É o seguinte... tá bem?

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terça-feira, dezembro 20, 2005

Reapareceu!

Na última pizza aqui em casa, convidamos o vizinho do varandão do 4. andar do prédio em frente. Aquele que toda noite fica andando pra lá e pra cá horas, falando sozinho, assunto de outro post.

Ele não só não veio, como desapareceu. Sumiu. Nunca mais o vi.

Até hoje, agorinha mesmo... dando uma de Latino com festinha no apê!!!

Mal-educado, enm pra chamar! Nunca mais te convido pras minhas pizzadas, tá?

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Luz no fim do túnel

E aí você está arrasada por ter posto um fim em algo que você nem de longe queria que acabasse.

E aí que você está jogada na sua cama, sem vontade de fazer nada, zapeando aqui e ali.

E aí que você chega num canal onde está passando Top Gun, que foi O FILME da sua adolescência.

E aí que nem 10 minutos depois passa a cena antológica do jogo de vôlei na base aérea.

Seguido do Tom Cruise e o Val Kilmer batendo boca no vestiário, ambos usando só uma toalha rala amarrada na cintura,

E aí você começa a renovar a sua fé na humanidade e achar que nem tudo está perdido, mesmo com o Tom Cruise usando calça santropeito.

domingo, dezembro 18, 2005

Sãopááááuuuulooooooo

Você pode não ser sãopaulino.
E até nem gostar de futebol.

Mas morar no Morumbi hoje e não se arrepiar com a festa da torcida... acho que não seria possível.

O São Paulo acaba de se tornar tricampeão mundial de clubes vencendo o Liverpool por 1 x 0. Para fazer a festa ficar ainda melhor, o time inglês vinha de uma série de 11 jogos sem perder nem tomar nenhum gol.

Além disso, o São Paulo passa a fazer parte de um restrito grupo de times tricampeões mundiais: o Boca Juniors (ARG), o Milan (ITA), o Real Madrid (ESP) e os uruguaios Nacional e Peñarol.

PARABÉNS, SÃO PAULO!!!!!

Rabanadas

Eu adoro panetone!

Infelizmente eles vêm acompanhados de vários quilos a mais e de gorduras que se acumulam nas coxas. Cada mordida é uma celulite a mais que nasce, cada fatia se presonaliza em um pneuzinho na cintura.

Ah, mas como é bom! Uma das coisas comestíveis mais gostosas do Natal...

Só perdem, e feio, para as rabanadas da vó Galdina. Mas acho que eles nem se importam, porque elas são mesmo de arrasar!

Todos os anos, a vó Galdina faz as rabanadas no Natal da casa da minha sogra, que começa com a encomenda do tal pão de rabanada na padaria. Que cabia a mim ir buscar e cortar em fatias grossas.

Por conta desta extenuante tarefa, e porque ela sempre puxou declaradamente a brasa pra minha sardinha mesmo (ninguém entendia o motivo, afinal, eu era a namorada, depois noiva, depois mulher e agora ex do neto predileto, e ela sempre foi uma mulher possessiva, fato é que desde o dia em que ela me conheceu, me adotou como neta), eu podia comer rabanadas in advanced, sem prejudicar minha cota posterior.

Se eu não estivesse rodeando o fogão na hora da fritura das mesmas, ela dava um jeito de me chamar pra fazer alguma coisa por perto na hora em que as rabanadas iam ficando prontas. "Não quer provar uma, Claudinha, para ver se eu ainda sei fazer rabanadas?" "Tá bem, tá bem, vó, mas uma só não vai ser possível, porque vai que a senhora dá sorte e logo aquela está boa... tem de ser mais de uma!".

Quando, por algum motivo, eu estava na rua neste momento, ela separava um pratinho de sobremesa com umas 3 ou quatro para mim. Minto, ela separava dois pratinhos: um para o meu sogro, seu filho único; outro para mim. Muita deferência, não?

Eu nunca vou saber se as rabanadas da vó Galdina são assim tão boas porque são mesmo ou se por conta do carinho e da dedicação que sempre vieram embutidas nelas. Ou porque elas eram representação de um momento tão feliz, quanto reunir a família no Natal.

Hoje eu não passo mais o Natal com ela, infelizmente. Já há alguns anos, aliás, desde que me separei. E hoje ela está muito velhinha e não faz mais rabanadas. Como sei que não faz mais? Porque mesmo depois da minha separação do neto dela, quando ela sabia que eu estava em Brasília no Natal, ela ligava pra casa da minha mãe pra saber se eu ia até a minha sogra vê-la.

E quando eu chegava lá, ela ia até a cozinha e tirava sabe Deus de onde um pratinho com rabanadas.

"Essas eu guardei pra você, Claudinha".

Referências

Ontem eu fui ao shopping Iguatemi. Logo cedinho pra não pegar tumulto, e deu certo, porque não peguei mesmo. Estacionamento vazio, corredores tranqüilos, lojas sem aglomerações e vendedores ainda descansados.

Logo que cheguei a São Paulo, recém-casada aos 20 anos de idade, e sem conhecer ninguém, nem a cidade, marido trabalhando o dia todo e faculdade que só poderia ser transferida dali a seis meses. Ou seja, eu não via ninguém o dia inteiro.

Solução: trabalhar. Local escolhido: shopping Iguatemi. Por ser o melhor e o mais caro? Nada, eu não tinha noção disso, e achei até ele bem caidinho quando entrei. Mas tinha ponto de ônibus na porta e era o único ônibus que eu sabia tomar que passava na minha rua. Esses foram os critérios de escolha do shopping.

Trabalhei lá por quase dois anos e há algumas particularidades de se trabalhar em um shopping: algumas pessoas o freqüentam todos os dias, nem que seja só pra dar uma voltinha. É o parquinho de algumas crianças que moram por perto, em prédios antigos, de apartamentos enormes e luxuosos mas sem área de lazer no térreo. No caso específico do Iguatemi, ele já era intimidador naquela ocasião, mesmo sem Tiffany's, Armani, Zegna e Louis Vuitton. Era comum ver pessoas entrarem (a lojinha onde eu trabalhava, de roupas infantis, ficava bem de frente pra rampa de acesso de quem vinha da Faria Lima) a pé quase pedindo desculpas por invadir um espaço que não consideravam delas.

Fiz amizade com vendedoras de várias lojas e trocávamos dicas: "os biquinis vão entrar em liquidação amanhã, mas os mais legais acabam logo" dizia a vendedora da Blue Man; "as pólos entram em promoção amanhã, mas as cores legais a dona da loja não deixa mostrar" segredava a da Bruno Minelli; "as calças jeans vão ter 50% de desconto amanhã" contava a mocinha da Phillipe Martin. Então, íamos no final do dia anterior, separávamos o que queríamos, elas muquifavam no estoque, e no dia seguinte cedo a gente ia lá e comprava o que tinha separado, antes que as peças sumissem. Por essas e outras razões era que eu, mesmo sendo pobre pobre pobre de marré deci (pq não sei escrever em francês), só tinha roupas de marcas bombadas na ocasião.

Hoje dificilmente vou ao Iguatemi, porque o trânsito não ajuda. Como os shoppings são mutantes, quando vou, fico meio perdida sem saber que lojas estão onde e se a loja que eu tinha em mente ainda existe.

Mas alguns velhos pilares do shopping continuam onde estão e me ajudam a não me perder: o Café Brasão; a Ofner; a Drogaria Iguatemi; a sapataria Noa Noa; a loja de roupas masculinas Paul & Shark; a Birello; o Almanara; as Lojas Americanas; a Petulan; a Mercearia.

Partes pequenas do meu passado que foram meus guias ontem, no presente. Como tantas outras coisas na minha vida que desempenham este papel.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Descombinados

Tem coisa que não combina.

Collie, para quem tem mais de 30, é a Lassie. A cachorra-heroína do seriado de TV, que corria pra lá e pra cá com sua pelagem alaranjada e branca, imponente, linda, enorme!

E vai daí que agora é moda uma raça de cachorro que igual ao Collie, mas que não se chama Collie (nem sei como é o nome da raça). É uma miniatura, o cachorro não passa de uns 50 cm. Parece um collie anão, atrofiado. Um pinscher com pelagem de collie.

Outra descombinação é o poodle gigante. A palavra poodle já remete a um cachorrinho meiguinho, fofinho, peludinho, tudo inho, nada tem a ver com a palavra gigante.

Poodle gigante lembra a mim mesma, na infância, quando todas as meninas eram baixinhas e pequenininhas e eu era já modelo megadoubleblaster. Uma coisa assim, bem descombinada.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Começou a Copa 2006!

Hoje foi o sorteio dos grupos da Copa do Mundo. 32 times, divididos em 8 grupos de 4. Os times se enfrentam entre si, dentro do seu grupo.

O do Brasil é o grupo F. Começamos a copa de 2006 jogando contra Croácia, Austrália e Japão, nesta ordem.

O primeiro colocado do grupo do Brasil joga contra o segundo classificado do grupo E formado por Itália, Gana, Estados Unidos e República Checa.

A torcida feminina espera sinceramente que a Itália não fique em segundo lugar do seu grupo terminada a primeira fase da Copa. Jogaria contra nós (porque com um grupo desses é uma vergonha o Brasil não terminar como primeiro do seu grupo) e teríamos uma enorme perda para o resto da Copa se a Squadra Azurra e suas pernocas já fossem eliminadas assim, logo de cara.

Sob este ponto de vista, das copas recentes a de 94 foi a melhor: além de ganharmos a Copa, a final foi contra a Itália, o que significou jogos com a seleção italiana durante todo o tempo que durou a competição. Um espetáculo, em todos os níveis, eu diria.

Quando o Baggio chutou aquele pênalti pra fora, vai dizer que, além da comemoração pelo tetra, não dava vontade de ir lá consolar o coitadinho? Titifoi... dessa dá bezinho...

Tema de Natal

All I Want For Christmas is You
(Mariah Carey)

I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true...
All I want for Christmas is
You...

I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
(and I) Don't care about presents
Underneath the Christmas tree
I don't need to hang my stocking
There upon the fireplace
Santa Claus won't make me happy
With a toy on Christmas day
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you...
You baby

Oh I won't ask for much this Christmas
I won't even wish for snow
(and I) I'm just gonna keep on waiting
Underneath the mistletoe
I won't make a list and send it
To the North Pole for Saint Nick
I won't even stay awake to
Hear those magic reindeer click
'Cause I just want you here tonight
Holding on to me so tight
What more can I do
Baby all I want for Christmas is you
You baby

All the lights are shining
So brightly everywhere
And the sound of children's
Laughter fills the air
And everyone is singing
I hear those sleigh bells ringing
Santa won't you bring me the one I really need -
won't you please bring my baby to me...

Oh I don't want a lot for Christmas
This is all I'm asking for
I just want to see my baby
Standing right outside my door
Oh I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
Baby all I want for Christmas is
You
All I want for Christmas is you

Na fila do consulado

Renovei meu visto americano e fui pegar o passaporte ontem. Para renovar, quase um dia inteiro internada no consulado. Para buscar foi mais rapidinho, só duas horas e meia de fila de bunda (porque tem uns bancos enormes que . Acho que tenho de ir umas 15 vezes aos Estados Unidos para compensar o trabalho.

Tanto tempo na fila e, claro, fiquei observando as pessoas, na falta de coisa melhor pra fazer, pois não te deixam entrar com celular nem nada eletrônico e eu não tinha levado nada pra ler.

Tem gente de todo tipo, mas o post em questão refere-se a um só: as patricinhas com pretensões emigratórias.

Ontem tinha uma bem ao meu lado. A menina era uma verdadeira loja multimarcas: bolsa Santa Marinella, calça forum, blusa Guaraná Brasil. Óculos Armani. Relógio da Swatch. Chaves do carro de um modelo Honda, provavelmente um Fit.

Puxei um papo depois que vi na mão dela uns papéis em inglês dizendo que ela ia trabalhar em um hotel, em serviços variados.
Ela alegremente me contou que ia passar seis meses trabalhando como camareira em um hotel, para fazer de tudo: limpar os quartos, os banheiros, janelas, portas, carpete do corredor. Para melhorar o inglês, ela disse. Porque meu pai e minha mãe acham que vai ser uma experiência de vida boa pra mim (detesto esta expressão experiência de vida, seria de morte, por acaso?)porque eu tenho tudo nas mãos e só faço o que quero.

Eu quis argumentar que dificilmente ela conseguiria melhorar o inglês dela num emprego daqueles, onde ela conviveria com imigrantes como ela, brasileiros ou de países da América Central. Pensei também que os pais dela podiam começar mandando que ela arrumasse a própria cama pela manhã, mandando andar de metrô e arrumar um emprego de temporária de Natal em uma loja do Iguatemi, em vez de se livrar do problema educacional da pimpolha mandando ela pra bem longe.

Mas eu disse apenas: ah, legal! Boa sorte por lá.

Vestidinhos

Eu adoro vestidos, desde pequena. Até os meus 12 anos, quando me mudei pra Brasília, eu tinha, tirando a calça da escola, que era de brim grená (grená é um tom de vinho meio diluído, mais ou menos como fica o vinho tinto na sangria), uma única calça comprida, de veludo vermelho com um frisinho azul-marinho, para quando o tempo esfriasse um pouco (o que, no Rio de Janeiro, onde eu morava, significava que era pra quando ela baixasse pruns 25 graus).

Todo o resto das minhas roupas, que nem eram tantas assim porque nos anos 80 a oferta nem de longe era como hoje, eram saias e vestidos.

Principalmente vestidos.

Não existe peça mais prática. Não precisa combinar parte de cima com parte de baixo. Sempre dá aparência de arrumada. Dependendo do vestido, de profissional. É feminino e muda de cara conforme o sapato escolhido.

Todas os itens acima são meras justificativas racionais para o fato de que adoro vestidos e acho que eles combinam demais comigo e com meu jeito de ser.

Imagine então uma vestidinholover como eu nos dias atuais. Dias de novela Belíssima em que entucharam a Cláudia Abreu com aqueles vestidos longos de cigana, pra usar com (argh!) chinelinho rasteiro. Ou dias de vestidinho um palmo acima do joelho, comprimento de menina lesa, que fala dããããñnnssss. Cumprimento que favorece ninguém.

Eu, como gosto deles no joelho, cobrindo os joelhos, fico sem ter opção nenhuma. A não ser o de comprar o compridão e mandar cortar um pedaço.

É a ditadura da moda chegando nos vestidinhos!

Vamos combinar

Apesar de muitas vezes brincar com o assunto, no fundo eu não gostaria de ter o corpo de ninguém, além do meu mesmo, só que mais magro. Gosto do desenho dele, acho-o harmonioso e bonito. Só devia ter um pouco mais de força de vontade (uma vez que me quero mais magra do que ando), mas acho inclusive que isso também se deve ao fato de gostar do que vejo no espelho. Se achasse feio, teria mais ânimo para malhar duas horas por dia.

Acontece que quem não me conhece nem sonha com isso. E parte para a explicação mais comum de que toda pessoa com excesso de peso está infeliz, não se curte, se acha um horror etc.

Uma vez que o indivíduo com excesso de peso é uma pessoa assim tão desgraçada, merece ser consolada, certo? E aí você escuta umas pérolas, sendo que uma das melhores é "Você nem ia ficar bem se emagrecesse, nem combina com você".

No meu caso específico, já fui bem mais magra. Adolescente então, era o típico caso de era feliz e não sabia, porque me achava uma jamanta. Ou seja, eu fico super ultra megabem quando emagreço. Todos os pontos fortes do meu corpo, que são as minhas curvas, são ressaltadas. As bochechas diminuem e isso realça o meu sorriso. A cintura faz uma curva que eu adoro. Portanto, especificamente para mim, a frase não cabe.

Imagino que não caiba pra mais ninguém. Alguém pode me dizer como seria possível uma pessoa gorda não ficar "bem" com o shape do Brad Pitt (aquele que ele mostrou em Tróia, ahhhh!....) ou o da Angelina Jolie? Pode me explicar como é que alguém pode ficar melhor com papada do que sem ela? Com celulite do que com pernas lisinhas? Com pneus em vez de uma cintura bem desenhada?

Quem acha mesmo que isso não combina consigo mesmo? Duvido muito. O que não significa que quem tem pneus, celulite e quilos a mais não esteja feliz da vida. Pode até saber que ficaria bem melhor com quilos a menos, apenas não acha que o preço a ser pago valha a pena.

Mas que combina, ah, lá isso combina sim!

terça-feira, dezembro 06, 2005

Carta para o Papai Noel

Querido Papai Noel

o senhor bem sabe, eu era uma das que mais curtiam o Natal. Bastava chegar lá pelo meio de outubro e eu já ficava procurando pelas ruas as primeiras decorações de Natal. Já começava a pensar em como seria a minha árvore e enfrentava a multidão da 25 de março bem feliz da vida para escolher enfeites novos. Espalhava luzinhas pela varanda, pela jardineira, e teve um ano que eu quase comprei uma rena iluminada para colocar sabe Deus onde!

O senhor também deve se lembrar que eu fazia a lista dos presenteados, que crescia a cada ano como o nascimento dos novos sobrinhos. Que algumas pessoas, como pais e irmãos ganhavam mais de um presente, porque havia mais de uma coisa com a cara deles e eu acabava comprando "só mais essezinho".

E que eu embrulhava os presentes também de forma temática, enchia de fitas, laçarotes, cartõezinhos, poeminhas. Enfiava tudo dentro da mala, incluindo aí os da minha filha e marido e carregava tudo pra Brasília, só para colocar embaixo da árvore da casa da minha sogra e ter o prazer de vê-los ganhar na noite de Natal (e deixava alguns aqui, embaixo da minha árvore, escondido da Bela, pra ela achar que o senhor tinha vindo em segredo).

Acho que ainda está em sua memória a euforia com o vôo para Brasília, no aeroporto invariavelmente lotado, com funcionários estressados pelo excesso de gente. Ou de um passado um pouco mais longe, quando Bela ia de avião com a tia dela e eu e Marcelo íamos de carro, lotado com os presentes, à noite. E que eu colocava a cabeça pra fora da janela de madrugada só pra ver o céu congestionado de estrelas do cerrado.

E a preparação toda do dia 24? Comidas, sobremesas, velas, mesinhas a arrumar. Os presente de última hora que vó Galdina pedia pra eu sair e comprar pra ela (quase todos). As duas famílias reunidas, a minha e a dele, numa mesma noite de natal.

De repente, tudo isso acabou. Não há mais vôos para Brasília, nem presentinhos a arrumar. Não há mais sobremesas a preparar, rabanadas a roubar enquanto preparadas, arranjos de mesa para enfeitar a festa.

Não há mais famílias reunidas. Nem presentes sob a árvore. Colocar luzinhas na varanda e montar árvore perdeu toda a graça. A expectativa das vitrines enfeitadas foi substituída pelo pânico de ver que é mais uma vez Natal.

Por isso, Papai Noel, este ano eu te peço um presente muito especial: que de alguma maneira eu reencontre a alegria de constatar que estamos no Natal. Que eu experimente outra vez a sensação de felicidade dos natais anteriores.

Leve embora a minha angústia e devolva o meu Natal.

Um beijinho

Cacá

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O tamanho dos filhos

Eu sei, reconheço e concordo plenamente que as fábricas não ajudam em nada, que cada uma tem uma numeração, que não há padronização etc etc.

Mas absolutamente 90% dos pais e mães do mundo acham que seus filhos são maiores do que efetivamente são.

(também acham que são mais inteligentes, mais bem-humorados, mais legais, mais espertos, mais gente boa...)

Isso fica patente na venda de uniformes escolares, que é um doa ramos da minha confecção. Para facilitar a vida dos pais, temos a opção de mandar entregar o uniforme em casa ou no colégio, de forma que eles não precisem se deslocar até aqui.
Basta dar a lista com as peças que deseja e os tamanhos.

Sempre que volta alguma peça por não ter servido é porque ficou grande demais. Na maior parte das vezes, fica mesmo enorme. É comum que a pessoa peça tamanho 14 e depois fique com o tamanho 8 ou o 10.

"Meu filho tem 8 anos, mas tamanho de 12" é coisa comum de se ouvir. E quando você efetivamente vê o moleque, ele tem é tamanho de um menino de 8 anos mesmo, igaulzinho a pelo menos 80% dos colegas da classe dele.

Sim, há exceções. Já tivemos de fazer calça com comprimento de GG para um menino de 12 anos que era um vara-pau. A calça parecia uma linguiça. Já tivemos crianças que eram sim acima da média dos demais, grandonas no todo, e não gordas. Mas os pais dessas crianças sabem que os filhos são exceção e normalmente sabem o tamanho que eles vestem. Já os pais dos outros têm apenas uma visão distorcida dos mesmos.

Piores são aqueles que querem comprar uma calça tamanho 6 para uma criança que veste tamanho 2, pra calça durar bastante. Até aí, tudo bem, uniforme é caro mesmo. Mas querem que a calça vista super bem desde o começo. Querem fazer a bainha sem cortar um pedaço da perna e não entendem que a calça afunila embaixo, então existe um limite para uma bainha ser virada sem engruvinhar o restante da perna. No caso de um dos colégios cujo uniforme confecciono, a calça tem bolso cargo na perna esquerda, o bolso vai parar lá embaixo, no pé, e ouvimos a reclamaçao de que o bolso está mal posicionado, pode?

Tem também os que não admitem a hipótese do filho ter 5 anos e vestir o tamanho 4. Como assim? Meu filho tem 5 anos, eles afirmam. Ok, mas que culpa tenho eu se o moleque é franzino? E a mãe complexada com isso? Algumas (no feminino, porque as mães são maioria no quesito neurose com o tamanho da criança) chegam ao extremo de comprar a calça no tamanho 6 e PEDIR PRA DIMINUIR NA BARRA E NA CINTURA. Virou o quê então a peça? Um tamanho 4, óbvio.

E aquelas que compram a calça comprida e pedem pra gente diminuir a barra em menos de meio centímetro?? Pelo amor de Deus, que diferença isso vai fazer na vida da criança? Nenhuma, claro, mas faz toda a diferença do mundo para a mãe dela, que é estilista frustrada ou perfeccionista de internar. Antes a gente até tentava argumentar, agora fazemos diferente (e aí vai um segredinho, por favor não espalhem!!): deixamos a calça por dois dias dentro do saquinho, guardada e quietinha exatamente como estava antes, e depois mandamos entregar. "Ah, agora sim ficou ótima depois que você subiram a bainha!!!!!"

Fazer o quê, né?