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segunda-feira, junho 24, 2013

Presentes do anjo da guarda

Lala, o Oráculo, costuma dizer que algumas pessoas cumprem funções muito específicas em nossas vidas. Que aparecem do nada, sem motivo algum, e depois se vão como vieram, sem mais nem porquê.

Eu achava uma tese muito coerente, ainda mais que ela sempre ilustrou com exemplos altamente convincentes, mas nunca tinha parado pra pensar nisso a fundo, até bem pouco tempo atrás, quando vivi essa experiência. Ela tem toda a razão, algumas pessoas aparecem moldadas para um determinado momento. E só.

Alguém para te fazer tirar o foco de um relacionamento desgastado ou insalubre, que vem do nada e para o nada se vai. Na hora você não entende muito bem o motivo, mas depois, batata!. Muitas vezes para sua única proteção, para te blindar contra uma decepção ou uma mágoa maior.

Um amigo de trabalho de anos atrás que você não vai há sei lá quanto tempo, tinha perdido o contato, se esbarram por acaso e tchã-nãn! Este amigo te ajuda a arrumar um emprego - estando você desempregado - ou te recomenda para algo muito mais bacana do que você tem hoje. E puft! acaba aí o reencontro, nenhuma das partes se empenha em continuar a se encontrar e a coisa morre aí.

Uma colega de classe que aparece de volta na sua vida quando ambas estão na mesma vibe, no mesmo momento da vida, bons momentos do passado que são resgatados, e depois cada uma segue o seu caminho.

Essas pessoas aparecem sob formas muito diversas, nem sempre boas no momento em que surgem, e o pulo do gato é saber reconhecer que elas foram uma mão estendida em sua direção, em um momento em que você precisava e nem sabia disso.

Enviadas talvez, pelo seu anjo da guarda, ainda que ele lhe pareça meio desajeitado às vezes.



domingo, junho 02, 2013

Qualquer coisa que você precisar, tô aqui. Aqui onde?

Quantas vezes você teve um problema, qualquer que seja ele, e escutou uma enxurrada de "qualquer coisa que precisar, tô aqui" ou "se precisar de alguma coisa me chama" ou a variação que eu acho um show de antipatia "qualquer coisa me liga, me fala, me manda um sinal de fumaça..."

A intenção é sempre boa, mas na maior parte das vezes não passa de intenção, muitas vezes longínqua, tão longínqua que você pode estar morrendo que nem cogitará pedir ajuda a essas pessoas. Simplesmente porque disponibilidade não pode ser abstrata. Tem de ser concreta, real, traduzida em atos.

Sua amiga mora sozinha e adoeceu. Não passa pela sua cabeça que ela não tem ninguém para preparar uma comidinha para ela, ou mesmo levar pronta, já que ela não tem coragem nem mesmo de pegar o telefone e pedir? Vá até a casa dela e faça isso. Ajude-a a comer, verifique se ela está bem. Sua outra amiga está se achando a maior baranga do universo seja lá porque motivo, talvez só de ouvir a sua voz ou de saber que você está do outro lado da linha escutando ela falar hoooorassss de como ela está se sentindo a faça menos triste. Seu amigo perde alguém querido da família, pegue o carro e vá ao velório ou ao sepultamento - não preciso mencionar que a frase "detesto velório/enterro/hospital" é uma das mais imbecis do mundo, né? Me diga alguém que goste. Que acorde no sábado de manhã e pense: oba, hoje tenho um enterro que vai ser o máximo! Nem vou discorrer sobre o famoso "não tenho estrutura para..." porque isso é o suprassumo do egoísmo.

Me fala se precisar de alguma coisa, desde que não seja bem na hora da minha manicure, ou que eu não tenha de me esforçar para fazê-lo, que eu não precise perder a novela, nem carregar peso. Muito menos guardar um segredo cabeludo. Quantas vezes nós não fizemos precisamente isso?

Geralmente nossos amigos não esperam que resolvamos o problema, eles não estão depositando isso em nossas costas. Mas faz uma diferença danada saber que alguém se importa o suficiente para dedicar um tantinho do seu tempo, escasso como o de todo mundo atualmente, para te confortar ou te ajudar ou ao menos te escutar reclamar e chorar sem ficar fazendo avaliações complexas ou apontando do dedo "faça isso ou faça aquilo". Ou mesmo arregaçar as mangas e te ajudar fisicamente. Seu amigo mora sozinho, não tem família perto, é hospitalizado, que tal se oferecer para ir até a casa dele colocar comida pro gato, ou cuidar do seu cachorro enquanto ele se recupera? Dá trabalho, claro, você vai ter de sair da sua casa e ir até a casa dele para fazer isso, no trânsito belezinha de São Paulo então, é uma maravilha, mas seu amigo não vale o esforço? E se fosse com você?

É tão bom saber que temos amigos que se dispõem a nos aturar na alegria e na chatice, que a retribuição a esse amor deve ser sempre passá-lo pra frente.