É o seguinte... tá bem?

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terça-feira, janeiro 31, 2006

Porteiro eletrônico


Hoje temos um time forte de costureiras na confecção, mas nem sempre foi assim. Tínhamos então, à medida que crescia o volume de trabalho, de terceirizar grande parte da costura feita em tecido plano (aquele que não é nem malha, nem moleton, nem helanca) e máquina reta.

Uma das costureiras externas que prestavam (e ainda prestam) serviços para nós nos momentos de aperto mora em uma casa no fim de uma rua no Taboão da Serra, com quatro cachorros e dois papagaios. A casa tem umas escadas, e ela costura num quartinho logo à esquerda de quem sobe, mas nem sempre o barulho das máquinas permite que ela escute a campainha no portão.

Deu-se então, certa feita que lá fui, a seguinte cena:

Toco a campainha e começa um auauauauauauauaau.

Tô vendo os cachorros deitados no topo da escada, nem se mexendo, pouco se lixando se havia alguém no portão e se as intenções desse alguém eram boas. Nem mesmo posso atribuir tanta displicência às boas energias que emano, porque eles não se deram ao trabalho de checar. Nunca aliás, em todas as vezes que fui ali, fosse pra honrar a ração que comem, aqueles cachorros me deram uma única fungadinha.

Toco a campainha novamente e novamente auauauauauaauauauauauuau.

Foi aí que eu notei que quem latia não eram os cachorros, mas sim os PAPAGAIOS.

Latiam igualzinho a um cachorro. A um não, a vários, porque imitavam o latido da cachorrada que preguiçava pouco mais pra cima. Por isso que eles nem piscavam, tinham quem fizesse o serviço pra eles.

Bem, continuando...

Desisto da campainha e resolvo chamar pelo nome:

- Marinééééli!!!
- Que????
- Marinééeééliiiii!!!
- Que????

Novamente eles: eram os papagaios que respondiam. Imitando a voz dela, a entonação, tudo perfeito.

Aí, vendo que ninguém aparecia vindo do quartinho, eles resolveram me ajudar, chamando-a pelo apelido:

- Niiiiinha!!!! Niiinha!!!!

Só assim ela apareceu pra abrir o portão.

Ah, e quando você vai embora, eles te dão tchau e falam:

Vai com Deus!

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Celestial


Hoje quando Deus abriu a janela do céu e me viu ele me perguntou

Qual é o teu desejo para hoje?

Eu respondi...

Tem papel e caneta pra anotar a listinha???

Desperate Housewife


Uma das maiores mazelas da mulher moderna é quando falta a empregada. Voltar da labuta fim da tarde, começo da noite, e encontrar a casa do jeitinho que você deixou, com tudo o que ficou fora do lugar... fora do lugar!

É diferente a situação quando você não tem empregada. Exatamente por não ter e saber que sobra pro seu lado mesmo, você não deixa acumular. Sai de casa e arruma a cama antes, cata a louça, vai lavando, não deixa passar o final de semana com a roupa suja na caixa e tá sempre deixando tudo mais ou menos ajeitado.

Quando se tem empregada, tende-se a relaxar e deixar as coisas pra trás. A cama fica lá, desarrumada, porque assim você pode dormir mais 10 minutinhos pela manhã. A louça na pia, as almofadas do sofá da sala nem sempre em ordem.

Imagine então o meu drama nesta segunda-feira, vinda do leste da Zona Leste, depois de um sábado de pizzada e um domingo de preguiça, chegar em casa e ver que a Socorro não tinha ido.

Pra minha sorte ela tinha avisado que tinha um exame e ia se atrasar. E apenas por isso eu coloquei a louça na lava-louças e dei um tapa geral em casa pra não parecer a Polônia depois da invasão de Hitler.

Porque, meus leitores (todos os cinco!), pode faltar arroz, feijão, dinheiro pra gasolina, e até namorado...

... mas quando falta a empregada, instala-se a desgraça!

Cat lover

Eu adoro gatos. Acho gato um bicho muito interessante: limpíssimo, cheio de personalidade e atitude.

Gato é um bicho tipo ame ou odeie. Não conheço ninguém que não tenha posição polarizada em relação aos gatos, do tipo: ah, não faz diferença... É sempre eu adoro gatos ou eu odeio gatos.

Respeito a opinião de quem não gosta dos bichanos, tanto que, quando tenho visitas eu prendo a minha gatinha siamesa (Cindy Quebra Barraco, que já foi tema de post neste blog) em algum cômodo para que ela não fique subindo em cima das mesmas. Porque gato é assim, faz só o que quer, na hora que quer, do jeito que quer e pouco se lixa se você se esgoela com ele ou não.

Ele subirá na mesa 500 vezes, 500 vezes você vai tirá-lo de lá, brigando, dando tapinhas no bumbum, fazendo barulho com o jornal dobrado, não importa. Ele continuará subindo.

Estão sempre mortos de fome, não importando a quantidade de comida já ingerida, caso você esteja saboreando algo que o interesse. Aliás, tudo interessa aos gatos, a princípio, não importando o quê. A curiosidade felina não tem limites e é exatamente essa curiosidade que os expõem aos perigos (cair da janela, se queimar no forno, ficar trancado dentro da geladeira).

São amorosos à sua maneira e demonstram isso também de uma forma peculiar.

Sou contra apenas uma comparação freqüente: a de que eles não são iguais aos cachorros, não abanam o rabinho, não mudam de expressão etc.

Não, eles nada têm a ver com os cachorros. Você não vai ensinar nada para o seu gato que ele não queira aprender. E nem ele vai se exibir pras suas visitas e mostrar as gracinhas que sabe fazer.

Como toda comparação, esta é injusta. E impede os gatos de serem queridos e gostados pelo que são, em vez de rejeitados pelo que não podem ser.

Igual quando um namorado te compara com uma ex...

sábado, janeiro 28, 2006

E se...

... desta vez, apenas desta vez, desta vez somente, a coruja errase o toco?

Qual é a música?

Canção de amor dos tempos modernos

terça-feira, janeiro 24, 2006

Abaixo a promiscuidade!

A Ju escreveu sobre salão de beleza como um dos poucos lugares onde se pode ler uma futilidade sem ser julgada. Eu concordo, não tem coisa melhor do que uma boa Contigo no colo enquanto os pezinhos estão ali, amolecendo na água morna. De outra forma, como é que a gente ia saber que a Fulaninha de Castro está sofrendo com o fim do namoro ou que a Sicrininha de Souza foi passar as férias nadando com os golfinhos?

De uns tempos pra cá inventaram essa aberração que é o salão de beleza unissex. Tudo em nome da comodidade, pois assim, em teoria, a família poderia ir toda unida cortar o cabelo e se embelezar.

Eu particularmente acho que tira toda a graça do mundo ir ao salão de beleza com o marido. Ou não apenas, é altamente constrangedor. Você lá, cheia de descolorante e papel alumínio na cabeça pra fazer reflexo, de mãozinha dadas com sua cara metade que tá desencravando a unha do pé?

Perde todo aquele impacto de chegar arrumadinha, cabelos longos e escovados, brilhantes e balouçantes, e fazendo cara de quem acabou de sair do chuveiro e nem deu tempo de se arrumar direito...

E nem precisa ser o homem que você chama de seu. Pode ser qualquer homem. Coisa mais desagradável ter de ficar se preocupando se a calcinha tá aparecendo ou não quando você levanta a perna para a pedicure tirar os calinhos do pé. Ou com o cabelo cheio de bóbis (eles ainda existem!) para a escova ganhar aquele efeito Gisele Bundchen (ou ao menos pra você achar que ficou quase igualzinho). Ou se o cara da cadeira do lado, cortando o cabelo, tá prestando atenção ao papo de comadre que você tá levando com a depiladora, que aproveitou pra dar um tapa na sua sobrancelha enquanto conta da noitada de sexta, com todos os detalhes sórdidos que adoramos saber.

Para eles também deveria ser legal ter a opção de um salão bacaninha, mais sofisticado que o velho barbeiro sem glamour, onde não houvesse 55 mulheres falando ao mesmo tempo e gesticulando proporcionalmente ao tom da voz.

Por isso que eu sou fá do sistema da Daslu: a partir de um determinado ponto, homem não entra!

Brasília

Brasília é a capital federal. Brasília foi construída em tempo recorde pelo presidente Juscelino Kubistchek. Foi projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Tem o formato de um avião.

E Brasília é, sempre foi e sempre será uma cidade única: diversa e ao mesmo tempo totalmente provinciana.

Meu pai, militar do Exército na ocasião, foi transferido para Brasília. Chegamos na cidade, vindo de carro do Rio de Janeiro (mais precisamente de Niterói), em janeiro de 1979.
Chovia. Chovia muito. Chovia o tempo todo naquela cidade em que parecia não morar ninguém.

Naquela época, ser nascido em Brasília era motivo de espanto. Como assim você nasceu aqui? Nós tínhamos todos entre 12 e 15 anos, e a cidade, apenas 19. Éramos, portanto, todos adolescentes ainda. Não havia dado tempo de alguém ter nascido em Brasília.

Isso fez com que eu conhecesse gente de todo lugar do país, uma vez que a setorização de moradia em Brasília fez com que eu fosse morar, pela primeira vez na vida, em uma quadra militar.

Era gente nascida no Mato Grosso que - uma aberração para mim - nunca tinha visto o mar. Gente nascida no Sul, meninas que sonhavam em ter um Sarau de Prendas como festa de 15 anos. Meninos do Rio, calor que provoca arrepio, órfãos de suas praias e de suas pranchas. Outros vindos de uma metrópole assustadoramente grande, São Paulo. Nordestinos, gente do Pará, e até do Amapá (como se alguém na vida pudesse nascer no Amapá, a gente nem imagina isso né?).

Todos ali, reunidos meio a contragosto naquela terra de ninguém, uma miscelânea de sotaques, costumes, jeitos de ser, aspirações.

Quase uma Nova York, não fosse o fato de tropeçarmos sempre com as mesmas pessoas nos lugares, já que não se tinha muita opção de para onde ir. E às vezes encontrava-se alguém e ficava-se um tempão tentando descobrir de onde nos conhecíamos: onde você estuda? faz inglês onde? Acabávamos concluindo que a cara era familiar de tanto que nos víamos nos mesmo lugares, sem nunca termos sido apresentados.

Na Brasília do começo dos anos 80, os filmes levavam um ano inteiro pra chegar. Eu lembro que ia de férias de fim de ano para Vitória, via os filmes lançados, e nas férias seguintes os mesmos filmes eram lançados em Brasília. Mó novidade. E tudo o que vinha do Rio de Janeiro ou remetesse a ele era recebido como verdade absoluta no altar dos desterrados.

Viajar no feriadão também não fazia parte dos hábitos brasilienses, uma vez que havia poucas opções de cidades interessantes por perto e a praia mais próxima fica a 1200km de distância. Para uma cidade cheia de cariocas (os funcionários públicos transferidos para lá na época da inauguração), era a morte.
Por esse mesmo motivo, era comum que casamentos, batizados e festas familiares importantes fossem marcados nos feriadões, para que a família que invariavelmente morava longe pudesse viajar para lá. Ainda o é.

Show de algum grupo grande era uma raridade. Quem ia se despencar para o meio do nada, com banda, equipamento e o diabo a quatro, para tocar em Brasília? Tínhamos de nos conformar com os shows nos clubes das bandas locais de então: Legião Urbana, Capital Inicial, Milton Guedes, Plebe Rude... até que eles tocavam direitinho e a gente se divertia pacas, cantando todos os sucessos que a gente ainda nem sabia que seriam sucessos de verdade.

E durante muito tempo, não havia McDonalds pra valer em Brasília, só uma portinha irrelevante no shopping.

O primeiro McDonalds fora do shopping em Brasília foi inaugurado no final da década de 80. Na 402 Sul. Com drive-thru e tudo. Uma novidade quase compatível com a inauguração do Park Shopping (da rede do Morumbishopping e do Barrashopping), alguns anos antes, que levou metade da cidade a presenciar o importante evento (incluindo eu mesma que matei aula pra não perder o espetáculo).

Mc Donalds. Aquela construção moderna, seguindo as linhas da cidade.

Aquele mastro altíssimo, com o M amarelo lá em cima, visto bem de longe... OPS!!!

Foi aí que a cidade se manifestou. Brasília foi projetada para ser uma cidade dentro da floresta. Os prédios residenciais são todos baixos, o mais alto tem 6 andares, eles crescem para os lados, são horizontalmente grandes.

Nas quadras 400, os prédios tem 3 andares apenas, pois o leve declive do relevo da cidade assim determina.

O mastro era uma afronta, fugia do projeto original. Desvirtuava a nossa cidade, o nosso projeto, a nossa civilidade. Era muito mais alto do que as árvores que o circundavam. E não era porque era o McDonalds que ia poder chegar lá e fazer o que quisesse com o nosso cantinho que a gente nem considerava mesmo como nosso, porque todo mundo morava ali pensando no dia em que voltaria para casa.

Foi assim que, em Brasília, o Mc Donalds perdeu um pouco do seu caráter globalizado e ganhou um mastro bem baixinho, desproporcional ao tamanho do seu M, mas adequado ao projeto urbanístico do Plano Piloto. Ficou parecendo a Carmem Miranda, um toquinho com aquele troço enorme na cabeça.

Eu ainda acho que é por atitudes assim que em Brasília você coloca o pé na faixa de pedestres e os carros param pra você atravessar. Sempre e de verdade

Porque é uma cidade diferente... e apaixonante!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Vida online

e aí que cada dia lançam uma versão mais recente do messenger, com mais recursos;

e aí que na versão nova dá pra ver quando foi a última vez que algum contato da sua lista esteve online na vida;

para quem está seguindo os passos dos alcóolicos anônimos (hoje, e só por hoje eu não vou telefonar, nem mandar email, nem torpedo etc etc), o messenger 7.5 plus é só mais um instrumento de tortura.

Feliz 2006!!!

Atrasadas resoluções de ano novo:

- ir à academia aos sábados e domingos
- ir à academia ao menos uma vez durante a semana
- andar de bicicleta no parque ao menos uma vez durante a semana

Não é assim tão difícil não é mesmo?

Jacupemba


Jacupemba, além de ser um distrito do município de Aracruz, do interior do Espírito Santo, o qual detém 60% da agricultura irrigada do Estado, é uma ave que mede 55 cm, e pesa em torno de 850 g. Apresenta um rudimentar topete; asas com largas bordas ferrugíneas bem distintas; peito com desenho esbranquiçado; íris vermelha em ambos os sexos.

Ocorre do sul do Amazonas e Madeira, pelo Brasil central, Nordeste e Brasil merídio-oriental, até o Paraguai.

Alimentam-se de frutas, folhas e brotos. Os machos dão comida à sua fêmea, virando e abaixando gentilmente a cabeça.

São MONÓGAMOS. O casal acaricia-se na cabeça. O par faz um ninho pequeno nos cipoais, às vezes no alto das árvores ou em ramos sobre a água ou ainda em troncos caídos; aproveitam também os ninhos abandonados de outras aves.
Os ovos são grandes, uniformemente brancos. O período de incubação é de 28 dias. As ninhadas são de dois a três filhotes.

E pra completar, seu nome científico é PENELOPE SUPERCILIARES. Não é o bicho de estimação perfeito para o futuro pai de uma Penélope?

post em resposta à indagação da Ju: O que é uma Jacupemba?

fontes:
Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira" .
Marco Antonio de Andrade, 1997. "Aves Silvestres - Minas Gerais".

Desperate Connection

Dificilmente eu assisto a programas de debate, ou de bate-papo, por um único motivo: chega um dado momento em que um quer saber mais que o outro, vira aquele confronto de egos, começam as abobrinhas e o programa passa a ser um poço de achismos.

Ontem à noite, zapeando enquanto o ventilador tentava espantar os mosquitos e o calorão, parei no Manhattan Connection, que eu acho que é da GNT.

Não sei o nome de todos os participantes, só sei de dois: o Diogo Mainardi e o Lucas Mendes.

O assunto era a recente premiação do Globo de Ouro, seriados, filmes, atores, enfim, este mundo cine-televisivo. Eu confesso que peguei o bonde andando e não estava exatamente prestando atenção.

Até que num dado momento escutei que começavam a falar sobre a série Desperate Housewives, da qual sou a maior fãzoca, a qual foi premiada em várias categorias. E o Lucas Mendes, no meio do assunto, solta a pérola: de que séries com temáticas gays tinham sido bem sucedidas na premiação, como Desperate Housewives.

Na mesma hora fiz um repasse mental das personagens para tentar entender onde é que ele tinha encontrado a tal temática gay. A série tem uma dona-de-casa certinha com um marido (que morreu no último capítulo da temporada) que curte sexo sadomasoquista; uma outra que deixou a carreira de executiva pra cuidar dos 4 filhos e vive enlouquecida com eles; uma terceira que é separada do marido e tem uma filha adolescente, além de namorar o encanador que mora do outro lado da rua que na verdade está tentando descobrir um segredo; e a quarta delas, uma ex-modelo, latina, casada com um mexicano que tem negócios rentáveis e escusos, e que mantém um caso com o jardineiro, que nem mesmo entrou na faculdade ainda.

E foi por conta deste último casal que o Lucas Mendes achou que a série tinha uma temática gay, colocando-a ao lado de Will & Grace (esta sim, uma série com temática gay): porque o marido, em um dos episódios, estava sendo processado por perseguir gays.

Tivesse ele assistido à série desde o começo, ou ao menos se informado do que estava acontecendo com alguém que efetivamente a assiste, não teria dito a bobagem que disse, de que a série tem temática gay, inclusive um dos personagens estava sendo processado por perseguir gays etc etc etc.

Acontece que o cara não era um perseguidor de gays que estava sendo processado porque é um preconceituoso. E muito menos houve bandeiras levantadas sobre os direitos dos homossexuais ou algo parecido. O processo se devia porque ele tinha embolachado um cara que ele julgava que estava tendo um caso com a mulher dele. Pra se defender e parar de apanhar, foi dito que o cara era gay (até porque o amante nem era ele, era outro). E como o agressor já estava condenado por sonegação, contrabando e o diabo a quatro, ganhou mais um processo, por alegadamente perseguir gays.

Ficou bem feio. E como tudo na vida pode piorar, todos os demais debateram sobre a proposta, e não houve um único que fosse contra a idéia. Porque nenhum deles acompanha o seriado, mas todos se acharam no direito de dar palpites, afinal eles são os inteligenterest.

Típico caso de pegou o bonde andando e quis sentar na janelinha. Ou de participante de programa de debates que não se informa e quer dar uma de intelectual cool que entende dos assuntos televisivos banais, como seriado e novela. Para não parecer pedante, sabe?

domingo, janeiro 22, 2006

Mundo animal


Meu pai foi criado na roça e é cheio de ditados e conhecimentos inusitados sobre a vida animal. Aquelas coisas que ninguém sabe, nem sonha, não tem noção do motivo, ele vem e explica, na maior naturalidade, como se aquilo fosse algo que TODO MUNDO sabe.

Nem causa surpresa a mim, minha irmã e minha mãe. Afinal, uma pessoa que na infância teve tatu (que escapou do cercadinho que ele construiu cavando a terra), bicho-preguiça e uma jacupemba como animais de estimação já demonstra um conhecimento no mínimo diferente sobre os bichos.

Outro dia estávamos eu, ele e minha mãe descendo a serra em direção ao Guarujá, para pegar os últimos objetos que ainda estavam no apartamento que eu tinha vendido. No meio do caminho, vimos uns urubus, e o papo começou, de como eles são nojentos, de que são feios, que isso que aquilo.

Aí minha mãe conjecturou: em Brasília não tem urubu... nenhunzinho... por que será?

(Pausa para você, querido leitor, que neste momento estiver pensando em fazer algum comentário do tipo: tem sim, estão todos no Congresso. Ou: nossa, Brasília tem tanta coisa podre, como é que não tem urubu? Serei obrigada a lançar mão da estratégia de defesa da minha mãe, adoradora de Brasília como eu, e responder polidamente que os urubus que povoam Brasília são TODOS de outros estados, inclusive do seu.)

Ficamos as duas pensando em voz alta nos motivos, inclusive que o motivo seria o clima seco da cidade etc etc. Até que meu pai, que estava quieto até então, deu a explicação correta para o fato: de que não há urubus em Brasília porque lá não existem pedreiras para eles se reproduzirem.

Todo este conhecimento científico-empírico também é usado nos ditados que ele costuma usar nas situações cotidianas, como:

- Mais feliz do que pinto no lixo (porque tem um monte de coisas pra ciscar)
- Com mais medo do que bode embarcado (porque bode tem medo de água)

E o melhor de todos:

Vai que a coruja erra o toco???

Este é utilizado naquela situação em que você tem certeza de que tal coisa acontecerá/não acontecerá, e que portanto você nem vai fazer algo que faria normalmente, pois as chances do resultado final ser diferente são mínimas.

Vem do fato de que a coruja todo dia pousa no mesmo toco. No mesmíssimo, escolhido por ela uma vez e ali ela pousa todos os dias. Se você passar em algum lugar que tenha corujas e tocos, verá que em cada toco há uma corujinha pousada no horário em que elas costumam pousar.

Ela nunca erra o toco, mas um dia, quem sabe...

Outra citação do meu pai que eu adoro é morrem as vacas para alegria dos urubus. Quando um fato ruim acontece com alguém e este mesmo fato te favorece, independente da sua vontade.

São perfeitos esses ditados! E pode usar a vontade, porque ele nem cobra direito autoral.

sábado, janeiro 21, 2006

Lei da Predominância

"Quando há várias explicações para uma mesma questão, geralmente a mais simples e óbvia é a mais correta"

(tirado de Ponto de Impacto, de Dan Brown)

Favorzinho

Alguém podia avisar ao Aécio Neves, governador de Minas Gerais, que ele tá um pouco velho pra ficar correndo atrás de modelos e garotas fashion week?

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Da polishop

Se tem uma coisa que me deixa ferrada é a quantidade de bagulhos vendidos nos finais de semana nos canais a cabo.

Você paga uma grana preta por mês para ter vários canais a disposição e na manhã de domingo pelo menos uns 10 deles estão lá vendendo picadores supersônicos de legumes, cremes que prometem acabar até com o vermelho do seu cheque especial e uma gama enorme de emagrecedores.

Inclusive uma cinta que vai do joelho até logo abaixo dos seios, que promete reduzir o manequim da usuária em até dois números.

Fiquei pensando na logística de utilização do produto. Pra começar, como é que veste uma coisa daquelas? Passando talco no corpo todo pra deslizar? Não deve ser moleza, porque eles mostram a peça e ela é cheia de recortes e reforços em pontos estratégicos. Os quais devem ficar rigorosamente no lugar, senão usar a tal super cinta será uma tortura maior ainda.

O fabricante jura que dá pra reduzir até DOIS manequins. Como assim? Como pode? Eu fico me imaginando dentro de uma cinta dessas: pra onde vão as banhinhas, os pneus, as coxinhas fora de controle? Como que alguém pode passar do 44 pro 40 sem escalas?

É o holocausto das banhinhas!!!

Depois, imagine a cena na hora de tirar a roupa. Toda gloriosa com o vestido por cima,e sem ele aquele show de horror de material high tech estrangulando as rechonchas que clamam por liberdade. Capaz da barriga atingir o abajur em cima da mesinha de cabeceira quando finalmente se vir liberta dos grilhões.

Por essas e outras é que eu prefiro usar biquini. Assim fica tudo espalhadinho, disfarça melhor, e não concentrado dentro do maiô, parecendo um botijão de gás.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Io sono solo il pó


E para piorar mais um pouquinho, como se já não bastasse...
minhas aulas de italiano começaram esta semana.

Vidinha marromeno

Numa noite dessas estávamos num grupinho num restaurante e um amigo expunha uma idéia de negócio que ele estava formatando.

E surgiu a inevitável pergunta: quem vai se interessar em comprar o seu produto, como você vai motivar seu público alvo e como vai ganhar dinheiro com ele?

Nesta noite eu estava especialmente dispersa (digo especialmente porque nas demais noites eu estou normalmente dispersa) e com dificuldade de pensar em outro assunto que não fosse algumas pessoas sabem qual, e enquanto ele tentava dar as respostas outro produto me veio à cabeça:

Um balançador automático de redes!!!!

Falo sério, muito sério. É uma delícia ficar na rede, mas balançar é algo que enche o saco. Beleza é quando alguém balança pra você, na velocidade e intensidade desejadas, coisa difícil (arrumar quem balance pelo tempo que desejar e do jeito que você quer, sem bufar no seu ouvido)... Normalmente você tá quase cochilando, a rede pára de balançar, mas acontece que você ainda não adormeceu, tava quase lá, e perde o melhor da sonequinha porque a rede parou na hora que era pra continuar bem de levinho...

O balançador automático de redes teria 3 velocidades: suave (pra soneca), social (pra quando você conversa com os amigos no churrasco) e intenso (pra fazer a alegria da molecada).

Teria também um controle remoto, para você mudar a velocidade quando quisesse. E um timer, pra rede desligar sozinha quando você adormecesse, evitando que acordasse mareado duas horas depois, ou com labirintite depois de tanto tempo balançando.

Imagine só: numa casa deliciosa à beira da praia, depois de um almoço em que você comeu feito um sobrevivente resgatado do Karluk, aquele ventinho que vem do mar batendo bem de levinho... um namoradinho por perto pra se aninhar...

E a rede ali, balançando sem que alguém precise fazer força...

SU-CES-SO!!!! TÔ FALANDO!!!!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

E aê, truta? Qual o proceder?


Minha formação é em Jornalismo. Sou dona de confecção por puro acaso do destino. Mas a alma continua de jornalista e como tal, acabo me interessando como jornalista por alguns projetos de clientes e indo mais fundo do que seria o trabalho da minha empresa.

No ano passado, foi com o Nado Sincronizado do Clube Paineiras do Morumby. Como tanta gente, eu tinha aquela idéia do nado sincronizado: uma coisa meio boba, meio sem graça, meio idiotinha até.

O projeto era criar um uniforme para que as meninas chegassem com ele às competições, dentro e fora de São Paulo. Como era um projeto das mães das meninas do nado (sim, são elas que agüentam o rojão dos treinos, as que trabalham fora, inclusive), não havia apoio do clube, muito menos uma diretriz em comum.

A rotina das meninas do nado sincronizado é insana. Acho até que na ocasião escrevi sobre isso no Bóbis. Treinam 5 ou 6 horas por dias, todos os dias, inclusive feriados, com exceção do domingo (em épocas de competição, domingo também). Treinam chova ou faça sol, esteja 35 graus ou menos de 10.

Foi assim que comecei a frequentar o mundo do nado sincronizado. E a respeitar este mundo, a admirar e até mesmo torcer in loco pelas meninas.

O processo se repete agora com o skate. Ou melhor, sk8, porque é assim que nós, que somos de dentro, nos referimos a esse esporte.

Em breve, aguardem posts muito adrenados sobre as manobrosas, os patrôs e as sessions de sk8.

E quem sabe eu não começo a acertar no halfcab, a mandar um wallride, ou a descer de frontside nosegrind saindo de 180?

(seja lá o que isso significa...)

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Antispam

Minha amiga tem um blog visitadíssimo!

Para evitar o spam vendendo Viagra nos comentários, ela adotou a verificação antispam, aquele grupinho de letras aleatoriamente agrupadas para você digitar e assim validar seu comentário no post.

E como tudo que é aleatório, sem controle, dia desses o grupinho de letras era mais ou menos assim:
khagan

Sonho de uma noite de verão

Sonhei que tinha perdido 4 kgs...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Gordura de foca


Ganhei um livro show de bola (gíria mais que adequada em ano de Copa do Mundo, não?) de Natal, orgulhosamente traduzido pela Ju, com dedicatória e tudo: Karluk.

O título do livro é o nome de um navio que levou uma expedição ao Ártico em 1913. O navio ficou preso no gelo, afundou depois, e os caras tiveram de sobreviver no gelo até serem resgatados. Um ano depois.

Uma história empolgante, envolvente, terrivelmente real, posto que tudo que está ali efetivamente aconteceu. Quase 500 páginas lidas em dois dias e meio, sem desgrudar.

Entre as várias coisas que os homens do Karluk foram obrigados a fazer para sobreviver, como amputar dedo do pé sem anestesia, sem assepsia, sem instrumentos, sem médico, sem nada, estava consumir gordura de foca quando não havia mais nada para se colocar no estômago.

E assim foram sobrevivendo mês após mês, sem saber se algum dia seriam resgatados ou não. Comendo gordura de foca.

Outro dia estávamos eu e duas amigas, uma delas a Ju, no bate-papo. E uma delas mencionou que tava começando um relacionamento com um cara, mas que tava meio assim, assim, sem saber se tinha achado ele legal ou não, sem se empolgar muito.

Aconselhamos: gordura de foca, amiga! Os caras do Karluk não comeram gordura de foca enquanto esperavam o resgate? Então, mesma coisa! Tem uns caras que cumprem o mesmo papel da gordurinha de foca na vida da gente.

Pode até soar meio cafa, mas eu juro, gente, é somente uma estratégia de sobrevivência! Que aliás, no caso do Karluk, salvou a vida de muita gente!

Markim Esse Menino


Eu e Marquinhos, cheios de emoção, no aniversário de 15 anos da Belinha (outubro 2005)

A história desta foto começa há muitos anos, quando eu era adolescente e comecei a namorar o meu ex-marido.

Marcos é o irmão caçula do meu ex-marido, mais novo que eu uns 3 anos, e que desde então adotei como sendo meu irmão caçula também. E veio a ser o padrinho da Isabela quando ela nasceu.

Marquinhos morou em minha casa um tempo e sempre participou ativamente da minha vida. Entre nós formou-se um laço que não arrefeceu nem mesmo com o fim do meu casamento. Gosto dele como gosto da minha irmã. Se ele está feliz, eu fico feliz; se ele sofre, fico mortificada querendo tentar ajudar.

Não há, em todas as centenas de fotos tiradas no aniversário da Isabela, nenhuma que mostre de forma tão patente a emoção que eu sentia no momento da valsa do que esta: eu e ele, abraçados, na mesma sintonia.

Como tem sido há tantos anos.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Peguei de orelhada

Não perdoar é beber veneno e esperar que a outra pessoa morra.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A volta do que não foi

Depois de um longo e tenebroso inverno, eis que meu blog tá de volta sem nunca ter ido embora.

Na verdade eu nao sei o que aconteceu, mas ele ficou em branco durante dias, deixando meus inúmeros leitores que cabem todos em uma só mão desesperados e desamparados, tadinhos...

Mas nenhuma grande novidade, exceto que agora estamos equipadas para observar o vizinho do varandão da frente com um binóculo providenciado pela Marystela.

A falta do que fazer aqui no Morumbi é grande, já falei sobre isso, soltam a onça cedo por aqui e ninguém sai na rua, só nos restando como opção de lazer futricar a vida alheia. Ou seja, a culpa não é nossa!!

Portanto, aguardem as fofocas e babados sobre o misterioso homem do varandão (que deve ter virado homem da varandinha dos fundos, coitados, metro e meio de chão pra andar pra lá e pra cá, mas pelo menos a privacidade tá garantida!).