É o seguinte... tá bem?

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quarta-feira, dezembro 28, 2011

Nosso casamento - breve análise da letra sob a ótica feminina

Hoje está fazendo mais um ano,
Amor, na tristeza e na dor
Sempre esteve ao meu lado.

Sei que o seu sonho sempre foi o casamento,
Te enrolando tanto tempo
Mas continuo apaixonado.

Tô ligando pra dizer
Que não vivo sem você,
É o anjo que Deus me mandou
O Beijo se adivinhar,
Vai ter que acertar
Onde eu estou.

Eu tô na igreja!
Te esperando em cima do altar,
Não demore muito pra chegar
Depressa, tá passando o tempo.

Eu tô na igreja!
Convidei, amor, toda cidade.
Seja feita nossa vontade
Hoje é o nosso casamento.

(Nosso Casamento - Leo Magalhães)

Vamos lá, depois dizem que eu sou implicante, mas gente, não tem como escutar uma música dessas e não fazer a análise abaixo:

Os dois namoram há um tempão, como se pode perceber na frase Hoje está fazendo mais um ano, e o cara tá que enrola a menina, que quer se casar (puxa, vejam que inusitado, uma mulher que quer se casar, este mundo anda perdido!), como vimos na frase Sei que o seu sonho sempre foi o casamento,
Te enrolando tanto tempo
. O cara gosta dela, como podemos inferir em Tô ligando pra dizer Que não vivo sem você, É o anjo que Deus me mandou, então não sabemos porque enrola, deve ser algo ligado ao cromossomo Y, eles já nascem enrolando a mulherada.

Por fim, ele resolve que vai se casar com ela, aleluia irmão! E tem a ideia de fazer uma surpresa, armar todo o casamento, convidar a cidade toda, se plantar no altar esperando a garota, e ligar de lá dizendo pra ela ir correndo pra igreja para se casar com ele, como era a vontade da pobre depois de ANOS esperando.

Ideia de jerico maior não poderia haver.

Coloque-se você, amiga leitora, no lugar dessa moça: você sonhando com o dia em que vai se casar com seu amado, já comprou nem sei quantas revistas de noiva, já marcou todos os vestidos que achou bonitos, a grinalda, o tipo de buquê, as lembrancinhas, o bolo, o véu, a toalha da mesa, as músicas, a daminha de honra, o pajem, as flores, o cardápio do jantar, a sobremesa, os vinhos, os docinhos.

E aí o cara te liga dizendo: Eu tô na igreja! Te esperando em cima do altar, e ainda ameaça Não demore muito pra chegar Depressa, tá passando o tempo.

ATOMANUKU, como diria minha fina amiga Lala. Você ali com o reflexo dos cabelos vencidos, unha com o esmalte descascando nas pontinhas, depilação precisando dum retoque, não fez o pé, tá dois quilos mais gordinha, tem dois dias que fez um peeling e a pele do rosto tá toda descascando. E o cara te liga dizendo que ó, tô te esperando aqui na igreja pra gente se casar, quer tem de ser agora, se não vier, perdeu preibói??? WHATAFÂCA?

Pra completar, Convidei, amor, toda cidade. Até aquela operadora de telemarketing piriguete que você odeia, a ex-namorada, aquele amigo que não te suporta...

Na boa, não é pra matar um cidadão que faz uma coisa dessas?


sábado, dezembro 24, 2011

O primeiro Natal

Todos os anos eu passo o Natal com a minha família. Quando eu era bem pequena, o Natal era quase sempre na roça, na casa dos meus avós maternos, na já citada localidade de Demétrio Ribeiro/Rio Clotário/João Neiva - todos os meus tios nasceram em casa, mas cada um tem uma localidade marcada na certidão de nascimento, de acordo com o entendimento de quem estava ali no cartório na ocasião, mas isso não vem ao caso.

Morávamos em Niterói-RJ e íamos para lá logo no começo das férias do fim de ano, início de dezembro, de carro, um dia inteiro de viagem, saíamos de casa de madrugada e chegávamos somente à noie, porque era um tal de parar aqui e ali para os mais variados e necessários motivos (comprar jaca por exemplo, porque na casa dos meus avós tinha só umas 400 jacas, mas daquele tipo específico não tinha) e de vez em quando para futilidades, como fazer xixi.

Na roça o Natal era meio cedo, porque lá não tinha luz elétrica quando eu era pequena, e mesmo sendo Natal, no dia seguinte as galinhas, os porcos, as vacas e os patos precisavam ser alimentados e cuidados do mesmo jeito.  Na roça não existe feriado e a lida começa cedinho. Eu não me lembro exatamente dos detalhes, mas lembro que os vizinhos iam lá no sítio e os homens ficavam na mesona da cozinha bebendo cachaça feita em casa e jogando purrinha - um emocionante jogo de palitinhos que até hoje não entendo muito bem quem ganha e quem perde mas isso devia ser o de menos.

Poucos Natais da infância eu me lembro de não ter sido lá. Lembro-me de um, especificamente, que fomos dormir e no dia seguinte Papai Noel tinha deixado os presentes sob a árvore, e eu ganhei minha boneca Guigui, que alegria! Eu tinha 4 ou 5 anos de iddade.

Aí nos mudamos do Rio de Janeiro para Brasília, crescemos, e ficar 3 meses internadas na roça já não era a coisa mais legal do mundo para mim e para minha irmã. As férias de fim de ano encolheram, e com isso passamos a ir para o Espírito Santo após o Natal, para passar o ano novo e as férias de janeiro. O  Natal era só a gente, em casa, os 4. Mais o Kiko, nosso pinscher pretinho e neurótico.

Comecei a namorar aquele que viria a ser meu marido. O Natal na casa dele era de uma animação sem fim, uma vez que 90% da família materna dele morava em Brasília, e minha pequena família de pais e irmã foi incorporada junto comigo ao Natal na casa dele. Era muito divertido, um monte de gente, uma trabalheira danada, aquela montanha de presentes, a festa começava às 21h e acabava lá pelas 4 da manhã, para recomeçar no dia seguinte, no almoço, com o enterro dos ossos, e um cineminha no fim da tarde. O único ano em que não passamos lá foi o que morávamos em Portugal, mas ainda assim passei meu Natal em família, pois meu núcleo familiar era eu, meu marido e minha filha. Meu cunhado morava lá com a mulher, nos juntamos e fomos todos para a Serra da Estrela, e apesar dos percalços da viagem, foi um Natal bem legal.

Esse foi meu Natal por 20 anos, nos quais eu namorei, noivei, me casei, nasceu Isabela até que... me divorciei.

Uma das coisas tristes do divórcio é que você não se separa apenas do marido, mas também de um monte de gente de quem você gosta e de um monte de rituais que fazem parte da sua vida. Apesar de ter até hoje um ótimo relacionamento com a família do meu ex-marido, não tinha mais cabimento esse Natal integrado, e nem eu queria. Os dois primeiros anos foram terríveis, já o seriam por si só e outros fatores contribuíram para que ficasse ainda pior.

No terceiro ano, eu decidi que não ia passar outro Natal tão ruim como os dois anteriores e resolvi ir para longe de tudo o que representava Natal em família. Para minha sorte, uma amiga minha estaria de férias na Italia na mesma época e combinamos de passar o Natal juntas lá. A ideia chegou até um outro amigo nosso e passamos juntos o Natal, vendo a missa no telão da Praça São Pedro e tomando champagne e comendo panetone no quarto do hotel na volta, com a bandeira do Brasil servindo de toalha de mesa. Foi assim que decidi que o meu Natal ia deixar de ser triste, rompendo com o meu Natal dos anos anteriores para resgatar o Natal, que sempre gostei tanto, de uma outra maneira.

Então, em todos os demais anos, Natal é fazer malas, empacotar presentes para a familia toda, comprar presentes para Isabela dar para os tios e primos paternos - porque ela gosta de passar a noite de Natal na casa dos avós paternos, onde sempre passou, e nos vemos no dia 25 -, ir para o aeroporto no dia 23 com aquela tralheira toda, aquele mundo de gente na mesma situação que você, o espírito natalino sucumbindo sob as filas imensas do check in, os atrasos nos voos, o calor e a falta de conforto dos nossos aeroportos, para passar a noite de Natal com meus pais, irmã e sobrinhos.

Este ano, porém, a combinação cirurgia recente com a presença dos meus pais aqui em casa + trabalho nos dias 23 e 26 + impossibilidade de carregar peso e fazer esforço + viagem no começo de janeiro para o aniversário do meu pai, onde verei minha irmã e sobrinhos + ausência da Isabela no dia 25, uma vez que ela só volta de Milão em meados de janeiro, resultou na decisão de ficar em São Paulo no fim de semana do Natal.

Pela primeira vez eu passo o Natal na cidade. Pela primeira vez eu passo o Natal sem a minha família.

E olhem, está sendo esquisito. Não mau, mas esquisito.

Olho para a árvore na minha sala e ali não há presente algum - eu colocava os presentes sob a árvore até o momento de arrumá-los na mala; não há mala para fazer, coisas para esquecer em casa e lamentar o esquecimento durante o voo, aeroporto lotado, filas de check in, trocas de portão de embarque, avião sem espaço para as bagagens de mão de todos os passageiros, muito menos para eu colocar minhas pernas. Nem o momento a'lá Brasília do voo no qual eu sempre me emociono e seguro o choro, nem o avião pousando, nem toda aquela bagajada para tirar da esteira, nem pais esperando no aeroporto, nem o shopping lotado de última hora, nem sobrinho perguntando o que eu comprei para ele de Natal.

Não imaginei que um dia na vida sentiria falta das rabanadas fake que minha irmã encomenda e que quase ninguém come, porque rabanada que não é frita, nem passada no açúcar e na canela, pode ser tudo, menos rabanada.

Esta noite, na festa de Natal na casa da família de uma amiga muito querida que me encampou, mesmo sabendo que estarei com pessoas que gostam de mim e me consideram parte da família, eu sei que vou morrer de saudades dos meus pais, da minha irmã, dos meus sobrinhos e de Luke Skywalker limpando a boquinha no tapete e no sofá. De ver a Bela no dia 25, e mesmo os meus ex-sogros, que sempre me foram tão queridos.

Vou sentir muita falta de tudo isso, como já estou sentindo de toda a preparação. Capaz de eu chorar de saudades até da rabanada cover.

Para todos vocês, meia duzia de 4 ou 5 que leem este blog regularmente, um Natal muito feliz, paz em seus corações, amor, fraternidade e boa vontade!

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Resoluções de ano novo

Ano passado eu tinha as seguintes resoluções para 2011:
http://eoseguinte.blogspot.com/2010/12/em-2011-eu-desejo-posso-e-hei-de.html?showComment=1324647409993

Como não realizei nenhuma, estou prorrogando o prazo para 2012.

A pior piadinha ruim de todos os tempos

a Kombi para na porta do boteco e buzina:

BIBI!

o bêbado grita lá de dentro:
EU TAMBÉM!!!


e eu tô rindo até agora dessa imbecilidade



quarta-feira, dezembro 07, 2011

Vida de filha

Tem coisa melhor que vida de filha?

Ir para a academia e não ter de sair antes de todos os exercícios terminarem porque ainda precisa passar no supermercado.
Não ter nem noção de que é preciso passar no supermercado, já que tudo se materializa dentro da geladeira e da dispensa.
Ir para a aula, voltar para casa e encontrar o almoço pronto e a mesa posta.
Depois da aula, dar uma cochiladinha antes de começar as demais atividades importantes na vida de uma adolescente.
Ir almoçar na casa da mãe quando a empregada falta.
Ou quando você não está muito a fim de encarar uma cozinha.
Pedir para a mãe tirar aquela mancha da sua blusa, que você não conseguiu.
Seu pai dando um jeito na descarga do seu banheiro que está vazando.
Manga cortadinha num prato, laranja descascada pronta para chupar, melão em quadradinhos.
Roupas que percorrem um caminho misterioso entre o cesto de roupa suja e seu próprio armário - e não somente isso, aparecem lavadas e passadas.
Ter de descer para passear com o cachorro, mas nem e ligar se a ração dele acabou ou não.
Ajudar nas tarefas domésticas, mas não ser responsável pelo funcionamento da casa.
Fazer as unhas no salão às 4 da tarde de uma quinta-feira.
Ganhar presente de Dia das Crianças mesmo quando já deixou de sê-lo há tempos.

Não, não tem coisa melhor que vida de filha.

sábado, dezembro 03, 2011

Considerações rápidas sobre a evolução do uso da MPB como forma de comunicação entre os diferentes gêneros de uma mesma espécie

Antes você passava na frente da obra e a homarada ficava cantando Créééuuuu Crééúuuuu
Agora você passa e a trilha sonora é Michel Teló - variando entre os versos: Delicia, assim você me mata e Ai se eu te pego.

Tudo muito fino. Socorro.


comentando com uma amiga que ia escrever um post sobre o assunto, ela manda: reclama não, pior vai ser se um dia você passar na frente da peãozada e eles continuarem assentando os tijolos.
É.