É o seguinte... tá bem?

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segunda-feira, julho 25, 2011

Viagem e Turismo



Eu já contei aqui sobre Demétrio Ribeiro, o berço da civilização baioquense. Que tem duas ruas, Terezita Farina, que faz esquina com Guilherme Baroni, e acabou aí, uma pizzaria que só abre às sextas-feiras, a igreja de Santo Antônio no alto da ladeira, e mais no alto ainda, depois do milharal, o cemitério onde estão enterrados meus bisavós, avós e meu querido tio João, e para o qual vão os cortejos fúnebres, a pé, com os homens da família e os amigos mais próximos carregando o caixão pelas alças - e a disputa é para carregar, e não para não carregar, é uma forma de homenagear o ente querido.


O sitio onde nasceu minha mãe e seus irmãos até hoje pertence a eles e fica entre as localidades de Demétrio Ribeiro e João Neiva, num pedacinho de terra chamada Rio Clotário, mesmo nome do rio que passa pela porteira da roça, onde passei todas as férias da minha infância, julho e fim do ano. Como tínhamos 3 meses de férias no fim do ano, isso quer dizer que 1/4 da minha infância foi passada por ali, e com isso, mesmo tendo nascido na capitár e sido criada sempre em cidade grande, minha origem é da roça e minha família toda tem referências totalmente da roça.

Devo ressaltar que entre Demétrio Ribeiro e João Neiva deve dar uns 6km no máximo, é tudo bem pequeno, todo mundo se conhece, sabe quem é filho de quem, neto de quem, e você é conhecido pelo nome + posição familiar: eu sou Claudia, neta do finado Gregorio Baioco e da finada d. Mariquinha Baioco, filha da Duziana; meu tio é o Joaquim Baiôco, meu outro tio é o Abel Baioco e o mais curioso é que minha tia Neusa, que se casou com meu tio João, é a Neusa Cuzzuol, viuva do João Baioco, vai entender...

Essa história comprida toda é para comunicar a vocês que João Neiva e Demétrio Ribeiro, com o Rio Clotário incluído no meio, agora faz parte do circuito turístico do ES com seus casarões italianos preservados, sua aguardente - cachaça mesmo - típica do local, e os famosos capelleti de Demétrio. Os proprietários dos casarões incluídos no roteiro vão inclusive receber treinamento do Sebrae. Só em Demétrio há 18 deles, e é mesmo uma pena que a casa antiga da roça tivesse de ter sido demolida antes que caísse sobre a cabeça de alguém, senão seria um ponto turístico também. Já pensaram vocês indo passear em Demétrio e conhecendo a casa dos meus avós? Este circuito Demétrio Ribeiro-João Neiva vai ficar mais famoso que Roma-Florença, anotaí!

Se bem que, pensando bem aqui, há potencial turístico na roça dos Baioco sim!! Lá mora o Último Solteiro da Região, meu tio Joaquim. Vamos divulgar isso para o mundo, e logo haverá uma romaria de turistas indo conhecer tão raro espécime masculino.

Todas mulheres, claro.




a foto que ilustra este post é a antiga casa da roça, construída com tijolos feitos a mão pelo meu bisavô e pelo meu avô, onde nasceram meus tios e onde passei todas as férias da minha infância.

sexta-feira, julho 22, 2011

Pensão alimentícia

Hoje pela manhã fui trabalhar ouvindo a Band News FM, como faço todos os dias. Gosto muito do Ricardo Boechat e seu jeito carioca descolado em seus comentários, porém hoje discordei do comentário dele sobre um assunto: pensão alimentícia.

O caso era do ex-jogador de futebol Zé Elias, o Zé da Fiel, que fora preso por dever um milhão de reais de pensão alimentícia. E aí os dois comentaristas da Band News, Boechat e Megale, teceram comentários de que no Brasil só quem não paga pensão alimentícia vai preso, que isso era uma arma muito poderosa nas mãos da ex-mulher, que vários fatores podem levar o cara a não pagar a pensão, como estar desempregado, ou constituir nova família.

Por que eu discordo? Porque se pegarmos a quantidade de casais separados ou que tiveram filhos sem constituir laços matrimoniais e pegarmos a quantidade de homens presos por falta de pagamento de pensão veremos que a discrepância entre os números é bem grande, ainda que descartemos aqueles homens que honram seus compromissos como pai - e aqui vale destacar o pai da minha filha, que vai muito além do compromisso de mantê-la viva e saudável e é Pai com letra maiúscula, bold, caixa alta em todos os sentidos da vida dela.

A maioria das mães hesita em colocar a questão do não-pagamento da pensão na Justiça. Por vezes, por anos, esperando que um dia um raio de sol ilumine o pai da criança e o faça entender que se ele não provê a criança de alimento, escola, remédios, vestuário, quem irá fazê-lo? A maior parte das mães trabalha fora e ainda cuida dos filhos. Mesmo em caso de guarda compartilhada, uma cidade como São Paulo não favorece o esquema, a menos que ambos - pai e mãe - morem no mesmo bairro, e é preciso ter quase tudo em dobro: uniforme escolar, material de apoio para estudo, mobiliário, estrutura para se cuidar de uma criança, quase sempre é a mãe que fica a maior parte do tempo com a criança.

Ainda que coloque o caso na Justiça, leva tempo até o cara responder por aquilo pra valer, como bem acompanhei o caso de uma amiga cujo ex-marido, de quem ela se separou quando a filha tinha um ano de idade, se valeu de todos os recursos jurídicos para não pagar pensão alimentícia para a criança - minha amiga trabalhava e estudava e tomava conta da filha - a ponto da minha amiga ir parar no hospital com uma crise de stress. Detalhe: a menina já tinha uns 12 anos.

E a mãe faz o que quando o pai não paga? Filho, por favor não sinta fome este mês porque o papai teve um imprevisto e não vai poder pagar a pensão; filha, o inverno chegou, mas você vai pra aula de regata e short dos uniformes de verão porque o papai não depositou a pensão e aí não dá pra comprar o uniforme de inverno; crianças, tá todo mundo proibido de adoecer este mês porque o papai não pagou o plano de saúde.

Porque fato é que, se o pai não paga a pensão seja lá porque motivo for, as crianças continuam comendo, vestindo, calçando, adoecendo, crescendo e precisando ter onde morar e ir para a escola, ainda que pública.

Uma amiga minha casou-se com um cara que já tinha duas filhas do primeiro casamento e com ele teve dois filhos. Nos finais de semana em que as meninas do primeiro casamento iam para a casa dela ficar com o pai, ela notava que, mesmo estando um frio danado, as garotas iam para lá de short e chinelinho. Ela então ia com o pai das meninas e as meninas até o shopping para comprar roupas e calçados para as garotas, xingando a mãe delas de negligente, irresponsável etc. Até que ela se separou do fofo e entendeu que aquele era o único jeito que a ex-mulher tinha encontrado de fazer com que o pai das meninas arcasse com alguma coisa pras filhas - porque ele passou a não arcar com nada para os filhos dela, da mesma forma como não arcava com as filhas que tinha com a ex. Para sorte dela, ela tinha família que a ajudava nos momentos difíceis. Minha amiga era uma dondoca? Nunca foi, sempre trabalhou duríssimo desde nova.

Não é incomum, no começo do ano letivo, algumas mães comprarem todo o uniforme que elas estimam que o filho precisará ao menos pelo semestre inteiro, inverno e verão, porque o sacrificio para que o pai da criança compre ou ao menos ajude a pagar os uniformes de inverno dali a 3 ou 4 meses será exaustivo e a criança precisará das peças. Se você, como pai, não confia em sua ex-mulher, que tal você mesmo ir com a criança até a loja onde vendem-se os uniformes, pedir orientação, usar seu bom senso - porque se você é um pai participativo na vida do seu filhote, sabe o quanto uma criança suja/perde roupa e sapato - e comprar aquilo que é necessário? Pouquíssimos, muito poucos, fazem isso. Melhor mesmo é ficar na posição de pobre vítima explorado pela ex-mulher - que um dia foi fada.

Ou então o cara se acha no direito de "ajudar": de vez em quando ele pinga um dinheiro aqui e ali, compra um tenis para a criança quando vai ao shopping, um leite e um pacote de fralda quando a mãe pede por favor. Tudo sem compromisso algum e se sente injustiçado quando enfrenta um processo de pensão alimentícia: não mantém rotina alguma, mas ele não é burro e sabe que a mensalidade escolar vence todo dia 5 e não só quando o colégio tem vontade de cobrar. E mais uma vez uso aqui o caso de uma amiga: ela e o ex-marido são pais de dois meninos e moram em bairros vizinhos da cidade, ambos os bairros de classe A, ou seja, ninguém ali é pobre. Ela pode contar com a ajuda da família, mas como ela mesma diz "meu pai é avô das crianças e não pai deles. Quem tem de ajudar na criação dos meninos é o pai, como é que vou incutir na cabeça deles que homem de verdade tem de ter palavra e assumir seus compromissos se eles não vêem o próprio pai fazendo o mesmo?"

Da mesma forma como tenho amigos que sempre honraram seus compromissos financeiros como pai e se viram em situação difícil. Nenhum deles foi parar na prisão, todos eles expuseram a situação para a ex-mulher, e juntos chegaram a um acordo, em alguns casos passando inclusive pelo juiz. Um amigo, diante da situação financeira difícil causada pelo desemprego, passou a desempenhar todas as funções para as quais era usado o dinheiro da pensão: dispensou o veículo escolar e passou a levar e buscar os filhos no colégio, no inglês, na aula de esportes; dispensou a babá que cuidava deles na parte do dia em que ficavam em casa enquanto a mãe estava no trabalho e ficava com eles até a mãe chegar, fazendo inclusive o jantar, dando banho, ajudando nas lições, a mãe chegava e as crianças já estavam de pijaminha e dente escovado. Parou inclusive de fumar porque não achava certo gastar R$ 5,00 por dia com cigarros, R$ 150,00 por mês, sem pagar pensão para os filhos. Fez isso até que começou a trabalhar novamente e tudo se normalizou. Um pai desses será denunciado pela mãe dos filhos? Bastante provável que não.

Sempre haverá exceções, sempre haverá mulher mau-caráter e aproveitadora, mas essa ideia de que a lei dá todo o poder à ex-mulher e o homem que não paga a pensão é sempre um coitadinho sem recursos, desprotegido, é furada. Estes são a minoria, e como honra não se mede com dinheiro, eles sempre terão algo para dar aos filhos, seja de que maneira for.

segunda-feira, julho 11, 2011

Vingança é um prato que se come frio

Fosse tu a Norma e fosse tu se vingar dum cara bonitão feito o Leo, o que farias?

a. Se dedicaria a uma vingancinha suburbana, cafona até dizer chega, mandando o cara cozinhar arroz com feijão e dormir num canil reformado

ou

b. Faria o Leo acreditar que você está caidinha por ele, se aproveitava daquele corpinho todo para se esbaldar e tirar o atraso de anos na penitenciária e de um casamento com um senhor idoso foférrimo mas que nitidamente nem o Boston Medical Group dava mais jeito?

O patinho feio



Quem primeiro sentenciou foi a minha filha, baseada em fatos reais e nas minhas preferências hollywoodianas - Javier Bardem, Benicio del Toro, entre outros. As amigas foram na onda, concordaram, repetem exaustivamente o bordão, e foi assim que eu ganhei a fama de só gostar de homem feio.






Em defesa da tese devo dizer que, em alguns casos, eu caprichei. Até eu reconhecia que o sujeito era feio como a dor da morte, ou uma visão do inferno - de um jeitinho carinhoso e risonho, se é que é possível dizer que alguém é a visão do inferno de forma carinhosa, mas vá lá, era carinhosa sim.



Até que, recentemente, me vi tendo que escolher, numa situação hipotética lançada por uma amiga, uma vez que não é o caso deles estarem aos meus pés, suspirando e chorando ou duelando pelo meu amor, entre um beeeem feio e um, vá lá, mais bonitinho.



- Qual deles você escolheria? ela perguntou


- o Feio.



E aí ela começou meio que a querer saber porque eu prefiro os feios, porque eu escolho direto os feios, desprezo os bonitos bla bla bla. Então, cabe aqui um esclarecimento público antes que Clive Owen desista de me convidar para jantar por achar que não teria a menor chance.



Novamente a comparação não cabe, porque é a eterna confusão entre o hardware e o software. Eu também gosto dos bonitos. Duma coxa musculosa, uns ombros largos, uns traços bem-feitos sem ser fofo demais. Taí William Bonner que não me deixa mentir, alguém pode dizer que aquele homem é feio? Não é que eu desprezaria um clone do Brad Pitt, jamé!



O que acontece é que a beleza masculina, apesar de eu apreciá-la, não é fundamental na minha lista. E o que acontece, também, é que é comum os homens bonitos se acharem umas dádivas da natureza, que a mulher já está no lucro por eles terem lhe dado atenção, e que ela tem de praticamente ser agradecida a ele pela deferência.


Aí vem o feio: com senso de humor, atencioso, sedutor, galante, educado e te tratando como se você fosse a última tigelinha de açaí da academia.



Quem ganha a parada? O feio, claro.



No caso especifico da grande hipotética disputa acima mencionada pela minha pessoa, eu ainda não escolhi ninguém. Vamos esperar para ver como se sai o bonitinho para ver se a minha fama se fortalece.