É o seguinte... tá bem?

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sexta-feira, abril 30, 2010

Ah, se eu te pego!

Rita Lee já disse uma vez e taí a novela pra fazer a gente concordar: mulher é bicho esquisito.

Discorda? Vamos então analisar o cenário, passo-a-passo, colocando-nos no lugar da personagem:

- você é linda, modelo, cobiçada, mimada e insuportêibou (como diz Agnes, uma amiga minha) e de repente sofre um acidente, fica tetraplégica, tem de substituir sua bolsa chanel por uma de xixi, não tem mais o direito de ir daqui até ali sem que alguém precise ir junto, perde a privacidade até pra escrever um bilhete pro namorado, enfim, nem um pum mais você solta sem ajuda de alguém;
- isso te revolta? Só nos primeiros dias, porque depois você vira a pessoa mais feliz do mundo, mais fofa, mais simpática, mais doce e mais eufórica de todo o Rio de Janeiro. Ok, você tem o Miguel pra ajudar, podia ser pior, você podia ter como namorado o Coisaruim, não podia? Ainda assim.
- aí você descobre que aquele nego gostoso com quem você rolou ladeira abaixo num pega dos bons em Petra é na verdade seu irmão mais velho e bastardo - adoro esse termo, que só se vê em novela - e ainda reconhece que ele só não te deu um guenta mais bem dado porque na verdade estava interessado era na sua madrasta. Como se isso fosse empecilho, uma vez que as vontades não eram excludentes, ou seja, ele te deu um fora mesmo.

Bem, ainda sob o impacto da noticia da baixa de um homem supergato na sua lista de possibilidades - porque este foi o único impacto que vi ali, o resto tava tudo bem, como sempre - eis que o moço resolve revelar que tá namorando quem? quem?

Ela, justamente ela, que foi o motivo pelo qual ele não quis te jogar na parede e te chamar de lagartixa em Petra.

Aí a nega estressou!!!!! E estressou feio, alegando que a rival ainda era casada com o pai dela quando foram pra Petra e que ninguém vai acreditar que não rolou nada entre eles lá bla bla bla. Se enfureceu de um jeito que só faltou ela pular daquela cadeira de rodas direto no pescoço da outra, puxar os cabelos dela e chamar de ordinária, vagaba, traíra e tudo mais.

Porque perder os movimentos das pernas e dos braços é fichinha perto de perder um bofe pra outra mulher, vamos combinar?

"Não há no céu fúria comparável ao amor transformado em ódio nem há no inferno ferocidade como a de uma mulher desprezada." (William Congreve)

terça-feira, abril 27, 2010

Patente

Primeiro era o Capitão Nascimento.
Agora, temos o Tenente Wilson de ô lá em casa! do pedaço.

Mais um pouco e estarei babando pelo Recruta Zero, passando pelo Sargento Tainha.

A novela - aquela!

Tô aqui vendo a novela, e aí dá logo comichão de escrever sobre o capítulo.

A Ingrid era pra ser uma preconceituosa, sendo contra o casamento de um dos filhos com uma tetraplégica e contra o fato do outro sair com uma biscate. Aí, alguém deve ter feito uma pesquisa com telespectadores e visto que tem uma pá de mãe de menino - vulgas ssssssogras - concordando plenamente com a Ingrid.

E o que o autor faz? Transforma a nêga de mãe superprotetora em megera pós-graduada, numa urutu-cruzeiro cheirando a Chanel. Que sai por aí, a torto e a direito, distribuindo coices. Nem quando o filho chat... comportado resolve namorar uma médica eles melhoram a situação dela, afinal, a nêga é loirinha, linda, boa, educada, inteligente etc etc, mas tem um filho.

Olha posso relacionar aqui, sem esforço, meia dúzia de pessoas que pensam exatamente como ela pensa. Milhares de mães por aí pensam igualzinho a ela, só não fazem cena no café da manhã. Tá parecendo a Lilia Cabral quando fez aquela outra novela com outra Helena, também passada no Leblon - já nem lembro do nome - que era vó de gêmeos, filhos da filha que morreu mas que batia uma perna louca Leblon afora, vestida num camisolão branco, cêis lembram? Queriam que ela fosse uma megera porque reclamava do marido, mas a mulherada se identificou total com ela, porque afinal de contas era ela quem segurava as pontas da casa e de todos, e imaginem quantas mulheres espalhadas por este Brasil não têm um marido banana pra dar conta? E aí colocaram a personagem pra atropelar velhinha, roubar doce de criança na creche pra ver se alguém ficava pelo menos de má vontade com ela.

Por falar nos filhos da Ingrid, não estão meio passadinhos para ainda morarem com papai e mamãe? E o Miguel, não pretende pentear os cabelos nunca? Vamos fazer um bolão pra ver se ele penteia no dia do casamento?

E a Isabel? O noivo da irmã resolve que vai chamar o namorado da fofa para fazer par com a ex-namorada (que ela odeia e vice-versa) no altar, a criatura surta - levanta o dedinho aí quem não surtaria. Não? Ninguém? Todo mundo arrancaria as calças pela cabeça? Ah, tá, aqui não é novela, é blog com leitoras da vida real -e todo mundo acha um bissurdo a Isabel surtar.

Por falar em surtar, e a Luciana hein? Sofre um acidente e fica tetraplégica e agora descobre que o titifoi com quem ela deitou e rolou, literalmente, no deserto é irmão dela por parte de pai. Puta azar, só não é azar de museu de cera porque afinal de contas ela tem o Miguel pra consolá-la, e a gente aqui, morrendo de inveja.

Por fim, nasceu mais um filho do Zé Mayer, o quinto, só que a gente sabe, porque até o final da novela vão revelar que o Maradona também é filho dele, fruto de um romance rápido com Evita Perón. Na hora que esse cara morrer, vão dividir a herança, vai dar dois reais pra cada um, fora os impostos.

O Zé

Olha, vou dizer: se tem uma coisa de que vou sentir falta quando o governo Lula acabar é do nosso vice-presidente.

Acho o José de Alencar de um fair play, de uma presença de espírito, de uma vivacidade sem igual.

Que outro político se sairia tão bem dando entrevista para uma dezena de jornalistas pra contar que caiu no golpe telefônico da filha sequestrada? Que não faria nenhuma questão de se colocar como o bonzão que se deu bem?

Que ante a pergunta do bandido: o que você faz da vida?, responderia simplesmente eu sou vice-presidente da República, como se repondesse que é engenheiro, médico, vendedor ou dentista.

Simples assim.

sexta-feira, abril 23, 2010

Tô lançando um pacote de reza.

Otimizo minhas orações rezando para 3 santos ao mesmo tempo: Edwiges, dos endividados; Expedito, das causas impossíveis; Judas Tadeu, dos desesperados.

Em bando, pode ser que a coisa vá.

A fábula do porco-espinho*

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.

E assim sobreviveram.

Moral da História

O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.



*tirei esse texto de um comentário feito no blog de uma amiga, que mora na Inglaterra e é voluntária num programa de defesa da vida selvagem, abrigando porcos-espinhos que aparecem em seu jardim para hibernar durante o inverno.

Adote um amigo para sempre!

Já devo ter contado aqui que a Cindy Quebra-Barraco foi adotada no Adote um gatinho.
Não me vejo mais comprando um bichinho, tendo tantos por aí precisando de uma casa e de uma família que lhes dê amor e carinho.
Não recrimino quem o faz, afinal de contas você pode querer uma raça específica que não se encontra para adoção.

Mas se tudo o que você quer na vida é um companheiro peludo para dividir suas alegrias, tristezas, conquistas e fracassos, e que vai sempre enxugar suas lágrimas com uma lambida carinhosa, ou se enroscando nas suas pernas, clica aqui!

quinta-feira, abril 22, 2010

Cópia pirata

Novelas costumam lançar modismos, expressões, estilos de vida, músicas, enfim.

Viver a Vida inovou.

Lançou o Zé Mayer genérico.

Vai me dizer que aquele francês não é tal e qual o nosso Zé?

quarta-feira, abril 21, 2010

50 anos

Esqueça, por um instante, tudo aquilo que você escuta no noticiário sobre a política nacional.
Esqueça que o nome da cidade é usado como sinônimo de corrupção, falcatrua, impunidade e falta de ética.

E pense em uma cidade que surgiu do nada há apenas 50 anos, de linhas modernas, cuja arquitetura ainda hoje encanta pessoas de toda parte.
Numa cidade em que os motoristas param na faixa de pedestres, não buzinam uns pros outros e respeitam rigorosamente a preferência da rotatória, que lá se chama balão. Que preserva com convicção o projeto original da cidade dentro da floresta e se orgulha de ser um patrimônio histórico e arquitetônico mundial, com apenas 50 anos de idade.

Onde um dia foi implantado um programa de incentivo à educação - o bolsa-escola - que funcionou de maneira exemplar como em nenhuma outra capital brasileira, até que o capricho político de alguém foi maior que o desejo do anterior de ver erradicada a miséria por meio da formação intelectual.

Pense numa cidade na qual o horizonte existe, onde o céu de nuvens sem igual encontra a terra, onde o sol brilha no céu azul e se reflete no lago, que de tão lindo a gente até se esquece de que ele não é um lago natural.

Onde a vista se perde em espaços amplos, onde ainda se vêem crianças brincando debaixo dos blocos - prédios, para quem não mora lá - em áreas residenciais nas quais não há muros ou cercas. Cujo ar, apesar de seco, é um dos mais puros do mundo.

Se você conseguiu pensar nisso tudo, você conseguiu pensar na verdadeira Brasilia, na cidade que cresce, pulsa, vibra e acolhe. Que tem um cupido todo especial que faz com que as pessoas que lá vão morar se apaixonem por ela.

E daqui a algumas poucas horas, eu sei que vou de novo me emocionar no momento a'lá Brasília* do voo, no qual, dependendo do dia, chego até a chorar de emoção por estar chegando na cidade que considero como minha e onde está o meu conceito mais amplo e querido de casa.

Feliz aniversário, minha Brasília querida e tão injustiçada! Quem te conhece pra valer sabe que você é muito mais do que o resto do país imagina. Você merece todas as homenagens na data de hoje.

Me espera pra cortar o bolo que eu já tô chegando!!!!


* momento a'lá Brasília do voo é aquele no qual o avião se aproxima para pousar e tem-se a primeira visão da cidade. Para mim é inevitável que eu me vire para quem está indo comigo e diga a'lá Brasília! (tradução: olha lá Brasília!)

segunda-feira, abril 19, 2010

PARA TUDO!!!



Quando você pensa que mais nada estonteantemente ridículo pode ser inventado neste mundo, eis que alguém consegue superar o grau de estupidez anteriormente estabelecido por outrem e inventa a genialidade da foto acima:

UM ADESIVO AUTOCOLANTE PARA COBRIR O COFRINHO QUANDO SE SENTA USANDO CALÇA DE CINTURA BAIXA.

Com padronagem jeans e desenhos em cristais Swarovski, porque tudo sempre pode ser ainda pior do que se imagina.

Uma coisinha xuxubeleza pra você dar de presente para sua namorada dia 12 de junho, no caso de estar pensando em se livrar dela e não sabe como. Com um mimo desses, ela certamente nunca mais vai querer olhar na sua cara.

Tá certo que você vai sair da casa dela com o troço tatuado na testa, mas não se pode ter tudo.

Definição de tortura

Programa Irritando Fernanda Young tendo como entrevistada a Carolina Dieckman.

domingo, abril 18, 2010

Comidinhas

Tem umas coisas que a gente come que a impressão que dá é que naquele exato instante sua pele está esticando, seus quadris estão enchendo e sua calça vai estourar.

Comigo isso acontece com a geleia de mocotó, aquela que vinha num copo de vidro e agora vem numa caixinha longa vida. Compro uma vez a cada semestre, porque é uma bomba calórica, mas que coisa mais deliciosa!

E você? Que comida faz com que você tenha a impressão de que o zíper das suas calças não irá suportar a pressão?

sábado, abril 17, 2010

Méquipode?

Peguei a tarde de sábado para arrumar as gavetas de malhas de lã e de cachecóis, porque achar uma blusa de lã naquele murundum tava bem difícil.

Numa hora dessas é que constata-se que há certa ordem no caos: você tira um monte de malhas e cachecóis que não usa mais, dobra o que sobrou bem direitinho, separa por categorias e por cor, coloca de volta nas gavetas e... não cabe direito!!!!

Antes, no modo mafuá, cabia tudo e mais um pouco. Agora, no modo certinho, cabe menos do que cabia antes.

Alguém aí para me dar uma explicação científica pra coisa? Ou filosófica? Ou espiritualista? Ou botequista mesmo.

sexta-feira, abril 16, 2010

Desabafo

A mais recente novidade trabalhista diz respeito ao relógio de ponto com relatório impresso em tempo real para o trabalhador. A ideia é coibir as empresas que fraudam os relatórios de horas extras para não pagá-las.

Hoje o trabalhador vai lá, coloca o dedinho, o relógio lê a digital e marca o horário. No fechamento da folha, você puxa esses dados e imprime o relatório das horas extras ou devidas, o programa já faz o cálculo e vêm ali, todos os minutos a pagar ou a descontar.

Porém, na velha visão de que as empresas são o Lobo Mau e os trabalhadores, a Chapeuzinho Vermelho - esquecendo convenientemente, é claro, que no fim da história quem se ferra é o Lobo Mau - o governo baixa nova norma para proteger os trabalhadores, e de quebra favorecer algum fabricante de relógio de ponto com impressão, só pode, já que a mudança vai custar pelo menos dois mil reais, pagos pela empresa, lógico, porque ela é sempre o bicho-papão. Agora, na hora que o trabalhador colocar o dedinho, o relógio emitirá um comprovante com dia e hora da ação.

Além do fato de que com a economia a galope do jeito que está os trabalhadores com qualificação estão disputadíssimos e as empresas só faltam carregar no colo para mantê-los, a medida vai na contramão da tendência ecológica mundial de economizar os recursos naturais e dimiuir o lixo, papel incluído. Pelo tamanho do papel do relatorio emitido pelo relógio, admitindo-se que cada trabalhador bate o ponto ao menos 4 vezes por dia - quando chega, quando sai para almoçar, quando volta do almoço e quando vai pra casa - cada trabalhador vai consumir, por dia, 1/4 de folha de sulfite - a adoção do sulfite é somente para referência. Em um mês útil, de 22 dias, ele terá consumido 5 folhas e meia de sulfite, em um ano serão 60,5 folhas, já descontados 30 dias de férias.

No caso da IC, que são 14 funcionários, serão 847 foilhas de sulfite, uma resma inteira e mais 70% da outra. Transporte esses números para uma empresa com 10 mil funcionários.

Em vez dessa visão batida e retrógrada de que os pobres funcionários são criancinhas de 5 anos, ingênuos, inocentes, e capazes de ser enganados por qualquer um que lhes ofereça um pirulito, o governo faria bem mais pelos próprios trabalhadores e também pelo processo produtivo se fomentasse cursos de capacitação, se melhorasse o ensino fundamental e o médio, se criasse mais escolas técnicas e fiscalizasse essas faculdades onde o aluno entra analfabeto e sai de lá sabendo escrever o nome por extenso e olhe lá.

E parasse de nos tratar como se fôssemos discípulos de Lúcifer. Quem tem má índole, tem má índole sempre, vai arrumar uma forma de fraudar sempre, e medidas dessa natureza só castigam e oneram quem anda na linha e fazem você pensar até que ponto vale a pena investir na produção e seguir as leis. De verdade.

Se ele xinga, eu xingo

Estamos agora com a polêmica do jogador do Palmeira que xingou um jogador negro do Atlético Paranaense de macaco, no meio de uma discussão onde rolaram cotovelada respondida com cusparada e outros fatores da Vida Macha (termo emprestado do Gravatái Merengue), tão comuns no universo masculino, e que depois eles saem dali e vão tomar uma cerveja juntos como se nada tivesse acontecido enquanto nós mulheres, ficamos de mal por um ano quando uma chama a outra de gorda - não, neste caso a gente nunca mais olha na cara dela.

Voltando ao assunto principal, o caso foi registrado na delegacia como injúria com termos racistas. Longe de querer defender o racismo, a discriminação e a intolerância, acho que o exagero também fomenta atitudes radicais, de ambos os lados. Basta ver o bafafá que se tornou o fato do Dourado (vencedor do BBB10) não querer ouvir histórias de amor gay e outras declarações do tipo. Já caíram na pele dele acusando de homofóbico, quando na verdade ele é só um tosco ignorante. Ou quando a modelo Isabeli Fontana, mãe de dois meninos, disse que não queria que um dos dois fosse gay. Quem é mãe entendeu que o que ela quis dizer foi que ela sabe o quanto ser homossexual na nossa sociedade causa sofrimento até que a pessoa seja forte o suficiente para assumir sua orientação e construir a vida em paraâmetros que não sejam os aceitos pela maioria, mas já foi aquela gritaria de que ela estava sendo homofóbica, e em momento algum ela disse que se um dos filhos fosse gay ela ia jogá-lo na ribanceira.

É muito diferente quando a torcida inteira de outro time, metade de um estádio, ou em alguns casos, o estádio inteiro, grita impropérios racistas contra um determinado jogador, com o intuito de desestabilizá-lo. Neste caso, acho que a punição tem de ser exemplar. Porém, no calor do jogo, entre os jogadores, vamos combinar que os xingamentos rolam todo o tempo. É um tal de um chamar o outro de corno, de filho-da-poisé, de viado, disso e daquilo, de xingar a irmã, a mãe, a avó... Você já viu alguém parar na delegacia pra prestar queixa dizendo que fulano disse que sou corno na hora de bater o escanteio?

Volto a mencionar todas as demais formas de discriminação: contra as loiras por exemplo. E contra nós, de IMC acima de 25 e manequim acima do 40, em especial as mulheres. Nunca vi alguém que tenha chamado o outro de gordo virar matéria de Jornal Nacional. Será por que nós, gordos, escolhemos ser assim, segundo o senso comum? Por que somos culpados de nos entupirmos de doces, massas, refrigerantes e não fazer três horas de exercícios físicos por dia? Que só é gordo quem quer, ao contrário de ser negro - mentira, tavaí Michael Jackson pra provar que atualmente só tem pele negra quem quer e a escova progressiva, inteligente, de chocolate, de morango, de açaí com banana e granola para deixar todo mundo com cabelos lisos escorridos. No mesmo BBB10 mencionado acima, a Elenita foi chamada de gorda e baleia N vezes e ninguém achou um absurdo. Pelo contrário, devem ter achado ela é gorda mesmo, olha esses pneuzinhos, e ela nem é uma mulher gorda, se os parâmetros de avaliação não fossem doentios.


Ainda sobre raça, e quando um autor de novela resolve colocar uma personagem negra e usar esta personagem para fazer apologia contra o racismo? Quer coisa mais racista que isso? É muito mais eficaz que as personagens negras sejam pessoas que conversam sobre assuntos do cotidiano, que estudam, trabalham, ralam, amam, odeiam, têm filhos. Mesmo no caso dos deficientes físicos, há um exagero tão grande no engajamento usando a personagem da Luciana que eu não suporto mais nem olhar pra cara da atriz. A personagem não faz mais nada na vida a não ser discursar sobre as dificuldades dos deficientes, e até no bem bom com o Miguel ela tá lá, levantando a bandeira. Puta coisa chata!

Vamos ter bom senso e distinguir a verdadeira discriminação racial daquilo que é somente um desabafo pontual, como o caso que iniciou este post.

Porque igualdade de tratamento é uma via de mão dupla.

sexta-feira, abril 09, 2010

Novela, a das sete

Você ali toda arrumada e chique, com seu namorado empencado no seu braço, encontra com seu grande amor que na verdade você descobriu que é seu irmão por parte de pai, aquela coisa de novela que a gente já conhece.

Aí o seu grande amor/irmão diz: nossa, como você está bonita e cheirosa, tão diferente!
(ou seja, antes você era feia e fedida)

Não contente, seu namorado concorda: é verdade, eu também me surpreendi com a mudança.
(tradução: nunca pensei que aquela feiosa com cheiro de suor vencido pudesse dar um caldo desses).

Produção em massa... e que massa!

Acabei de saber, por meio de um amigo que está fazendo um curso lá, que aqui em São Paulo, mais precisamente em Franco da Rocha, fica a maior academia de formação de bombeiros da América Latina e terceira maior do mundo.

Meninas, parem para pensar no que isso significa. Significa que temos aqui pertinho a maior FÁBRICA DE BOMBEIROS do continente!!! Uma área de 51 mil m2 coalhada de bombeiros praticando inúmeras atividades bombeirenses para depois serem capazes de tirar nossos gatinhos do alto das árvores.

Um celeiro de Jesus me chicoteia!!!!

Se este fosse um mundo comandado pelas mulheres e Deus não fosse homem, a coisa funcionaria assim: num dia de sábado ensolarado, você pegaria sua bolsinha, iria até lá, apontaria o dedinho e diria me dá um desse aí, esse mesmo, esse alto, moreno, atlético, com esses braços e essas coxas musculosas. Pode embrulhar!

Botava no carro, levava pra casa pra desembrulhar lá, com calma, ai ai... O final de semana tava garantido!

quinta-feira, abril 08, 2010

Momento de decisão!

Desde que escrevi o post Memória afetiva recebi algumas sugestões do que fazer da próxima ver que cruzar com ELE por aí.

Eita povo com imaginação! Como as ideias são muitas e variadas, resolvi listá-las aqui e submetê-las à votação dos meus incontáveis leitores e ver qual sugestão é a melhor - rapazes, manifestem-se, opiniões masculinas são sempre bem-vindas!

1. Mandar um bilhete pelo garçom
Achei simpático, e eu escrevendo sou melhor do que falando. Mas imaginem a situação: ele num almoço de negócios ou com algum colega de trabalho, uma vez que ele trabalha no prédio, e o garçom entregando um bilhetinho dizendo: foi aquela moça daquela mesa ali que mandou... Muito constrangedor!

2. Ainda referente ao tópico 1
Escreveria o quê? Oi lembra de mim? ou talvez Nossa, quanto tempo, nem acredito! ou dou uma de doida e mando um Falaê, gostosão!

3. Abordá-lo
Oi, você não é ELE, que morava na 103 norte, no bloco tal, apartamento tal, que saía de casa tal hora, voltava tal hora...

4. Abordá-lo II
Oi, eu te conheço de algum lugar... e ficar ali fingindo que vasculho minha memória pra me lembrar de onde, enquanto ele fica ali parado na minha frente pensando se sou louca mansa ou perigosa.

5. Abordá-lo III
Oi, tudo bem? Lembra de mim? e me arriscar a ouvir como resposta um Não, com sotaque gaúcho e tudo.

6. Abordá-lo, situando no tempo IV
Oi, tudo bem, você não é o irmão do Fulano? Eu sou a Cláudia, amiga dele, lembra de mim? e aí a resposta pode ter várias opçoes:
IVa: lembro, claro, você ia sempre lá em casa e fazia uns bolos medonhos. Aí eu ia rir disso, porque eram mesmo medonhos, e falariamos brevemente do assunto;
IVb: lembro, claro, você era aquela tonta que me idolatrava, não era?
IVc: lembro. Assim, seco, o que me fará responder ah tá, era só isso, tchauzinho;
IVd: não, desculpe, não lembro. E aí eu tenho uma desculpa bem boa pra tomar um sundae do mcdonalds. Duplo.
IVe: lembro, claro, como você está? mundo pequeno bla bla bla.

7. Fingir acaso
Tropeçar, derrubar alguma coisa para chamar atenção, rir alto bem do lado dele. Do jeito que sou desastrada, nem seria difícil a manga do meu casaco grudar na cadeira dele, totalmente sem querer, e ainda suja de molho.


Isso tudo considerando que algum dia nossos caminhos se cruzarão novamente. Quando isso acontecer - tem de falar quando e não se, pra não confundir o santo, segundo a sogra da minha irmã, senão ele nao sabe se você quer aquilo ou não - prometo tomar uma atitude!

Afinal, não sou mais uma menina de 14 de short jeans e chinelo de dedo, não?

Não?

sexta-feira, abril 02, 2010

Já que é Páscoa...

O que é uma freira jogando na mega-sena??







uma católica apostólica!!!!

(essa quem me mandou foi a minha irmã)

quinta-feira, abril 01, 2010

Alma moleca

Casou-se bem novinha, com um homem mandão, controlador, que a mantinha numa redoma de vidro. Teve quatro filhos, fazia tudo conforme o marido queria, mas a alma de moleca não sossegava.

Resolveu que ia entrar numa academia. O marido achava que ela fazia exercícios, mas ela ia mesmo era para aulas de dança de salão, sua grande paixão.

O problema começava quando havia as apresentações e as festas da academia. Como fazer para não deixar de ir, logo ela, a mais assídua?

Apelava para a filha mais nova e a neta. Um dia era um desfile no shopping. No outro, uma festa de 15 anos na qual ela acompanharia a filha e a neta. Elas foram buscá-la no portão, ela saiu toda arrumada, entrou no carro. E só então viu que a filha e a neta estavam arrumadissimas da cintura para cima, que era a parte que aparecia na janela do carro, e de calça de pijama e chinelos na parte de baixo.

Em outra ocasião, a filha mais nova precisou operar o dedo, e o que seria simples acabou se tornando uma internação de 10 dias, por conta de uma infecção hospitalar. No meio disso, um festival que reuniria todas as academias de dança da região. Novamente um plano secreto é posto em ação: dispensaram o namorado da filha que até então vinha dormindo no hospital com ela. O marido a levou para o hospital, para que dormisse com a filha, ela carregava um edredom dentro do qual estavam um vestido de paetês, os sapatos de salto alto e a maquiagem.
Arrumou-se toda, saiu pelo pronto-socorro, avisando ao segurança que precisava sair para uma reunião muito importante - às onze e meia da noite, vestida de paetês - mas que acompanhava a filha doente e precisava voltar por ali.
E assim o fez. Voltou para ficar com a filha. Às cinco da manhã.

No dia da morte do marido, ela pediu a ele perdão por ter mentido tanto. Depois, mudou-se para uma cidade praiana. Sai pra dançar de terça a domingo, dá show, e agora aprende salsa e tango.

Tem quase 70 anos e nem sinal de diabetes, osteoporose, gota, colesterol alto ou depressão. Sofre somente de alma moleca, que teima em se sobrepor a tudo mais.

Felizmente.

Simbiose

Ela tinha um marido que não era fácil. Ou melhor, o problema era que ele era facinho demais. Ele vivia aprontando, sumia, arrumava outra aqui e ali.
E se vangloriava:
- minha mulher vive atrás de mim, telefona pro meu trabalho pra saber a que horas vou pra casa. Aí mesmo que eu demoro!!!
Morreu sem saber que a mulher ligava pra saber que horário ele ia chegar para poder fazer a própria programação fora de casa, com outro, e estar linda e meiga esperando o maridinho para jantar quando dava o horário dele ir pra casa. E ele se achando...

Essa mesma resolveu que, se era pra ela sofrer com as amantes do marido, ia fazer com que elas sofressem junto. Infernizava a vida das sócias. Catava os filhos e os sobrinhos, enfiava todos no carro, achava onde ele estava com alguma fofa e baixava lá com a horda de ranhentinhos:
- tu num tem vergonha não? Olha os seus filhos aqui (juntando filhos e sobrinhos dava uns seis ou sete). Você sabia que ele tem essas boquinhas todas para alimentar??

Isso quando não resolvia ligar pra elas, e para simular um interurbano ligava o secador de cabelos no bocal do telefone.

Um belo dia, os dois já velhos, vendo TV na sala, ele fechou os olhos. Ela chamou, ele não respondeu, ela jogou uma bolinha de papel, ele não reagiu. Tinha morrido. Alguns meses depois, ela saiu para pegar o jornal do lado de fora e quebrou a perna. Nunca se recuperou.

Morreu exatamente um ano depois que ele se fora.