Empregabilidade

Quer assaltar um banco? Fazer um arrastão num prédio de luxo? Sequestrar alguém por algumas horas pra arrancar uma grana?

Não se preocupe! Não se canse carregando os bens alheios. Não gaste sua voz berrando É UM ASSALTO!

Agora você pode terceirizar esses serviços, por meio de agências de contratação de bandidos.
Pensa: enquanto você faz as unhas e tinge os cabelos, alguém vai lá bater meia-dúzia de carteiras pra você, e roubar uma caminhonete que o seu cliente do Paraguai encomendou pro fim de semana.
Dorme uma sonequinha de tarde e quando acorda, o banco da esquina já foi assaltado e os sacos de dinheiro estão no meio da sua sala.

Tudo sem correria, sem suor, sem stress. Com a vantagem de que, como a agência recruta trabalhadores diferentes para cada job, você não corre o risco de algum te botar na Justiça do Trabalho, reclamando que você não assinou carteira, nem pagou hora extra e férias.

Simples assim.

IC rumo à Ilha de Caras!

Amanhã, 20h, na Rede Vida, a minha confecção será personagem do quadro Fazendo e Acontecendo, que passa dentro do programa A Hora e a Vez da Pequena Empresa.

Assistam!!! Façam a audiência do canal bombar! Espalhem pra família, pros amigos, no trabalho, no colégio. Coloquem um cartaz na janela de casa avisando os vizinhos.

E, de quebra, fiquem conhecendo aqui o cafofo.

Notícia triste

A Tati falou no assunto há poucos dias, num sentido positivo, e agora falo eu, infelizmente num sentido negativo, sobre como conhecemos pessoas através dos blogs.

Com freqüência eu leio o Drops da Fal, e me divirto muito com as histórias dela, seus releases doidos de novelas, seus gatos, enfim, é um blog que curto demais.

Aí ontem entro no blog, avisada pela minha irmã, e vejo postada a triste notícia de que o marido dela teve uma parada cardíaca assim, do nada, e morreu.

Fiquei tão chateada, tão triste. Nem a conheço pessoalmente, mas como bem a Tati observou, a gente acaba criando ligações nesta blogsfera e de alguma forma, participando da vida dos autores dos blogs.

Espero que ela fique bem, que receba o amparo de todos que gostam dela, pessoal ou virtual.

Pau pra toda obra

Aqui na confecção estamos selecionando costureiras, para atender à nossa demanda de fim de ano.
Recebo um currículo:

OBJETIVO: COSTUREIRA
Resumo das Qualificações: Experiências máquinas de costura reta, overloque; desenvolvendo costuras em kit para bebes, embalagens plásticas, uniformes, camisas e camisetas.
Escolaridade: Ensino Médio Completo
Experiência Profissional

Outras habilidades: parteira

O que, no caso de uma empresa onde 90% dos funcionários são mulheres, pode ser muito útil, não?

Aproveite cada minuto

Hoje é o dia do último sábado esportivo do colégio da Isabela. Último da vida dela também, porque no fim do ano ela faz vestibular. Último da minha vida também.

Último dia de ficar torcendo na arquibancada, último dia de enfrentar uma fila quilométrica de pais para comprar as fichinhas pra gastar nas barraquinhas. Último dia de tomar suco quente da barraca do 3o. ano, pra arrecadar dinheiro para a formatura (suco este doado pelo pai dela, que depois a gente compra). Último dia de encontrar os outros pais, igualmente no seu último dia ali.

Último dia de achar que ela é a melhor jogadora do time, último dia de constatar que na verdade ela não leva jeito praquilo. Último dia de tirar fotos, último dia de se esgoelar como se fossem as Olimpíadas.

Porque no ano que vem ela estará na faculdade, e lá a presença dos pais não é assim requisitada. Aliás, acho que somente para pagar as mensalidades, se for o caso, e depois talvez tenhamos vez no dia da formatura, espremidos entre as cadeiras de algum auditório.

Curti cada momento da vida da Isabela e me sinto uma privilegiada por cada aula de balé a que eu pude levá-la pessoalmente, e lá ficar esperando como se tivesse todo tempo do mundo. Por cada coque com redinha que arrumei, dela e das amigas que iam com os motoristas ou com as babás porque as mães estava no trabalho (e não vai aqui nenhuma crítica). Por todas as vezes em que eu leve e busquei no inglês, na natação (e ficar vendo pelo vidro aquele peixinho de maiô e óculos cor-de-rosa, sua cor preferida), no vôlei. Pelas festinhas infantis que se tornam inúmeras e intermináveis em uma fase da vida deles, todas barulhentas, tumultuadas, mas divertidas a seu modo. Por levar no parque, por empurrar o balanço, por ajudar a subir no escorregador.

Por tudo.

Desde o começo de agosto que cumpro uma rotina desgastante: levo no colégio, vou trabalhar. Pego na hora do almoço, correndo, pra dar tempo de deixar no cursinho enquanto ela vai comendo alguma coisa no carro. Volto pro trabalho. Saio do trabalho, pego no cursinho, deixo na academia às vezes. Pego na academia.
São entre 60 e 70km rodados por dia, somente para cumprir as obrigações básicas. No fim do dia, estou estourada, e ando muito cansada todo o tempo. Qualquer oportunidade eu penso em dormir, ou pelo menos em ficar em casa sem fazer nada. E vai durar até o fim do ano ainda...

Mas quando eu penso que em breve ela poderá tirar carteira de motorista e se locomover sozinha, quando penso que não mais haverá aquele momento em que eu chego com o carro e a vejo me esperando, às vezes de mau humor porque me atrasei, desejo que apareça, daqui pro ano que vem, uma lei que diga que agora só se pode dirigir depois dos 30 anos de idade. E assim poder prolongar esses momentos juntas, cada vez mais escassos.

Por isso eu sempre digo às minhas amigas grávidas, ou com filhos bebês: aproveitem muito cada momento. Fique sim no grude, com o bebê no colo até quando for fazer xixi, porque logo eles aprendem a andar e não querem mais saber de colo. é mentira o que dizem que bebê que fica no colo fica manhoso. Fica nada, e se ficar, aproveite para ficar mais tempo ainda com ele no colinho.
Levem sim, nas festinhas dos bufês infantis, porque em breve a rotina será deixar e buscar na porta. Abram espaço nas agendas para todas as reuniões de colégio e aproveitem cada minuto das festinhas juninas, de dia das mães, dos pais, das crianças, das nações, do dia do amigo, do dia do cachorro, do gato, da barata, do caju amigo, enfim, tudo o que a escola inventar, porque depois não vai ter mais.

E a saudade do tempo em que você era a presença principal nos eventos, em que os olhinhos deles percorriam a platéia à sua procura e a felicidade e o tchauzinho que dão quando te acham, é grande demais.

Periscopiando

Ando obcecada por pescoços ultimamente. Não apenas o meu. Outro dia saiu numa revista feminina uma matéria com o título: Cuide do seu pescoço ou ele um dia se voltará contra você.

É verdade. Fui assistir ao filme Sem reservas, com a Catherine Zeta-Jones. Vamos combinar que aquela mulher é linda, e eu só conseguia reparar no seu pescoço, mais envelhecido que o rosto.

Mas não é por isso que ando focada em pescoços. Já tem um certo tempo que isso vem me chamando atenção e concentrando meus esforços de beleza. Eu sou bem vaidosa, e também bem preguiçosa, mas de uns tempos pra cá não pulo um único banho sem massagear o pescoço com creme. Antes eu dava uma passadinha, agora eu capricho mais que no próprio rosto.

Adoro, por exemplo, tomar banho imediatamente antes de dormir, sair do chuveiro pelando, me secar e TCHOFT! me enfiar embaixo de uma pilha de cobertores/edredons em seguida, dispensando o ritual dos cremes: um pro rosto, um pro corpo, outro pros pés.

Uma delícia! Acontece que não dá mais pra fazer isso sem passar um creminho no pescoço, senão não consigo relaxar, fico achando que ele está ficando enrugado, igual à madrasta da Branca de Neve quando vira a bruxa da maçã.

Olha, eu nem faço o estilo pescoçuda, aquelas mulheres de pescoço longilíneo, com porte chique de girafa, que colocam uma correntinha e ficam um show. Meu pescoço é pescoço de gorduchinha, manja? Com aquele queixinho duplo pra ajudar.

Será que é TOC, como diz o Gastón?

Será que vou ficar velhinha, com o rosto estilo maracujá de gaveta e pescoço liso e sedoso como um pêssego, fazendo um contraste às avessas, já que o mais comum é o rosto lisérrimo e o pescoço cheio de pele pendurada?

Ou será que daqui a pouco essa frescura toda passa e eu volto a me lembrar do meu pescoço só quando tiver torcicolo?

Grecin 2000

Quando é que o Tony Ramos vai para de pintar o cabelo no tom de negro como as asas da graúna?

Arrumando as gavetas

Cada desilusão amorosa rende uma arrumação de armário.

Meu closet anda uma belezinha!

Santa constipação, Batman!

Um estudo feito por cientistas dos Estados Unidos revelou que um vírus que provoca o resfriado comum pode ter relação com casos de obesidade. Na pesquisa, a equipe do centro de Pesquisa Biomédica Pennington da Universidade Estadual da Louisiana extraiu células-tronco de tecido adiposo, obtido em lipoaspirações, e colocou metade delas em contato com o adenovírus-36 – conhecido por causar resfriados e infecções nos olhos. Depois que as células foram cultivadas por uma semana, a maioria das que foram expostas ao vírus tinham se transformado em células de gordura humana, enquanto aquelas que foram mantidas afastadas do adenovírus não tinham sofrido alterações.

Gente! e eu aqui culpando as sobremesas, as pizzas, os pães, as batatas fritas e o chocolatinho pelos quilinhos a mais e todo o tempo o grande vilão era o virus do resfriado!

Me tirou um peso da consciência (só de lá, porque o resto continua exatamente onde estava antes).

Mau exemplo

Neste época modorrenta de meio de ano, em que os clientes são escassos, fico pesquisando online para prospectar mais colégios futuros usuários de uniformes da confecção.

Aí, entrei no site de um colégio com 1600 alunos, com uma enquete na home:

Em nossa Festa Junina houve o casamento da Fiona com o Sherek, na sua opinião a Fiona deveria ter casado com o Sherek ou com o homem beringela?

Tudo bem, ainda que seja só uma brincadeira pra descontrair, berinjela não é com J?
Não pega um pouco mal um site de um colégio com 1600 alunos com um erro de Português logo assim de cara?

Ah! as novelas...

Olha eu aqui de novo falando das novelas. Mal é claro, senão não teria a menor graça. Não pensem que eu não gosto de novelas, muito pelo contrário, acho novela uma coisa muito legal, não é à toa que assisto, mesmo sem a devida continuidade. São sempre cheia de incongruências, mas se não fossem, que graça teria? Mundo real a gente já tem no Jornal Nacional.

Hoje o assunto é a novela das sete, Sete Pecados. Ótima, por sinal, escrita pelo Walcyr Carrasco, um autor que eu adoro. Tudo bem que tá lá o Eric Marmo, que depois de tantos anos ainda não aprendeu a representar, e pior, não tá sabendo envelhecer também. Tá, vai lá, tem a Gabriela Duarte no papel de chata e o Marcelo Novaes no papel de garotão - ele já fez 50? E a Cláudia Raia fazendo papel de Cláudia Raia. Em compensação tem tantos outros artistas bons, que acabam anulando os canastras de sempre.

Alguns personagens são muito bem caracterizados. A Clarice bonitinha meio cafona de Giovanna Antonelli tem tudo a ver com uma mulher do subúrbio que faz doces pra fora, casada com um motorista de táxi. Que vem a ser o Gianechini, e eu nunca vi um motorista de táxi com essa estampa toda, mas como eu já disse, é novela. A Elvira, da Nivea Stelman, também é bem convincente, vendedora de cosméticos que vive com maquiagem carregada e sonha em se casar.

Gracinha mesmo é o casal Romeu e Juju, vividos por Ari Fontoura e Nicete Bruno. Ele, milionário solitário, resolve contratar detetive para localizar seu grande amor da juventude, a mocinha que ele nunca esqueceu. A detetive a encontra: viúva, morando com o filho e netos em Ermelino Matarazzo.

Cansado das pessoas se aproximarem dele por causa do dinheiro que tem, Romeu resolve procurar Juju disfarçado de pobre. Para isso, pede emprestada, aluga, sei lá, a casa do seu jardineiro, que promete guardar segredo. E assim ele se aproxima de Juju e começam um romance que deveria ter acontecido anos e anos atrás.

Acontece que o filho malvado da Juju não quer a mãe envolvida com um pobretão - e tome Édipo!!! - e, fracassadas as tentativas de afastar os dois pombinhos arrulhantes da terceira idade, decide internar a mãe em uma casa de repouso e lá mantê-la, dopada. Romeu descobre, resgata Juju com a ajuda da detetive e do jardineiro amigo, e a leva para um caríssimo hospital para que seja desintoxicada. E é aí que Juju fica sabendo que ele é podre de rico.

E dá um pé na bunda do pobre não tão pobre, na verdade milionário, Romeu, indignada por ele ter mentido.

Gente, na boa, onde mais isso poderia acontecer a não ser numa novela? A nêga ficou indignada como se ele tivesse dito que na verdade era o Chico Picadinho. Puta da vida porque a correntinha que ele tinha dado pra ela era de ouro e não de bijou. Oh, Deus! Quando todos os problemas poderiam ser resolvidos, afinal de contas o interesseiro do filho não ia mais criar caso ao saber que Romeu é rico, eis que Juju dá um piti e deixa Romeu a ver navios, desiludida com a possibilidade de nunca mais na vida ter de esfregar um banheiro ou passar uma pilha de roupa.

Novela, gente, novela. Felizmente são assim, cheias de assuntos para muitos posts!

Armadilha

Entrei na Etna pra comprar cabides, porque meu armário precisa de arrumação e o da Bela não tem cabides para todas as roupas.

Só cabides, pensei.

Saí de lá com os imprescindíveis itens listados abaixo:

- um joguinho de velinhas lilás para colocar na base de vidro enfeitando o lavabo;
- dois sacos de pout pourri de flores: um eu coloquei no pote do lavabo destinado a este fim; o outro eu coloquei dentro de uma caixa linda, de tampa vazada, que ganhei de aniversário e está na sala de jantar;
- uma caixinha fofa para colocar fotos;
- dois porta-retratos novos (aqui em casa só tem uns 15...);
- duas águas para aromatizar roupas de cama e banho: uma de alecrim, outra de lavanda;
- disquinhos de feltro pra colocar embaixo dos móveis;

ah!... e os cabides...

Pra combater o momento

Pintei as unhas de vermelho, pronto!

Para combinar com o momento

Otimismo: néctar da desilusão.

(do filme Confessions of a young bride)

Credibilidade

Eu sempre digo que tudo na vida é uma questão de marketing, mas posso mudar o ditado e dizer que tudo na vida é uma questão de credibilidade. Tem homem que veste um terno da Colombo e parece que tá de Ermenegildo Zegna, tem outros que vestem Zegna e a gente pensa até que é terno falsificado.

Conheço uma moça que, pra ficar normal, tem de sair de casa toda arrumada, de salto alto, maquiada, cabelo impecável. Porque se ela colocar um jeans, uma camiseta e um tênis, ela fica péssima e parece que está maltrapilha.

Em algumas categorias profissionais, a aparência da pessoa é seu melhor cartão de visita. Em Portugal, me matriculei na natação. Aquele frio quase o ano todo e eu lá, na piscina nadando pra lá e pra cá feito uma cachalote, ô coisa chata que é natação, meu Deus! A professora ficava só do lado de fora da piscina, e se ela vestisse uma roupa preta e branca, eu ia achar que era uma dublê da Orca, a baleia assassina. Gente, eu já sou gorda, então preciso de incentivo, certo?, pra continuar indo nadar num frio do cão. Precisava acreditar que tudo aquilo não seria em vão, mas cada vez que olhava pra ela, desanimava.
Mudei de horário pra não desistir (e aí caí na mão de um professor que gritava alinha-te os pés com o rabo! quando eu treinava o nado de peito, mas isso é outra história).

Em compensação, entrei numa hidorginástica certa vez, aqui em São Paulo, cuja professora era uma morena linda, com um corpão, animada, simpática e eu fazia os exercícios na maior animação, achando que ia ficar igual a ela, apesar de detestar hidroginástica.

Atualmente, faço limpeza de pele com uma esteticista que tem 60 anos de idade. Alemã. Branca feito um queijo minas. Não fosse a expressão dela, já de uma senhora, a voz condizente e o fato dela ter já cinco netos, não daria pra dizer que ela tem 60 anos. Uma pele lisa e linda, que não tem um único poro, sem rugas de expressão, lisa, bem tratada, rosinha... Ela tem carinha daquelas bonecas de porcelana. Eu sento na cadeira toda confiante, e acredito piamente nas coisas que ela me diz sobre pele. Mais que na dermatologista!

Passei lá hoje porque me apareceu uma espinha enorme na bochecha há coisa de dez dias, que eu, claro, espremi loucamente. Ficou uma marca escura na minha pele, que mancha com facilidade:

- Gladys, o que eu passo pra clarear esta mancha no meu rosto?
Ela nem hesitou:
- Hipoglós, passa hipoglós que não vai sobrar manchinha nenhuma. Compra o que tem óxido de zinco e passa toda noite e todo dia de manhã.

Dali fui pra farmácia. Se é isso que ela usa pra ter aquela pele de porcelana, sou seguidora fiel!

Notícia inédita

Fábio Jr vai se casar... pela sétima vez.

Segundo a imprensa escrita, falada e televisionada de fofocas e babados afins, não foram convidadas celebridades para o casamento, a não ser o pai de santo guia espiritual da noiva.

Imagino que seja porque as celebridades em questão já enjoaram de ir a casamento de Fábio Jr, perdeu a graça.

A noiva da vez é a Mari Alexandre. Ãhn?... quem? Ah, tá, que já foi noiva do Vavá, vocalista do grupo de pagode Karametade, que eu nem sei se ainda existe.

É isso. É o seguinte... tá bem também é cultura... inútil, mas é!

Telemarketing

Desde que a gente aqui na IC contratou uma menina, a Cris, pra ligar para as empresas oferecendo os serviços da confecção, passei a ser mais tolerante com o pessoal que faz telemarketing. Não que antes eu fosse uma grossa, mas nem sempre eu dava chance para a pessoa explicar o que queria. Acontece que agora, quando alguém liga, não sendo da Vivo ou da Telefonica ou da Embratel, que realmente abusam da boa vontade de qualquer ser humano, eu geralmente escuto o que eles dizem, nem que seja para dizer não obrigada, porque fico imaginando uma Cris do outro lado, lutando para defender o salário do mês captando clientes.

Assim, quando meu celular tocou, no começo da noite de ontem, aparecendo no visor aquele telefone que tava mais que na cara que era um tronco de empresa, atendi:

- Boa noite! É a senhora Cláudia?
- Sim, e ela mesma.
- Sra Cláudia, aqui é o Daniel da Fiat Amazonas (concessionária onde comprei o meu carro, há dois anos, que me liga praticamente toda a semana), tudo bem?
- Tudo, Daniel, e você?
- Tudo bem. O motivo da minha ligação é estar convidando a senhora para o lançamento do novo carro da Fiat, o Punto. Vamos estar oferecendo um coquetel para nossos clientes especiais.
- Ah, obrigada, Daniel.
- O lançamento vai estar ocorrendo neste final de semana. Temos filiais no Sumaré, em Interlagos e na Zona Leste, qual delas é mais perto para a senhora?
- Interlagos.
- Está bem, então eu vou estar agendando a senhora para a concessionária de Interlagos. Em que dia a senhora prefere, no sábado ou no domingo?
- No sábado.
- Em que horário?
- Não sei, Daniel, eu não marco compromissos no fim de semana (muito menos para ir numa concessionária por mera curiosidade, isso a gente faz na hora que dá né? - pensei).
- É que para estar agendando a sua visita, eu preciso estar marcando um horário.
- Daniel, como eu te disse, já tenho uma agenda cheia de horários durante a semana, eu me recuso a fazer o mesmo no fim de semana.
- Ah, então ok. Mas a senhora prefere estar vindo de manhã ou de tarde?
- Na parte da tarde.
- Sra Cláudia, na parte da tarde nós vamos estar tendo horários entre 14h45 e 17h. Em que horário a senhora prefere que eu esteja marcando a sua visita?´
- Daniel, como eu te disse, eu não marco horários no fim de semana.
- Mas é que o convite que a Fiat Amazonas está fazendo para a senhora exige que a senhora esteja agendando um horário na concessionária de sua preferência.
- Daniel, então eu gentilmente recuso o convite, porque de forma alguma quero prejudicar o escalonamento de horários da concessionária. Eu conhecerei o carro em outra oportunidade, tá bem?
- Não, sra Cláudia, imagine, eu não preciso necessariamente estar marcando o horário, a senhora pode ir quando quiser, no sábado, na parte da tarde, entre 14h45 e 17h...

Mas agora me digam? É um convite ou uma intimação?

Simplicidade eficiente

Por fim, resolvi comprar a máquina de lavar nova, cuja compra há tempos eu vinha ensaiando. É que eu tenho uma certa dificuldade de me livrar das coisas que ainda funcionam, e a minha máquina de lavar ainda tava ali, firme e forte, novinha de bem cuidada, mesmo com quase dez anos de uso. Eu só queria uma maior.

Resolvi meu drama de consciência de me achar uma consumista dando a minha máquina para Maria do Socorro, que lavava toda a roupa de uma casa com sete pessoas, inclusive lençóis e toalhas, no tanque.

A marca, sem dúvida, seria Brastemp. Minha mãe sempre teve Brastemp, eu sempre tive Brastemp, então, para mim, a marca é sinônimo de máquina de lavar boa.

Cheguei na loja tendo como única exigência que a máquina não tivesse placa eletrônica, porque como a variação de amperagem da minha rua é relativamente grande, a placa queimaria com facilidade, e máquina de lavar, na minha opinião, não foi feita pra ficar no conserto um único dia sequer.

Lado a lado, uma Brastemp e uma Eletrolux. A primeira com capacidade para 7kg; a segunda, para 8.

Olha, não adianta, visual para mim é algo que conta. Eu como primeiro com os olhos, por exemplo, a comida pode estar maravilhosa, mas se não tiver boa apresentação, eu nem consigo colocar na boca. Carro, celular, eletrodoméstico, o que mais me atrai é o visual da peça. Depois é que eu vou analisar as demais questões.

A peça da Brastemp tinha um visual mais moderno, mais arrojado e mais chique, contra um visual mais básico e até mais suburbano da Eletrolux. Como quem mais opera a máquina aqui em casa é Maria do Socorro, a operação dela precisava ser simples.

Fui conferir então os painéis de uma e outra, e aí me surpreendi: o painel da Eletrolux é um show de simplicidade, didatismo e eficiência. São 3 botões para apertar: um que liga e desliga, outro que adia a centrifugação e um terceiro de turbo lavagem para roupas encardidas demais; e dois para girar: um no qual você escolhe o nível de água, outro no qual você escolhe o programa de lavagem.

Aí você pergunta: como eu vou saber que programa eu uso em cada tipo de lavagem? E aí está o pulo do gato da lavadora: tá tudo ali, escrito no painel, sem siglas ou abreviaturas ininteligíveis. Eles previram aproximadamente 20 situações mais comuns de uma casa e colocaram ali. Ou seja, se você vai lavar lençóis, por exemplo, lá tá escrito qual o nível de água a ser usado, qual o programa e se precisa usar a turbolavagem ou não. É só seguir o que tá escrito ali, apertar o botão de ligar e voilá!

E eu digo: o painel me conquistou e comprei a máquina Eletrolux. Abandonei uma marca que me acompanhava há 20 anos (30, se for contar com o tempo da minha mãe) inteiramente seduzida por um conceito que foi banido dos eletrodomésticos atuais, com seus botões multifunção: simplicidade.

Porque a gente não quer uma máquina que toque mp3 ou frite bife. Basta lavar a roupa.

Paciência, querida, paciência...

Eu du-vi-do que Cinderela tenha escutado isso algum dia!

Lindas!

eu adorei, viu?

Meu aniversário!!!!

Cheguei na confecção e ganhei um coro de parabéns, beijos e abraços.
Na porta da minha sala, um cartãozinho assinado por todos.
Na tela do meu computador, a mensagem que transcrevo abaixo:

Cláudia, feliz aniversário

Um momento especial de renovação para a sua alma e o seu espírito, pois Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação, e a nós a capacidade de recomeçar a cada ano.

Desejo a você um ano cheio de amor e alegrias.

Afinal, fazer aniversário é ter a chance de conhecer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.

Sorrir por alguns motivos e chorar por outros, porque amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e amparar mais vezes.

Fazer aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.

É ser grato, reconhecido, forte, destemido.

É ser rima, é ser verso, é ver Deus no Universo.

Parabéns a você neste dia tão glorioso!

Equipe IC

Cartõezinhos virtuais, mensagens de parabéns por email, messenger e torpedos.

Não é mesmo uma pena que tudo isso dure um dia só??? Ainda bem que ficam as lembranças das coisas boas que desejam para nós.

Tá quase...

Meu aniversário é só daqui a algumas horas, mas já começaram os presentes, todos lindos!

Um anel de formatura em Jornalismo dos meus pais, maravilhoso, com alguns anos de atraso, como disse minha mãe, disfarçado num kit cheiroso da Natura.

Um sapato e uma bolsa desbundantes, que minha filhota me deu. Bolsa esta que já está com todos os meus bagulhos dentro para ser estreada amanhã.

Hip Hip Hurra!!!

Hoje é o aniversário de presumíveis dois aninhos da Cindy Quebra-Barraco!

Presumíveis porque quando ela foi adotada, a veterinária falou que ela devia ter um mês de idade. Como era dia 7 de setembro, o aniversário dela ficou sendo 7 de agosto.

Levada, carente, pidona, arteira, mucho traquinas e mucho mimada, como diz Maria do Socorro (agora pergunta quem foi que mimou?), companheirinha.

Parabéns, Cindy!!!

Comichão

Quando eu disse o que queria fazer, uma amiga torceu o nariz e achou até que eu estava ironizando. Quando percebeu que era verdade, ficou perplexa.

Quando minha filha soube, ela virou-se para mim e disparou: mãe, quantos anos você tem hein?

Mas a vontade não passou e eu a confesso aqui: tô louca pra ir ao cinema assistir Transformers!

Hipocrisia

Fecharam o Bahamas.

Para quem não mora em São Paulo, o Bahamas é a Daslu dos puteiros, manja? Só mulheres maravilhosas, perfeitas, nível universitário, tirando numa semana o que você leva dois meses pra ganhar trabalhando das oito às oito, freqüentado por homens que têm grana pra gastar fazendo adivinha o quê.

Alegação para a interdição: facilitar a prostituição e desvio de finalidade de uso do imóvel, que está cadastrado como bar, restaurante e boate.

Burrice do dono, que entrou no buxixo do acidente com o avião da Tam por ter construído um hotel (?) que prejudica o pouso dos aviões, cuja construção foi proibida e depois misteriosamente permitida pela Infraero etc etc. Que a prefeitura de São Paulo quer demolir. Estando o fofo no olho do furacão, ele ainda deixa bem explícito o que todo mundo tá careca de saber: que prostituição é seu business.

Ressalte-se aqui que o cara não cobra nada das mulheres que vão lá, o que faz com que ele não seja considerado um cafetão - ele é só um cafona péssimo mesmo, mas isso é outra história. Ele ganha mesmo uma grana preta é nas bebidas que os homens consomem quando vão lá, geralmente caríssismas, na tentativa de mostrar pra mocinha em questão que tem bala na agulha.

Sobre facilitar a prostituição, faça-me o favor, como se a prostituição de alto luxo fosse uma atividade que precisasse ser facilitada ou incentivada.

Se a prefeitura se preocupa tanto com a moral , os bons costumes e o bem-estar da população paulistana, que tal começar tirando das ruas e amparando meninas adolescentes que se sujeitam a qualquer coisa por 10 reais, pra ter o que comer no dia seguinte?

Dias muito, muito felizes!

Meus pais chegaram ontem de Brasília, para passar o meu aniversário, dia dos pais e mais uns diazinhos aqui comigo.

Até agora:
- minha mãe já podou minha arvorezinha da varanda, replantou uma parte dela na jardineira pra ver se pega, já remexeu na terra e já determinou que adubo tenho que usar para as plantas em flor;
- meu pai já diagnosticou quais lâmpadas estão queimadas, que a descarga do banheiro da Isabela tá com um problema na bóia, e já comprou umas coisinhas no supermercado. Coisa pouca, segundo ele: iogurtes variados, três mamões, uma dúzia de mexericas, uma dúzia de laranjas e algo como umas 30 bananas.

Ontem minha mãe foi à tarde comigo até a confecção, hoje pela manhã foi o meu pai quem foi. Antes de sairmos de casa, perguntei se ele não queria levar alguma coisa pra comer no meio da manhã, pra esperar o almoço:
- ah, a gente vai almoçar em casa? Então vou levar só quatro bananinhas pra enganar o estômago.

Dia perfeito

Atendendo ao convite da mh, o meu dia perfeito:

O dia perfeito, para mim, é muito variável. Tem dias que acho perfeito acordar bem cedinho, sair para andar de bicicleta no parque, tomar café da manhã, voltar pra casa pra dormir mais um pouco.

Em outros, tudo o que quero é ficar lagarteando no sol, lendo um livro. Nem faço tanta questão que seja na praia, pode ser na piscina do prédio mesmo, com as trigêmeas de dois aninhos do oitavo andar chegando com seus maiozinhos, apontando para a piscina e dizendo: a paia! a paia! (a praia!).

Também pode ser sair com a Tuca e fazer algumas coisas com ela: ir ao shopping, almoçar juntas, ir ao cinema, mas como agora ela tem seus programas com a enorme turma de amigos que cultiva, essa modalidade de dia perfeito é cada vez mais rara.

Dia perfeito: meus pais chegando de Brasília, eu indo pegar no aeroporto. Ou acordar num domingão, casa vazia, e nem sair da cama, a não ser para comer uma coisinha na cozinha ou pra ver se a Cindy tem comida para passar o dia dormindo quietinha também.

Em épocas de trabalho intenso, como em janeiro, o dia perfeito é aquele em que tudo dá certo, em que nada fica pra trás, em que todos os clientes foram atendidos adequadamente. Volto pra casa com sensação de dever cumprido que me dá muito prazer.

Talvez um dia perfeito seja ficar com ele o dia todo, mas este eu ainda não tive. Quando acontecer, será perfeito.

Para resumir, meu dia perfeito é aquele no qual a noite chega e eu me sinto bem, cansada ou não, feliz, satisfeita, com uma certa peninha do dia ter terminado.

Mando o convite para a Lala.

Primeiro dia de aula

Primeiro dia de aula de criança em escolinha nova é igual pra todo mundo: pai, mãe ou avó ou tia levam na aula, já sabendo que terão de ficar por ali na primeira semana, durante o processo de adaptação.

Você não fica dentro da sala de aula com a criancinha. Fica sentada na recepção, lendo, fazendo tricô, ou as unhas. A idéia é que, se a criança se sentir insegura, a professora pode levá-la até você para que ela veja que a mamãe não foi embora.

Hoje é o primeiro dia de aula da minha Tuca na escola nova. Ela já foi apresentada à escola no dia da matrícula, a recepcionista a levou para conhecer a sala de aula, todos esses procedimentos de praxe.

Mas ninguém me falou ainda onde é que eu vou ficar sentada durante a primeira semana, de adaptação.

Ué, só porque é cursinho? E se a minha bebê estranhar o ritmo das aulas, o professor novo, a sala cheia de adolescentes da mesma idade? Como é que vai se sentir se vir que a mamãe foi embora e deixou ela lá, naquele ambiente estranho onde ela não conhece ninguém?

Eu hein...