites do fornecimento acontecem sem problemas. É tecido importado que fica retido no porto, é subida e queda do dólar que afetam a importação dos mesmos, é tecido que vem na tonalidade diferente da pedida, é linha que vem cheia de minúsculos nós que emperram na hora da costura, é mecânico que leva a máquina e não devolve no prazo prometido, zíper que vem no tamanho errado e não cabe no casaco, cordão que não é entregue na espessura desejada, botão de pressão que não suporta a pressão, cor de tecido adotado para colégio que sai de linha sem aviso prévio.

Melhor parar por aqui, senão vou começar a chorar.

Sem contar que, quando você trabalha para uma empresa, mesmo que ela não esteja no seu melhor momento, todo dia 5, ou 20 ou 30 sei lá, seu salário está na sua conta, te esperando, seja ele pouco ou muito. Agora, pergunta pra mim quantas vezes já abri mão do meu pró-labore em nome da folha de pagamento da empresa. Quantos juros de contas particulares já paguei pra não deixar o nome da empresa ir parar em protesto no cartório em tempos de vacas magras. Quantas vezes larguei meus problemas de lado para resolver os da empresa. Quantas vezes usei meu carro para buscar matéria-prima para não atrasar uma entrega. Quantas vezes fico eu mesma na produção e só não costuro porque não consigo, porque todo o resto eu tenho de fazer por pura falta de braço. Quantas consultas e exames desmarquei por conta de imprevistos que dependiam da minha presença.

Sem ganhar nada além por isso a não ser o fato de fazer a empresa andar.

Viajei esta semana e tirei um dia de folga para isso. E escuto: ah, como é bom ser empresária, não? Pode sair de férias quando quiser! Pra começar, para tirar este um dia, foi preciso uma semana prévia de trabalho duro para deixar tudo engatilhado, só tendo de ser monitorado pela assistente, por meio de um email enorme e cheio de detalhes para não haver falhas. Isso porque esta época do ano é normalmente mais calma mesmo, e com a crise tá mais calma do que o usual, infelizmente.
Além do mais, viajar não pode ser em qualquer época do ano, me chama pra passar dois dias em Fortaleza em janeiro, por exemplo, com tudo pago, pra ficar no hotel mais caro da cidade e a minha resposta será que em janeiro não tenho tempo nem pra ir ao banheiro.

Toda terça eu faço massagem aqui perto, no meio da tarde, único horário disponível. Para isso, abro mão de sair pra almoçar e como qualquer coisa antes de ir. Levo, entre sair daqui, fazer a massagem e voltar, menos de uma hora e meia, mesmo tempo ou às vezes menos, do que a maior parte das pessoas têm para sair pra almoçar. Isso quando não chego lá e peço pra fazer menos tempo, só pra não cancelar e deixar as massagistas na mão, porque afinal de contas, elas contam comigo também para cumprir seus compromissos, certo?

Hoje perguntei a uma amiga se ela queria almoçar comigo. Resposta dela: sim, eu posso, mas só no horário X porque não sou empresária.

Mal sabe ela que, em oito dias de trabalho, este será o primeiro dia em que terei brecha para sair para almoçar, por uma hora que seja.

Porque sou empresária.

E vamos passando a sacolinha...



De acordo com a imprensa chinesa, o veterano jogador portugês Luis Figo pretende trocar o Inter de Milão por algum clube fora da Europa. (deu no globo.com)

Mulherada, bora correr a bolsinha por todas as padarias de São Paulo pra trazer este moço pra jogar aqui na Portuguesa!!!!!



eu ia colocar uma foto do Figo só de sunga, de férias no Lago di Como, mas não tinha a ver com o assunto, que afinal de contas, é futebol, claro. O quê? Você achou que havia alguma outra intenção que não reforçar o time da Portuguesa? Mente poluída a sua, não?

terça-feira, maio 19, 2009

Jesus me chicoteia!

sexta-feira, maio 15, 2009

Socorro, Aurélio!

Descobri que sou uma pessoa mais ignorante do que pensava.

Desconheço inteiramente, por exemplo, o significado de palavras e expressões como: magreza, força de vontade, manequim tamanho 38, inapetência, dieta seguida direitinho, quadris estreitos, pulso fino, falta de bochecha, esquálida, longilínea, cintura de pilão, peso-pluma, 50 kg, alface, escarola, espinafre, couve, rúcula e verdes afins, carne magra, leite magro, ou qualquer coisa sucedida ou precedida pela palavra magro, um fiapo, você precisa engordar um pouquinho, fruta na sobremesa, coxa fina, bota de cano alto que caiba na batata da perna, exercícios com regularidade, horário pra comer, mação, melancia, melão, pepino...

... e todas as outras que fazem parte do universo do jeitinho magro de ser.

quinta-feira, maio 14, 2009

Faz um milagre em quem mesmo?

Tema I: A Anna escreveu recentemente um post sobre músicas cujas letras ela cantava errado, crente que tava abafando.

Tema II: há um grande sucesso da música evangélica, Faz um milagre em mim, que se refere à passagem bíblica de Zaqueu*.

Juntando esses dois temas, surge o post abaixo:

Hora do café da tarde na IC Artigos Promocionais e Uniformes, resumidamente IC Uniformes, IC para os íntimos.

Duas costureiras conversando, uma delas mãe da já famosa Ana Jackeline, personagem frequente deste blog. O assunto eram as missas, que igreja frequentavam etc - aliás, ambas frequentam mais de uma igreja, a católica e a evangélica ou batista:

costureira 1: Jackeline não quer mais ir à missa. Porque eles montam um lugar no pátio para brincar etc e ensaiam umas músicas para cantar, segundo ela, no palco (altar). Ela reclama que é sempre a mesma música, a do Zaqueu, e ela está enjoada de cantar sempre a mesma música.

costureira 2: do Zaqueu? Que música é essa, do Zaqueu? Não conheço...

costureira 1: Aquela que diz como Zaqueu eu quero subir o mais alto que eu puder

costureira 2: Ah! é Zaqueu? Não é zagueiro? Não é como um zagueiro eu quero subir... Achei que fosse, por causa de futebol né? (ãhn?) Pra fazer o gol e as pessoas ficarem felizes (uhn?)

Fiquei ouvindo a conversa e imaginando minha costureira, cantando a música fervorosamente, mentalizando o Lúcio, o Miranda, o Chicão**...


* Zaqueu era quase um anão, cobrador de impostos, e costumava cobrar 10% a mais, que guardava para si. Por este motivo, era odiado pelos judeus, que o consideravam um traidor por ser um judeu ligado aos romanos. Quando Jesus estava entrando em Jerusalém para a Páscoa, Zaqueu, vendo a multidão acompanhando Jesus, subiu em uma árvore para ver Jesus. Jesus, notando o interesse de Zaqueu, mandou que ele descesse da árvore e pediu-lhe que preparasse refeição para ele e os apóstolos em sua casa. Quando os judeus viram que Jesus entrara na casa de um cobrador de imposto, eles começaram a criticar Jesus por ser Zaqueu um pecador. Em resposta Jesus disse que os justos não precisavam de cura, mas os pecadores sim, e que esta era sua missão. Ao chegar à sua casa, Zaqueu perguntou a Jesus: Mestre o que posso fazer para ser salvo? Jesus respondeu: vá e devolva tudo o que vc tirou dos outros. Zaqueu fez o determinado por Jesus, sua vida mudou e ele passou a ser aceito pelos Judeus.

** respectivamente, os zagueiros da seleção brasileira, do São Paulo e do Corinthians.

quarta-feira, maio 06, 2009

Sobre avós

É um mistério para mim o sentimento dos avós pelos netinhos. Por mais que se explique, ou ao menos as avós tentam explicar, acho que dimensionar mesmo só quando eu me tornar uma avó - filha, não pra agora, bem entendido, certo?

Já ouvi declarações como os netos são a sobremesa da vida ou netos são filhos com açúcar, e até a divertidíssima declaração da falecida vó Galdina de que o avô é um burro, que o filhos amansa para o neto montar. Tudo verdade. Lembro até hoje de quando eu estava grávida da Isabela. Por parte dos meus pais, já havia o Estevam, filho mais velho da minha irmã, alguns meses apenas mais velho que a Belinha. Mas pelo lado do pai dela, ela seria a primeira neta, primeira bisneta, primeira sobrinha, primeira tudo.

Meu ex-sogro gostava de alardear que com ele não tinha esse negócio não, que neto não ia fazer o que ele quisesse na casa dele não, que ele ia dar dura quando precisasse etc e tal. Minha mãe, que era avó de poucos meses mas já sabia que o bicho pegava, disse que ele seria avô de ficar de quatro pro neto brincar de cavalinho.

Ele duvidou. Mais que duvidou, só faltou apostar que arrancava o braço direito se fizesse isso algum dia.

Nada como o tempo que passa para curar feridas, amores, lembranças, saudades... e para mostrar que as coisas não são bem assim como imaginamos, desejamos ou acreditamos. Um belo dia, eu de férias em Brasília, Bela com uns 3 aninhos de idade, meus pais vão até a casa dos meus ex-sogros para nos ver, porque estávamos hospedados lá e encontram que cena? Meu ex-sogro, de quatro no chão da sala, com Isabela montada nas costas dele, com um chapéu de caubói que ela adorava, brincando de... cavalinho!

Minha mãe não precisou dizer nada. Um olhou pra cara do outro e ambos caíram na gargalhada.

Hoje, na confecção, levei um presente para a netinha da faxineira, que nasceu há aproximadamente 15 dias, a Maria Clara. Entreguei o pacotinho, ela abriu e tirou de dentro uma roupinha toda cor-de-rosa, de inverno, bem fofinha. Pois ela se abraçou com a roupa, beijou a roupinha, disse que era a cara dela, que ela ia ficar ainda mais linda, e que ela era isso, e aquilo, e mais aquilo outro. Só faltou pedir pra ir embora mais cedo pra lamber a neta - porque as férias na época da neném nascer ela já tinha tirado.

Então eu acho que a sobremesa da vida não são os netos. Avós é que são, e quem tem a sorte de ter avós amorosos por perto, começa a refeição pela parte mais gostosa!

O céu pode esperar e a Cia Athlética também!

Eu não suporto mais ler em revistas de fofoca sobre o corpão de Claudia Leitte após o nascimento de Davi, ou sobre como Claudia Leitte emagreceu após o parto de Davi, ou a surpreendente boa forma de Claudia Leitte após o nascimento do seu filho bla bla bla.

Não entremos na discussão dela ser ou não bonita, de estar ou não com um corpão, de ter tido ou não ajuda de nutricionista, personal trainer e tratamentos estéticos. Feliz dela. Eu, se pudesse, faria massagem todos os dias, e todos os tratamentos estéticos, faciais e corporais, disponíveis no mercado. O porre dessas matérias é tratar do assunto como se fosse a maior aberração da natureza.

Certo, ela teve o moleque menos de um mês antes do carnaval da Bahia. Pra começar, ela tem 25 ou 26 anos, uma idade em que o corpo ajuda. Além do mais, segundo ela mesma, o Davi só toma leite materno, e amamentação queima uma caloria louca. E termina concluindo que nunca foi mesmo de comer porcariada, sempre teve uma alimentação regrada e saudável.

A filha da minha vizinha do segundo andar teve uma menina agora em janeiro. A bebezinha nasceu sei lá, no sábado. Na quinta ou sexta, a mãe da criança veio até meu apartamento me pedir não sei o quê.

Pergunta se tinha um resquício de barriga? Se parecia que a criatura tinha tido um filho há menos de uma semana? Minha irmã foi outra, que saiu do hospital praticamente de calça jeans. Até eu, que pra emagrecer é um sacrifício e adoro comer uma tranqueira, perdi os quilos adquiridos na gravidez em pouco mais de dois meses após o parto. E todas nós sem contar com um staff para deixar o corpo em ordem em tempo recorde.

Não estou, repito, nem de longe criticando a Claudia Leitte, que aliás teria até a obrigação profissional de estar bem no carnaval, mas certamente seus fãs entenderiam que uma gordurinha aqui e outra ali seriam por conta de uma boa causa. O que condeno é que a ditadura da magreza, do corpo perfeito, do manequim 36 a todo custo, não importando o biótipo da mulher, tenha chegado à gravidez.

É uma verdadeira competição pra ver quem engordou menos, que fulana está com cinco ou seis meses de gravidez e não engordou nem um quilo sequer até agora - levando em conta que normalmente já são magérrimas, me explica de onde estão sendo tirados os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê? De cápsulas e cápsulas de vitaminas diárias? Todas as pessoas que conheço que perderam peso durante a gravidez, ou não ganharam, ou o motivo era porque passavam muito mal ou porque a alimentação não estava sendo suficiente para ambos (mãe e bebê). De todas as gestantes normais que conheço, nenhuma foi parabenizada pelo médico por perder 5kg durante a gravidez.

Daqui a pouco grávida não vai mais poder ter nem barriga.

E assim, perde-se o direito até de engordar quando se está grávida, e de se recuperar num ritmo menos frenético quando o bebê nasce, numa ocasião em que tanta coisa acontece ao mesmo tempo e você tem de dar conta das oscilações hormonais, daquela pessoinha que depende integralmente de você, do marido que nem sempre sabe exatamente que papel assumir numa relação tão simbiótica como a de mãe e bebê recém-nascido.

Não defendo aqui que a grávida vire uma baleia ou coma por dois. Mas tem coisa mais gostosa do que ter uma época na vida em que você curte ver sua barriga crescer, e se permite alguns prazeres e mimos, inclusive os gastronômicos, sem necessariamente rolar ladeira abaixo? E se permitir, depois que ele nasce, não pensar em mais muita coisa a não ser naquela coisica fofa que agora está do lado de fora, no seu colo de preferência?

Vai dizer que a esteira da academia não pode esperar só mais um pouquinho?

terça-feira, maio 05, 2009

Da série: A ignorância é uma bênção

- Mãe, dia 29 eu tenho uma festa da USP na Pachá, e dessa festa eu não posso ter hora pra ir embora! (como se das outras tivesse)
- Por que, filha?
- Porque vai ter Gaiola das Popozudas, sertanejo universitário e black!

A gente cria uma filha com tanto carinho e cuidado pra isso...


***

Eu e as costuras das minhas calças vivíamos muito melhor, com mais paz e harmonia, quando eu desconhecia que:
- a Casa Suíça lançou o bolo de chocolate de ursinho em embalagem individual;
- a Nestlé relançou a barrinha pequena de chocolate ao leite.

segunda-feira, maio 04, 2009

Aí não né?

Brad Pitt anunciou que quer a guarda dos filhos - pra quem ainda não sabe, corre o babado de que ele e Angelina Jolie não moram mais na mesma casa. A macumba de alguém funcionou!

Eu, que estava dispostíssima a abrigar esta pobre alma desvalida em minha própria casa (quarto, cama, chuveiro), mudei completamente de ideia.

Porque, com seis catarrentinhos empencados, nem mesmo o Brad Pitt tá valendo a pena!

domingo, maio 03, 2009

SOS Amizade!



Tudo começou há poucos dias, e a coisa foi tormando forma por meio de emails, um achando o outro, outro achando mais alguns, e mais aquele que ainda mantinha contato com aquele outro... e por fim, aconteceu!!!

La Salle, turma 1983, convocação geral: sábado, dia 02 de maio, no Bier Fass do Pontão, às 20h.

Dez de nós atenderam à convocação improvisada, dez com vontade enorme de reencontrar os amigos do passado. Duas com vontade de ir, mas presentes em coração: a Heloiza, que mora em Salvador e não poderia ir; a Neca (Carmen), que até mora em Brasília, mas estava indo ver as filhas que moram em Floripa.

Para os que não conhecem Brasília, o Pontão é uma região à beira do Lago Paranoá, ao lado da Ponte Costa e Silva (que já foi chamada de Ponte Nova, e agora virou Segunda Ponte, uma vez que a Nova é a belíssima Ponte JK), na qual há vários restaurantes e barzinhos. Uma delícia, com locais mais agitados ou mais tranquilos, um lugar superagradável de se ficar, tanto de dia, quando pode-se observar o sol batendo no Lago, as pessoas praticando esportes aquáticos, quanto à noite, com o luar refletindo nas águas do lago e o céu estrelado do cerrado ajudando a compor o cenário especial.


As primeiras a chegar foram Lina - que eu e ela já tínhamos nos encontrado na sexta, porque esperar até sábado era demais para nós! - e Andreia, sobrinha do nosso professor de Física mais querido, e, unanimidade entre todos, um dos melhores professores que tivemos (e unanimidade entre as meninas, o mais bonito e charmoso disparado).

Depois chegaram o Mauro, que causava comoção com suas belas pernas, em especial quando voltava de short da aula de Educação Física; o Gustavo - Gugu - simplesmente um dos caras mais inteligentes que já conheci na vida; a Ana Lúcia, que era do nosso grupinho da parede da janela; a Patrícia; o Pinta (a mãe batizou de Carlos Eduardo).

E aí começaram as lembranças, do que cada um fazia, e como cada um era, Andreia tinha levado a relíquia do álbum de formatura e lá estavam as mensagens, os amigos, os professores, as fotos antigas e meio apagadas do nosso colégio. Como bem observou a Lina, até a recuperação era legal!

Lembramos da régua da Lina, onde ela anotava pacientemente a cola para a prova e que rodava a sala inteira. Do namoro da Ana com o Gustavo e os 30cm de altura que os separavam, do Mauro com a Lina que começou num show do Gilberto Gil, de matar aula para ir na sensacional inauguração do shopping novo - sim, porque até então Brasília só tinha um shopping que prestava -, de ir ao cinema no drive-in, que até hoje existe, porém não mais com um alto-falante imenso dentro do carro, agora a gente sintoniza o som do filme no rádio do carro, olha que muderno!

Da festa que fizemos para arrecadar dinheiro para a produção do álbum de formatura, na boate Sheherazade (Sherehazade? Shererazade? deixa pra lá!), bombadíssima!, organizada pelo meu então namorado, dali a pouco noivo, marido alguns anos depois e atual ex, com gente que não cabia lá dentro. Das matinês na Sunshine e na L'Escalier.

De tudo de bom que acontecia num tempo em que não tínhamos contas para pagar, numa cidade na qual violência urbana era algo tão fictício quanto a loira do banheiro,
em que estudar para nós era sinônimo de diversão.

Todo mundo lembrou dos SOS que eu escrevia, a cada fato novo que acontecia na classe: SOS Banquinho - a Ana dá cola a quem a grana descola, com o intuito de comprar um banquinho para facilitar o namoro dela com o Gustavo; o SOS ITA/AMEM, uma integração entre os alunos do Institudo de Tecnologia da Aeronáutica e as alunas pertencentes à Associação das Mulheres Encalhadas MESMO. E mais uma montanha deles, todo o tempo, que rodava a classe inteira - sinceramente, eu não sei como dava tempo de anotar o que os professores escreviam no quadro negro.

Mas o mais lembrado, o mais célebre de todos e que mais repercutiu, foi o SOS Alfafa!

O SOS Alfafa nasceu do gesto estúpido do grosso do professor de Hematologia. A turma toda fazendo a prova, e, ao fim do tempo, ele manda todo mundo parar de escrever naquele momento que ele ia recolher as folhas. Acontece que ele falou isso olhando pro quadro, pra baixo, pra cima, pra PQP, não me lembro, e na nossa sala havia uma menina surda, que obviamente continuou fazendo a prova como se nada tivesse sido dito. Então, num gesto supremo de didática avançada, esta besta quadrada arranca a prova das mãos da garota e dá-lhe um esbregue, sem se lembrar, ou levar em consideração, que a menina não escutara o que ele dissera. Mas era capaz de ler os lábios do professor dando-lhe uma injusta e fenomenal bronca.

Não deu 15 minutos para o SOS Alfafa, destinado a arrecadar fundos para comprarmos alfafa para o nosso amado mestre, uma vez que alguém capaz de um gesto tão imbecil só podia ser um jumento, e ainda por cima, faminto, dada a raivosidade com que se dirigira à nossa colega, corresse toda a classe. E na aula seguinte deste professor, a Maria Manuela, que foi eleita a menina mais bonita de todo o terceiro ano - além de legal, simpática, inteligente e, felizmente para ela, nossa amiga querida e parte da turminha da parede da janela, senão a gente a teria jogado lá do segundo andar, no intervalo - levou montes de alfafa e distribuiu para todos, e ficamos na aula dele, agitando as alfafas como se fossem leques, no nosso protesto silencioso contra a arbitrariedade cometida.

Pensam que eu me lembrava disso? Nem de longe. Mas bastou um falar no assunto e as lembranças vieram de uma vez, até alguns trechos dos SOS eu me lembrava com nitidez. Eu já era blogueira e nem sabia disso.

Enfim, foram horas e horas de conversas, não somente de lembranças, mas das nossas vidas atuais - saímos de lá às 3 e meia da manhã, quando o lugar fechou. E a promessa de que a melhor turma de terceiro ano de todos os tempos do La Salle de Brasília, a que obteve aprovação recorde no vestibular da UnB, a que tinha os alunos mais agitados, porém os mais inteligentes de todos os terceiros anos, vai se encontrar mais e mais vezes, e que vamos conseguir reunir cada vez mais gente, e continuar nossa amizade de onde não deveria nunca ter parado.

Veja as fotos aqui!


Na foto que ilustra este post, nossa amiga Maria do Carmo, ou só Maria, como a chamávamos: inteligente, linda, simpática, doce, querida, que infelizmente morreu há muitos anos, vítima de uma queda de cavalo, e que vai ser sempre nossa ausência mais sentida em todos os reencontros que certamente faremos a partir de agora. Querida Maria, este post é pra você!