É o seguinte... tá bem?

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sexta-feira, abril 28, 2006

Fora de lugar

Cliente antigo muda-se para prédio novo e hoje foi nossa primeira reunião no novo endereço.

Novos procedimentos de segurança na garagem e eis que o segurança informa que precisa preencher meu cadastrinho.

Depois de preencher meu cadastrinho, pede que eu espere um minuto que ele vai passar o cartãozinho pra liberar minha entrada.

Segurança meigo... não combina né? Como eu já mencionei em post anterior, é a mesma coisa que poodle gigante, não dá link.

Alguém deve tê-lo instruído pra ser educado e gentil com as pessoas, simpático, amável, e deu naquilo. Nada tenho contra a meiguice, a menos que ela seja falsificada.

A dele nem era falsificada, era só... inadequada!

Boa idéia!

Crocodilo devora serra elétrica na Austrália


Um crocodilo "devorou" uma serra elétrica, no norte da Austrália, aparentemente irritado com o barulho do equipamento.
O animal de cerca de 4,4 metros de comprimento, batizado de Brutus, perseguiu um funcionário do Corroboree Park Tavern, a reserva natural onde vive.

O homem, Freddy Buckland, estava cortando uma árvore derrubada pela passagem recente de um ciclone tropital quando foi atacado por Brutus.

Nenhum dos dois saiu ferido, mas o crocodilo destruiu a serra elétrica, após mastigá-la por 90 minutos.


COMO É QUE NÃO PENSEI NISSO ANTES??????

Vou já descolar um jacaré pra dar uns pegas na peãozada da obra de alargamento da avenida em frente à confecção e garantir meu silêncio por alguns minutos!

quinta-feira, abril 27, 2006

Sobre creminhos

A outra notícia (do uol) é que dermatologistas declararam que dificilmente há componentes em um pote de creme para o rosto que justifique o mesmo custar mais de R$ 60,00.

Na época já citada no post abaixo, em Portugal, divulgaram uma pesquisa feita não me lembro bem onde, mas deve ter sido Holanda, porque eles não têm mais o que fazer na vida mesmo (pesquisaram na mesma ocasião que, se a Barbie fosse uma mulher de verdade, não teria gordura corporal suficiente para menstruar) além de procurar coisa pra matar o tempo.

Compararam vários hidratantes básicos, para o rosto, de várias linhas de cosméticos, das mais ralés às mais conceituadas e concluíram que o melhor de todos os estudados era o da Nívea!

Na ocasião, a Lancôme soltou comunicado à imprensa duvidando dos resultados e tendo chilique público. Com toda razão sob a ótica deles, caía por terra o motivo pelo qual vc pagava uma fortuna por um hidratante Lancôme e a escolha passava para o campo da preferência pessoal, tão somente.

A pesquisa ressaltava que não era uma questão de custo/benefício, mas de qualidade e eficiência mesmo. E que a escolha do consumidor deveria se ater ao gosto pessoal e à adaptação do produto à sua pele.

Por conta dessa pesquisa, fui experimentar a linha da Nívea e fiquei a maior fã! Até hoje eu uso um monte de coisas da marca e sempre que fico na dúvida entre a Nívea e outra marca, opto pela Nívea.

Felizmente para o meu pobre bolso, os resultados são ótimos!

Le Roi Babar


Duas notícias lidas hoje, ambas no uol, me fizeram lembrar de duas histórias, ambas passadas em Portugal, quando morei lá entre 1993/94.

A primeira é sobre um personagem de histórias infantis, famosíssimo na França, o Elefante Babar, que completa 75 anos (a outra vai em outro post, pra não ficar comprido demais).

Recém-chegados a Portugal, com uma filha de quase três anos de idade, numa época em que mal se cogitava TV a cabo no Brasil e o mundo era bem menor do que era hoje, eis que vamos com a Isabela numa loja de brinquedos em Lisboa (a Toys'r'us, por sinal).

Ela logo escolhe o bicho de sua preferência: um elefante vestido com um terno verde, com uma coroinha na cabeça. Observação do pai dela: com tanto bichinho bacana ela foi logo escolher esse elefante sem graça que eu nem sei quem é.

Bem, logo descobrimos que o elefante sem graça era o Babar, ídolo da garotada francesa, de que Isabela logo ficou fã. Compramos a fita com o desenho do Babar e como em Portugal os desenhos são LEGENDADOS (exceção feita aos da Disney, que vêm dublados em brasileiro), a fita era falada em francês com legendas que uma criança de 3 anos não tinha como ler.

Sem problemas para a Isabela: ela aprendeu a cantar as músicas do Babar em francês mesmo e sabia absolutamente tudo o que rolava no desenho, pelo contexto, de tanto assistir. Pelas imagens, ela sabia o que se desenrolava na tela. E acredito que se tivesse tido continuidade, hj ela falaria francês fluentemente.

Uma vez que além disso ela falava brasileiro em casa e português de Portugal na rua - pra ela, eram duas línguas diferentes - foi o que bastou para que eu mudasse de idéia quanto à alfabetização bilíngüe, contra a qual eu tinha preconceito. Ela na verdade respondia na língua a que se dirigiam a ela, mudando inclusive as expressões e não apenas o sotaque.

Com o tempo, desaprendeu a falar português quando voltamos para o Brasil, ficou falando só em brasileiro mesmo. E hoje já nem sabe mais cantar o hino do desfile de La Victoire de le roi Babar...

terça-feira, abril 25, 2006

Scanner: sua mente pode destruir!

Comprei um scanner!
Aguardem as pérolas da fotografia anos 80 que vêm por aí!

Cenário atual

Obras de ampliação da avenida e a confecção bem no meio do caos.
Construindo sabe-se lá o que no terreno que divide muro com o prédio onde moro.
Obras no trabalho, obras em casa.

Cortador da confecção que substituiu a que surtou e foi embora largando tudo pra lá era bebum (de cachaça!).
Cortador que entrou no lugar: ótimo e eficiente pacas, mas recebeu uma proposta de trabalho que não conseguiremos cobrir e portanto ele vai embora.
Cortador que faz teste fala que "ainda tô aprendendo a modelar mas já dou minhas cacetadas!".

Final de semana com feriadão iminente e o estômago corroído de ansiedade.

Pára o mundo que eu quero descer!

A pergunta que não quer calar


Quem nasce em Pindamonhangaba é...

... pindamonhangabense?
... pindamonhangabano?
... pindamonhangabês?
... pindamonhangabaiano?
... pindamonhangabanês?

segunda-feira, abril 24, 2006

Como ser másculo em 24 lições

Minha irmã Rosana me mandou por email e eu espalho pra todos vocês.

01. Cheiro bom de homem é... de homem. Um perfume cítrico e aquele cheiro de banho tomado tb são ótimos. Mas evite extravagâncias.

02. Hálito de bebida alcoólica excita (de uísque, vodca, vinho e champanhe)De cerveja e pinga, não.

03. Você pode ter o cabelo como quiser. Desde que não seja tigela. Você deve manter o cabelo limpo, mas nunca secá-lo com "escova", como o ex-marido da Adriane Galisteu! Você pode ser careca, as mulheres não ligam, mas não pode ser careca e usar uma calça grená ao mesmo tempo. Você pode usar calça grená mas não com uma peruca. Se você tem uma peruca, use-a no Natal - no presépio, como manjedoura do menino Jesus! Implantes de cabelo jamais! Eles
dispersam a atenção de uma mulher: ao invés de ouvir o que você diz, ficamos hipnotizadas pelos tufos na sua testa!

04. Não se atreva a esmaltar suas unhas ou tirar as cutículas. Corte-as, apenas. E, em ocasiões especiais, crave-as em nossas bundas.

05. Se você tem calos na palma da mão, cultive-os (temos sugestões
edificantes a respeito). São úteis para que gritemos na sua cara: - "Vem, Meu estivador, mostra quem manda aqui!!".

06. Admitimos que você tenha barriga, mas não que você seja uma enorme barriga.

07. Pêlos no peito, não muitos. Em orifícios visíveis, como orelhas e nariz, pedimos clemência e tesourinha sem ponta..

08. Banho antes, sim. Logo depois, nunca. Algum tempo depois, humm... pode ser.

09. Escovar os dentes é obrigação. Mas, se você usar Listerine depois do sexo oral, vai levar porrada.

10. Máscaras de creme no rosto, só se você sofrer de micose ou for palhaço de circo.

11. Homens com músculos definidos nos parecem másculos. Homens musculosos demais nos parecem indefinidos.

12. Há coisas que aterrorizam uma mulher: homens que usam bigode, que usam camiseta regata, que usam shortinho bem curto para ir à padaria, e os que têm todos os discos dos grupos Abba ou KLB.

13. Não se depile, a menos que:
- a sua mulher peça;
- você seja nadador;
- você seja masoquista.

14. Os homens bem arrumados e elegantes são os melhores de cama, comprovadamente. O resto só serve pra manutenção!

15. Reconhecemos um homem pelo sapato que ele usa: não se atreva a usar um mocassim de bico fino cor de gelo.

16. Dentes brancos e bem tratados vão bem, mas não a ponto de você mastigar de boca aberta ou mostrar sua higiene com palito de dente a céu aberto.

17. Se você for meio esculhambado, usar meia amarela, cueca furada, botina velha e camisa amarrotada, seja ao menos um tipo sensível: saiba poemas de cor ou faça o tipo "cineasta atormentado".

18. Na cama, você pode fazer o que quiser, menos transar de meias sociais.

19. Nas roupas, prefira sempre o básico elegante, mas tenha no armário um uniforme de bombeiro ou, pelo menos, um quepe de polícia rodoviária. Se a roupa não der ibope, o uniforme nós garantimos.

20. Não beba álcool demais. Nem de menos. Abstêmios, hare krishnas e adeptos do Pró-Vida são tão assustadores como os serial killers.

21. Se você nunca come carne vermelha, acabará não comendo amarela, negra e nem branca também.

22. Definitiva e unanimemente, escolhemos os homens com mais de 35 anos, pois são os que sabem o que e como fazer; senão é preferível um vibrador, que não tem ejaculação precoce, nem pressa de acabar.

23. Não tenha chulé. Se vira!

24. E lembre-se: se você se olha demais no espelho, acabará encontrando alguém à sua imagem e semelhança, não uma mulher.

sábado, abril 22, 2006

Boleiros de luto


Foi ele o técnico responsável pela escalação da Seleção Brasileira que seduziu o Brasil e o resto do mundo em 1982, mesmo sendo eliminada precocemente da Copa. Tão sedutora, que foi ele também o único técnico a dirigir novamente a seleção brasileira depois de ter sido eliminado em uma Copa do Mundo.

Foi ele o motor por trás do time do São Paulo da década de 90, bicampeão paulista em 91 e 92, campeão brasileiro em 91, campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes em 92 e 93, e mais uma dezena de outros títulos.

Foi o brilhante time do São Paulo, dirigido por ele, que forneceu 5 jogadores para a seleção brasileira que venceu o Mundial de 94, nos Estados Unidos.

Ele foi um mestre, um profissional como poucos, um exemplo a ser seguido.

Para quem gosta de futebol, desde ontem o esporte ficou mais triste e perdeu parte do seu brilho: morreu Telê Santana.

terça-feira, abril 18, 2006

É a glória blogueira!

Nem tô me agüentando de tão metida que estou!!

E não é que o meu blog anda tão visitadíssimo que agora até spam nos comentários eu tenho????

Clicar eu não clico no link que aparece, mas alguns despertam a curiosidade. Hoje tinha um sobre acrylic nails... vão vendo...

segunda-feira, abril 17, 2006

Transplantando memórias

Em algumas fases da vida eu sou mais impressionável que em outras. Impressionável em todos os sentidos: com gente, com fatos, com músicas, com textos. Atualmente são os programas de TV.

Neste quesito - impressionar o telespectador - não existe nenhum canal melhor do que o Discovery. Mesmo que o assunto não seja exatamente do meu interesse, minha atenção acaba presa pelo inusitado ou pelas belas imagens.

Noite passada fiquei assistindo a um programa intitulado Transplantando Memórias. O assunto era pacientes transplantados que adotaram comportamentos, sentimentos ou tinham alguma ligação com o doador do órgão que haviam recebido, sem nem mesmo saber quem era o doador, o que ele fazia, como se deu sua morte etc.

Dois casos em especial me chamaram mais atenção, ambos foram transplantes de coração ou de coração e pulmões, agora não me lembro bem:

O primeiro foi de uma mulher que, pós-transplante, já recuperada, passou a ter uma visão recorrente: a de duas mulheres, uma mais jovem e outra mais velha, ambas dentro de um carro, a mais velha dirigindo, em uma estrada. Ela não sabia precisar se era sonho ou se via isso quando estava acordada, mas era algo nítido que ela descreveu dessa forma. Descobriu depois que recebera os órgãos de uma menina que tinha morrido em um acidente de carro, com a mãe, que estava dirigindo e sobrevivera.

O segundo me deixou ainda mais passada. Uma mulher na casa dos 35, dois dias depois do transplante, passou a te vontade de comer salgadinhos e chocolates MM, coisa que ela nunca tinha querido antes.

Passado algum tempo, ela achou por bem praticar esportes já que agora tinha coração novo e queria cuidar dele. Escolheu um tipo de arte marcial.

Além disso, ela tinha duas sensações estranhas: uma que ela descreve como se de repente ela parasse de pensar, como se tivesse levado um tiro na cabeça; a outra era como uma visão, na qual aparecia sempre uma moça de traços latinos, cabelos pintados de louro, vestindo uma blusa listrada. Não conseguia precisar se eram sonhos ou se as visões ocorriam quando ela estava desperta.

Tudo aquilo foi deixando-a intrigada, até que ela resolveu, passados dois anos do transplante, saber quem foi o doador e procurar pela família dele.

O doador tinha sido um rapaz de 19/20 anos, que se suicidara com um tiro na cabeça. Praticante de artes marciais, que adorava salgadinhos e chocolate MM. Ele se matara na frente da namorada: uma moça de traços latinos, cabelos pintados de louro, que vestia uma blusa listrada na ocasião. Ela chegou a fundar uma associação para ajudar transplantados que se sentem da mesma maneira e não sabem o motivo.

Um cirurgião especializado em transplantes de coração e pulmão contou, no mesmo programa, que vários pacientes relataram coisas parecidas, em maior ou menor escala, com mais ou menos detalhes, e que a partir daí ele passou a acreditar que as células têm memória e que poderiam sim, continuar se comportando da forma como se comportaram por anos, no corpo onde viviam antes.

E que apesar dele não ter nenhum embasamento científico que comprovasse essa teoria particular, ele levava consigo, para a sala de cirurgia, uma terapeuta especializada em bioenergética, para ajudar nesse processo de transferência de energia do doador para o receptor, por meio do órgão doado.

Tudo isso me deixou tão impressionada com os mistérios que nossa mente e nosso corpo são capazes de guardar, que não consegui dormir, pensando no assunto até de madrugada.

domingo, abril 16, 2006

Direito autoral

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte
(Friedrich Nietzsche)


Ou, como disse sempre minha avó e depois minha mãe, O que não mata, engorda.

Como duvido que minha avó, lavradora do interior do interior do Espírito Santo, tenha algum dia na vida ouvido falar em Nietzsche, acredito que isso seja um ditado que a avó dele também falava pra ele e que ele apenas o divulgou, com palavras mais eruditas.

Porque ditado assim tem cara de ditado de vó, e não de Nietzsche.

segunda-feira, abril 10, 2006

Sonho de consumo

Air Jaws are my idols!!


Tem umas coisas que me impressionam e eu acabo falando nelas durante vários dias e usando a situação como analogia para as demais coisas da vida durante algum tempo. Haja vista o livro Karluk, que rendeu vários posts e originou as já consagradas expressões gordurinha de foca e filé de foca (se você não sabe o que é, trate de pesquisar nos posts antigos!).

Eis que dia desses, trocando de canais - eu sou do tempo em que TV vinha com seletor, aquele que fazia trá-trá-trá quando a gente mudava de um canal pro outro, e não havia como ficar zapeando porque não tinham inventado o controle remoto - dou de cara com um documentário recém iniciado no Discovery Channel chamado Air Jaws.

Os Air Jaws são tubarões brancos enormes e ferocíssimos, que vivem em volta da Ilha das Focas, perto da Cidade do Cabo, na África do Sul. Esta ilha nada mais é do que uma enorme pedrona, apinhada de focas. Não dá pra ver o piso da pedra, é tudo forrado de focas. O paraíso do filé e da gordurinha de focas, legítimos.

Numa faixa determinada em volta da ilha, mapeada pelos pesquisadores do Discovery, aconteciam os ataques dos tubarões brancos às focas que saíam para procurar comida. As imagens são impressionantes, a começar por imaginar como é que os caras conseguem aquelas imagens, pelamordedeus!

Vem o tuba, ali, tranqüilão, com seus seis metros de comprimento e nem sei quantos quilos, e mira na foca que está na superfície da água. Dali de onde está, ele parte feito um míssil na direção da foca que nem tem tempo de se tocar do que tá rolando. A velocidade é tanta que ele projeta o próprio corpanzil pra fora da água, na vertical, durante o ataque. Daí vem a denominação de Air Jaws.

Um espetáculo da natureza, apesar da pena que sentia das focas, ver a precisão do ataque, a destreza e desenvoltura de um bicho tão grande. É diferente das baleias quando ficam pulando na água, porque ali elas estão relaxando, brincando, e não com o foco no jantar.

Sem contar as imagens, lindas, diferentes, maravilhosas, de arrepiar.

E a lição de vida: não deixe sua foca dando sopa por aí, foque (o trocadilho não era inevitável, mas foi irresistível!) nela e vá pra cima, sem chance de defesa! Voe pra cima dela e seja você também um Air Jaws!

Adoro esses canais educativos!

domingo, abril 09, 2006

Love Love Love

A mc escreveu um post intitulado Exemplo real do homem ideal, e eu me lembrei de uma história real que remete à situação que ela descreve no post.

Fui fazer um comentário no blog dela, mas ficou comprido demais. Então, antes de continuar a ler aqui, dê um pulinho até a mc e leia primeiro o post citado acima.

Já leu??? Tá bem, então continue...

Brasília, 1982. O Brasil perde para a Itália na Copa do Mundo e sai da competição uma das mais brilhantes seleções que o país já teve. Comoção nacional. A irmã mais velha da minha amiga aproveita a deixa e termina com o namorado italiano de alguns anos, porque o desalmado, burro, insensível e desnaturado chegou na casa dela minutos após o jogo todo contente, vestido com a camiseta da Squadra Azurra.

Primeiro, entendam a Brasília dos anos 80: cinema, havia uns 3 ou 4, se muito, contando os bons e os ruins. Lanchonetes eram umas 3 também, casa noturna então era uma por temporada. A cidade era provincianíssima, com poucas pessoas morando, que se esbarravam aqui e ali! Pudera, Brasília tinha apenas 20 anos de vida, não tinha sido possível formar vida própria, com tanta gente vinda de lugares tão diferentes. Era uma colcha de retalhos - e notem bem, não era daquelas colchas de patchwork, onde os retalhos se combinam.

A mesma coisa acontecia com os supermercados, e quem morava no Lago Sul tinha apenas um supermercado (chamo de super pra não chamar de quitanda expandida), que era o Jumbo do Lago.

Pois bem, a Patrícia*, irmã da minha amiga, volta e meia ia fazer as compras da casa lá, na volta do trabalho, para dar uma força à mãe. E foi numa dessas vezes, depois de terminar com o italiano, que ela conheceu o Edu*.

Conheceu é modo de dizer: cruzou com ele em um dos corredores, ele falou oi, ela falou oi e seguiu em frente. Pagou as compras e foi pra casa.

E aí, quase todas as vezes em que ela ia ao supermercado ela o via por lá, fazendo compras. E ele puxou um papo um dia, no outro também, e depois de papinhos animados entre as latas de molho de tomate e os rolos de papel higiênico, ele a convidou para jantar.

Jantaram. Começaram a namorar. E depois que ele a pediu em noivado (acho lindo essa coisa de noivado!), confessou pra todo mundo que desde que tinha visto a Patrícia no supermercado um dia, passara a ir lá TODOS OS DIAS no mesmo horário na esperança de cruzar com ela de novo por lá.

Casaram-se dois anos depois. E até onde sei, continuam juntos.

Brasília não é mais a mesma e hoje já tem até Wal Mart. Só desejo, daqui de longe, que ela continue guardando histórias assim, em suas inexistentes esquinas.


* os nomes foram trocados para preservar a intimidade dos envolvidos neste blog de altíssima visitação.

domingo, abril 02, 2006

Vaidosa sim, e daí?


Uma amiga minha recebeu uma acusação hoje pela manhã: a de que ela era vaidosa. Isso foi dito pelo telefone, aos berros, por uma cunhada que queria ofendê-la.

Para ela, não foi uma ofensa, foi um elogio. Porque ela é vaidosa assumida mesmo. Assim como eu.

Ficamos debatendo o assunto e concluímos que a maior parte das pessoas acha que ser vaidosa é um pecado, um defeito, uma coisa horrível e excludente de qualquer coisa boa que você possa ser. Se você é vaidosa, não é boa profissional; se você é vaidosa, não é inteligente; se você é vaidosa, não é boa mãe ou boa amiga; se você é vaidosa, é antipática.

Se você é vaidosa, você é fútil.

Eu mesma já perdi a conta das vezes em que alguém, depois de conviver comigo algum tempo, virou pra mim e disse: nossa, eu não imagina que você fosse tão inteligente/competente/legal. Indagada do motivo de tamanha surpresa, a resposta invariavelmente é: ah, porque você está sempre de salto alto, vestido, perfume, maquiagem, arrumada.

Antes eu meio que me ofendia, mas agora já não me ofendo mais e tomo como elogio. Significa que sou competente para fazer TUDO ISSO ao mesmo tempo. Praticamente uma exceção da natureza aos olhos de quem não liga para batons, cremes e afins.

Eu me pergunto se este mesmo alguém que pensa assim, ao ver um homem com um terno bem cortado, sapatos engraxados, cabelos aparados, unhas cortadas e limpas, acha que este homem é um fútil. Provavelmente não, ao contrário, ele deve passar uma imagem de credibilidade e de seriedade, de poder, de quem sabe o que faz.

Quando vejo uma mulher bem posicionada em seu campo de trabalho de cabelo desgrenhado e sem nem sombra de batom, penso que ela só reforça um estereótipo contra nós, as vaidosas de carteirinha.

O que, no fundo, também é um baita preconceito. Afinal, se eu tenho o direito de sair de casa de vestidinho, batom e salto alto e não querer ser julgada por isso, ela também tem o direito de ter dois dedos de raiz branca nos cabelos e sair de casa de camisetão e sapato de sola de borracha sem que lhe torçam o nariz.

Ô, meu Deus!


Cada dia eu me convenço mais e mais de que Deus é homem mesmo.

E que, se você não brifá-Lo direitinho, nos detalhes, ele manda qualquer coisa parecida com o que você quer, só pra tirar o seu problema da frente dele.

Penso que deveria existir um formulário para os pedidos, igual àqueles que, além do sexo, pedem a cor dos cabelos, dos olhos, altura (peso, não, fazendo o favor!), profissão, escolaridade e função que desempenha.

Quem sabe assim Ele não acertava e mandava o pedido certinho? Assim ficaríamos ambos felizes: Ele, porque tem um filho contente; nós, porque recebemos o que pedimos.