Tão simples...
Minha irmã comprou, num desses sites de compra coletiva, três capiroskas num barzinho aqui em Brasília. Tinha de usar, senão expira, sabe como é.
Fomos ontem, eu, ela e meu cunhado, que só toma cerveja, e portanto as caipi eram para nós duas, combinamos de rachar a terceira.
Acontece que o garçom era novo e muito atrapalhado. Trouxe as duas primeiras - de uva - trouxe a terceira - de morango. Depois disso veio uma garçonete e trouxe mais uma de morango, avisamos que a nossa já tinha chegado, ela recolheu, nosso garçom trouxe de volta e disse que ficava de cortesia.
Mais uns minutos veio outra de morango, também por engano, também ficou como cortesia. E por fim, a quarta de morango, que eu e minha irmã também dividimos. Ou seja, além das 3 iniciais planejadas, vieram mais 3.
(não digo o nome do bar porque vai que a coruja erra o toco e o dono lê este blog e só tem um garçom novo? O cara vai pra rua, e ele estava se esforçando muito para acertar)
Tudo isso pra contar que cheguei de volta em casa depois de 3 caipiroskas e eu sou muito fraca para bebidas, bastaria uma para me tirar do prumo. 3 então...
Sentei no computador para ver emails, cuidar da minha fazendinha, bater papo com quem estivesse online, essas coisas importantes da vida, e encontrei um amigo. Começamos a conversar, e como sabem, o álcool tem o poder de te pósgraduar em filosofia avançada.
O assunto? Relacionamentos, claro. O que mais poderia ser, naquela altura da madrugada, pós caipiroskas? A posse da Dilma é que não.
Aí ele falou que algumas mulheres são desesperadas para namorar e outras não estão nem aí, e eu retruquei que na verdade todas as mulheres querem ter alguém, só que algumas disfarçam melhor que as outras. E ele completou dizendo que eles (homens) tratavam as mulheres bem e eram desprezados, e os que tratavam mal é que se davam bem e ele não entendia o motivo bla bla bla.
pausa: este meu amigo é casado e até onde sei está tudo bem. Estava visitando a mãe por causa do Natal e entediado como eu no planalto central. Ou seja, não se tratava da opinião de um tosco largado no mundo e sim de um cara bacana em um relacionamento estável. fim da pausa.
Eu tive então de explicar, com toda a sabedoria que 3 caipis te proporcionam, que as coisas não eram bem assim. Que muitas vezes o cara é legal, atencioso, tudo de bom, mas a mulher não é a fim dele. E que ela não quer nada com ele não porque ele a trata bem, mas sim porque a coisa não andou. Ela bem que tentou, mas não deu ué!
Aí o cara fica achando que ele foi um imbecil, que a tratou bem e ela não o quis, e passa para a próxima da vez. Uma coitada, que nem sabe o que se passou e está ali, desavisadamente, tentando ser feliz.
O que ele faz? Trata a criatura de qualquer jeito. Ela, interessada nele, acha que é passageiro, que ele vai fazer diferente, e continua tentando fazer o relacionamento ficar bacana, enchendo ele de carinhos e atenções, enfim, fazendo tudo certinho. Ele, por sua vez, acha que a tática deu certo, que ele tratou bem a anterior e ela não o quis e que essa o quer porque ele a trata mal.
Nem por um instante ele para e pensa que esse raciocínio é totalmente desprovido de lógica. E, sentindo-se vitorioso, ele continua não dando àquela que está ao seu lado a atenção que ela merece.
Só que chega uma hora, mermão, que a mulher simplesmente desiste. Isso mesmo, ela desiste de ter paciência e esperar que aquele homem de quem ela gosta tanto faça diferente, retribua sua atenção e seus carinhos, e manda ele passear que ela quer mais é ser feliz.
Com isso, nosso herói em questão fica lá, desarvorado, sem entender onde é que a coisa degringolou, uma vez que estava dando tudo tão certo no começo, com sua maravilhosa tática de maus-tratos, e em vez de parar e pensar no que as atitudes dele podem ter contribuído para o desfecho, ele prefere soltar a máxima:
COMO AS MULHERES SÃO COMPLICADAS!!!
Perdeu, prêibói. Nós somos mesmo complicadas, rainhas do drama e contraditórias, mas guarde esta dica: nada que carinho, atenção, amor e respeito não consigam dar jeito.