É o seguinte... tá bem?

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sábado, fevereiro 26, 2011

Facilitando as coisas

Se eu fosse uma mulher segura de mim e corajosa, eu faria exatamente assim: tomaria banho e arrumaria o cabelo para ele cair em cascata sobre meus ombros, igualzinho aos cabelos das heroínas da Nora Roberts - ou da Danielle Steel, ou do Sidney Sheldon. Passaria um perfume dramático, colocaria um vestido bonito e um sapato de salto alto. Faria uma maquiagem linda, colocaria algumas coisas dentro de uma bolsinha combinando, pegaria meu carro e iria até onde você mora.
Tocaria a campainha, e quando você abrisse a porta eu me jogaria em seus braços, me penduraria em seu pescoço, ouvindo sua risada gostosa, te beijaria e te abraçaria com toda a minha saudade como se nunca mais aquele momento fosse terminar.

Como eu não sou uma mulher segura de mim e corajosa, enquanto eu tomasse banho e arrumasse meu cabelo em cascata eu ficaria pensando se você ia achá-lo bonito. Quando eu passasse o perfume dramático eu ficaria pensando se você não iria espirrar com o meu exagero aromático. Se você ia achar que a cor do vestido combinou comigo e se o salto da sapato não seria alto demais. Se minha maquiagem não é de perua e que não gosta de gloss. Essa parte eu até podia superar sozinha, porém eu chegaria ao seu bairro, estacionaria meu carro na sua rua achando que todo mundo está me achando inadequadamente arrumada, maquiada demais, perfumada demais, ansiosa demais. E por fim o fiapo de coragem que eu talvez pudesse ter tido para chegar até ali teria de passar pela provação de dar boa noite ao porteiro, para que ele me anunciasse pelo interfone, perguntando qual é mesmo o meu nome já que tem tanto tempo que eu não apareço, torcendo a alça da bolsinha, com os olhos ardendo sob aqueles holofotes que os prédios agora colocam em suas calçadas para intimidar os indesejáveis, aguardando se viria o péééé do portão sendo destravado ou se o porteiro ia colocar a cabeça para fora da cabine e dizer: ninguém atende. Ou pior: não, a senhora não pode subir.

Mas considerando que ouviria o péééé do portão sendo destravado, eu percorreria o caminho de pedra que fica no jardim da entrada do prédio, me equilibrando em meus saltos para não escorregar na ardósia lisa, até chegar ao elevador. Onde eu nem poderia dar os últimos retoques na minha estudada produção porque hoje em dia que elevador não tem uma câmera?

Eu não precisaria tocar a campainha, porque você já teria escutado o elevador antigo chegando, o barulho da porta sendo aberta bem devagar para dar tempo do coração bater um pouco menos acelerado. E então, só então, eu poderia finalmente me jogar em seus braços e murmurar entre beijos: que saudades!

Muda pruma casa?

terça-feira, fevereiro 22, 2011

A verdade dói

Diálogo entre a dona da empresa e a faxineira:
- Maricota, tá muito calor, faz o chá no dia anterior e deixa na geladeira durante a noite, pra estar gelado na manhã seguinte.
- ok

Maricota faz o chá e coloca dentro da geladeira, de um dia pro outro.
Dentro da garrafa térmica.
Pelo menos a gente sabe que a garrafa é boa, porque o chá continuou quente, quente...

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Motivo pra quê?

Gato é o bicho mais folgado do mundo. E o mais curioso também.

Hoje a Cindy viu numa prateleira do quarto da Isabela um pequeno objeto rosa. Deu um jeito de chegar até ele, subindo primeiro em uma poltrona, e depois apoiando uma das patas na prateleira e se esticando toda para alcançar o trocinho.

Olhou, olhou, cheirou de um lado, cheirou do outro e... deu-lhe uma patada! Jogou o negocinho longe. E aí desceu de onde estava e foi fazer outra coisa mais interessante na vida.

Era um apontador de lápis.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Misturinha não é só nome de esmalte

Os médicos e nutricionistas pregam a necessidade de uma alimentação saudável. Muita fruta, legumes, verduras - vamos combinar que se tudo isso fosse uma delícia só, ninguém precisava mandar a gente comer, precisava? Conhece alguém que manda outro alguém comer um brigadeiro, uma empadinha, uma coxinha?

Só que essa alimentação saudável é carissima! Hoje fui ao hortifruti. Tudo bem que ele não é o mais barato do pedaço, mas compensa pela qualidade imbatível. Mas 7,00 o quilo da mandioquinha? Do maracujá azedo? 6,00 uma caixinha de morangos?

Por isso que a obesidade vem crescendo nas classes mais baixas. Comer uma pratada de alface já é desanimador, imagina então com esses preços altos?

Macarrão deita e rola.


Gente, nada a ver com o assunto acima, mas tem coisa mais besta atualmente, no mundo da propaganda de TV, do que aquele comercial do Rexona masculino, para axilas sensíveis? Rolo de rir com aqueles suvaquinhos cantando Mandy!!!!!

E para fechar o post, já que desviamos o assunto, hoje uma funcionária minha recebeu um telefonema da irmã, que mora no Ceará.

pausa para explicação, senão o post não tem graça: esta minha funcionária é de uma cidade muito pequena no sertão do Ceará. Não chega a ser uma Demétrio Ribeiro, mas é tão pequena que tem somente 4 policiais, o delegado e mais três.

- menina, deixa eu te contar a novidade aqui da cidade!
- conte, vá.
- estamos com dois presos na cadeia! Dois!!! Tá todo mundo indo lá pra ver e pra xingar os cabra!

Ó a falta do que fazer: ir pra frente da cadeia ver e xingar os presos.
Capaz até dos caras saírem na Caras Ceará como celebridades-revelação.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Nós daqui e elas de lá

Já contei aqui que essa época do ano é a que mais trabalho na vida. Volta às aulas, um monte de pais desesperados para comprar os uniformes dos filhos às vésperas do começo das aulas. A fase mais corrida já passou, que foi a última semana de janeiro. No sábado, dia 29, eu achei que nunca iria conseguir fechar a loja, arrumar as prateleiras e ir para casa.

Eu gosto bastante dessa época movimentada, apesar dos percalços. Só o que pega mesmo são algumas mães de aluno que tentam mandar para mim problemas que são delas. Algumas vezes, dá até vontade de responder assim:

Mãe de aluno: tenho 3 filhos e tenho de comprar uniformes para os 3! Não dá pra você me dar um desconto maior do que pra quem só tem um filho?
Resposta mental: considerando que não são trigemeos, dava tempo de ter parado no primeiro ou no segundo.

Mãe de aluno: acabei de voltar da praia, não deu pra comprar antes, vocês não podem ficar até mais tarde ou abrir no próximo sábado de novo pra me atender?
Resposta mental: então, aqui ninguém conseguiu ir à praia, porque abrimos todos os finais de semana de 15 de janeiro até o dia 5 de fevereiro, inclusive no feriado do dia 25 de janeiro.

Mãe de aluno: eu tenho de pagar iptu, ipva, matricula, material escolar, acabei de voltar de viagem... tenho de pagar o uniforme agora?
Resposta mental: todo janeiro tem tudo isso para pagar. De todas essas coisas, a única opcional era viajar de férias. Que tal ir em julho no ano que vem? Ou ficar em casa curtindo a piscina do prédio?

Mãe de aluno: meu filho só usou este uniforme UMA VEZ, não posso trocar por um tamanho maior e você vende esse para outra pessoa?
Resposta mental: num tô acreditando...

Felizmente, é uma pequeníssima porcentagem de mães - elas, sempre elas - que se prestam a essa triste figura. O resto é megabacana, tranquilo e já se planejou para o que precisa ser feito. O que é uma sorte, porque senão meu trabalho seria impossível!