Porque eu não quis

Pessoal que me acompanha neste blog, há alguns dias desabafei aqui mesmo sobre a insistência do William em se casar comigo. Aleguei que era porque não queria me mudar para a Inglaterra e que gostava de homens mais velhos, mas a verdade verdadeira, nua e crua, é que uma princesa não pode fazer uma série de coisas fundamentais para a felicidade.

Princesa não pode comer camarão. Imaginem o que seria a minha vida sem nunca mais colocar na boca uma empadinha de camarão? Minha amiga e conselheira Lala me disse que eu devia ter dito sim, e depois comia a empadinha que ninguém ia nem ficar sabendo, mas como eu poderia começar a vida a dois (bilhões de gente assistindo) com uma mentira? Como eu poderia acenar para meus súditos carregando esse terrível segredo? Trair meu marido, minha coroa, meu povo?

Nenhum membro da familia real pode terminar de comer depois da rainha. Quando ela cruzar os talheres, é igual jogo de STOP, o resto da família imediatamente larga os talheres e para de comer. Fiquei pensando no que eu faria caso tivesse com um pedaço de bife dentro da boca: pode mastigar? tem de cuspir o que ainda não engoliu? ou é como no basquete, se a bola estiver no ar na hora do apito final e cair na cesta, valem os pontos. Agora imagina dar um poder desses pruma sogra??? Ela briga com a nora e na hora do jantar pede só uma folha de alface. Ou uma rodela de tomate, talvez uma azeitona.

Também não poderia nunca mais jogar Banco Imobiliário. Bem, eu até poderia me acostumar com isso, mas será que War também não pode? Será que a regra se aplica a todos os jogos de tabuleiro, pro príncipe não correr o risco da princesa jogar o dado na cara dele? Ou dormir brigado e não dar um herdeiro ao trono?

Princesa não pode carregar bolsa. Coerente, porque com uma mão ela acena para os súditos, e a outra fica ali pendurada, incapaz de ser levantada com o peso do anel de noivado que ganhou. A sacangem disso tudo é que toda marca de bolsa chique te mandaria qualquer modelo desejado, a princesa nem precisa entrar na fila da Birkin, poderia ter todas as Louis Vuitton que quisesse, mas não as usaria. Carrega o celular onde? Dentro do sutiã?

Princesa também não pode trabalhar. Nada de bater o ponto, levar bronca do chefe, almoçar no quilão da esquina e ser chamada de tia pelo office-boy. Tem de ficar totalmente disponível para os eventos oficiais da familia real.

Enfim, amigos, achei que vocês tinham o direito de saber as reais razões que me levaram a não estar hoje tascando um beijo no William na varandinha da casa da sogra. Uma decisão mais que acertada porque se eu entrasse naquela igreja hoje e desse de cara com o Harry naquela farda preta, exalando charme pra tudo quanto é lado, a coisa não ia ser fácil!


a Re também falou das agruras de ser membro da realeza, aqui!

Páscoa ao vivo

Ela gramou, comeu o pão que o diabo amassou, apostou numa vida a dois, casou, teve filhos, descobriu no então príncipe encantado um marido traidor e posteriormente um pai relapso e um ex-marido canalha, que acha que crianças crescem comendo vento, vestindo folha de bananeira e que são autodidatas, não precisam de colégio, livros, cursos, nem aparelho nos dentes ou luxos como pediatra e remédios. Recomeçou novamente, com uma mão na frente e outra atrás e dois filhos pequenos no colo, usou o apoio moral dos pais e irmãos e amigos para isso.

Passo-a-passo, chorando muitas vezes no travesseiro de puro desespero, ela conseguiu um emprego, conseguiu alugar um canto, conseguiu comprar um carrinho e foi cuidando dos filhos, se fortalecendo, recuperando a auto-estima, tornando-se profissional respeitada, comprou seu próprio apartamento, teve coragem de exigir na justiça o direito dos filhos, tudo isso ficando cada dia mais bonita e mais confiante.

No meio disso tudo, conheceu um príncipe encantado de verdade, daqueles que toda mulher quer ter: ele não vem num cavalo branco, não usa espada, não veio de nenhum reino distante e nem fez um baile para escolher uma noiva, mas é apaixonado por ela, cuida dela e ela cuida dele, curte os filhos dela.
Assim, aos poucos, sem que se dessem conta, estavam casados, não no papel ou diante da família, do juiz e dos amigos, mas lá dentro, no íntimo de cada um, formaram uma família entrosada e foram tocando a vida.

Hoje eu tive o prazer de ir na comemoração da casa nova dela, que compraram juntos, e vê-la radiante, linda, feliz, cheia de planos em comum se concretizando e vários outros já engatilhados. E chegando lá e vendo tudo aquilo, eu me emocionei, e pensei que nessas horas é que a gente vê que Deus é bom e Jesus protege (como diz minha queridíssima Tetê), reforça a fé e as esperanças, acredita que sempre haverá o sol por trás das nuvens, e que a Justiça Divina existe sim.

Feliz Páscoa, Juzinha! Você hoje, mais do que ninguém, simboliza a renovação que a Páscoa deve trazer para a vida de todos nós!

Bridezilla feelings

William, querido, não sei mais o que fazer para que entenda que deve se casar com a Kate mesmo. Não quero ser princesa, muito menos me mudar para a Inglaterra e acho que nossa idade não combina muito, eu realmente prefiro homens mais velhos. Por favor, não insista mais, ou serei obrigada a trocar o número do meu celular, case-se com a Kate e seja feliz.

Kate, darling, a IC Uniformes produz camisetas, uniformes industriais, empresariais, escolares e mais um monte de coisas, mas definitivamente, NÃO FAZEMOS VESTIDOS DE NOIVA, então, por favor, aceite qualquer um desses que estão te oferecendo porque não vai rolar de você usar meus retalhos de malha branca para fazer seu modelito exclusivo!


Esse casamento tá me estressando num tanto!...

Insensata novela

Novela é uma delícia! Quando é novela boa, a gente gruda na TV, acompanha, torce, comenta com os amigos, desmarca compromisso pra assistir ao último capítulo.

Quando a novela é ruim, a gente escreve sobre ela no blog.

Eu nem deveria começar mencionando a Flavia Alessandra na novela das sete, mas não dá pra não falar. Ela faz o papel de Naomi, um robô feito à imagem e semelhança da esposa morta de um cientista cheio da grana e sem um tanque de roupa pra lavar. É de dar vergonha pela pessoa ver as caras de "eu sou uma robô mas quero ser humana" que ela faz, piscando o olho robosamente devagar, falando robosamente pronunciando bem as sílabas e robosamente torrando a paciência de qualquer um. Fico pensando, se jogar na piscina ela enferruja, dá curto, fica com a tela cheia de gotículas? Se a gente cortar o cabelo dela, cresce de novo? Porque eu cortei da minha Suzi quando eu tinha 7 anos e ele não cresceu, ô frustração... E tendo sido ela feita à imagem e semelhança da esposa falecida, é certo pensarmos que ele pensou em todos os detalhes? Tipo comprou uma boneca inflável e deu umas ajeitadas aqui e ali.

Justiça seja feita, não poderia haver atriz robosamente mais adequada para o papel que a Flávia Alessandra. Vai ganhar o Troféu Imprensa lá no seu Silvio.

Mas o que interessa mesmo é novela das oito né? Aquela que tem sempre uma aura de glamour e faz a gente cobiçar o modelito da protagonista. Comecemos pela Isabella Garcia, que desde sempre faz papel de suburbana, desta vez completa, chama-se Deise, podia ser mais suburbano? Alguém um dia achou que ela tinha cara de classe C/D/E e que ornava bem num ponto de ônibus com bolsa de napa preta e pronto, nunca a pobre vai ter chance de gravar um capítulo em Veneza. Máximo de estrangeiro que ela pode ir para gravar com as despesas pagas pela Globo é no Paraguai, fazendo compras de sacoleira e o ônibus sendo assaltado na estrada pra dar dramaticidade à trama.

Já a Maitê Proença fez operação de troca de sexo, dormiu uma semana seguida dentro da máquina de bronzeamento artificial e saiu Lázaro Ramos do outro lado. Não era ela que saía por aí e bastava dar uma olhada fatal que já descolava um peguete? Tal e qual André Rangel. Que, diga-se de passagem, é um designer famosérrimo, badaladérrimo etc e talérrimo e me desenha um berço esquisito daqueles pro filho? Pouco prático toda vida? Pensando bem, pro tempo que ele passa trabalhando naquela novela, desenhar um berço já deve ter sido um trabalho hercúleo, agora ele passará os próximos 200 capítulos fazendo o que fez boa parte dos anteriores, ou seja, nada.

Aliás, ainda bem que a Marina tem dinheiro de sobra, por que vive do quê aquela empresa dela? Dou um doce para quem me disser que já viu algum daqueles funcionários ralando o coco. Prova maior de que ninguém faz nada naquela bagaça é que ela passou SEIS MESES em Milão, teoricamente para fechar novos contratos, e não fez falta alguma. E por falar em Marina, alegria de pobre dura pouco, eu fiquei feliz da vida quando soube que a Ana Paula Arósio tinha desistido da novela e aí vão e colocam a Paola Oliveira e fazendo par romântico(?) com o Eriberto Leão. Fala a verdade se não é pra cortar os pulsos? e me digam, se tirarem os dois da novela, que diferença faz pra trama? Capaz até da audiência subir. Faz o teste, deixa os dois fora do vídeo umas duas semanas, duvido que algum telespectador vai notar.

Agora, vida boa mesmo deve ter a Deborah Evelyn, aposto que nem pega nos capítulos para decorar em casa porque, afinal de contas, pra que decorar o que quer que seja se você vai fazer papel de si mesma e em toda cena aparecer aos berros reclamando de alguma coisa? Pior de tudo é que o papel de si mesma é de chata, implicante, amarga, insatisfeita. Tem como dissociar? Nem ela nem a Deborah Secco, mais uma vez no papel de Deborah Secco, e depois você abre a Contigo!, a Caras, a Nova, a Marie Claire e qualquer outra revista para ler uma entrevista com ela dizendo que não é mulherão, que é tímida, que é moleca, que não se acha bonita e por aí vai. Tenho pra mim a suspeita de que eles nem entrevistam ela de novo, a cada novela eles pegam a entrevista da novela anterior, mudam a ordem das perguntas, colocam umas palavras diferentes, atualizam namorado, marido, tatuagem da nega e publicam. O que nos leva ao mistério de como sobrevivem as fábricas de lingerie rendada já que 100% das famosas declaram usar calcinha de algodão branca e sutiã básico, ou seja, só nós, mortais e bregas, não-antenadas com o que é in em moda in, é que arriscamos umas rendinhas e uns bojinhos vez por outra.

Uma pergunta inquietante: até quando a Paloma Bernardi vai fazer papel de irmã mais nova, mais chata, mais enjoadinha, mais saltitante e mais irrelevante? E que chupada feia, sem creditar nem nada, que o autor deu no filme Amor Sem Escalas, não? Tá certo que ele mudou um pouco a situação tornando-a mais próxima da verdade, do tipo, no filme era o George Clooney, na novela é o Tarcísio Meira, dipensar o Tarcísio Maracujádegaveta Meira é mil vezes mais crível do que uma mulher ter o George Clooney apaixonado na sua porta e mandá-lo passear, mas ainda assim, cópia descarada.

Não, eu nao vou comentar sobre a Cristiana Oliveira fazendo papel de Tonhão porque aí seria covardia demais. Mas vai querer me enganar que levou 7 meses para engordar 15 kg pro papel? Uma ex-obesa que vive numa dieta ferrada levar 7 meses para engordar 15kg? Me engana, deve ter levado umas 3 semanas e olhe lá, falo de cadeira porque tendência pra engordar é comigo mesmo e não há nada mais fácil para quem tem tendência para engordar do que ganhar 15kg.

Claro que nem tudo está perdido, temos o Gabriel Braga Nunes arrasando como um cara totalmente amoral, o Leonardo Miggiorin dando um banho, a Rosi Campos perfeita como sempre. Sem contar que estamos todos na expectativa da Maria de Fátima sair da prisão mais malvada do que nunca.

Aí sim, a novela vai começar de verdade!!!

Bolsonaro e você - pode ter tudo a ver!

Olha, há que se ter paciência na vida com o patrulhamento. Sabe aquele ditado cuida da saúde porque da sua vida já tem gente pacas cuidando? Pois é um dos mais certos que existem.

Não estou falando de mim, estou falando de uma forma geral, mas duvido que quem esteja lendo este post não se identifique com algum ponto dele. Se você é gorda é porque é gorda, se é magra demais é porque é magra demais, se fuma é porque fuma, se pinta o cabelo é porque pinta o cabelo - sim eu continuo achando um horror homem que pinta os cabelos, não mudei de ideia não - se não pinta é porque não pinta e assim eu poderia passar o dia todo citando aqui exemplos sem fim.

O que pegam no pé da Preta Gil é uma grandeza. Ela não pode pintar o cabelo, cortar, usar uma roupa diferente, namorar, casar, que sempre tem alguma nota em algum canto alfinetando o que ela faz ou deixa de fazer. Nem o famoso falem mal mas falem de mim dá conta de uma perseguição dessas. Aí vem o Bolsonaro e fala meia dúzia de m... e a imprensa se levanta em defesa da Preta Gil como se nunca os sites, revistas, jornais, blogs tivessem algum dia massacrado a criatura. Hello, pessoal, o que o Bolsonaro disse é um absurdo, mas ficar cutucando a Preta Gil semana sim semana não não é muito diferente.

A mais nova vítima da vez é a Fabiana Carla, humorista, que colocou um anel no intestino e perdeu já 16kg em 45 dias - inveeeejaaaaa!!! E tome cair de pau em cima dela como se ela fosse uma traidora da classe das gordinhas, mas peraí, ela não pode resolver que não quer mais ser gorda e emagrecer? Logo vem alguém dizer que ela cedeu às pressões dos padrões impostos pela sociedade bla bla bla. Para com isso, ela quer ser magra, ué, só isso. E se ela quisesse alisar o cabelo, pintar de loiro ou raspar, seria uma traidora da classe das morenas?

Igual ao BBB, as pessoas são tão raivosas em comentários sobre o programa e seus participantes que dá até medo. São tão chatas quanto aquelas que entopem o twitter dos seus seguidores narrando cada passo de cada participante enquanto dura o programa. Tem todo o direito de não gostar, mas daí a fazer disso um cavalo de batalha, e principalmente cair em cima de quem gosta e curte, vai uma distância imensa.

O mesmo acontece com cantores populares. Quantas vezes você já ouviu dizer que este ou aquele cantor ou grupo faz sucesso exclusivamente por causa da Rede Globo? O mundo mudou, a Globo exerce grande influência sobre o público, como acontece com todos os meios de comunicação de massa, mas o público não é assim mais tão ingênuo como antigamente e tem sido capaz de escolher sim. Já houve outras tentativas de se vender um gênero musical e não colou. Não se pode dizer que artistas que fazem 200 ou 300 shows lotados por ano, cobrando cachê altíssimo por eles, não tenha o seu valor. Você pode detestar, achar péssimo, não ouvir aquilo nunca em seu carro ou em sua casa, mas não desmerecer o trabalho feito.

Eu jamais em toda a minha vida pagaria um único real para comprar um abadá e sair pulando feito uma alucinada atrás dum trio elétrico muito menos dançando o rebolation ou o que quer que seja o sucesso atual da micaretas, mas é certo que existe uma legião de pessoas que adora, paga, vai e se diverte. Está aí o mérito de um Parangolé, ele não se presta e nunca pretendeu a explicar o mundo, nem a difundir Proust, e sim tão somente a divertir.

Outra coisa que acho um porre é achar que tudo "da minha época" era melhor, tinha mais qualidade - aliás, se eu escutar mais algum jogador de futebol usando o termo qualidade para falar de um determinado time ou jogador, saio gritando - mais conteúdo e mais profundidade. Não, gente, não tinha, só que até os anos 90 a gente tinha menos coisa para querer, menos coisa para cobiçar, estreava um filme por semana e levava meses em cartaz. Além disso, há a memória afetiva, esses filmes, músicas, novelas, representam uma época boa das nossas vidas, imagine assistir agora, pela primeira vez, sem pano de fundo?

Por isso que até agora a gente acha maravilhoso Grease, com Olivia Newton-John podendo fazer papel de mãe da Sandy, dada a idade dela na ocasião do filme, adora Guerra nas Estrelas com a Lea com aquele penteado de orelhão, Dirty Dancing e vários outros.

Portanto, antes de sairmos por aí criticando o Bolsonaro por suas declarações absurdas, vamos parar e pensar se não estamos fazendo exatamente o mesmo ao longo das nossas vidas, sempre dispostos a apontar o dedo para aquilo que não gostamos.

Ou que não entendemos.